.comment-link {margin-left:.6em;}

domingo, abril 24, 2011

 

Mais um aniversário da Revolução dos Cravos

Os democratas autênticos não podem deixar no dia 25 de Abril, em cada ano, uma grande emoção, recordando a Revolução de 25 de Abril de 1974 que acabou com a ditadura de Salazar e Caetano que, durante cerca de meio século, deteve o poder neste país, à custa de repressão, violência, opressão, perseguição e prisões injustificadas, desrespeito constante dos direitos humanos fundamentais.
Essa Revolução. Que foi chamada dos Cravos, trouxe como que a ressurreição politica dos portugueses, a conquista da cidadania, a possibilidade de realização plena de cada um numa sociedade que se pretendia justa, fraterna e igualitária.
Nada há que possa dar maior satisfação a homens responsáveis, conscientes, do que saberem-se livres, participantes directos do interesse colectivo, construtores dinâmicos e entusiastas de uma autêntica comunidade democrática.
Com a libertadora Revolução de Abril, o Povo reencontrou a sua voz activa, tomou consciência da sua força, emancipou-se de tutelas ridículas, humilhantes, abusivas e ilegítimas.
O 25 de Abril foi a bela alvorada da esperança num futuro melhor, mais digno, foi o despertar feliz de um Povo que um regime ditatorial quis, pelos mais sofisticados e violentos meios, narcotizar para melhor subjugar.
A Revolução de Abril veio, até com inesperada facilidade, pôr fim a um regime obsoleto e altamente repressivo, desumano.
Veio escancarar as portas para novas e mais sedutoras perspectivas, veio oferecer aos portugueses as condições para construir por si, com o seu querer, uma nova sociedade em que se sentissem mais felizes, porque livres nas suas opções, mais interessados e inseridos na vida política, colectiva.
Quem ama sinceramente a Liberdade e a Democracia, muitos lutando por elas com coragem e com enormes riscos durante o período negro da ditadura, não poderá nunca deixar de recordar e exaltar a Revolução dos Cravos, que foi, sem dúvida, o acontecimento mais importante da nossa História contemporânea e, como precursor que foi da queda de alguns regimes totalitários, teve até significativo relevo na Europa e no Mundo.
Havia, então, por parte dos que trabalharam pela mudança de regime, valores e princípios éticos, havia firmeza nas convicções políticas, honestidade nas condutas, coerência nas opções políticas.
Tudo isso foi revelado, em elevado grau, na Assembleia Constituinte e, de uma maneira geral, na classe política que surgiu após a Revolução.
Mas há que reconhecer que, com o tempo e mercê de várias vicissitudes e acções e praticas politicas, os valores em que se baseou a Revolução de Abril foram-se esbatendo e mesmo esquecidos.
A vida política foi-se, infelizmente, degradando e hoje em muitos vai vingando a desilusão, o descontentamento, agora com o agravamento da grande crise económico-financeira que afecta o país.
É uma realidade que tem havido quem tem exercido o poder nem sempre da melhor maneira, não servindo bem a democracia, que, injustamente vai sendo o bode expiatório das culpas do que tem corrido mal, sobretudo da parte dos que não se têm preocupado em aperfeiçoar e aprofundar a democracia, usando-a para alcançarem, quantas vezes, com despudor, os interesses próprios.
Os democratas sinceros, porém, não podem cruzar os braços, devem reagir contra tudo e todos que procurem desvirtuar ou adulterar o regime democrático, com acções políticas inadequadas e quase sempre de cariz neoliberal, com todas as suas injustiças.
Os democratas sinceros têm o dever de honrar os militares de Abril que, corajosamente, fizeram a Revolução dos Cravos, quebrando as grilhetas com que o povo português viveu durante a ditadura.
Que nunca se perca o espírito de Abril, que nunca se deixe de celebrar como merece, mesmo que neste ano os responsáveis políticos lamentavelmente não lhe dêem já a atenção e a solenidade que se impõem.
Viva o 25 de Abril!

sexta-feira, abril 22, 2011

 

O grande “pecado”!

