.comment-link {margin-left:.6em;}

segunda-feira, setembro 28, 2009

 

Para ler e meditar

“Não há condições para grandes acordos parlamentares, mas havendo uma maioria de esquerda no parlamento, os acordos devem ser procurados essencialmente aí”
(Manuel Alegre, no Público de hoje)

 

A surpresa nas legislativas foi o CDS/PP!

Este Partido atingiu os dois dígitos, como era uma sua antiga pretensão, obtendo 10,5% e ficando em terceiro lugar.
Portas, quer se goste dele ou não fez uma boa campanha e foi o que melhor fez oposição ao PS, não só criticando mas apontando soluções.
O BE, ao contrário do que resultava das sondagens, embora arrecadando mais meio milhão de votos, não atingiu, porém, a desejada posição de terceira força política.
O PSD, apenas com 29,1%, sofreu uma tremenda desilusão, que já está a provocar a nível do interior do Partido e principalmente por parte de vários “notáveis”, o afastamento da líder e da sua direcção.
A CDU cresceu (7,9%) mas ficou ainda aquém do que se esperava.
Sócrates sobreviveu à tempestade em que se viu envolvido, implicando-o em vários casos além de ter sido muito desgastado pelo poder, com políticas que mereceram muitos protestos, manifestações públicas e greves, pois vários grupos profissionais se sentiram injustiçados (professores, agricultores, médicos, enfermeiros, forças paramilitares, pescadores, trabalhadores por conta de outrem, etc).
Mas o Secretário-Geral do PS não hesitou, apesar de tudo, em declarar ter tido uma “extraordinária vitória”, quando afinal perdeu a maioria absoluta, perdeu 25 deputados e perdeu cerca de meio milhão de votos!
Venceu é certo, mas não deve estar contente também com o facto de ter descido de 45% para 36,6%.
Não deve satisfazê-lo, depois do que disse durante a campanha eleitoral, pois para governar agora terá que socorrer-se de outros Partidos.
A maioria à direita só é possível com o CDS ou com o PSD, e à esquerda será preciso um entendimento com o BE e a CDU.
Para que lado cairá Sócrates?!
Ele falou em querer o diálogo democrático com os Partidos com assento parlamentar, mas esse diálogo conduzirá a algo de concreto e proveitoso depois de tudo o que, de parte a parte, se disse?!
Está em causa a estabilidade da governação num período muito difícil que se enfrenta e será necessário muita humildade, tolerância e mesmo patriotismo para ser possível um entendimento entre os Partidos.
Bom será, porém, que Sócrates não se esqueça de que ultimamente e mormente durante a campanha eleitoral, se mostrou como homem de esquerda democrática, como, aliás, são as matrizes essenciais do PS.
Por fim: preocupante é a percentagem elevada da abstenção (39,4%), a maior de sempre, o que representa uma indesejável indiferença pelo futuro político do nosso país.

 

O Presidente da República não discursa no dia 5 de Outubro?!

Foi já anunciado que Cavaco Silva, contrariamente ao que é habitual, não discursará no dia 5 de Outubro, aniversário da República!
A razão alegada é a de que, estando-se em plena campanha para as eleições autárquicas, o presidente não quer, por qualquer forma, que se diga que interferiu nelas…
Mas tal razão não pode ser aceitável.
Num discurso do 5 de Outubro apenas se poderá e deverá falar no que representa a Implantação da República, apontando as suas virtudes e referindo como ela deve ser vivida.
Escusado será, num discurso dessa natureza, fazer considerações à política actual, não tendo tal discurso qualquer interferência na campanha eleitoral autárquica.
Quer-nos parecer que, a confirmar-se a decisão de Cavaco Silva, será mais uma sua posição errada.
Aliás, como errado foi, a nosso ver, o seu procedimento a respeito do caso das escutas e da demissão do seu assessor de imprensa, em plena campanha eleitoral, vindo a prejudicar o PSD.
O presidente da República não pode, não deve ficar calado no aniversário da República.

 

Lídio Lopes obteve justiça

O processo de investigações que a PJ estava a fazer na Universidade Internacional, a respeito da licenciatura de Lídio Lopes, foi já arquivado, por não haver indícios de qualquer ilicitude.
Quer dizer que aquele vereador deixou de ser arguido em tal processo, confirmando-se, assim, o que ele dizia sobre a “cabala” com que se pretendia atingi-lo.
Congratulamo-nos com essa decisão, pois, embora tendo posições políticas diferentes, liga-nos, porém, uma boa amizade pessoal.

sábado, setembro 26, 2009

 

Os idosos

Há quem diga que os idosos são “ trapos velhos”, que já nada valem.
Outros consideram-nos “ pesos mortos” cujo prazo de validade já passou.
Não se respeitam, não se dá valor à sua experiência de vida, tratam-nos com impaciência e, por vezes, até lhes dirigem más palavras, insultos e agressões físicas.
Mesmo vivendo na solidão (e 25% dos idosos estão nessa triste situação) os seus familiares não lhes aparecem, nos os apoiam, não os acarinham como merecem.
E a verdade é que os lares para idosos ou são caros para posses de muitos idosos ou não chegam para os acolherem.
Nunca nos hospitais houve tantos idosos que, mesmo depois de poderem ter alta, ali ficam abandonados porque ninguém os vai buscar.
Também nunca como agora houve tantos idosos a, alguns deles envergonhadamente, recorrerem ao banco alimentar e outras instituições, pois as necessidades a isso obrigam.
A sociedade é muito injusta para com aqueles que, durante uma vida mais ou menos longa, contribuíram com o seu trabalho para o bem da comunidade.
Sobretudo, muitos desses idosos deram às suas famílias amor, compreensão, ajuda, o bem-estar possível, os ensinamentos básicos da vida.
Que os idosos mereçam, sim, com inteira justiça o apoio que lhes é devido, quer oficialmente quer dos familiares quer ainda dos bem intencionados e solidários.

sexta-feira, setembro 25, 2009

 

Ler e Meditar

“Por escolha do próprio, estas eleições começaram por ser um referendo a Sócrates/2009. Chegou a pensar-se que seria mais do que isso, mas depois da campanha que vivemos, a primeira escolha dos cidadãos será entre quererem ou não prolongar as políticas e o estilo dos últimos 4 anos e meio.”

(José Manuel Fernandes, Editorial no “Público” de hoje)

 

O Juiz Rui Teixeira

Este Magistrado, que teve intervenção relevante no início do processo da Casa Pia, (ainda por julgar) viu, agora o Conselho Superior da Magistratura, congelar a sua progressão na carreira.
E isso porque, três dos membros desse Conselho, nomeados pelo PS, se opuseram a que Rui Teixeira ascendesse ao patamar superior da sua carreira!
Não pode deixar de ser, pelo menos estranho, o que ali se passou em relação a um Magistrado que, não receando pressões ou mesmo retaliações, soube esforçar-se através de muitas diligências para averiguar os factos e descobrir a verdade.
Mas, o certo é que, agora, está injustamente a sofrer as consequências pela isenção e coragem, como teve que agir pondo em causa algumas personalidades com posições elevadas na sociedade.
O Sindicato dos Juízes já reagiu negativamente a essa decisão, com que se pretende “cortar as pernas” ao Juiz Rui Teixeira.
Este, porém, já recorreu daquela decisão da comissão permanente do Conselho Superior de Magistratura.

 

Será desta vez?

Em 2005, prometeu-se que se acabaria com os baldes higiénicos (ou melhor anti-higiénicos) dentro das cadeias portuguesas.
No entanto, tal ainda não aconteceu e muitos presos continuam a “conviver” com os maus cheiros dos dejectos acumulados durante as noites.
Parece, porém, que agora foi renovada aquela antiga promessa, indo mesmo desaparecer tão inestéticos e anti-higiénicos objectos.
Será?!

 

Ainda a linha TGV

Afinal, a Comissão Europeia perante a ainda incerteza quanto à construção da parte portuguesa do TGV, mandou arquivar uma queixa da QUERCUS quantos aos impactes da terceira travessia sobre o Tejo.
Mais: Aquela Comissão disse que o projecto da linha de alta velocidade ainda não foi sequer notificado pelo nosso governo, o que é necessário para grandes projectos europeus, com custo superior a 50 milhões de euros.
Então, para quê, para já, tanta polémica que tem havido sobre o assunto?!

 

Quem disse que precisamos de dinheiro?!

A União Europeia deu, agora, a conhecer que Portugal foi o país que menos aproveitou de fundos comunitários.
E foram mais de 80 milhões de euros que se destinavam a apoios à agricultura que por lá ficaram!
Pior ainda é que há o risco de, no futuro, outros fundos não nos serem atribuídos, mas, o Ministro da Agricultura Jaime Silva, que alguns já dizem ser o pior de todos desde o 25 de Abril, parece não se importar com isso.
Ele, pelos vistos, defende mais os interesses da União Europeia do que os nossos!
É preciso não esquecer que tal Ministro andou por lá a exercer funções.
Mas quem sofre, e muito, são os nossos agricultores que têm visto a sua vida “a andar para trás”.

 

O dia do tira-teimas!

A avaliar pelo público que tem estado presente nos comícios de todos os partidos, seria talvez legítimo que, neste momento, houvesse ainda a dúvida quanto a saber quem vai ganhar estas eleições.
É que, na verdade, há já muito que os partidos não conseguiam mobilizar tantas pessoas para os comícios e para as arruadas…
E nisso, os partidos, pelo que se viu devem estar empatados.
Porém, sabe-se como as máquinas partidárias actuam na organização desses comícios e como são capazes de juntar grandes grupos nas ruas.
As empresas de camionagem ganharam bem, nos transportes que fizeram de terra em terra, e os artistas contratados para animar os comícios e outras manifestações também puderam arrecadar bom dinheiro, o que lhes fez muito jeito.
Só que as urnas podem trazer surpresas e inverter os resultados eleitorais previstos nas sondagens, que, alias, têm sido diferentes.
O povo tem demonstrado sabedoria na opção que lhe compete fazer nas eleições.
Aguarde-se, pois, com serenidade e com espírito democrático, o que nos vai proporcionar o dia 27.

quinta-feira, setembro 24, 2009

 

Ler e Meditar

“A democracia em Portugal é o regime em que os políticos têm medo do povo e o povo tem medo da realidade.”

(Rui Ramos, no “Jornal de Notícias”, do dia 17)

 

Exposição “Viver de Pé”

Também no próximo dia 26, pelas 17 Horas, no Museu Santo Rocha, se Inaugurará a Exposição “Viver de Pé”, em que serão exibidas as bengalas que o Conde de Vinhó e Almedina, grande amigo e admirador da nossa terra, legou ao nosso Museu.

