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quinta-feira, janeiro 29, 2009

 

Para ler e meditar

“ Em apenas quatro dias, Obama pôs fim a oito anos de absolutismo em que Bush se sentiu como Luís XIV”
( Professore Freitas do Amaral in Artigo da Visão de hoje)

 

Diz-se que

- o nome do Dr. Carlos Monteiro está a ganhar peso dentro do PS local para ser o candidato à Câmara da Figueira, mas o Presidente da Concelhia disse haver mais outros bons nomes a aproveitar;
- o Engenheiro Duarte Silva ainda não se decidiu quanto à sua recandidatura, havendo já quem esteja a movimentar-se para uma alternativa e são vários os que se perfilam;
- os deputados figueirenses Pereira da Costa, Mª do Rosário Cardoso Águas e Miguel Almeida não entrarão nas listas para as próximas eleições legislativas;
- Duarte Silva, se avançar, exigirá ter a possibilidade de escolher o elenco com que quererá trabalhar;
- O CDS/PP local está a tentar uma coligação com o PSD para uma lista única nas autárquicas;
- vai-se confirmando que um grupo de independentes está a fazer diligências para organizar listas para concorrer aos órgãos autárquicos;
- nos outros partidos, a nível local, mantém-se o silêncio, não só quanto à próxima eleição como quanto ... a tudo o mais.

 

Centro de Estudos Estratégicos Autárquicos

O PS local promove, no próximo sábado, pelas 16h30, na Assembleia Figueirense, uma sessão do Centro de Estudos Estratégicos Autárquicos. Pretende aquele partido reflectir sobre as necessidades mais prementes do nosso concelho e encontrar novas estratégias para se alcançar um maior desenvolvimento e prosperidade.

 

A crise no Algarve

O desemprego aumentou substancialmente na região algarvia, principalmente no sector hoteleiro com uma significativa quebra de turistas.
Alguns hotéis até encerraram e só voltarão a abrir se a procura de clientes justificar.
Quer dizer que a região turística por excelência do nosso país está já a sentir, e de que maneira, a crise.
É essa crise que existe a nível europeu e mesmo mundial que está a reflectir-se no turismo e hotelaria do Algarve. E a verdade é que tal crise está para durar, segundo dizem os entendidos.
Claro que, decerto, também a Figueira irá ressentir-se quanto ao menor afluxo de turistas.
Será mais algo que vai contribuir para agravar a nossa já muito debilitada economia.

 

O relatório que já não é da OCDE!

Afinal, mais um tiro que saiu pela culatra!
O relatório sobre Educação de que constavam muitos elogios à acção do Ministério da Educação, aliás muito saudados pelo Primeiro-Ministro não foi elaborado pela OCDE como foi apresentado.
Tal relatório foi, sim, elaborado por uma Comissão escolhida pelo governo. Este já admitiu o lapso mas o certo é que foi preciso que a oposição o demonstrasse no parlamento.
Para quê estas incorrecções?
Para quê tanta ânsia de se querer aproveitar e dar realce ao que mais interessa ao governo?
Haja, sim, mais cuidado por parte deste.

 

Atitude correcta

O líder parlamentar do PSD pronunciou-se, ontem, no programa Frente-a-Frente, na SIC quanto à suspeita levantada pela polícia inglesa sobre Sócrates relativamente ao caso Freeport.
E Paulo Rangel tomou uma posição correcta ao dizer que, estando a decorrer uma investigação a respeito de tal questão, não via nenhum óbice a que o Primeiro-Ministro continuasse em funções.
Nem todos assim falariam, antes aproveitariam a ocasião para mais uma vez “ zurzir” em Sócrates!
Apreciámos a conduta do líder parlamentar do principal partido da oposição, que demonstrou o seu espírito democrático.
Aliás, já hoje, os responsáveis dos vários partidos tomaram posições idênticas.
Quem aprende com lições destas?!