Os que, ao longo destes últimos trinta e tal anos, têm estado em lugares políticos de responsabilidade nem sempre têm servido bem a democracia.
Deixam-se seduzir pelo poder, retirando dele tudo o que possa fomentar a sua vaidade e os seus interesses próprios, usando muitas vezes de meios censuráveis ou mesmo ilícitos.
A mentira, as promessas irrealizáveis, a falta de ética, de seriedade e transparência, o autoritarismo e a arrogância aparecem, com facilidade, na conduta política, sobretudo quando se trata de “aguentar” o pedestal do poder.
A política assim exercida é política de vergonha!
Mas, a verdade é que se constata que mesmo nos Partidos não tem havido a formação precisa principalmente para os jovens, que são usados quase sempre apenas nos comícios para fazerem barulho, empenhando bandeiras e gritando slogans…
Qual desses jovens tem a preocupação de uma formação politica, através, por exemplo, da leitura e que têm feito os partidos para garantirem essa formação?!
Lembrarem-se dos seus militantes somente nas vésperas de eleições é muito pouco ou mesmo nada com real valor.
De uma maneira geral, os responsáveis políticos e os partidos têm cometido, efectivamente, um grande “pecado”, deixando que a política se vá desacreditando cada vez mais, mormente por falta de uma sólida preparação quanto a uma noção correcta e responsável como se deve fazer política.

 

Quem está já a pagar as culpas?!

Da lista de candidatos a deputados do PS não fazem parte personalidades gradas do Partido.
Umas por vontade próprio como, segundo se diz, Luís Amado, que, no entanto, além de ter sido um discreto e eficiente Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi, porém, uma voz critica em relação a certas atitudes de José Sócrates. Teixeira dos Santos, por exemplo, que foi o braço direito de Sócrates, termina mal o seu mandato como Ministro da Finanças, pois não foi sequer convidado a integrar a lista de candidatos a deputados e nem lhe foi dado o protagonismo, que seria natural, nas negociações com o FMI e a Comissão Europeia, preferindo Sócrates dar maior relevo, nessas negociações, ao ministro Silva Pereira!
Quer dizer que não se hesitou no PS em afastar todos aqueles que, alguma vez, não estiveram ao lado das posições de Sócrates, parecendo também que se pretende fazer de Teixeira dos Santos o principal responsável pelo que correu mal nas finanças públicas!...
Enfim, as politiquices e os pessoalismos que vão dominando os partidos, levando a não se aproveitar a colaboração dos que, na verdade, são mais competentes e bem preparados, preferindo-se antes quem se sujeite a ser submisso às ordens dos “chefes”!
E, assim, se vai deteriorando a vida político -partidária.

 

Sexta feira de Paixão

Neste dia, os católicos lembram a injusta humilhação, o grande sofrimento e a morte na cruz de Jesus Cristo.
Hoje, nos chamados tempos modernos, com constantes evoluções no sentido de um melhor bem -estar dos cidadãos, muitos são confrontados ainda com vidas de enormes privações e provações. Para muitos o significado da Paixão é, na verdade, de todos os dias!
Acabámos de ver na televisão um programa sobre idosos doentes e já acamados, que são assistidos por alguns familiares, ainda que tenham que fazer muitos sacrifícios nas suas vidas pessoais, pois não têm recursos para pagar a quem façam os necessários trabalhos e tratamentos aos seus doentes.
Emocionou-nos constatar o muito esforço, mas ao mesmo tempo os muitos gestos de afecto, com que um marido, também já idoso e doente, trata a mulher que sofre de uma doença degenerativa, não podendo já falar nem andar, estando absolutamente dependente.
E aquela filha que teve inclusivamente de deixar de trabalhar para assistir a seus pais, já muito idosos e doentes, e a ternura como ela se referiu a eles.
Mas aqueles outros idosos que são abandonados nos hospitais (no Amadora -Sintra há 40 e tal!) e ali ficam longe dos seus familiares e dos seus meios à espera da morte?!
Sim, há muitos, mesmo muitos que todos os dias sentem o sofrimento da Paixão!
Até quando o Estado tem a coragem de enfrentar o problema dos idosos, cada vez mais agudizado, encontrando as soluções que se impõem?

 

Para ler e meditar

“É possível um país funcionar se é arrastado por invejosos, quando promove os medíocres e afasta os melhores? A resposta está à vista. A inveja levou Portugal à ruína”
(Carla Hilário Quevedo, na revista “Tabu”, de 21 do corrente)

quinta-feira, abril 21, 2011

 

Páscoa sem crise!