 

Homenagem à Dr.ª Maria Almira Medina

Professora competente e inspirada poetisa, Maria Almira Medina, vai ser homenageada pela Câmara no próximo dia 26, às 15h30m no Auditório Municipal.
Natural de Tavarede, filha de António Medina Júnior que foi, durante muitos anos, ilustre director do jornal de Sintra, um dos mais categorizados a nível regional, a Dr.ª Maria Almira Medina, embora fazendo a sua vida profissional fora da Figueira, sempre se sentiu, bem com toda a sua família, muito ligada à sua terra natal. Intelectual de muito mérito, dotada de vasta cultura, dedicou-se desde muito nova à poesia, quanto à qual a sua obra mereceu, há muito, justo destaque.
A seu Pai, que sempre muito estimei e admirei, a quem chamava “o Embaixador” da Figueira em Sintra, tal era o seu bairrismo e a sua sempre pronta e valiosa colaboração às iniciativas figueirenses, presto, neste momento, sentida homenagem à sua memória, associando-me à justa distinção de que vai ser alvo a Dr.ª Maria Almira Medina.

 

Demissão de dirigentes da Confederação Das Associações de Pais

Por não concordarem com as atitudes frequentemente assumidas por Albino Almeida, presidente da CONFRAP, que sempre tem apoiado claramente as políticas do governo para a educação, demitiram-se cinco dirigentes daquela confederação.
E os demissionários acusam aquele de não discutir internamente tais política não zelando pela independência da referida instituição.
Tais demissões vão, decerto, ter consequências que poderão pôr em causa a permanência de Albino Almeida na presidência.
Aquele senhor tem-se identificado, às claras, como apoiante do PS tomando decisões autoritariamente, sem ouvir os seus colegas executivos.
As intervenções de Albino Almeida na televisão têm dado bem a ideia da sua maneira de ser!

 

O TGV

Na campanha eleitoral, pareceu que tudo ou quase tudo se reduziu ao TGV: deve ir avante ou não?!
A líder do PSD, feitas as suas contas, diz que não é oportuno avançar com tal projecto, pois o País, com o seu enorme endividamento, não está em condições de se hipotecar para um longo futuro.
O líder do PS é, pelo contrário, da opinião de que o TGV constitui um empreendimento de muita importância para a economia nacional, não devendo desistir-se da ideia e do plano já elaborado e até aprovado num governo em que participou Manuela Ferreira Leite.
Só que, na verdade, a situação económico-financeira, modificou-se entretanto e, por isso, não é de estranhar que, por uma questão de cautela, haja agora que admitir alterar a posição tomada.
Não vamos discutir isso, por não estamos de posse de todos os elementos próprios deste caso.
Mas o que não podemos, é deixar passar em claro o que a líder do PSD trouxe á baila a respeito de Espanha e de uma possível intervenção dos políticos do País vizinho nas decisões que só aos portugueses dizem respeito.
Revelou uma já injustificada acrimónia em relação a Espanha puxando pelos galões do seu patriotismo como se mais ninguém o tivesse.
Discutir a questão financeira do projecto TGV e a sua oportunidade é uma coisa, referir-se, como se referiu, aos espanhóis como se fossem “os diabos” é uma atitude lamentável, provocando já na imprensa espanhola comentários muito desagradáveis.
O patriotismo serôdio está já ultrapassado, Dr.ª Manuela Ferreira Leite!

 

Protesto dos bolseiros

Os que foram os melhores estudantes e que enveredaram pela especialização, através de bolsas, sentem-se injustiçados.
Devem ser talvez oito milhares que vivem exclusivamente do montante das suas bolsas, cuja média não é superior a 700 euros.
E isso acontece desde 2002, o que leva os bolseiros a terem presentemente dificuldades para se manterem no dia-a-dia.
Decidiram-se agora a promover um protesto público, chamando a atenção do governo para a sua situação precária.
O certo é que o dinheiro, que tem aparecido para resolver tantos problemas, não pode, não deve faltar para proporcionar um razoável nível de vida aos que procuram uma sua melhor qualificação que vem a reflectir-se em várias actividades, contribuindo para o bem do País.

 

A demissão de Fernando Lima

O caso polémico das possíveis escutas na Presidência da República, motivou a demissão do assessor de imprensa Fernando Lima, que há já 20 anos acompanhava Cavaco Silva na sua vida política, apesar de ser um dos seus mais antigos colaboradores e até seu amigo pessoal, “a bomba” do seu afastamento surgiu inesperadamente, até porque, poucos dias antes, o Presidente disse a jornalistas que só depois das eleições iria analisar o problema da segurança no Palácio de Belém.
Afinal, a demissão não se fez esperar, ainda que Fernando Lima continue, noutras funções, ligado à Presidência da República.
Nos meios políticos e jornalísticos, tal decisão causou estranheza e com razão, até porque não é habito que Cavaco Silva diga o que, depois, não faz!
E ainda porque com esse seu acto, teve, claramente, uma intervenção em plena campanha eleitoral, já que quer se queira quer não, a referida decisão presidencial veio complicar a campanha do PSD, beneficiando o PS que sempre negou que o governo estivesse a exercer vigilância nos Serviços da Presidência da República.
Já alguém disse, e bem, que o assunto não “morreu” com a demissão de Fernando Lima, impondo-se que Cavaco Silva venha a público dar as explicações que são necessárias.

 

As legislativas

Estas eleições, donde há-de sair o novo governo de Portugal, estão à porta, são já no próximo Domingo.
Estamos convencidos de que a grande maioria dos eleitores já tomaram a sua decisão.
Uns, menos informados e com uma escolaridade menor, votarão, por hábito, no Partido que já há anos os cativou, outros, por esclarecida convicção ideológica, não hesitarão em dar ao seu voto ao Partido da área politica a que pertencem; outros ainda, desiludidos, desencantados e mesmo indignados com o que se tem passado com a vida politica, mudarão, embora a custo, a sua intenção de voto, indo engrossar diferentes grupos políticos.
Há, sim que votar em consciência e em plena liberdade sem dar importância a influências ou a pressões de qualquer natureza.
Nos partidos em que há democracia interna e se admite o pluralismo de opinião, surgem, naturalmente, por vezes, vozes críticas daqueles militantes que consideram que alguns dos princípios e valores partidários estão a ser desrespeitados.
Mas mesmo esses põem, decerto, em momentos decisivos de eleições acima de tudo a fidelidade ao partido, animando-os a esperança de que, no futuro, o seu partido nãos os desiludirá, tomando o rumo da suas essenciais matrizes, que se impõe respeitar com coragem e coerência.
Nestas eleições muita coisa está e causa: há erros a corrigir sem quaisquer preconceitos, deve procurar reforçar-se as medidas de apoio à economia (sobretudo às pequenas e médias empresas), há que intensificar o combate à pobreza, promover a redução das desigualdades sociais que se têm agravado, impõe-se a suspensão das reformas educativas, devolvendo aos docentes a dignidade e a autoridade que merecem, necessária é também a revisão do código de trabalho e dos sistemas do subsídio de desemprego, a reforma dos códigos Penais e das Custas Judiciais, etc.
Portanto é a problemas desta natureza e outros tão importantes, que terá que dar-se a melhor atenção, procurando com vontade, competência e persistência, resolve-los.
Daí que nas eleições do dia 27 os portugueses devam ter a consciência de que depende do seu voto o futuro do nosso país.
Votar é um dever cívico, que muito custou a conquistar.

segunda-feira, setembro 21, 2009

 

Para ler e meditar

“O tempo das verdades plurais acabou. Vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto”
( José Saramago in 19/04/2008 transcrito da Revista Tabu)

 

Palavras infelizes

Lemos no site da candidatura de Duarte Silva que ele, num discurso que fez em Tavarede, disse que a lista dos “ ditos independentes” era constituída por meros oportunistas, não lhes reconhecendo qualquer valia para defender os interesses da Figueira.
Estranha-se que essas palavras tenham vindo de quem vieram pois sempre considerámos o actual líder do PSD local como uma pessoa bem-educada, sensata e respeitadora de posições diversas.
Excedeu-se, decerto, mas o que disse ficou dito e, francamente, não abona um comportamento democrático.
Será que não concorda quanto à democracia não se esgotar nos partidos?
Por que será, por todo o país, tenha havido, talvez como nunca, tantos movimentos e listas de independentes? E não é ele próprio um independente? Não reconhece Duarte Silva que os partidos, inclusivamente aquele por que concorre, não têm, com efeito, agido para cativar militantes, dando-lhes a oportunidade de uma sua séria formação política?
Antes, tem havido lutas internas, quase sempre por causa de pessoalismos, de interesses individuais, de vaidades e ambições desmedidas, de lugares políticos ou de outros rendosos?
Quem não se revê na actuação dos partidos estará impedido de fazer política quando se sente disposto a contribuir para o bem colectivo?
Enfim, chocou-nos a referida atitude de Duarte Silva até porque na luta política, como ele deve saber, deve dar-se exemplo de serenidade, tolerância e de muito respeito pelos outros, e ainda de ética que é, na verdade, a indispensável e melhor dimensão da política.

 

Atitudes censuráveis

Em cartazes da candidatura de Sócrates apareceram, há algumas noites, “ bigodes” de estilo nazi pintados na cara daquele. Quer dizer que, infelizmente, ainda há quem não se tenha adaptado à democracia e isso é preocupante tantos anos depois da Revolução de Abril. Numa campanha eleitoral em que se pode falar livremente, em que nas televisões, nas ruas e cafés, em comícios
se pode discutir a política que se deseja para o futuro do nosso país é simplesmente censurável e de repudiar que se menospreze a propaganda a que cada candidato tem direito. E, sobretudo, pintar ou destruir cartazes a coberto da noite é mesmo cobardia.
Quando será que os que vivem em democracia a respeitem e a prestigiem, agindo com observância da ética que é um dos pilares fundamentais de um regime democrático. Mesmo que não se goste e não se aceite a acção dos políticos representados nos cartazes não há o direito de os amesquinhar com desenhos ou frases impróprias.
E já agora: quem teria vandalizado a sede do Movimento Figueira 100% na Marinha das Ondas na noite seguinte à sua inauguração?

 

Verdade ou mentira?

