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segunda-feira, abril 24, 2006

 

O 25 de Abril



Poucas horas faltam para se poder comemorar o 32º aniversário da Revolução que ficou conhecida e com justiça a Revolução dos Cravos.
Com ela terminou uma ditadura que dominou o país durante quase meio século e que para sobreviver, usou e abusou da repressão, da opressão, da violência, da perseguição dos que a esse regime se opunham.
E até a esse tenebroso período político se ficou a dever a morte de alguns portugueses, cujo único “ crime” era lutar pela Liberdade, Democracia e Justiça Social.
Parecia que o chamado Estado Novo estava de tal maneira sustentado e defendido que não havia forma de o derrubar.
Foi preciso um grupo de valentes militares, capacitando-se, enfim, que se impunha acabar com a tirania, dando aos portugueses a possibilidade de viverem num clima de liberdade, de mais justiça e dispondo efectivamente dos seus direitos fundamentais, pegassem em armas e fizessem a Revolução.
E, afinal, o regime de Salazar e Caetano não estava tão forte como se imaginava, e foi sem tiros e com uma extraordinária e espontânea adesão popular que caiu a ditadura que quase ia aniquilando a lama nacional!
A Revolução de Abril restituiu aos portugueses a cidadania plena, o direito de participação activa na vida política, de se poderem fazer opções através de eleições livres, trouxe os direitos sociais essenciais, a liberdade de expressão e de reunião, o pluralismo partidário, enfim a democracia.
É certo que com o 25 de Abril apareceram as naturais reivindicações e com elas algumas perturbações sociais, próprias de um período revolucionário que pretendia operar uma mudança radical quanto à opção política e à qualidade de vida dos portugueses.
Não foi fácil passar de um regime totalitário para um regime democrático.
Mas conseguiu-se com mais ou menos atribulações, com mais ou menos atritos e até fortes crispações, provenientes sobretudo do confronto e defesa das ideologias diversas dos partidos que se implantaram na cena política.
O espírito do 25 de Abril venceu e veio a ser reflectido na Constituição de 1976, que, apesar das suas já sete revisões, continua a manter as matrizes essenciais que a caracterizaram como a Constituição mais avançada da Europa.
Quando se comemora mais um aniversário da libertadora Revolução de Abril há sempre que render homenagem aos valorosos militares que a fizeram.
Mas também não se devem nunca esquecer os muitos e muitos portugueses civis, de todos os sectores sociais, que, ao longo de muitos anos, com sacrifícios de toda a ordem, não desistiram jamais da luta antifascista, preparando, com paciência e persistência, o caminho, o ambiente e as condições para que viesse a surgir a Revolução.
Os verdadeiros democratas têm, pois, que honrar sempre o espírito do 25 de Abril.
E para isso compete-lhes defender, com dedicação e entusiasmo, as virtudes de uma autêntica democracia, não deixando que um neo-liberalismo que procura por vários meios instalar-se, se sobreponha aos valores e princípios em que se pode e deve basear uma sociedade mais solidária, com mais justiça social, com uma economia ao serviço do homem, com uma cultura e educação para todos, com menos desigualdades sociais, em que se atribua ao trabalho o devido valor, e com um melhor acesso à Justiça e à Saúde sem quais quer descriminações.
No entanto, comemorar o 25 de Abril não é só a recordação estática, meramente contemplativa do mais importante evento da nossa História contemporânea. Deve, sim, ser também momento de profunda reflexão sobre o que falta ainda fazer em prol de uma sociedade em que se afirma solidamente os melhores valores da democracia.
E é, ainda, motivo para ganharmos renovado alento e maior entusiasmo para contribuirmos, no que estiver ao nosso alcance, para se cumprirem os principais desígnios do 25 de Abril.
Viva a Liberdade!
Viva a Democracia!
Viva Portugal!

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