Principalmente nas praias do Algarve há já muitas pessoas, que procuram aproveitar os feriados deste Abril.
E os hotéis estão com melhor ocupação do que no ano passado em idêntico período.
É bem certo que alguns portugueses ainda não se aperceberam devidamente da necessidade que há na contenção de despesas.
Continuam a fazer a vida que lhes era habitual, não revelando a preocupação em poupar…
No Inverno, na Serra da Estrela os hotéis tiveram muitos hóspedes não se queixando da crise.
Quando se aproxima o Verão, os centros turísticos e as praias acolhem os que, pelos vistos, não sentem necessidade em diminuir despesas.
Também as agências de viagens têm tido muita procura com viagens já marcadas para locais que são até caros.
Enfim, há quem não queira mudar de hábitos mas depois não se queixem.

 

Desta vez será?

A Câmara, segundo já foi noticiado conseguiu os apoios financeiros necessários para as obras de recuperação do edifício conhecido como Castelo Engenheiro Silva,
Oxalá se concretize, e com brevidade tal noticia, pois aquele imóvel é emblemático da nossa cidade e tem estado, há muito, degradado, constituindo até perigo para quem passa junto dele.
E vão diminuindo as ajudas…
Com a significativa descida dos donativos, está a agravar-se a situação das Instituições de Solidariedade Social, que, sem recursos, não podem acolher os cada vez mais pedidos de ajuda por parte dos que precisam dela.
É também a crise daqueles que, embora tenham para si o suficiente, estão a ficar impedidos de apoiar quem vive na pobreza.
Por muito boa vontade que haja em ajuda, a verdade é que não é possível socorrer todos que esperam auxílio de que precisam.
E a situação é muito preocupante, pois a pobreza e mesmo a fome aumentam dia a dia.

 

Os deputados por Coimbra

Numa última reunião da comissão política da Federação Distrital do PS, da lista apresentada para candidatos a deputados não consta Vítor Batista que, depois de afastado da presidência daquela Federação, não vai agora concorrer a deputado.
A Figueira volta a ter como candidato João Portugal que ocupa o terceiro lugar da lista.
Ana Jorge é a cabeça de lista e no último lugar está o destacado socialista António Arnaut.
Horácio Antunes, ex presidente da Câmara da Lousã mantém-se como candidato.

 

“Greve à democracia”

Marinho Pinto fez afirmações públicas que, no nosso entender, lhe ficam mal como cidadão que é o Bastonário da Ordem dos Advogados.
Disse que se impõe que os portugueses façam “greve” nas eleições de 5 de Junho, para desse modo se demonstrar aos políticos o desagrado quanto ao que tem sido a sua acção.
Este apelo à abstenção é inaceitável e impróprio de alguém que está à frente de uma instituição importante no nosso regime democrático.
Mesmo havendo, que há, descontentamento relativamente à forma como por vezes os políticos exercem as suas funções, não há razão que fundamente “a greve à democracia”.
Há, sim, que dentro dela se lute pelo seu aperfeiçoamento, moralização e aprofundamento sobretudo levando-a a ser possível uma maior participação dos cidadãos e da sociedade civil.
Num momento como este, em que o país está em tão grave situação económica e social e em que é necessário mostrar que em democracia se pode resolver essa situação, mais censuráveis são as declarações públicas de Marinho Pinto.
Não é assim, apelando à “desistência” da participação eleitoral que aquele tomou a melhor posição e cremos que muitos dos advogados que representa têm forte razão para discordar dele.

 

A democracia de Fernando Nobre

Este ex-candidato às últimas eleições presidenciais e que será cabeça de lista dos deputados do PSD às eleições legislativas de 5 de Junho parece ter uma noção muito incorrecta do processo democrático.
Em entrevista, admitiu que, se eleito como deputado, renunciará se não “ganhar” o lugar de presidente da Assembleia da República.
E também já afirmou que não conhecia ainda o programa eleitoral do Partido que o vai propor, o que quer dizer que aceitou “de olhos fechados” o convite que lhe foi feito.
Francamente, custa-nos verificar que um cidadão como Fernando Nobre, com um passado cívico, solidário e profissional respeitável, ande agora a fazer figuras tristes…
Será só ingenuidade política ou é o desejo de um protagonismo que o leva a tomar posições tão levianas?!
O que, sem dúvida, é que não sabe lidar com um regime democrático, que exige preparação e convicção políticas, responsabilidade e respeito pelas regras próprias da democracia.