 

Maus exemplos

Quantos e quantos assessores, adjuntos ou outros com designações diferentes andam neste nosso país a ganhar sem trabalhar. Nomeados para esses lugares, por favores pessoais ou políticos, têm o atrevimento de nem sequer “ porem os pés” nos locais onde deviam estar a exercer funções.
E alguns até continuam a ser vistos durante os dias da semana nas suas residências, longe dos lugares onde deviam estar.
Mas os ordenados, quase sempre elevados, todos os meses vão ter com eles, aumentando a sua conta bancária! E nem se importam em deixar mal quem lhes arranja este ou aquele lugar, nem se importam também que haja falatório a censurá-los. Esse seu procedimento é um mau exemplo que dão, levando naturalmente a uma descredibilização da vida política, pois é nela que mais se encontram essas pessoas.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

 

Para ler e meditar

" A saída de Bush da Casa Branca é um salto para a Humanidade"
( João Paulo Guerra, in Diário Económico)

 

A Figueira e Coimbra tiveram um pavilhão comum na BTL

Foi a primeira demonstração da parceria dessas duas cidades, que não quiseram aderir à Entidade Regional do Turismo do Centro. Durante muitos anos, aquelas duas cidades fizeram parte da Região do Turismo do Centro e, por várias vezes, a Câmara da Figueira ameaçou sair por verificar não estar a ser bem “ tratada” quanto à sua promoção turística.
Mas, agora, com a recente criação da ERTC e com a decisão governamental da sua sede ficar em Aveiro, o mal-estar com essa nova entidade levou as Câmaras de Coimbra e Figueira a recusarem participar de tal órgão regional de turismo.
É que, efectivamente, pelo seu valor turístico, seria muito mais natural que a sede fosse na Figueira ou em Coimbra.
Até porque estas terras são incontestavelmente as que mais turistas atraem e mais receitas produzem.
Além, claro, que não se tem visto que a ERTC revele disponibilidade para agir no sentido de promover ou valorizar turisticamente os dois referidos concelhos.
A parceria, que também inclui a universidade de Coimbra, pode dar bons frutos, se se aproveitarem bem a vertente cultural de Coimbra e a das belezas naturais, do lazer, bem-estar e ouros atributos da Figueira.
Regozijamo-nos com a presença na BTL de um pavilhão moderno e representativo do que mais interessa ao turismo, mas mais ainda com o propósito que anima os responsáveis das duas cidades em participarem noutras feiras, como em Espanha, França, Itália, etc.
Nos anos 90, fez-se isso, sobretudo em várias localidades de Espanha e com bons resultados. Ainda bem que se decidiu, agora, voltar à colaboração em várias feiras no estrangeiro.

 

A Madeira é já “ independente”?!

Os deputados da maioria PSD na Assembleia da Madeira reprovaram uma proposta do PS que tornava obrigatório o hino nacional (conjuntamente com o da região) nos actos oficiais realizados naquele arquipélago.
Quer dizer que nos actos de carácter nacional em que estejam presentes membros dos órgãos regionais, tocar-se-á apenas o hino regional.
É mais um passo bem significativo, do afastamento que pouco a pouco, se tem verificado em relação ao continente.
E isso vai-se fazendo sem qualquer reacção do governo nacional ou mesmo do Presidente da República.
A unidade nacional, na Madeira, parece estar a ser mandada “ às urtigas” pelos políticos daquela região!...

 

“ Para uma Justiça melhor, é necessário legislar melhor”

Foi o Presidente da República que proferiu ontem estas palavras no seu discurso de abertura oficial do ano judicial. E é realmente assim. Tem-se legislado demasiadamente, mas nem sempre bem, não se contemplando correctamente a realidade do nosso país, nem tendo em atenção as soluções mais convenientes para os problemas existentes na sociedade.
Presentemente, parece haver o propósito de produzir legislação, submergindo com frequência os profissionais do foro em verdadeira avalanche de leis!
E, quantas vezes, mal elaboradas, com contradições e de difícil aplicação pelos magistrados…
Verifica-se, sim, que os nossos legisladores evidenciam uma insuficiente preparação provocando a incerteza e a insegurança no meio judicial. Governos houve que podiam dispor de competentes profissionais do foro, alguns deles sem serem docentes universitários, como, por exemplo, o Dr. António de Almeida Santos a quem se ficou a dever, logo após o 25 de Abril, a elaboração de muitas leis.
Procurar a clareza na redacção dos preceitos, evitar o que possa ter interpretações várias, conhecer bem os sectores ou as situações a que se destinam, não cair em contradições – são princípios a que deve obedecer o legislador.
Bem fez o Presidente da República em apelar, naquele seu discurso, para uma melhor qualidade legislativa.

terça-feira, janeiro 27, 2009

 

Para ler e meditar

“ O clima está insuportável. Não o da chuva e do vento, da neve e do gelo. Para esse há remédio. Mas o clima insuportável. Moral. Político, como se lhe queira chamar”
( António Barreto in artigo no Público de 25 do corrente)

 

A sorte de Alcochete

A construção do Freeport, cujo licenciamento está presentemente na ordem do dia e tem motivado grande polémica, veio valorizar muito a zona de Alcochete.
E, alguns anos depois, ali será localizado o novo aeródromo, pondo-se de parte a primeira opção do governo quando não se esperava tal alteração.
Não há dúvida que Alcochete tem mesmo muita sorte.
Foi uma boa antevisão da empresa Freeport ou foi apenas a sorte que veio ao seu encontro?!