A revista Sábado noticiou que dois candidatos do PSD a deputados, António Preto e Helena Lopes da Costa compraram votos! E foi, segundo ali se diz, uma militante daquele mesmo partido quem denunciou, agora, tais actos indignos. Aqueles dois candidatos, para além de estarem arguidos em processos criminais, viram a sua vida política complicar-se pois a confirmarem-se as declarações daquela militante, eles teriam praticado actos reprováveis, impróprios de quem quer estar no parlamento.
Os votos vendiam-se a 25 ou 30 euros, nos bairros sociais indicando-se até os lugares onde tal decorria. A referida notícia representa, sem dúvida, um revés para a líder do PSD, que apregoa constantemente que na política se deve estar com verdade e honestidade.
E, nesta época de eleições, a notícia não agradou, de certeza, a toda a família social-democrata.
Os visados já desmentiram o que veio na revista Sábado. Mas ao partido a que pertencem ficaria bem procurar com urgência averiguar os factos.
Quem não deve não teme.

 

Manuel Alegre e Mário Soares na campanha do PS

Custou-lhe decerto mas o seu amor ao PS, onde sempre esteve e onde travou as mais duras lutas pela Liberdade, Democracia e Justiça Social “ empurrou” Manuel Alegre para dar apoio à campanha do seu partido. As divergências, sérias e profundas com Sócrates e com as políticas seguidas pelo seu governo, ficaram para trás neste momento, convencido como está alegre que não ajudar o PS poderá facilitar a vitória do PSD, ou seja da direita.
Enfim, é uma posição que temos de respeitar, até porque ela vem de um homem de esquerda, íntegro, coerente, com uma grande experiência política.
Embora, claro, se possa discordar de tal posição porque o cenário político que o moveu a colaborar na campanha socialista pode não ser único.
Os que querem que este país venha a ser governado à esquerda admitem, inclusivamente, acordos ou entendimentos com o BE, desde que os dois partidos se disponham a fazer algumas cedências recíprocas. E o certo é que o PS, ultimamente, tem tomado posições e até já aprovado medidas que podem ser aceites pelo BE. O interesse colectivo e nacional exige, na verdade, que ambos os partidos se aproximem, sem perderem evidentemente as suas matrizes essenciais, trazendo ao futuro governo uma tónica de esquerda. Mas preciso é também que não se adoptem políticas fracturantes da sociedade portuguesa, respeitando princípios éticos e morais há muito existentes na comunidade.
Manuel Alegre, no seu discurso feito no comício de Coimbra explicou bem as razões que o levaram a intervir na campanha ao lado de Sócrates.
Mas deixou alguns avisos ao governo socialista futuro, que precisa de ser repensado, renovado e de ser fiel aos princípios e valores fundamentais da esquerda. Quer dizer que Manuel Alegre disse, agora, a Sócrates que sim...mas
Também Mário Soares esteve no comício no Porto e o seu discurso foi como que uma ladainha de elogios a Sócrates que considerou o político deste momento capaz de combater e vencer a grave crise em que vivemos e outras que, porventura surjam.
Mário Soares, como fiel que sempre foi ao PS, não fez sequer uma referência ao afastamento que o partido tem feito das suas matrizes essenciais.
Apelou ao voto no PS como forma de evitar a vitória do PSD.
Mas aos jornalistas disse que não repugnava uma aproximação entre o PS e o BE.
Enfim...

quinta-feira, setembro 17, 2009

 

Ler e meditar

“Alguns sectores produtivos em Portugal deviam pagar mais impostos. Um dos exemplos é a banca.”

(António Vitorino, no “Diário de Notícias”)

 

Da política local

- Embora ainda seja cedo, a guerra das sondagens quanto às eleições autárquicas já começou.
E as que se conhecem são muito diferentes, talvez porque há necessidade de satisfazer quem as encomenda e pode pagar!
- Mas eis as que chegaram ao nosso conhecimento; 3 do PSD, 3 do PS, 3 do Movimento Figueira 100%; 5 do PSD, 2 do PS, 2 do Movimento Figueira 100%; 4 do PSD, 3 do Movimento Figueira 100%, 2 do PS.
- Para a junta de freguesia de S. Julião parece estar renhida a luta dos candidatos do PS e do Movimento Figueira 100%.
- Para a Assembleia Municipal, pelo que se vai conhecendo, só dois candidatos se perfilam para a vitória: Vítor Pais do PSD e Nogueira Santos do Movimento Figueira 100%;
- O debate entre todos os líderes das listas para a Câmara, pode e deve ser proveitoso para um melhor esclarecimento dos respectivos programas.
Tal debate será a 6 de Outubro e oxalá os figueirenses se interessem por ele.
- Já se reparou que a Câmara tem, agora, mandado proceder com mais cuidado e frequência à limpeza da cidade, abençoadas eleições!
- Assim também o Forte de Santa Catarina merecesse a atenção da Câmara, pois aquele monumento emblemático da figueira está a precisar de uma profunda beneficiação.

 

Os agricultores muito descontentes…

A agricultura está a sofrer uma grande crise, da qual se têm já queixado, por várias vezes, os que nela trabalham.
Além das condições climáticas, em varias zonas do país não serem boas, não têm os agricultores recebido os apoios que lhes são devidos.
Há até regiões, como em Trás-os-Montes, em que a falta de chuva tem impedido que o gado encontre pastagens, havendo necessidade de comprar rações vindas inclusivamente de Espanha, o que é incompatível para as fracas economias dos donos do gado.
Verifica-se, pois, também uma grave crise quanto à produção do leite e à qualidade da carne bovina.
Porém, o respectivo ministro, tão contestado pelos agricultores vai dizendo que tudo está bem, e que os protestos que têm havido são apenas de natureza política!
Enfim, é o já “velho disco”!

 

Aumento de tributação para os Bancos?

Sócrates e este seu governo parecem já terem admitido um considerável aumento de tributação sobre os lucros dos Bancos!
Mais uma medida que, a confirmar-se, resultará deste período eleitoral, mas que é justo.
Já Francisco Louçã tinha proposto isso, mas na altura não foi ouvido.
Agora, porém, o PS está a entrar num rumo mais de acordo com os princípios e valores próprios de um partido de esquerda.
Assim seja!

 

O Senhor Feliz

Durão Barroso, político português, que, há já 5 anos preside à Comissão Europeia, foi reeleito para mais um mandato, apesar de contestado por alguns grupos eurodeputados, recebeu uma muito significativa votação favorável que ultrapassou os critério dos Tratados de Nice, em vigor, e de Lisboa, ainda não aprovado, recolhendo embora menos apoios do que há 5 anos.
Os socialistas ficaram-se pela abstenção, entre os quais, a sempre coerente e sempre corajosa Ana Gomes.
Mas, Durão Barroso era, ontem, um homem com a felicidade estampada no rosto.
Porém, agora, vai ter que enfrentar o trabalho difícil de formar a sua equipa de comissários porque são muitos que desejam esses lugares.
Enfim, o Parlamento Europeu, esquecendo alguns maus momentos do passado político de Durão Barroso e ligando mais importância ao que tem sido a sua acção à frente da Comissão Europeia, deu-lhe a oportunidade de mais um mandato.
O cargo prestigia-o e também ao nosso país.
Mas, agora, são muito mais os países a que tem que agradar a política que vier a adoptar.

 

Indiferença!

Há pessoas que por não gostarem de alguém o atacam por meios violentos e perversos.

E na vida política isso acontece quase todos os dias.

É que o seu fanatismo não os deixa ver claro e, então em vez de se informarem correctamente acerca dos seus “visados”, inventam, com a maior desfaçatez, factos e casos!

A falta de não terem curriculum, deturpam propositadamente os daqueles que, durante uma vida inteira, souberam ser honestos, coerentes e úteis à colectividade.

Quando não aceitam as posições assumidas por outros decidem-se a “desancá-los” inventando, aldrabando, atribuindo-lhes falsamente o que nunca foram nem fizeram.

Não lhes podem fazer frente com a verdade e, então, tentam deturpá-la.

Esses mal intencionados não merecem, efectivamente, resposta, nem devem sequer incomodar os que pretendem amesquinhar.

Em vez de se valorizarem, como lhes competia, com as suas atitudes reveladoras do desejo de criar intrigas, usar da maledicência, da inveja, cada vez mais se menorizam, agravando a sua muita mediocridade.

Merecem, sim, apenas uma total indiferença.

quarta-feira, setembro 16, 2009

 

Para ler e meditar

“ A Esquerda que se acautele e não brinque em serviço. O voto útil, por mais que não se goste dele faz muito sentido”
( Mário Soares in Diário de Notícias de ontem)

 

Da política local:

- o Quim Barreiros actuou nas festas da Senhora da Encarnação, onde estavam membros das candidaturas às eleições autárquicas. E o cantor, a certa altura, dirigiu-se com palavras amigas a Duarte Silva, chamando-o ao palco para lhe dar um abraço. Mas, logo alguém da candidatura de Ataíde fez chegar ao conhecimento de Quim Barreiros de que entre o grupo do PS estava a Ministra Ana Jorge, o que levou o cantor a também saudar Ana Jorge.
- No sábado, o Movimento Figueira 100% realizou no Picadeiro a Festa da Juventude que foi muito concorrida e em que cantou o jovem figueirense Rubi. Sabe-se que nessa festa a certa altura apareceram dois guardas da PSP dizendo terem sido ali pelos responsáveis pelo Hotel Ibis para que fosse verificado se aquela festa estava devidamente licenciada. Mas estava mesmo o que levou os guardas a retirarem-se. Enfim, os actos ficam com quem os pratica, mas, por vezes, podem mesmo prejudicar quem, decerto, não os mandou praticar.
- Na sessão-comício realizada no pavilhão da escola Infante D. Pedro em Buarcos foram apresentados, no passado sábado, os candidatos aos órgãos autárquicos pelo PSD. Houve quem dissesse que tal sessão teve pouca assistência, alguma chamada à pressa pelos telemóveis! Mas o site da candidatura de Duarte Silva falou em 1000 pessoas e dois jornais regionais falaram em 800! Haverá medo da verdade? O certo é que as fotos que apareceram naquele site não mostram realmente mais de 300 pessoas...
Em que ficamos?
- No salão da Assembleia Figueirense esteve o ilustre psiquiatra Daniel sambais que teve a seu cargo mais um Fórum do PS local. Muita assistência para ouvir tão conhecido e competente médico.

 

Pouco a pouco, mas vai

Seria talvez proveitoso, para uma avaliação séria e fundamentada, reunir numa publicação o que alguns políticos disseram ou fizeram no passado e agora dizem ou fazem. Mesmo a nível de governos, pois é aí que há mais possibilidade de promessas, de realizações, de reformas.
A comparação seria, decerto, escandalosa, reveladora da falta de palavra ou do mau conhecimento das circunstâncias próprias de cada momento da vida política. Os “ pinóquios” , vestidos de várias cores consoante a tónica dos agrupamentos políticos em que se enquadram, surgiriam em número elevado. São vários sectores que foram mal tratados, foram muitas as afirmações, os escritos, os discursos inflamados com promessas de toda a ordem e depois com explicações não convincentes das razões porque não se pôde fazer mais...
Mas, afinal, agora vai sendo possível arranjar meios para tudo se fazer, aparece dinheiro suficiente e dão-se cambalhotas políticas quando necessário. O que outros, em tempos, disseram e não foi aceite, por uma questão ideológica ou por mera teimosia, está presentemente a aproveitar-se, como quase todos os dias se pode verificar.
E o certo é que se vai fazendo quanto mais não seja para se ganhar a simpatia do povo, dando-se-lhe o que se reclamava há muito.
Sim, vai-se fazendo pouco a pouco, ao “ralenti” como é hábito antigo neste país.