 

A extrema direita na Finlândia

O Partido “Verdadeiros Finlandeses”, de extrema direita, conseguiu nas últimas eleições uma boa posição.
Mais um país que virou à direita e desta vez com possível influência no resgate da divida de Portugal, pois tal partido, na sua campanha eleitoral, defendeu que a Finlândia não tinha que entrar na ajuda externa ao nosso país.
Quer dizer que, se tal acontecer as negociações, que estão a decorrer com a Comissão Europeia e o FMI, poderão ser afectadas ou, pelo menos, mais demoradas.

 

Para ler e meditar

“O próximo governo vai ter de submeter ao visto prévio de Bruxelas e do FMI todas as medidas com impacte orçamental, porque até agora p país não deu, nem está a dar, provas de ser capaz de cumprir as suas obrigações”
(Editorial do Público, de 18 do corrente)

quinta-feira, abril 14, 2011

 

O PS é preciso à esquerda

No seu discurso no Congresso do PS, Manuel Alegre confirmou que, quando se pense num governo ou união á esquerda, não pode deixar-se de fora aquele seu partido.
Estamos de acordo.
Mas estranhamos que Manuel Alegre, que sempre tem sido uma voz crítica em relação a Sócrates e algumas das suas medidas políticas, tivesse aparecido no congresso com palavras de franco apoio e até de elogio ao Secretário-geral socialista.
Chegou a dizer que Sócrates é o melhor Primeiro-ministro para Portugal.
Que Manuel Alegre tivesse dedicado parte daquele seu discurso no combate ao neoliberalista do PSD e a fazer a distinção, ainda necessária, entre a direita e a esquerda, aceita-se. Mas daí a dizer o que disse que Sócrates e da sua acção governativa é que é, incompreensível naquele destacado socialista, que sempre tem censurado, mesmo publicamente, o desvio que no PS se tem verificado das suas essenciais matrizes.
Mas este Partido, só pode ser chamado a um acordo á esquerda se, na verdade, os seus responsáveis políticos se comportem de harmonia com os princípios da esquerda

 

E a crispação política continua?

De toda a parte vêm apelos a consensos entre os Partidos de forma a ser possível a defesa conjunta das melhores soluções para a gravíssima situação do país.
Porém, o certo é que a crispação política não abranda, antes pelo contrário, as acusações severas e os ataques, muitas vezes pessoais, entre os responsáveis políticos, têm agudizado.
Daí que haja realmente o desejo de se iniciar com brevidade um diálogo sério no sentido de uma maior responsabilidade por parte dos partidos.
Se até agora têm criado um ambiente de “guerra”, - e todos os partidos sem excepção, o têm promovido e alimentado – há, quanto antes que procurarem o entendimento preciso para se vencer a crise.
E agora, com o FEFE e o FMI a intervirem no nosso país, bom será que os partidos saibam chegar a acordo quanto ao que é essencial para o interesse nacional, permitindo que as negociações com aquele Fundos venham a ter êxito, tendo em conta o que mais importa para Portugal.
Haja, pois, a humildade política, que tantas vezes tem sido esquecida para os partidos não se limitarem apenas a falarem no interesse nacional, mas que o tornem efectivamente como a finalidade essencial a obter.

 

Eles já cá estão!