 

Caixas multibanco retiradas dos tribunais

Foi preciso que em vários edifícios dos tribunais essas caixas multibanco ali existentes fossem assaltadas para ser ordenada a retirada de todas as outras que ainda estavam em serviço.
Estamos num país em que só depois de acontecerem as coisas más se procuram usar os meios para evitar a sua repetição. Enfim, o que agora é preciso é que se trate a sério e com brevidade da segurança nos tribunais.
E em muitos deles essa segurança não existe ainda…
É que os agentes judiciais não podem estar à mercê de vandalismos ou de violências.

 

A demissão do Primeiro-Ministro islandês

Foi o primeiro governante a demitir-se por causa da muito grave crise que se instalou no seu país, levando-o mesmo à ruptura.
Com a participação de muitos milhares de islandeses houve várias manifestações populares de protesto, o que contribuiu, decerto, para apressar a queda do governo. Há ainda políticos que retiram de manifestações dessa natureza as devidas conclusões.
É que , por vezes, não vale a pena prolongar situações para as quais não se encontraram atempadamente soluções, impondo-se, sim, que se avance para uma mudança quanto a pessoas e acções.

 

A onda dos despedimentos

Não pode deixar de impressionar-nos e entristecer o número de despedimentos de que dia a dia há notícia!
São já muitos milhões os desempregados em todo o mundo e nem os chamados países mais ricos têm escapado a essa verdadeira hecatombe de despedimentos.
Os Bancos, mesmo os que mais têm sido cotados, as grandes, médias e pequenas empresas, as companhias de seguros, as insolvências individuais – a todos têm restado a crise económico-financeira.
Hoje, já ninguém com bom senso pode defender o neoliberalismo e o subsequente capitalismo selvagem, que só serviram, nos últimos anos para encher os bolsos de alguns, que esconderam as suas grandes fortunas nos paraísos fiscais. Não houve, como se impunha, fiscalização, regulação ou intervenção dos estados nos sistemas económicos e… foi “ fartar vilanagem”!
Gastou-se mais do que se devia, os gestores públicos ou privados foram descobrindo cada vez mais engenhosos processos para arrecadarem lucros fabulosos não pagando os impostos devidos nem remunerando com justiça os trabalhadores, fez-se uma propaganda cerrada e mentirosa quanto às facilidades do crédito, teve-se, enfim, até há pouco, apenas uma visão cor – de - rosa.
E agora como se vai sair desta aflitiva situação?
Os estados, por muito que queiram, não podem estar constantemente a injectar dinheiro ( que é afinal dos contribuintes) nos Bancos e nas empresas tentando evitar as insolvências e o agravamento dos despedimentos.
Mas, além dessa necessária ajuda dos estados, é, sim, preciso que se renovem as mentalidades dos que têm que gerir os dinheiros e a economia.
E que haja honestidade e desejo firme de servir acima de tudo o interesse colectivo.
Um meio eficaz de combater a crise económico-financeira é, incontestavelmente a afirmação e obediência aos valores morais e éticos.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

 

Para ler e meditar

“ Precisamos agora da intervenção dos estados, como de pão para a boca. A fase do capitalismo de Casino tem de acabar. De facto e nas mentalidades”
( Mário Soares in artigo no DN)

 

Poemas da Roxa Aurora

O meu bom amigo de há já muitos anos, António Augusto Menano vai lançar mais um seu livro de poemas com aquele título.
A cerimónia realizar-se-á na sede da delegação da Cruz Vermelha, nesta cidade, na praceta coronel Alves de Sousa, pelas 16h30, no próximo dia 31.
Já com vários e justos prémios literários, António Augusto Menano é também um pintor de reconhecido mérito.
A apresentação do seu novo livro de poemas estará a cargo do Professor Doutor António Pedro Pita.
Desde já, para o Menano o meu forte abraço de parabéns

 

O sr. Berardo foi salvo!