 

Alterações à Reforma Penal de 2007

O Ministro da Justiça já anunciou que vai mandar para o parlamento diplomas de alteração à Reforma Penal que apenas tem 2 anos de vida. Entre as matérias a alterar estão: o segredo de justiça, o regime da prisão preventiva, a fixação dos prazos de duração para os processos judiciais. E enquanto o que, há dois anos, se pretendeu foi ver reduzido o contingente de presos na cadeia, facilitando a sua liberdade, agora já vão, decerto, “ apertar-se” os regimes vigentes. Aquela Reforma, desde que apareceu sofreu duras críticas dos profissionais do fórum, mais dos Sindicatos dos Magistrados. Porém, o Ministro fez “ orelhas moucas” mas, agora, parece querer aceder a várias pretensões dos que trabalham nos tribunais, competindo-lhes a administração da justiça. Enfim, pouco a pouco e, principalmente porque a época das eleições é propícia, reconhecem-se erros e procura-se corrigi-los. O certo, porém, é que na justiça há erros que já não podem remediar-se!

 

Solução estável para governar?

Segundo o jornal I, José Sócrates, em entrevista à Antena 1, admitiu que o PS procurará senão obtiver, claro a maioria, um “ compromisso” em nome de uma solução estável para ser possível a governabilidade. E esse compromisso terá que ser mesmo com o BE, quanto ao qual aliás, já no tempo de Gutterres houve aproximações. Só assim a direita não governará o nosso país, com todas as consequências para uma sociedade conservadora e retrógrada, com mais desigualdades sociais. Sócrates, embora lhe deva custar, perante a mais provável hipóteses de não se repetir a sua tão desejada maioria, terá mesmo que optar pelo BE, tendo-lhe que fazer certas concessões aliás próprias de qualquer acordo político. E Francisco Louçã já o disse: não será o BE, como partido responsável a rejeitar o programa de um governo PS que não disponha a maioria. Quer dizer que tudo parece encaminhar-se para um possível futuro entendimento entre os dois partidos de esquerda que, nessa área, terão, decerto, os mais votados. São muitas, porém, as discordâncias quanto a certas políticas (na Educação, na Justiça, na Economia, na Fiscalidade, na Legislação laboral, na Segurança) mas poderá e deverá, em nome do interesse nacional, da estabilidade da governação que se encontrem soluções de compromisso para ultrapassar tais divergências, havendo cedências mútuas. O PS, com as posições assumidas ultimamente, identifica-se agora mais com as suas matrizes fundamentais que são de esquerda e é aí que deve permanecer, ainda que precise da companhia do BE, o qual terá que não se afirmar tão radical. Será possível?

terça-feira, setembro 15, 2009

 

Parabéns, António Arnaut

Sim, parabéns porque é a ti, meu Bom amigo que se deve a criação do Serviço Nacional de Saúde que hoje comemora 30 anos de existência. É, sem dúvida, a mais importante reforma social resultante do regime democrático que surgiu após o 25 de Abril. E se, quanto a ela, houve a princípio e mesmo depois reacções negativas, motivadas essencialmente pelo receio de alguns ficarem prejudicados nos seus interesses e que sempre consideraram a Saúde como uma mera mercadoria que devia vender-se a bom preço, a verdade é que sempre soubeste vencer essas reacções com a tua habitual e grande coragem, não ligando às muitas críticas severas e injustas.
Porque és humanista, porque sabias as carências que existiam no sector da Saúde a que só os ricos podiam recorrer em caso de doença, deixando-se morrer os pobres à míngua dos necessários cuidados médicos.
O serviço Nacional de Saúde passou a servir por igual todos os portugueses e foi levado ao interior do país com a criação de novos hospitais, que até então se concentravam apenas no litoral.
Com o Serviço Nacional de Saúde que foi cada vez mais melhorado, nenhum português se pode agora queixar da falta de assistência médica.
E a mortalidade infantil desceu consideravelmente e o índice de vida está hoje quase nos 80 anos.
Deves, pois, caro amigo, sentir-te orgulhoso por uma obra que te perpetuará como homem bom, solidário e governante dinâmico e competente.
Nestes 30 anos do Serviço nacional de Saúde mereces bem o respeito e a admiração de todos os portugueses, mormente dos teus amigos como eu que sentem também esse teu justíssimo orgulho.
Um afectuoso abraço, Arnaut

 

As legislativas

Começou já o período da campanha para as eleições legislativas do próximo dia 27. Mas, muitos dos que nela têm que participar activamente devem já estar cansados, pois a pré-campanha durou muito tempo e multiplicaram-se as iniciativas e as deslocações por todo o país, coincidindo até com a pré-campanha das autárquicas. Quer dizer que será agora como que uma segunda volta no campeonato político que está a disputar-se!
E já que os debates televisivos não trouxeram aos eleitores nada de novo ou de convincente, muito há a fazer nos actos de ruas, no contacto pessoal e de porta a porta. Os comícios também nada adiantarão pois sabe-se como eles são organizados pelas máquinas partidárias, transportando as pessoas que já estão decididas de um lugar para outro, apenas para encherem as salas. Valem mais pela festa que neles se faz e pelos artistas que se levam aos palcos. Os cartazes, já há muito colocados em lugares públicos, também não servirão para que se vote aqui ou ali...Então, na verdade, os candidatos terão de percorrer muitos quilómetros a provocar e animar muitas conversas, mostrando toda a sua simpatia e afabilidade mas explicando com toda a clareza o que pretendem fazer no futuro. Sim, porque falar do passado não adianta porque os portugueses já os conhecem de sobra! Importam mais as medidas que cada partido, se for governo, vão pôr em marcha. Mas é preciso acreditar em quem promete essas medidas. Ora, numa época em que a mentira vai dominando os meios políticos, é, efectivamente, preciso que os eleitores consigam em consciência separar o trigo do joio. É isso, decerto, que acontecerá, temos esperança que assim suceda, E que os políticos concorrentes às eleições tenham sempre uma postura de honestidade e verdade, de civismo e de respeito, nunca esquecendo a dimensão ética da política a qual deve ser um serviço tanto quanto possível valioso que se presta em prol do interesse colectivo e não de quaisquer outros.

domingo, setembro 13, 2009

 

Para ler e meditar

“ Já repararam na ausência dos intelectuais portugueses? Nenhum deles quer arriscar. Nunca se sabe quem vai ganhar as eleições. O silêncio, em certas alturas comporta a espessura de uma sórdida cobardia”
( Baptista Bastos in Jornal de Negócios de 11 do corrente)

 

Uma decisão do Conselho Superior do Ministério Público

Este Conselho rejeitou o incidente de suspeição requerido por Lopes da Mota, que acusava o Procurador que presidia ao processo disciplinar que corre termos contra aquele presidente do Eurojust.
Lopes da Mota queria que aquele Procurador fosse afastado da investigação porque, segundo alegou, ele estava a não ser isento e imparcial na sua actuação.
Quer dizer que, com a decisão do referido Conselho, o Magistrado em causa vai continuar a averiguar se Lopes da Mota exerceu ou não pressões sobre várias personalidades a respeito do caso Freeport.
Quando se verá “ o fundo ao tacho”, como se diz na gíria popular, nesse processo tão importante em que já há vários arguidos e de outros já se fala.

 

Os prémios milionários

O último “Expresso” deu a conhecer que administradores executivos da PT tiveram um prémio anual de 2,2 milhões de euros em 2008 e que somaram um prémio plurianual de 3,8 milhões. E, entre 2006 e 2008 a administração daquela empresa recebeu 18,5 milhões de remuneração variável.
Quem diz que o nosso país é pobre?
Ainda se esses “ felizardos” pagassem justos impostos? Mas, não, tudo corre a seu favor (nem a nova lei sobre prémios milionários tem efeitos retroactivos), o que não poderá deixar de indignar muito a grande maioria de portugueses que usufruem salários baixos ou não têm mesmo nenhum!
Quem diz que diminuíram as desigualdades e que há mais justiça social?

 

Aproveitamentos impróprios

Compreende-se e aceita-se que os candidatos às eleições autárquicas se disponham a ir às festas populares que vão existindo a par de celebrações religiosas.
Mas tal já não acontece quando os candidatos e os seus acompanhantes se incorporam em procissões, como vai sucedendo.
É que essa atitude é, na verdade, imprópria, para não lhe chamar outra coisa pior!
É mesmo ridículo que membros de uma candidatura política que nunca foram religiosos nem nunca frequentaram a Igreja desfilem nas procissões com um ar compungido e devoto, como se ali fossem convictamente.
A política exige sinceridade, verdade, transparência (como agora tanto se diz), honestidade intelectual e anímica.
Levar a política para o meio das procissões, comportando-se como se de uma fantochada se tratasse, não é correcto, é absolutamente execrável, e acabará por merecer a rejeição dos leitores, pelo menos dos mais informados.