Os representantes da Comissão europeia, do Banco Central Europeu e do FMI já chegaram a Portugal.
E já começaram as reuniões do Ministério das Finanças decerto para começarem, sem demora, a colher elementos sobre a situação económico-financeira do nosso país.
O que irão encontrar?!
Esses técnicos financeiros irão passar “ a pente fino” as contas públicas, para, com rectidão e verdade, decidirem depois qual a ajuda que poderá ser dada a Portugal.
É que, aqueles Fundos não brincam nem têm interesse em esconder nada.
E vão talvez até concluir que a situação portuguesa não deve ser melhor do que a da Grécia.
A “bola” está agora nas mãos daqueles Fundos, o que aliviará o governo, mas penalizará decerto os portugueses com mais medidas de austeridade e com mais sacrifícios.
Hoje, o sector financeiro do estado está nas mãos daquele a quem se pediu ajuda financeira.
Eles é que mandam e, infelizmente, Portugal não está em condições de lhes impor nada…
Já Silva Peneda disse, numa entrevista, que Portugal está de cócoras!
E se alguma ajuda financeira não chegar ate Junho próximo, o estado não terá já dinheiro para salários e outros encargos.
Porque se demorou então tanto a fazer o que se veio a fazer?!
A auditoria às contas públicas e privadas do estado, que agora os nossos ”soberanos financeiros” dará conta do que determinou tão elevadíssima divida pública.

 

Países amigos?!

Além da Alemanha, a Holanda e a Finlândia estão a contestar que deva ser dada ajuda externa a Portugal.
E há até que já diga que o nosso país não tem condições para continuar a pertencer á zona do euro.
A solidariedade da União Europeia, pelos vistos é só para alguns…
Da Alemanha não admira essa atitude, mas dos outros países, francamente não se percebe o seu radicalismo!

 

O direito à alimentação

Um dos actuais maiores flagelos, que afecta grande parte dos portugueses, é a pobreza e a fome.
Mais do que nunca, nestes tempos de grave crise, é de louvar a solidariedade que, felizmente, alguns vão tendo em relação aos mais carenciados, solidariedade que pode praticar-se através de vários meios.
Agora foi noticiado que restaurante em Lisboa e de mais três localidades, começaram já a distribuir gratuitamente refeições simples.
Não são restos ou sobras, mas sim, refeições cozinhadas propositadamente para aquela finalidade.
É, sem dúvida, uma atitude que deve ser um exemplo que merece o nosso respeito, pelo que, de valioso representa nos tempos de hoje que é de tanto egoísmo individualismo e desprezo pelo sofrimento alheio.

 

A polémica à volta de Fernando Nobre

A indicação do ex-candidato às eleições presidenciais, para encabeçar a lista de deputados do PSD por Lisboa, está a provocar, mesmo dentro do Partido, uma natural polémica.
São já muitos os “históricos” do PSD que contestam tal escolha e até alguns já se recusaram a integrar aquela lista.
E a classe política, de uma maneira geral, interroga-se como é que aquele Partido se inclinou para um cidadão que, embora deva ser respeitado pela sua acção profissional e solidária, não tem qualquer preparação política, nunca exerceu qualquer cargo público ou político, tendo agora o atrevimento de dizer que, se o PSD ganhar as eleições quer ser o Presidente da Assembleia da República.
Como se sabe, familiares de Mário Soares apoiaram nas presidenciais Fernando Nobre, mas Soares, numa entrevista, mostrou-se surpreendido com a escolha daquele, não evitando mesmo em dizer que a presidência do Parlamento não é para qualquer um, pois é um lugar de difícil desempenho.
Claro que a decisão do PSD só pode vir a beneficiar o PS nas próximas eleições, no dia 5 de Junho.

 

Para ler e meditar

“Quem domina é o hipócrita, o manhoso, o chico esperto. Ainda há um subsistema de medo”
(José Adelino Maltez, Politólogo, na última “Visão”)

quarta-feira, abril 13, 2011

 

Quadro da Vida

A Fome

Um Amigo meu, cuja generosidade bem conheço, contou-me, ainda com emoção, ter visto há dias um homem, de uns 40 anos, debruçar-se sobre o interior de um contentor do lixo e retirar dele algo que logo começou a querer mastigar.
Esse meu Amigo abeirou-se dele e não o deixou comer o que estava no lixo, convencendo-o a ir com ele fazer uma refeição decente.
Era um desempregado, sem família, que já há dias, por falta absoluta de recursos procurava nos contentores localizados ás portas de restaurantes, o que pudesse matar-lhe a fome.
A história desse homem, que contou com lágrimas nos olhos é, afinal, igual a muitas outras dos que estão a viver em precaríssimas situações.
Vai valendo a generosidade de quem quer ser solidário, ajudando os mais carenciados e, felizmente, a acção de várias instituições ou de grupos de voluntários que se dedicam a ajudar os que mais precisam.
Na Figueira, concelho em que a taxa de desemprego ainda não é grande, há, sem dúvida quem esteja já na situação de pobreza e até da chamada pobreza envergonhada.
E que se tem feito por eles?!

