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sexta-feira, maio 27, 2005

 

José Sócrates no Parlamento

Pelo menos formalmente agradou-nos a prestação do Primeiro Ministro na Assembleia da República.

Mostrou convicção, honestidade, firmeza e determinação, correcção e cuidada preparação nas respostas às observações dos deputados.

Também gostámos de ver anunciadas certas medidas, como as que dizem respeito às subvenções vitalícias dos políticos e de outros privilégios destes. E a ideia expressa de trabalhar por um Estado social, que, embora tendo em atenção a redução do défice, é propósito do Governo não abandonar os contraprestações sociais, principalmente em relação aos mais desfavorecidos.

Claro, vai haver agora muitos ataques a José Sócrates, porque ele, na verdade, na sua campanha, sempre disse que não aumentaria os impostos e alguns deles aí estão já aumentados!

Porque é que, em campanha eleitoral, se fazem tantas promessas sem se saber se se podem ou não cumprir depois?!

Era mais correcto dizer-se que, enquanto não se averiguassem, com verdade as contas públicas, a situação financeira, não se poderia fazer promessas.

Só que também se compreende que Sócrates acreditou no défice constante do Orçamento para 2005, quando, afinal, foi enganado! Tudo, era mais uma mentira dos governos de direita!

E, agora, que remédio senão convencer os portugueses de mais esse embuste.

Entre os economistas, há quem concorde e quem não concorde com o aumento do I.V.A. e até das outras medidas que foram anunciadas.

Mas, estamos em crer que com a vontade de todos e porque é absolutamente necessário dar solução à grave crise instalada, que os vários sacrifícios que urgem fazer serão bem aceites, se depois de explicados com toda a clareza, seriedade e verdade.

E, sobretudo, impõe-se que sejam os políticos e os gestores de orgãos públicos a dar o exemplo quanto à redução de despesas, pois não se compreende que nos ministérios ou nesses orgãos existam, além de elevadíssimas remunerações numa desmedida frota de veículos (quase todos de topo de gama!) e tantos assessores e secretários que ou não põem os pés nos gabinetes ou estão lá a contar anedotas!

Por fim, há também que penalizar fiscalmente os grandes lucros, averiguando-os com exactidão e com frequência, para que os sacrifícios não caiam apenas sobre aqueles que não podem fugir ao fisco e ganham normalmente mal!

É importante que se diga ainda e, sobretudo, que se faça afectar os aumentos do I.V.A., ao orçamento da Segurança Social e que se evitem as portagens nas “scuts”, que se consideram, e bem, uma forma de promover o desenvolvimento regional.

Mais complicada é a reforma da administração pública a que urge proceder, mas, se noutros países isso já se fez, também nós com bom senso, correcção e rigor poderemos fazer.

Mas, não é verdade que ao P.S. está sempre “reservado” encontrar soluções para situações difíceis!



Luís de Melo Biscaia

Comments:
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