 

Nada de novo no debate Manuela Ferreira Leite / José Sócrates

Quem pode dizer, com sinceridade e imparcialidade qual deles foi o vencedor?
Efectivamente embora ambos tivessem boas prestações, falando, com grande convicção dos seus programas de acção e defendendo soluções próprias para alguns dos problemas que afectam a sociedade portuguesa, o certo é que, no final, ficámos com a sensação de que o empate da última sondagem feita pela credível Universidade Católica não de desfez neste debate televisivo. Sócrates, com linguagem e postura que ultimamente lhe são habituais, quis afirmar-se como líder da esquerda moderada. E insistiu demasiadamente em posições ou meras afirmações da sua interlocutora no passado, não atendendo, como ela lhe lembrou, que as conjunturas eram diferentes, incomparáveis, e que a política não pode ser a mesma, devendo, sim, adaptar-se às circunstâncias de momento.
Manuela Ferreira Leite, sempre igual a si mesma, não abdicou um centímetro sequer das posições há muito assumidas por si. Para além das muitas acusações recíprocas e da indicação de muitas discordâncias principalmente quanto à política económica, aos apoios sociais, ao tratamento dado aos professores (e quanto a isso Sócrates não se defendeu bem, nem podia!) não há dívida que a opção a fazer nas eleições do dia 27 é entre uma direita conservadora mas democrática, representada pela líder do PSD, e uma esquerda de Sócrates que agora quer afirmar-se com mais genuinidade, abandonando políticas neoliberais que chegou a adoptar.
Claro que, a confirmar-se a sondagem referida, seja quem for o vencedor das eleições, para ser possível um governo estável será precisa a ajuda ou um entendimento de qualquer natureza por parte de um partido mais pequeno. Se assim não acontecer, então, como já analistas admitiram, novas eleições terão de ocorrer dentro de dois anos, pela impossibilidade de governação.
Uma vitória clara nestas próximas eleições é que não haverá, decerto, e muito menos uma maioria!
Mas tudo dependerá da forma como os líderes dos maiores partidos fizerem a campanha que já se iniciou hoje.
Não podemos deixar de estranhar o despedimento de todos os Ministros já feito pela televisão por Sócrates, se vier a formar governo.
Será que da actual equipa ministerial não se aproveitará ninguém, mesmo dos que foram mais chegados a Sócrates?
Se este virá a prescindir deles é porque “ falharam”, o que, naturalmente, deveria ter sido compreendido mais cedo.

sábado, setembro 12, 2009

 

Para ler e meditar

“ Nas áreas analisadas pela OCDE ou pelo Banco Mundial estamos exactamente onde estivemos quase sempre: algumas entre o medíocre mais e o suficiente menos”
( Manuel Carvalho in Editorial do Público do dia 9)

 

Da política local

- Maria José Valério e Artur Garcia que, há já muitos anos, foram muito apreciados, constituem o suporte artístico da pré-campanha do PSD para as autárquicas. Não basta, na verdade, dar trabalho só aos novos, não é?
- Nos fóruns que a candidatura de João Ataíde tem promovido são discutidos temas importantes até a nível nacional. Por exemplo, no último alguns dos problemas da saúde foram muito bem tratados pelo mandatário daquela candidatura José Luís Biscaia. Bom seria que, depois das eleições, os partidos proporcionassem aos seus militantes e apoiantes iniciativas que ajudassem à sua melhor formação esclarecimento e informação.
- No pavilhão da Escola Infante D. Pedro, a candidatura do PSD fez ontem a apresentação de todos os que, por aquele partido vão concorrer aos órgãos autárquicos.
- Xavier Vigo pediu a demissão da Universidade Internacional para se dedicar apenas à sua candidatura à Câmara. Irá já a tempo?
- O Movimento Figueira 100% continua a sua ronda pelas freguesias, tendo sempre um bom acolhimento por parte das populações. Esse Movimento realizará hoje, no Picadeiro, em frente à sede do Bairro Novo, a Festa da Juventude.
- A Universidade Sénior realizará, no dia 6 de Outubro, com a moderação do Dr. Luís Ferreira, no Casino, um debate entre todos os candidatos às próximas autárquicas, Eis uma boa iniciativa que, decerto, despertará o interesse dos figueirenses.

 

Insondáveis mistérios!

Há, por vezes, casos de difícil explicação política. Como, por exemplo, o que levará certas pessoas a lutarem por lugares de relevo, quando para eles não têm qualquer experiência nem preparação. Durante parte da sua vida nunca tiveram gosto pela vida política, passaram sempre ao largo dela, nunca se interessaram sequer por iniciativas que aproveitassem à comunidade, nem o associativismo os atraiu nunca e, de um momento para o outro, eis que aparecem na cena política local ou nacional a tomarem posições e a dizerem-se muito emprenhados em defendê-las. E quando conseguem chegar ao topo dessas posições, apenas escolhem para seus colaboradores os que lhes devem favores, os que têm que ser os seus “ yes men” para mais facilmente poderem vir a fazer fretes aos amigos! E se, a princípio, não mostram o que os levou a aspirar à vida política, mais tarde ou mais cedo, vem a descobrir-se o que afinal pretendem. Os iniciais e insondáveis mistérios de que se rodeia a sua acção desmascaram-se, então, fazendo-os, por vezes, cair de um pedestal que nunca mereceram. É por isso que se deve ter cuidado com “ os arrivistas” aqueles que se servem da política para servirem interesses próprios ou de outros que os comandam.

 

Monumento aos figueirenses mortos na guerra colonial

Promovido pela Liga dos Combatentes e por iniciativa de José Manuel dos Santos, ex-combatente naquela guerra, vai ser inaugurado até ao final deste ano, um monumento para perpetuar a memória dos figueirenses que morreram em terras de África. O monumento ficará situado no relvado em frente do monumento aos mortos da grande guerra. O seu custo será suportado por doações de várias pessoas, empresas e Câmara Municipal.

 

A homenagem ao Dr. José Ledesma Criado

Decorreu com bom nível a sessão de homenagem à memória daquele ilustre advogado de Salamanca, inspirado poeta e grande amigo da Figueira. Para além da viúva do homenageado, D. Pilar e de alguns dos seus familiares, estiveram presentes, no Casino, muitos amigos figueirenses, a representante do Alcaide de Salamanca, o Presidente da Câmara da Figueira, Dr., Eduardo Aroso e o Prof. Pedro de Alenquer, que discursaram enaltecendo a obra poética de Ledesma Criado, na qual a Figueira está muito presente. Alguns dos seus poemas foram muito bem declamados pela Drª Manuela Azevedo, professora da Escola Infante D. Pedro, Buarcos. Foi distribuído gratuitamente a todos os presentes um livro de poemas de Ledesma Criado e, à noite, houve música e cantares pela Tuna de Salamanca e fados de Coimbra. De muito valor a exposição de parte do espólio do homenageado, constituído por livros, quadros, prémios, medalhas, etc.
Está de parabéns o Dr. Domingos Silva, dinâmico Director do casino que foi o principal organizador desta homenagem, bem merecida pelo muito que Ledesma Criado amou e propagandeou a Figueira.

 

Manuela Ferreira Leite – Paulo Portas

Debate morno. Nem outra coisa se esperava entre esses dois líderes dos partidos que muito se aproximam e nem negam a hipótese de poder haver uma coligação entre eles. Discordâncias, poucas: apenas com maior incidência quanto a impostos, em que Portas diz poder baixar alguns deles e Ferreira Leite não se compromete a tal, limitando-se a afirmar que só os baixará se possível, o que não lhe parece admissível com brevidade. Portas acusou o PSD de no seu programa se verificarem ambiguidades quanto a certas questões, como a segurança, o rendimento de inserção social, os apoios sociais, etc. Mais um confronto sem grandes novidades para quem o ouviu.

 

Hoje, é o final!

O último debate televisivo entre líderes dos partidos concorrentes às eleições legislativas é hoje, à noite, na SIC. E a ronda desses confrontos políticos fecha com as presenças de Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Será uma hora em que cada um procurará apresentar o melhor possível os seus programas e as suas soluções, e cativar os votos para o dia 27. Os maiores partidos, que presentemente, segundo uma sondagem da Universidade Católica, estão separados apenas por 2 pontos ( PS – 37% e PSD – 35%) têm o maior interesse no resultado deste debate, pois há ainda um número considerável de indecisos. Mas será que só os debates conseguem fazer decidir a posição a tomar quanto às referidas eleições? Não nos parece. A campanha eleitoral que vai agora iniciar-se deverá ser feita com a presença dos candidatos na rua, nas feiras, e nos mercados, nas mais distantes terras do interior, onde ainda não se vê televisão, e nos contactos pessoais. Tal exige muito esforço, mas é preciso fazê-lo para alcançar um bom resultado eleitoral.

quinta-feira, setembro 10, 2009

 

Para ler e meditar

“Dada a fraca qualidade da actual política portuguesa, em vez de uma jogada espectacular, digna de um Messi, poderão ser os autogolos a decidir o jogo”

(Armando Esteves Pereira, no “Correio da Manhã”, de ontem)

 

Da política local:

- Teve-se hoje conhecimento de uma sondagem sobre os resultados das eleições autárquicas na Figueira, verificando-se um empate entre o PS e o Movimento Figueira 100%;

- Um candidato que concorre à Assembleia Municipal, dispôs-se a aproveitar um blogue, que não lhe pertence, para “zurzir” em adversários políticos.
Fica-lhe mal essa atitude, porque a luta política não se faz nos blogues, faz-se frente-a-frente e de viva voz. Mas, “batendo em quem bateu” revelou recear uma boa prestação por parte dos que queria atingir. Aquele candidato devia, para seu governo, procurar frequentar um curso intensivo de formação cívica e política.

- Será verdade que se está já, no PS local, a tratar da substituição de Paredes como presidente da Comissão Política Concelhia?!
É o que vai constando…

- Afinal, muitos que, a princípio, diziam publicamente não gostar de João Ataíde para Candidato à Câmara, são agora os seus mais fiéis defensores.
Como é diferente a política de hoje!

- Num vídeo divulgado pelo blogue “Outra Margem” pode ver-se no acto da apresentação do candidato do PSD à junta de freguesia de S. Julião que se realizou na feira de antiguidades e velharias, Duarte Silva a dançar e a cantar com Maria José Valério o hino do Sporting Clube Portugal.
Foi uma atitude pouco política do candidato daquele referido partido, pois com ela fez uma opção clubista contrariando, claro, os não sportinguistas.
Ao fim e ao cabo, fez-se de um acto de campanha política, um acto de propaganda clubista. Enfim nem tudo deve servir para se mostrar e fazer política.

 

Protestos contra Hugo Chavez

Em vários países, em que residem venezuelanos, e também na Venezuela, realizaram-se manifestações de protesto contra Hugo Chavez.

A forma autoritária e repressiva como tem governado, com perseguições e prisões dos seus adversários políticos, levou a indignação e o protesto a muitos milhares de venezuelanos.

Hugo Chavez quererá ser talvez, um Fidel de Castro, esquecendo-se, porém que as circunstâncias actuais são diferentes, e que nem sequer tem um curriculum semelhante ao daquele político de Cuba.

Se não fosse o petróleo, Chavez estaria já isolado na comunidade internacional, mas o petróleo é o ouro negro de que muitos países precisam para o seu desenvolvimento.

E isso leva-os a abdicarem dos seus princípios éticos e democráticos.

É uma pena que assim tenha que suceder.

 

Sócrates – Louçã

Foi o debate mais vivo e intenso até agora.

E compreende-se porquê: é que há ainda uma grande fatia de eleitores, principalmente composta por socialista desiludidos, desencantados, com a acção do governo, que importa ao BE conquistar, interessando ao PS tornar a ganhar a confiança desses seus militantes ou apoiantes.