 

E o TGV… foi-se!

Mais um recuo do governo em não prosseguir com a construção da linha férrea de alta velocidade para o TGV.
Tal decisão foi inesperada, pois até há poucos dias, na entrevista que o Primeiro Ministro deu na RTP, foi afirmado categoricamente que não se desistia desse grande empreendimento.
Também o Ministro das Obras públicas em várias declarações, sempre disse que o TGV ia mesmo avançar, apesar da grave crise que existe.
Porquê, então, decisão tão tardia depois de tantas serem as vozes que há já muito tempo reprovavam o investimento no TGV!?
E, os muitos milhões de euros que terão de ser pagos em indemnizações aos ganhadores do respectivo concurso?
Enfia, o Zé Povo, já está acostumado a ser a vítima dos erros que os responsáveis políticos vão fazendo!
E a ponte sobre o Tejo? E o novo aeroporto?
Terão, decerto, o mesmo destino, pois sem dinheiro, que há já muito não existia, nada disso pode avançar.

 

A responsabilidade dos partidos

Agora que, como já se esperava, se pediu a ajuda financeira externa, importa que os partidos políticos se assumam com maior responsabilidade para, com base em consensos, colaborem para que essa ajuda se concretize o melhor possível e dure o menor tempo.
Não interessa derramar lágrimas sobre o passado que infelizmente nem sempre foi bem gerido, há, sim, que ter em atenção o trabalho a desenvolver e a boa vontade de, em conjunto, se fazerem esforços para que seja possível a resolução breve da crise.
Embora com ideologias diferentes, a que naturalmente têm que ser fiéis, os partidos podem e devem não entrarem em guerrilhas verbais, que só servirão para azedar as relações ou para impedirem um diálogo sereno, sério e construtivo.
Impõe-se que o real interesse nacional aproxime os responsáveis políticos a encontrarem as melhores soluções para os muitos problemas que afectam os portugueses.
A campanha eleitoral está para breve e nela terá que haver elevação, propostas correctas e viáveis, nela terá que haver por parte dos partidos contenção e respeito mútuo nas intervenções, havendo ainda que falar-se verdade, pondo de parte o que é fantasioso e ilusório.
O papel dos partidos no futuro próximo reveste-se de grande importância, no sentido de se adoptarem as melhores políticas que conduzam ao progresso, prosperidade e pacificação social neste nosso país.
Oxalá os ais responsáveis políticos saibam estar á altura do que lhes é exigido.

 

O Congresso… dos elogios!

Foram muitos os que, no congresso do PS, passaram o tempo a elogiar o Secretário Geral e a sua acção governativa.
E até aqueles que têm sido vozes muito críticas dentro do Partido, e em relação ao governo, esqueceram as suas posições assumidas anteriormente.
E caíram também no elogio fácil e, por vezes, mesmo arrebatado!
Quem acompanhou o congresso ficou com a ideia de que, afinal, o governo e o PS que o tem sustentado só fizeram maravilhas nestes últimos seis anos.
Realmente, o congresso foi como que um relatório composto por vários oradores, realçando apenas o que de positivo o governo de Sócrates tem feito.
Só que, um relatório correcto e isento, deve também reconhecer o que não teve êxito, porque só assim será uma verdadeira prestação de contas.
Não é aceitável que se tenha escondido o que não se fez ou se fez mal!
Ana Gomes é que não alinhou nessa “submissão” de muitos outros e teve coragem de falar com a sua habitual coerência em relação ás suas posições anteriores.
Também as moções de Fonseca Pereira e Jacinto Serrão tiveram a hombridade de se destacar de coro ensaiado num só tom a favor de um governo que só agora parece querer ter descoberto que é sustentado por um partido da esquerda democrática.

 

Para ler e meditar

“Uma ditadura financeira é o que a sr.ª Merkel quer impor na Europa. É preciso que os europeus digam: não aceitamos.”

(Freitas do Amaral não debate, no Porto, sob o tema “A Democracia do século XXI)

quinta-feira, abril 07, 2011

 

Aí está a ajuda externa!