Joe Berardo, que há já alguns anos surgiu repentinamente na alta finança como o grande capitalista viu-se agora numa situação difícil para liquidar os depósitos bancários que teve que fazer.
Os seus jogos na Bolsa não foram bem sucedidos pois as acções que comprou para consolidar posições em várias empresas desceram, mercê da crise, substancialmente de cotação.
Mas os Bancos que lhe fizeram empréstimos dispuseram-se a renovar os prazos para pagamentos dos tais empréstimos “ salvando” Berardo de algo muito desagradável.
O capitalismo nem sempre compensa materialmente…mas a verdade é que os capitalistas têm quase sempre privilégios que qualquer cidadão comum, de poucas ou medianas posses, não têm!

 

Guantanamo

Soube-se agora que naquela prisão americana, instalada em território cubano, ainda se encontram detidas 241 pessoas.
E dessas 51 foram já declaradas como inocentes!
Ora, foram presas sem terem que o ser, já os EUA deviam ter-lhes permitido sair daquele “ inferno” e proporcionar-lhes uma situação segura e condigna.
Seria uma forma justa de compensar essas pessoas pelo muito de mau que passaram naquela prisão.
Para além, claro, de lhes serem pagas indemnizações pelo sofrimento que lhes infligiram sem razão.
Está agora a procurar-se dar um destino aos presos de Guantanamo e já alguns países, mesmo europeus, mostraram disponibilidade para os acolher.
E tem sido relevante a acção do nosso ministro dos negócios estrangeiros no sentido de convencer os responsáveis políticos seus congéneres a serem solidários na ajuda necessária aos que, na referida prisão, têm sido tão maltratados.
Mas é, na verdade, aos EUA que compete, em primeira linha, resolver o problema dos que ainda “ residem” em Guantanamo.

 

O Messias americano

São tão elevadas as expectativas a respeito do governo de Obama, quer quanto à política interna quer à externa, que muitos já chamam ao seu Presidente o Messias, esperando que ele faça milagres.
Só que por muita boa vontade que ele tenha, não serão muitos os milagres que possa fazer com brevidade.
É muito grave a situação económico-financeira e enorme a taxa de desemprego nos EUA, consequências do desastroso período em que Bush esteve no poder.
Mas Obama prometeu mudanças e já tomou algumas medidas significativas que deixam antever o seu propósito firme de operar, efectivamente, uma profunda alteração na governação.
Porém, há que dar-lhe tempo para poder concretizar as suas promessas eleitorais.
Obama é um homem bem intencionado, sincero e determinado, com o mérito capaz de dar ao seu país não só uma boa imagem, de justificada credibilidade ( o que não aconteceu com Bush) ao nível internacional, mas também de melhorar substancialmente as condições de vida dos seus compatriotas.
O entusiasmo da grande maioria dos norte-americanos à volta de Obama é realmente notável, talvez mesmo único.
Ele não irá, decerto, desiludir quem acredita nos seus ideais, na sua exemplar postura moral e política, no seu desejo muitas vezes evidenciado, com muita convicção e coragem de colocar os EUA num lugar prestigiado e respeitável na comunidade internacional.
E não hesitará em adoptar medidas “ revolucionárias” se for preciso, para corrigir erros do passado e em trabalhar, com inteligência e dedicação, por uma melhor vivência no seu país.
Dêem-lhe tempo para poderem surgir os “ milagres” deste Messias americano.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

 