Daí que Sócrates fizesse o possível por mostrar o radicalismo do BE, enquanto se afirmou como líder de um partido da esquerda moderada.

Francisco Louçã referiu erros do Governo como a privatização da GALP e o ajuste directo à MotaEngil do Terminal de Alcântara, sendo, como se sabe, Jorge Coelho o Presidente a Administração (daquela empresa), com um prazo muito alargado da concessão.

Sócrates não hesitou em acusar Louçã de querer dar exemplos de casos soltos, fugindo à discussão da estratégia geral da economia.

A crise e o facto de não se ter feito a tempo a devida preparação para ela, a Educação e o Serviço Nacional de Saúde cuja gratuitidade progressiva Louça defende, foram temas vivamente discutidos.

Também a situação fiscal que afecta a classe média e a pouca defesa que dela parece fazer o BE, deram a Sócrates alguns pontos de vantagem.

O emprego, o investimento público e o apoio às pequenas e médias empresas foram ainda objecto de debate entre Sócrates e Louçã.

Enfim, pode dizer-se que Sócrates ia, desta vez, bem preparado para este confronto, sobretudo conseguindo mostrar, até com base no programa do BE, o radicalismo deste Partido como lhe convinha.

Louçã, porém, mostrou, de novo, a sua habitual vivacidade, inteligência, boa informação e competência.

Como se esperava, um bom debate.

 

Portas frente-a-frente com Jerónimo de Sousa

Foi, sem dúvida mais um debate civilizado, em que cada um dos interlocutores expôs com serenidade e clareza as suas ideias-chave.

Ambos tiveram de acordo nos ataques às políticas do governo, que acusaram de deixar o País em muito má situação e não apenas por causa da crise internacional.

Mas, claro, não coincidiram quanto às soluções de muitos problemas existentes.

Jerónimo de Sousa, mais radical quanto a nacionalizações, Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde, e Paulo Portas mais virado para a intervenção dos privados em certos sectores.

Quanto à agricultura que reconheceram estar de rastos, ambos criticaram severamente o Ministro, o qual Portas considerou o pior de todos desde o 25 de Abril.

E foram muitas as propostas apontadas pelos intervenientes no debate sobre vários problemas como política fiscal e económica, subsídio de desemprego, situação de pequenas e médias empresas, etc.

Foi um debate proveitoso.

 

Manuela Ferreira Leite na Madeira

A líder do PSD deslocou-se à Madeira para participar em acções da campanha eleitoral.

Mas cometeu, pelo menos, dois erros graves: elogiou demasiadamente Alberto João Jardim, negando a existência de “asfixia democrática” que ali há e aproveitou o carro do governo regional nas suas deslocações a várias iniciativas partidárias.

Quanto ao primeiro erro, realmente Manuela Ferreira Leite, que se diz arauta da política da verdade, esqueceu-se ou não lhe conveio lembrar a forma altamente censurável como foi recebido na Madeira o Presidente da República que Jardim não deixou que fosse a Assembleia Regional, assim como não se lembrou do que ocorreu com um deputado que foi impedido de ali entrar e ainda não quis lembrar-se de que o governo regional manda praticamente na principal imprensa madeirense.

E Manuela Ferreira Leite não pode desconhecer a forma anti-democrática como Jardim trata os seus adversários políticos e também até os próprios órgãos de soberania nacional.

A má educação, o insulto, a vaidade e o autoritarismo estão, efectivamente, com o chefe do governo madeirense.

Não merecia, pois, que Manuela Ferreira Leite lhe fizesse tantos elogios, apesar de Jardim ser do seu Partido.

O segundo erro foi ela ter utilizado o carro oficial do governo regional para se deslocar na Ilha, a fim de participar em acções de campanha do PSD,

A crítica, que se pode fazer a essa sua atitude, não tem por base os custos com o transporte.

É, sim, uma questão de princípio e a líder daquele Partido que tanto apregoa a honestidade, a isenção, a coerência, pretendendo dar um exemplo de tudo isso, andou mal e deu, na verdade, um mau exemplo.

 

Poder Económico e Poder Político

Alguns empresários (talvez mais do que seria desejavel), aproveitam os períodos eleitorais para cativarem a simpatia dos candidatos, dispondo-se a entrarem com dinheiro (por vezes bastante) para os custos das respectivas campanhas.

E não apostam apenas num Partido, preferindo “ajudar” vários, porque nunca se sabe quem vai ganhar e quem pode vir a retribuir-lhes “com juros” a tal “ajuda”!

É o poder económico a querer ter influência sobre o poder político para depois se servir dele para os seus negócios…

Quantas vezes a ambição de certos empresários, no que respeita a lucros, é desmedida, socorrendo-se para a satisfazer de quaisquer meios, mesmo ilícitos.

Os “homens do dinheiro” nunca “dão ponto sem nó”, como diz o povo.

Daí ser perigoso que os políticos se deixem seduzir pelo seu apoio, ainda que faça jeito, pois contribui para fazer face às sempre elevadas despesas das campanhas.

Só que os candidatos não devem hipotecar-se ao capital, mantendo-se, sim, com a devida independência e isenção relativamente ao poder económico.

Se assim não fizerem, é um mau começo, que poderá vir a ter consequências desagradáveis no futuro.

segunda-feira, setembro 07, 2009

 

Para ler e meditar

“Seria um milagre haver um Governo capaz de, pela avaliação do mérito, remunerar de forma diferente os seus ministros”
(Carvalho da Silva, no Diário de Notícias de ontem)

 

Da política local:

- O líder da candidatura PS local tem falado numa “Aldeia do Mar”, que não se sabe bem o que tal representará. Mas era mais fácil, concretizável e menos dispendioso interessar a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra a vir instalar na Figueira um centro de estudos de Biologia Marítima.
Já em tempos, houve conversações nesse sentido e ainda que sem resultado positivo.
- Também não há muitos anos chegou a estabelecer-se entre a Câmara de então e aquela Universidade um diálogo para que pelo menos parte dos cursos de Verão, que ali se realizam anualmente, com a participação de muitos estrangeiros, tivesse uma extensão na nossa cidade, utilizando, por exemplo, as instalações da Universidade Sénior, no Palácio Sotto Mayor.
É esta mais uma sugestão que se deixa a quem ganhar a Câmara.
- No acto de posse das novas Câmara e Assembleia Municipal estarão ainda as portas do respectivo edifício por pintar? Será necessário uma subscrição pública?

 

Manuela Ferreira Leite versus Francisco Louçã

O frente-a-frente entre estes dois políticos decorreu em bom nível, quer quanto à compostura educada de ambos quer quanto à forma esclarecedora como souberam transmitir as suas ideias e alguns pontos dos seus programas de acção.
Não há já dúvida de que as regras acordadas para os debates têm proporcionado um bom ambiente entre os intervenientes, evitando-se “barulho a mais”, insultos e até ataques pessoais.
Muito embora haja quem defenda a maneira como aconteciam os debates noutras campanhas, o certo é que quem, agora, assiste àqueles espaços televisivos ficam mais aptos para fazer comparações e tomarem, oportunamente, opções políticas.
Aguardam-se os debates entre Sócrates e Manuela Ferreira Leite e Sócrates e Louçã, que devem ser de grande importância.

 

Sócrates na Convenção Socialista

Com cerca de mil participantes, realizou-se, ontem, no Coliseu dos Recreios, uma Convenção Nacional Socialista.
E, como era natural, o Secretário-Geral do PS fez o discurso principal dessa reunião.
Revelou ele a postura que, há já tempo, vem tomando, uma postura de humildade, de compreensão dos que, mesmo no interior do Partido, têm criticado algumas das políticas implementadas pelo governo. É que, segundo disse, nunca ninguém pode ter a pretensão de deter toda a verdade, devendo haver a humildade de rectificar posições assumidas porventura erradamente.
Reivindicou, mais uma vez, que o PS é mesmo da esquerda democrática, enumerando, por exemplo, várias medidas sociais que justificam essa natureza do Partido.
E, claro, o seu ataque maior foi dirigido ao PSD, que representa, hoje mais do que nunca, uma direita conservadora e retrógrada.
Daí que tivesse concluído no sentido de que não se votar no PS será facilitar a futura governação do PSD, o que levará a um recuo no que de progressivo e de modernização o actual governo já fez.

 

As apostas eleitorais

Já há quem faça apostas quanto aos resultados das eleições autárquicas!
E naturalmente dividem-se as opiniões quanto à vitória: para uns, será o PS, para outros o PSD e ainda para outros o Movimento Figueira 100%.
Embora tais eleições só se realizem a 11 de Outubro, é certo que os Partidos e o referido Movimento já há tempo andam fazendo acções no terreno, procurando aproximar-se dos eleitores e convencê-los a aderir aos seus programas.
Pelo que se tem sabido, o Movimento Figueira 100% tem subido significativamente quanto ao bom acolhimento por parte das populações do concelho; o PS parece que, apesar do que se tem passado no seu interior e que tem provocado reacções negativas em alguns dos seus militantes, pensa ter condições para manter a fidelidade habitual na votação do Partido; o PSD, pelo grande desgaste sofrido numa anémica gestão camarária e também pelas lutas internas havidas, não tem dado nas vistas quanto à sua pré-campanha, parecendo desorientado e sem poder falar de um passado nada valioso nem encontrando possibilidade de apresentar ideias novas para o futuro; a CDU ainda que, como sempre, esteja a desenvolver um trabalho de dedicada militância, deseja decerto apenas manter um resultado semelhante a outros que tem tido.
Neste momento, não poderão para já, pensamos nós, fazer-se apostas com um razoável grau de probabilidade.
É que, apesar de, na verdade, as opções se dividirem neste momento entre o PS e o Movimento Figueira 100%, há ainda muito trabalho a realizar até às eleições.
Portanto, parece-nos que as apostas são ainda prematuras!

domingo, setembro 06, 2009

 

Será possível?!

Francisco Louçã, num seu recente discurso em que criticou, mais uma vez, as muitas inaugurações que o governo vai fazendo neste período de pré-campanha, revelou que na inauguração de um Hospital sucedeu algo de insólito.
É que, dois dias depois dessa inauguração, feita com pompa e circunstância e com jornalistas a tirar fotografias, o fornecedor das camas que ali foram vistas foi buscá-las, pois elas serviram apenas para… vista!
Em princípio, recusamo-nos a acreditar que tal tenha sido possível, mas o certo é que o líder do BE não tem por costume mentir ou estar mal informado.
Mas, por outro lado, custa-nos a acreditar que a Ministra da Saúde se prestasse a esse “teatro”, a não ser que desconhecesse o que se passava quanto às camas “figurantes”!
A ser verdade, francamente é caso para dizer: ao que se está a chegar, Santo Deus!