Ao contrário do que o governos, através, principalmente, do Primeiro-Ministro e o Ministro da Finanças andou há muito tempo já a negar ser necessária pedir ajuda externa, tal já foi decidida, em Conselho de Ministros extraordinário, ontem realizado.

E, claro, Sócrates que ainda recentemente continuou em público a rejeitar ter que recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira e ao FMI, viu-se obrigado, afinal, a fazer uma comunicação ao país, a qual, de novo, responsabilizou pela decisão os partidos da oposição que chumbaram no Parlamento o PEC4.

Mas, o certo é que, nem o PEC1, 2 ou o 3, chegaram, como se dizia, para salvar a situação económico-financeira e o PEC4 era de tal ordem gravoso, de consequências tão nefastas que teve que merecer o chumbo.

Por outro lado também é verdade que antes dos programas de estabilidade e crescimento, estava já o país endividado, de forma desastrosa no estrangeiro, aceitando juros muito elevados para conseguir os financiamentos necessários.

E é também verdade que, nos últimos cinco anos, a dívida pública duplicou, passando de 80 e tal mil milhões para 170 mil milhões.

 

Os pessimistas!

Medina Carreira e outros destacados economistas, alguns já ex Ministros das Finanças, quando chamavam a atenção para a situação dificílima a que se estava a arrastar o nosso país, logo houve quem dissesse que eles eram pessimistas, alarmistas, maldizentes, etc., etc.

Porém, o governo abriu, ainda que tardiamente, os olhos e teve que aceitar a realidade de que muito tempo quis afastar-se.

Ou porque não desejou falar verdade para não assustar mais os portugueses, ou porque, na verdade, foi pelo menos negligente no ataque á crise.

Só que, como já disse João Salgueiro, a ajuda externa agora pedida, vai encontrar um país mais fragilizado o que há meses, tornando naturalmente mais difícil fazer as negociações com o Fundo Europeu e o FMI.

É que, entretanto, aumentaram substancialmente os empréstimos que se foram pedindo ao estrangeiro, com juros muito elevados, o que, constitui enormes encargos para o país.

Não foram, pois, pessimistas os que, há muito, alertaram o governo para a maneira incorrecta como estava a tratar a grave situação económico-financeira de Portugal.

E nem Teixeira do Santos, considerado um técnico competente em Finanças, soube, afinal, travar o injustificado optimismo que, durante muito tempo animou o governo.

 

Zapatero não se recandidata

O Primeiro-Ministro espanhol numa reunião no PSOE, já anunciou que não se recandidata nas próximas eleições, embora queira completar este seu mandato.

Deu, assim, o exemplo de não ter apego ao poder, abrindo já, do seus partido, o caminho para que, com o tempo, outro ou outra se disponha a entrar na corrida eleitoral.

Zapatero não deixa o seu país em melhores condições das que existiam quando começou a governar, mas com a atitude que agora tomou, revela humildade política, dando a oportunidade a outros que procurem fazer melhor, e não receando a apreciação crítica á sua acção governativa.

Um bom político é assim que deve proceder: tentar fazer o seu melhor enquanto tiver o poder mas saber, em nome do interesso do seu país, deixá-lo permitindo que outrem possa vir a ter um melhor comportamento no governo

 

O negócio dos lares de idosos

Têm sido frequentes as notícias de encerramento de lares para idosos, verificando-se que neles se maltratavam os utentes.

É absolutamente censurável, mesmo repugnante que haja quem faça negócio à custa de idosos, não hesitando sequer em não cuidar devidamente deles.

Para esses, o encerramento dos lares é pouco; a Justiça deve ser implacável, mesmo exemplar na aplicação de sanções penais aos responsáveis.

 

E os transportes, como é?!

As empresas de transportes estão em difícil situação financeira, o que poderá causar consequências graves como a paralisação da economia por deixarem de ter condições para trabalhar.

As despesas nessas empresas, têm sido sete vezes mais elevadas do que as receitas!

E isto já vem acontecendo há anos, tendo as empresas de socorrerem-se de empréstimos bancários, o que, agora, não conseguem obter.

Quer dizer que se, em curto prazo, não se encontrar solução para tão grave problemas, a economia será a principal prejudicada.