A moção de Sócrates

O Secretário-Geral do PS apresentou já a moção que vai levar ao próximo congresso Nacional do partido, para ser discutida e votada.
Nela pode sentir-se que houve a preocupação de se retomar a certos princípios de esquerda.
A regionalização e descentralização voltarão se o PS ganhar as eleições legislativas a estar incluídas no programa do governo.
Também o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12º ano, sendo, como é, necessário e urgente uma melhor qualificação dos portugueses para que seja possível uma maior aproximação aos níveis europeus.
São previstas mais políticas sociais, inclusive, de ordem fiscal que permitam à tão sacrificada classe média uma desejada esperança na melhoria da sua vivência.
O desemprego será combatido, defendendo Sócrates mais uma vez que o investimento público se impõe para ser possível o êxito nesse combate.
Mas o que será mais discutível e causará, decerto, acesa polémica é a promessa feita, naquela moção de estratégia do PS, de vir a ser reconhecido em Portugal o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Quer dizer que, quanto a esta questão o PS estará, agora, disposto a mudar de posição, já que no ano passado, inviabilizou no parlamento projectos do PCP e BE nesse sentido!
Já tivemos oportunidade de dizer que discordamos que se consagre legalmente a possibilidade de casamentos entre homossexuais.
Aceitamos que haja uniões entre pessoas que querem assumir a homossexualidade e que venham a ter direitos quanto ao património comum e quanto às regalias sociais.
Mas, francamente, rejeitamos que possam celebrar-se casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo.
Como já a deputada do PS, Matilde Sousa Franco disse, o direito ao casamento referido na Declaração Universal dos Direitos do Homem é o que se dá entre pessoas de sexo diferente.
E não se descortina razão válida para se afirmar, como já se ouviu, que a legalização de casamentos entre homossexuais é um valor da esquerda!...
O futuro dirá se o que o PS vai propor será ou não bem aceite pelos portugueses...

 

As previsões de Bruxelas são diferentes!

A Comissão Europeia fez saber que as suas previsões económicas para Portugal são diferentes das que o nosso governo fez.
E, infelizmente, para pior: a taxa de desemprego subirá para 8,5% e o défice público atingirá os 4,6%.
Quer dizer que sendo como parece ser, essas previsões fiáveis, é mais negro o quadro para o futuro da economia do nosso país.
Como se compreende, então, que os respectivos responsáveis políticos tenham, mais uma vez, errado nos seus cálculos?
Ainda agora no Orçamento Rectificativo se inscreveram números e, ao fim e ao cabo, podem já não ser aceitáveis por se afastarem da realidade e das previsões da Comissão Europeia.
Será que, dentro em breve, se terá de proceder a uma outra rectificação do Orçamento de Estado?
É que aquelas previsões já não são as do “ economist”, que poderão ser tendenciosas e inexactas, são, sim, previsões da própria União Europeia.

 

Um dos grandes males

Para além de outros factos lamentáveis que se têm passado na Educação, há que sentir muita indignação e repúdio quando se sabe que a nível superior e dentro de algumas escolas, por parte dos seus responsáveis, se vão verificando ameaças, chantagens, intimidação.
Chega a haver já um ambiente “ pidesco”, pois há quem se atreva a transmitir a nível superior informações sobre os professores, seus colegas, que reagem e protestam contra a política ministerial.
Ao contrário da forte solidariedade que a maior parte dos docentes tem manifestado há, porém, outros que, por interesses meramente pessoais, para se segurarem nos lugares que ocupam ou mesmo para ganharem melhores posições, não hesitam em fazerem os “ fretes” que possam agradar superiormente.
Pior ainda é quando nas reuniões dos professores dizem que sim com eles, mas, depois, logo esquecem e tomam certas posições contrárias quando estão em presença dos que representam o Ministério.
Na verdade, é lamentável que, nalgumas escolas se tenha instalado a desconfiança e o medo.
Só que, por outro lado, tal tem levado a uma maior firmeza na luta dos professores quanto ao seu estatuto e ao modelo de avaliação.

 

A humildade

Dos discursos que ouvimos a Obama na sua campanha eleitoral e no dia da sua posse como Presidente dos EUA marcou-nos muito o que várias das suas ideias e afirmações que vieram reforçar o que há muito sentimos e defendemos.
Sempre Obama revelou, com visível sinceridade, modéstia e humildade.
É, na verdade, um homem que, embora decerto conhecendo o seu mérito, que é incontestável não deixou que tal lhe subisse à cabeça, tornando-o vaidoso, arrogante, intolerante.
A sua maneira de ser simples e a forma correcta de estar na vida privada e pública são cativantes, contrastando com o que acontece com muitos outros políticos, cujo poder os transforma como se toda a verdade residisse neles, não aceitando críticas, opiniões diferentes, não reconhecendo algumas das suas posições erradas.
Obama tem dito e repetido:
“ Que eu tenha uma firme vontade para realizar o que mais interessa ao bem comum, mas que tenha também a humildade de corrigir os erros que, porventura, venha a cometer”.
Ele é, efectivamente, um homem de grande estatura moral, cívica e política.