 

Na Justiça há privilegiados?

Claro que, pelo menos por agora, não acreditamos, conhecendo como tivemos de conhecer durante muitos anos o meio judicial.
Mas o certo é que não podemos deixar de estranhar que, conforme já foi noticiado, o caso “freeport” fique parado até depois das eleições.
Porquê e com que base legal?
Será, na verdade, porque alguns que têm que prestar declarações vão estar envolvidos nessas eleições?
Será porque esses dispõem de um estatuto social ou político acima da média?
Não, não se vê razão aceitável para se pararem as investigações num caso tão importante e de que ainda muito pouco se sabe em concreto.
Assim, como não se compreende que os elementos na posse da polícia do Reino Unido e há muito solicitados pelos investigadores portugueses, ainda não tenham sido entregues ou revelados.
Há, realmente, coisas que fogem ao nosso entendimento!
Porém, a verdade é que quem tem a seu cargo a investigação no referido caso só marcará diligências (entre as quais o depoimento, como testemunha, do Ministro Silva Pereira) para depois das eleições, alegando-se não se querer intervir nelas de qualquer maneira.
Mas, o que é que tem o poder judicial de prestar atenção ao período eleitoral?!

 

A renovação do parque escolar

O governo, e bem, decidiu avançar com a renovação das escolas, tornando-as mais modernas, funcionais e atractivas.
Na Figueira, escolheu-se a Escola Joaquim de Carvalho para aquele fim e as respectivas obras, segundo se diz, custarão mais de 5 milhões de euros.
Quer-nos parecer que aquela escola não era de todas as existentes na cidade a mais necessitada, até porque ainda há relativamente pouco tempo sofreu algumas obras de beneficiação.
Por exemplo, a escola Cristina Torres, que pouco tempo depois da sua inauguração logo apresentou defeitos de construção, bem mais precisada estava de se lhe acudir com obras profundas necessárias.
E até a escola João de Barros está a pedir que se façam intervenções que a beneficiem.
Começou-se pela escola Joaquim de Carvalho, foi uma opção, talvez não a melhor, mas o certo é que o pavilhão desportivo que era um dos melhores da Figueira e o Salão de Festas, já estão praticamente demolidos e outras partes seguirão o mesmo caminho.
Os alunos terão de passar o próximo ano lectivo em contentores, que por muito bons que sejam, não se podem comparar às antigas salas de aula.
Enfim, as obras começaram e não podem já parar, embora com elas haja que fazer alguns sacrifícios por parte de professores e alunos.
Será bom, porém, que não se esqueçam as outras escolas, até porque há muitos milhões de euros com destino à renovação do parque escolar.

 

Dr. José Ledesma Criado

A 10 do corrente mês, vai ser prestada no Casino uma justa homenagem póstuma àquele ilustre advogado de Salamanca e que foi um grande admirador da Figueira, onde, com a sua família, passou durante muitos anos, períodos de tempo não só na época estival.
Foi uma figura querida dos figueirenses que sabiam que Ledesma Criado era como que um embaixador da nossa cidade na região espanhola donde era natural, onde vivia e trabalhava.
Participante fiel em muitas iniciativas culturais e turísticas realizadas na Figueira, o Dr. Ledesma Criado estava sempre disposto a colaborar em tudo o que a prestigiasse, dando-a a conhecer nos meios espanhóis que frequentava.
A Câmara da Figueira, após a sua morte, já homenageou a sua memória atribuindo o seu nome a uma praça.
Agora, o Casino, que ele frequentou com assiduidade, vai prestar-lhe mais uma homenagem, lançando um livro de poemas da sua autoria, onde a Figueira, de que tanto gostava, está muito presente. E também será inaugurada uma exposição com o seu valioso espólio.
Desde já, me associo a essa muito merecida homenagem ao Dr. Ledesma Criado, com quem sempre tive a melhor amizade e admiração.

 

Da política local:

- Os componentes da lista do PSD à Junta de Freguesia de S. Julião, liderada por Mota Cardoso, foram apresentados na Feira de Antiguidades, que costuma realizar-se junto ao jardim municipal. A escolha daquele local foi original e também estranha, pois ali só há “velharias”…
- As freguesias do nosso concelho continuam a ser visitadas por elementos das várias candidaturas, que se têm esforçado por transmitir os seus programas de acção e as medidas que adoptaram para os cumprir.
- Há já tempo que não são conhecidas quaisquer sondagens, feitas principalmente pelos principais Partidos que concorrem aos órgãos autárquicos da Figueira. Será porque, a existirem tais sondagens, não lhes estão a ser favoráveis?!
- O BE, cujas listas não foram aceites pelo Tribunal desta comarca, com base em irregularidades, recorreu para o Tribunal Constitucional que terá que pronunciar-se dentro de breves dias.
- As eleições autárquicas estão presentemente a mostrar mais acções dos respectivos concorrentes do que as legislativas, das quais, com excepção dos debates televisivos, pouco ou nada se tem promovido.
- O Diário de Coimbra de hoje mostrou fotografias de alguns dos participantes no último jantar-convívio que o PS realizou na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
E nessas fotografias, na mesa de João Ataíde estava Aprígio dos Santos, o qual aparece também a abraçar José Sócrates.
Novas ou já antigas amizades?!

 

Para ler e meditar

“Portugal é um pequeno país onde o mundo dos grandes negócios se submete demasiado ao poder de quem detém as rédeas do Estado”
(Octávio Ribeiro, no Correio da Manhã, de 3 do corrente)

sábado, setembro 05, 2009

 

Da política local:

- Ontem, com mais de 700 participantes, realizou-se um jantar-convívio promovido pelo Movimento Figueira 100%, em que foram apresentados os candidatos às Juntas de Freguesia, à Assembleia Municipal e à Câmara.
Discursaram: o mandatário da candidatura, Professor Doutor José Augusto Cardoso Bernardes, o candidato à presidência da Assembleia Dr. Nogueira Santos e o líder do Movimento Engenheiro Daniel Santos.
- Herculano Rocha já comunicou aos militantes do PS assumir as funções de director da campanha da candidatura de João Ataíde
- O seu irmão, Hugo Rocha, será o director financeiro da mesma candidatura.

 

Vítima da “ lei da rolha”?

Mesmo que não se goste do estilo jornalístico de Manuela Moura Guedes não devia ela ser “ corrida” do seu Jornal Nacional de sexta-feira nas circunstâncias e da forma como se quis calar a sua voz na TVI.
A poucos dias das eleições legislativas, depois de já há tempo Sócrates ter criticado pública e severamente a “ perseguição” e o mau tratamento que lhe eram dados naquele programa; depois de o governo ter praticamente cortado relações com aquela estação televisiva; depois de Manuela Moura Guedes ter anunciado estar de posse de uma peça importante e com relevância para o esclarecimento no caso Freeport, peça que iria transmitir precisamente ontem, sexta-feira – depois de tudo isto, a administração daquela empresa televisiva decidiu suspender o Jornal Nacional, afastando, aquela que estava a causar muita incomodidade.
Terá que ficar esta pergunta: foi por mero acaso que se afastou Manuela Moura Guedes? É legítima a suspeita de que foi “ recado” encomendado àquela administração? O procedimento desta é ou não legal e representa ou não uma violação da liberdade de imprensa? A administração já veio esclarecer que era necessário fazer um redimensionamento do programa, razão porque teve que dispensar a apresentadora.
Só que tal foi, pelo menos, muito inoportuno surgindo essa decisão até sem se ouvir a direcção e o conselho de redacção, o que levou os membros desses órgãos a demitirem-se em bloco imediatamente.
Se a “ Prisa” empresa ligada ao partido socialista espanhol, quis evitar que Sócrates e o PS fossem mais atacados neste período eleitoral, andou mal, criando uma situação que não pode agradar ao Secretário-Geral do PS.
Sócrates apesar dos antecedentes havidos não cairia em desejar “ uma ajuda dessa natureza”.
Há, pois, que averiguar bem como tudo isto se passou e a Entidade Reguladora da Comunicação já abriu o respectivo inquérito cujo resultado se espera que seja breve.
É que não pode haver a mínima suspeita de que se está a voltar à censura, de má memória.
Última hora: de Espanha, a “ Prisa” já informou que não teve qualquer interferência no sucedido quanto ao afastamento de Manuel Moura Guedes.

 

E a moda vai pegando!

Há tempo foi o Dr. Lopes da Mota, magistrado que é o presidente do Eurojust, que requereu o afastamento do Procurador que está a investigar se ele exerceu ou não pressões sobre algumas personalidades, a respeito no caso Freeport, alegando que a investigação está a ser conduzida com falta de isenção e de imparcialidade.
Agora, foi um dos arguidos naquele caso, de nome Carlos Guerra, que também já requereu, com base em razões idênticas, o afastamento dos dois Procuradores que têm a seu cargo a r4spectiva investigação.
Claro que esse incidente vai demorar tempo a decidir, mas “ enquanto o pau vai e vem folgam as costas”, como diz o ditado popular.
Nunca houve tanta “ suspeita” de parcialidade quanto à acção de magistrados, “ suspeita” que não existirá mas que servirá para atrasar os processos.

 

Posse de mais juízes

Quarenta e seis novos juízes tomaram posse no Supremo tribunal de Justiça.
Trinta e nove mulheres e apenas sete homens vão iniciar as suas funções de juízes de 1ª Instância, depois de alguns anos de preparação, para além dos que duraram o seu curso universitário. A televisão entrevistou duas novas juízas e, francamente, gostámos de as ouvir dizer que, embora devam ter o melhor conhecimento das leis, também importa julgar sempre com o melhor bom senso e com espírito de humanidade, procurando aperceber-se bem das circunstâncias em que as partes em litígio agiram e socorrendo-se também da experiência de vida dos que têm que julgar.
Apesar daquelas magistradas terem apenas 29 anos, foi bom ouvi-las falar assim.
É que, muitas vezes, os juízes são como que autómatos a aplicar a lei.

 

O debate entre Francisco Louçã e Jerónimo Sousa

Foi um frente-a-frente sereno, respeitador, esclarecedor relativamente aos temas abordados, quanto aos quais, de uma maneira geral, os intervenientes estiveram até em sintonia.
Para os líderes do BE e do PCP o principal adversário nas próximas eleições é este PS que, até há pouco, usava linguagem e tinha postura de direita.
É essa política de direita que aqueles líderes estão interessados em derrotar, para que seja possível uma maior justiça social, melhores condições de vida para os portugueses, a devida valorização do trabalho e dignificação de quem o presta, menos desigualdades sociais, mais emprego e menos pobreza.
Não se ouviu de qualquer dos intervenientes uma recusa firme de vir a ser possível uma coligação de esquerda, pois para eles mais dos que os partidos interessam as políticas que se desejam praticar.
Enfim, foi um debate agradável de seguir, sem revelar nervosismos ou crispações, procurando cada um transmitir com clareza as suas ideias.