Os transportes devem, na verdade, ser considerados como um sector prioritário, não se deixando chegar a este estado de enorme carência financeira.
Mas, o que se fez ao longo dos anos?!

 

Para ler e meditar

“Iremos para eleições com os partidos ou a dizerem a verdade e são penalizados, ou a mentirem, pelo menos mascararem a verdade para ganhar votos.”

(José Carlos de Vasconcelos na última “Visão”)

terça-feira, abril 05, 2011

 

As Artimanhas Políticas…

Para fugirem às responsabilidades quanto a certas situações gravosas que provocam, há políticos que se socorrem da sua inteligência e engendram artimanhas, preocupados em culpar outros dos seus actos de incompetência, e de insensatez, de teimosia e vaidade.

Fazem da política um teatro, umas vezes protagonizando comédias e outras vezes dramas que podem ter nefastas consequências.

Mas quando vêem “o mar mais alto que a terra”, tudo fazem para, a todo o custo, enjeitarem as sua responsabilidades pelo que de mal praticaram, entrando numa de vitimização.

Há, na verdade, políticos que, usando de uma cuidada e constante preocupação e por vezes com desprezo por princípios éticos atingem elevados pedestais e neles desenvolvem, com mestria, as mais variadas artimanhas!

Porém, nem sempre vencem ou duram, como desejavam, nos lugares…

 

Os Bancos portugueses deixam de financiar o Estado.

Os banqueiros portugueses, reunidos com o Presidente do Banco de Portugal, decidiram não fazerem mais empréstimos ao Estado.

Mais: recomendaram ao governo que peça com urgência, ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização, sem o que poderá dar-se uma ruptura de gravíssimas consequências.

Porém, o Primeiro-Ministro continua a dizer que não é preciso recorrer á ajuda externa e que foi o chumbo do PEC4 que aumentasse a gravidade da situação.

No entanto há, sim, que reconhecer que, mais uma vez, se teime em permanecer longe da realidade.

 

Rivalidade mas… não assim!

No desporto, a rivalidade não só é naturalmente frequente como é até saudável como motivo para fomentar o estimulo dos desportistas, que só que, a rivalidade deve ser controlada, não a deixando chegar á violência e ao desprezo pelo “fair-play”!

O que se passou no Estádio da Luz, em que, o FC Porto conquistou o título de campeão de futebol, foi muito censurável.

Na verdade, os dirigentes do Benfica portaram-se mal permitindo que se apagassem as luzes do estádio e se pusesse a funcionar o sistema de regas do campo, logo após o jogo e quando os jogadores portistas faziam a sua justificada festa junto dos seus adeptos.

Estamos em crer que a maioria dos benfiquistas não concordam com essa atitude, mas a verdade é que, aconteceu!

Rivalidade… assim não!

 

Para ler e meditar

“Já chega de conduzir pela faixa errada da auto-estrada jurando que todos os outros é que estão errados”

(José Manuel Fernandes, no “Público” de 1 do corrente)

sexta-feira, abril 01, 2011

 

Morreu o Engenheiro Duarte Silva

Em França, onde se encontrava de visita a uma familiar, faleceu repentinamente o Engenheiro Duarte Silva.

Foi Presidente da Câmara Municipal da Figueira, desempenhando anteriormente, com muita dedicação e competência, cargos governativos como Secretário de Estado da Pescas e Agricultura, no governo da Engenheira Maria de Lurdes Pintasilgo, e, mais tarde como Ministro do Mar.

Foi também Administrador dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Descendente de uma família muito respeitada nesta cidade, proprietária da Quinta Santa Catarina, o falecido desfrutava de muita simpatia dos figueirenses dada a sua simplicidade, fino trato e o seu desejo de sempre ser útil a quem precisava da sua ajuda.

Desapareceu um Homem Bom, que sempre dedicou á Figueira um grande amor.

Há já muito que existia entre nós uma boa amizade, que veio ainda a reforçar-se quando ambos pertencemos, em 1979, ao 5.º Governo Constitucional, de iniciativa presidencial.

Foi, pois, com muita emoção e profundo pesar que soubemos da sua inesperada morte.

A sua Exma. Mulher e a toda a família enlutada apresentamos sentidas condolências.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?