 

Para Ler e Meditar

O nosso laureado escritor José Saramago escreveu no seu blogue o que, com a devida vénia, registamos aqui, pois nesse seu curto mas excelente texto há, na verdade, muito para meditar:

Janeiro 20, 2009 by José Saramago

Donde?

Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.

Publicado em O Caderno de Saramago Comments Off

terça-feira, janeiro 20, 2009

 

Para Ler e Meditar

“ Na Casa Branca vamos enfim ter uma pessoa, a falar como pessoa e para pessoas. Só isso é já um enorme alívio”.
( Nuno Pacheco in Artigo no Público de hoje)

 

O novo Presidente dos EUA

Barack Obama foi hoje empossado, perante mais de 2 milhões de pessoas, como o 44º Presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro afro-americano a ocupar tão alto cargo.
Nele depositam-se muitas esperanças quanto a um novo ciclo político, de significativa mudança na governação daquele país.
Esperanças dos norte-americanos e também de todo o mundo, já que os EUA têm uma influência grande nas políticas e economias da generalidade dos países.
Obama já revelou na sua campanha eleitoral que é alguém firmemente apostado a levar os EUA a terem uma outra e melhor imagem internacional.
Além de que demonstrou já uma sólida intenção de resolver os graves problemas internos, que são uma pesada herança do governo Bush.
Obama vai, decerto, ter que enfrentar muitas dificuldades em concretizar o que é o seu ideal, o seu sonho.
Mas não lhe faltarão a vontade e o apoio da maioria dos seus compatriotas.
A política do novo Presidente terá como alicerces mais justiça, mais tolerância, menos desigualdades sociais, maior contribuição para a paz mundial, mais humildade no exercício do poder, mais eficaz solidariedade em relação aos países e povos mais pobres.
Obama, que já alcançou uma notável vitória eleitoral, tem os olhos do mundo postos em si, aguardando uma sua prestação muito valiosa na presidência dos EUA.
Assim o deixem trabalhar e demonstrar todo o seu mérito como homem de grande inteligência, político muito bem preparado e detentor da melhor formação humanística, evidenciando sempre uma sua convicção muito séria em defesa dos seus ideais.
O seu discurso no acto de posse foi bem um discurso de afirmação e exaltação dos valores cívicos e éticos que muitos políticos, por todo o mundo, vão esquecendo, infelizmente.

domingo, janeiro 18, 2009

 

Para ler e meditar

“ A tragédia de Bush fica para a história como um intervalo de irracionalidade onde a ganância de alguns arrastou multidões para a miséria”
( António José Teixeira in Diário Económico de 16 de Janeiro)

 

O desemprego e o défice público

O governo viu-se, agora, forçado a admitir que neste ano subirá a taxa do desemprego para os 8,5% e que o défice orçamental atingirá os 3,9%.
Quer dizer que o futuro surge mais ensombrado para a situação do nosso país.
E isso em desacordo com o que, até há uns dois meses, se dizia nos meios oficiais, nos quais se afirmava, com invulgar convicção que “ as coisas” não seriam tão más como se previa, que Portugal iria reagir favoravelmente à crise!
Afinal, infelizmente, tal não passou de um injustificado optimismo ou da vontade de esconder a realidade.
Sim, porque não é aceitável que há pouco tempo os responsáveis políticos não tivessem uma informação correcta sobre o que poderia passar-se.
Se se dissesse a verdade aos portugueses mais aceitação teria o pedido de sacrifícios que se impõem fazer-lhes.

 

Orçamento suplementar ou rectificativo

O Ministro das Finanças teima em não classificar de rectificativo o documento que irá ser apresentado em breve ao parlamento para apreciação e votação.
Não se percebe a relutância daquele governante em chamar-lhe rectificativo!
É que, na verdade, trata-se de uma rectificação ao Orçamento já aprovado pela Assembleia da República.
Há previsões de verbas ali inscritas para as quais agora se propõem alterações significativas…
Se isso não é um Orçamento rectificativo então quando será?
Não é, claro, nada de importante designar o que será apresentado ao parlamento, como suplementar, complementar ou rectificativo.
E só se compreenderá a atitude do Ministro das Finanças porque se quer “ esconder” que o Orçamento inicial foi feito sem uma previsão correcta da realidade económica do país.
Enfim, continua a ter-se medo da verdade!

 

A irredutível Ministra da Educação!