 

Para ler e meditar

“Sabe-se que o discurso político não é feito para enunciar a verdade mas para criar esperança e adesão”
(José Gil in Visão)

quinta-feira, setembro 03, 2009

 

Morreu Maria Clara

Com 85 anos, faleceu ontem Maria Clara, que foi a primeira intérprete da Canção da Figueira, cuja música é da autoria do maestro Nóbrega e Sousa e a letra do poeta figueirense António de Sousa Freitas, também, já falecidos.
Maria Clara que foi durante muitos anos uma das mais conhecidas e populares cantoras de música ligeira fez, com aquela canção uma valiosa propaganda da nossa terra, sendo ainda hoje a par da Marcha do Vapor as canções mais emblemáticas da Figueira.
Maria Clara e os autores da música e da letra da Canção da Figueira foram homenageados pela Câmara, presidida pelo Eng.º Aguiar de Carvalho, num espectáculo realizado no Casino, em que participaram muitos outros cantores e artistas, sendo afixada naquele local uma placa comemorativa.
Como Vereador dos Pelouros do Turismo e Cultura tive o prazer e a honra de dirigir aos homenageados palavras de muito apreço e de gratidão pelo bom serviço que, gratuitamente, prestaram à Figueira.
Muito pesaroso pela morte de D. Maria Clara, curvo-me respeitosamente perante a sua memória, apresentando sentidas condolências à sua excelentíssima família.

 

Debates com limitações…

Nos debates televisivos entre os líderes dos Partidos concorrentes às eleições legislativas do próximo dia 27, não podem ser discutidos temas como os dos impostos e da agricultura.
Tal resultou de um acordo ou, segundo já se diz, foi imposição do PS?!
Seja de uma maneira ou de outra, o certo é que os debates não são livres, sujeitando-se a regras muito rigorosas e, a ser verdade, há até matérias reservadas, sobre as quais os intervenientes não podem falar, deixando de esclarecer quem os ouve.
E, no entanto, muito, mesmo muito havia a saber de Sócrates e Portas a respeito de tais assuntos.
Debates desta maneira, francamente não podem agradar!

 

A entrevista de Sócrates

Praticamente, nada de novo o primeiro-ministro disse na sua última entrevista televisiva com Judite de Sousa.
Aproveitou, como já é habitual, para fazer um “relatório” do que o governo fez, que considerou muito positivo e, em face disso, apelou a que os eleitores dêem ao PS a vitória com maioria, condição que reputa essencial para a estabilização da governação.
Confrontado com a atitude de Pina Moura, que elogiou o programa do PSD, reconheceu, porém, que não contava com essa atitude, mas que o PS era um Partido plural em que há liberdade de opinião por parte dos seus militantes.
Mas, o que mais se estranhou nessa entrevista foi a postura humilde, empática mesmo, que Sócrates adoptou, chegando até a dizer ter havido falta de “delicadeza” no tratamento dos professores quanto à apresentação das reformas a Educação e no tratamento dos docentes.
E também a ministra já tinha dito anteriormente que, decerto, houve uma defeituosa comunicação das alterações que se pretendiam fazer naquele sector!
Porém, quer um quer outro continuam a revelar que tais reformas foram muito importantes para ser possível um melhor ensino, uma melhor escola.
Relativamente ao caso freeport, Sócrates afirmou apenas que confia na Justiça e que a verdade vem sempre ao de cima.
Por fim, não hesitou em dizer que o PSD actual é o que, desde sempre, está mais na área da direita conservadora e retrógrada.
Bom será que esse mal não se pegue!

 

Gala no Casino

Amanhã, dia 4, realiza-se a Gala comemorativa dos 125 anos do edifício do Casino.
Aqui deixamos a nossa gratidão pelo convite.

 

Agora é a vez de Jardim!

O chefe do governo madeirense fala, fala criticando Sócrates mas acaba por imitá-lo!
Estão anunciadas 60 inaugurações (até as rotundas servem!) as que aquele muito polémico político procederá até às eleições autárquicas.
Quer dizer que o sr. Jardim vai esfalfar-se a correr de um lado para o outro, pois estará presente em duas inaugurações por dia!
E, é claro, haverá cerimónias luzidas, com pompa, foguetes e discursos inflamados neles se aproveitando a ocasião para Jardim revelar, mais uma vez a sua falta de educação e de linguagem e atitude anti-democratas.
E, claro, para essas inaugurações, que são autênticos actos de campanha eleitoral, vão aproveitar-se dos meios logísticos públicos (transportes, serviços de funcionários, etc).
E assim vai a democracia na Madeira.

 

A Festa do Avante

Vai começar mais uma Festa do Avante, promovida pelo Partido Comunista Português.
Para além de se tratar de uma concentração política, aquela Festa é, já há muito, uma iniciativa de natureza cultural de muito relevo, que tem tido o condão de atrair milhares de pessoas.
É justo destacar que essa Festa conta, na sua organização, com a acção de muitos voluntários, na sua maioria, claro, militantes dedicados daquele Partido.
Mais uma vez, decerto, nos dias 4, 5 e 6, vão estar no enorme espaço da Atalaia onde se realiza o evento um grande número de pessoas quer sejam ou não adeptos do PCP.

 

Para ler e meditar

“Numa forçada sintonia com José Sócrates, a ministra da Educação teve que reconhecer que falhou na relação com os professores.
Nada de mal quando se assumem erros. O pior é não admitir que ao reconhecê-los se está a negar uma política de anos. A ministra sabe, como toda a gente sabe, que com aquelas reformas nunca poderia haver boas relações com os docentes”
(no Público de hoje)

quarta-feira, setembro 02, 2009

 

Paredes é ou não é?

O presidente da comissão política concelhia do PS local, António João Paredes enviou mensagens por telemóvel aos militantes do partido informando que, afinal, não é director de campanha da candidatura de que é líder João Ataíde. Não é, nem nunca foi, diz Paredes. Informou, porém, que já foi designado pela federação distrital para mandatário concelhio da lista para as eleições legislativas. Ainda bem que fez esse esclarecimento porque, na verdade, pensava-se que Paredes era, efectivamente, o director da campanha de João Ataíde...
Mas, quem é afinal?

 

Veto...sem ser veto

O Presidente da República acaba de promulgar o diploma do novo sistema contributivo para a segurança Social. Mas, disse que tal promulgação não significa que esteja de acordo com tudo o que consta desse diploma. Simplesmente, daí não resultarão quer consequências o que conta é, na verdade, a promulgação. Se Cavaco Silva tinha dúvidas ou pelo menos certas reservas quanto àquele novo sistema contributivo, apenas lhe restava usar do veto. Não o fez, preferindo promulgar contra o seu pensamento e consciência? É a primeira vez que tal acontece com Cavaco Silva, embora se presuma que não quis nesta época de confronto eleitoral, trazer mais perturbações entre os partidos.

 

Pina Moura elogiou o programa do PSD

Aquele, que foi Ministro das Finanças e da Economia no governo de António Guterres e que é destacado membro do PS, já manifestou publicamente o seu apoio, aliás inesperado, ao programa apresentado pela líder do PSD. E disse que o considera mais de acordo com a realidade portuguesa, sendo mais “ clarificador”, “ mais duro e focado” do que o do PS e tendo uma acertada noção da existente escassez de recursos, o que condiciona um maior desenvolvimento das políticas sociais. Esta análise de Pina Moura contraria o Ministro dos Assuntos Parlamentares que classificou de “ decepcionante” aquele programa do PSD. Pina Moura, como se sabe, não despreza há já tempo a hipótese de um Bloco Central para o governo e, neste sentido, também João de Deus Pinheiro e ainda o vice-presidente do PSD, Professor Doutor Paulo Mota Pinto. Haverá, porventura, já qualquer entendimento entre personalidades importantes dos dois partidos? Sócrates tem-se manifestado contra tal hipótese e com ele grande parte de socialistas. Mas o resultado das próximas eleições legislativas a que conduzirá: a uma coligação de direita ou de esquerda? Optamos, claro, por esta porque já se viu demasiada política de direita que teve más consequências.

 

Já chegaram dois presos de Guantanamo

Portugal foi o primeiro país a acolher, por razões humanitárias, presos da cadeia de alta segurança de Guantanamo. E foram dois sírios que chegaram, depois de ali estarem detidos desde 2002 sem acusação formada. Ficarão a viver algures, em residências cedidas pelo Estado, a sua identidade não será revelada e proceder-se-ão a programas em ordem à sua inserção na sociedade portuguesa. Foi um bom exemplo que se deu ao mundo, revelando além de louvável espírito humanitário, o desejo de fazer respeitar os direitos fundamentais dos cidadãos entre os quais está o direito à justiça, isenta e imparcial.

 

Quando começa a campanha para as legislativas?

As inaugurações, quase diárias, de obras de vária natureza por parte do governo são, sem dúvida, já o começo da campanha para as eleições legislativas.
É que, na verdade, os discursos que ouvimos, a presença de tantos governantes e a pompa como se procede a tais inaugurações, podem ser considerados como autênticos comícios em que os elogios que se fazem quanto a diversos sectores não podem deixar de ser propaganda. Quer o Primeiro-Ministro quer os seus colaboradores têm-se, efectivamente, desdobrado em acções dessa natureza. Claro que é bom que o governo, ainda que só agora, se tivesse disposto a tantas inaugurações de obras e empreendimentos. Mas não será um aproveitamento pelo menos estranho que se utilizem tais inaugurações e visitas governamentais como actos que já são o começo da campanha eleitoral? Não será uma antecipação que pode levar a uma justificada crítica?

 

Hospitais EPE

Afinal, os hospitais públicos com gestão empresarial tiveram, no primeiro semestre deste ano, 91,1 milhões de euros de prejuízos. A transformação de alguns hospitais do sector público administrativo ( SPA) em regime de empresas públicas parece não estar a dar resultados positivos. A prova que já existe é a de que os hospitais SPA, no mesmo período deram 40 milhões de saldo positivo. Enfim, foi mais uma “ inovação” que se fez, mas que não beneficiou, até agora, o Serviço Nacional de Saúde, o qual chegou a ser não há muito um “mal amado”, embora presentemente já lhe façam elogios.

 

Para ler e meditar

“Portugal está em obras. Como os faraós, quanto menos o político faz pelo povo mais constrói para o povo ver”
(João César das Neves in Diário de Notícias de 31 de Agosto)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?