Esta polémica governante recebeu bem os presidentes dos Conselhos Executivos de 139 escolas. Mas, claro, depois de ouvir as razões que lhe foram apresentadas que justificariam a suspensão deste modelo de avaliação dos professores, Maria de Lurdes Rodrigues mostrou-se, como sempre, incapaz de modificar as suas posições.
Era de esperar!
Entretanto, foi entregue no Ministério um abaixo-assinado com cerca de 10 mil assinaturas de estudantes pedindo a demissão da ministra e, amanhã, haverá a greve dos professores, que irá mobilizar um grande úmero de participantes.
Também, no próximo dia 24, realizar-se-á uma concentração de docentes junto ao Palácio de Belém.
Mas, se isso não bastar, os professores estarão dispostos a mais manifestações de desagrado e protesto pelas injustas medidas que lhes querem impor.

 

A campanha eleitoral aí está…

No PSD, realizou-se já um comício em que Manuela Ferreira Leite fez críticas muito severas às políticas do governo e ao PS. A líder social-democrata começou, agora, a sentir a necessidade de levar ao seu “ povo” uma atitude mais dura.
E, na semana passada aquela política foi à “ Grande Entrevista” da RTP1 e foi também a figura principal no referido comício.
O CDS/PP, para além dos tempos de antena na TV de que tem desfrutado Paulo Portas, teve o seu congresso, que serviu para um ataque serrado ao governo e ao secretário-geral do PS. Este partido, principalmente através do governo, tem-se desdobrado em iniciativas, em inaugurações, em anúncios de “ coisas boas!”
E terá também, em breve, o seu congresso em que Sócrates irá apresentar uma moção para ser discutida e votada e que, decerto, incidirá sobre as medidas para a resolução dos mais graves problemas nacionais.
Quer dizer que pelo menos as máquinas destes três partidos começaram já a aquecer os motores tendo em vista as eleições.
Bom será que a campanha se desenvolva com responsabilidade, civismo e também sem promessas ilusórias, mas com verdade.
E que todos os partidos, conhecedores da grave situação do país saibam contribuir para o melhorar e nunca pondo os interesses partidários acima do interesse nacional.

sábado, janeiro 17, 2009

 

Para ler e meditar

“ Contende com a Constituição impor a bandeira regional nas unidades militares ou nos edifícios dos tribunais ( nos Açores) que são órgãos de soberania”
( Professor Jorge Miranda in artigo do Público)

 

O Dr. António Jorge Lé

O jornal local “ O Figueirense” vai mudar de director.
António Jorge Lé que com todo o seu saber e dedicação há anos que orientava aquele semanário, dá agora o lugar ao Dr. Joaquim Gil. Não há dúvida que o jornal nos últimos anos teve uma valiosa evolução, agregando ao seu pendor concelhio e regional a vertente nacional. Tornou-se um jornal de leitura de temas variados e por ele têm passado colaboradores de mérito.
António Jorge Lé, por quem tenho merecida estima, afasta-se do “ Figueirense” de cabeça bem erguida podendo ter a consciência tranquila pelo seu bom cumprimento do dever.
Aqui lhe presto a minha justa homenagem.
Ao Dr. Joaquim Gil desejo que tenha êxito nas funções que vai assumir num jornal que já tem 90 anos de existência.

 

A ASAE nos escritórios dos advogados?

Tivemos agora conhecimento de que um despacho da Direcção Geral do Consumidor ordenou aos inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica que fiscalizasse os escritórios de advocacia para verificar se neles há livros de reclamações e se é respeitada a obrigatoriedade dos advogados darem conhecimento prévio aos clientes das verbas que poderão ter de pagar.
A Ordem dos Advogados emitiu já um parecer desfavorável quanto à possibilidade de fiscalização nos referidos escritórios. Mas o certo é que tal despacho mantém-se.
Para quê o livro de reclamações nos escritórios dos advogados?
Para se saber se o cliente foi mal atendido, se foram exagerados os honorários, se se perdeu mal um processo por incompetência ou negligência?
A conduta dos advogados deve, sim, ser apreciada pela própria Ordem mediante queixa dos que se sentem lesados. Para isso existem os processos disciplinares que correm termos na Ordem.
E como poderá fazer-se a fiscalização pela ASAE quanto a saber se o advogado indicou antecipadamente aos clientes os honorários previsíveis que se propõe cobrara.
Francamente se a função fiscalizadora daquela entidade é aceitável quanto a certas actividades não o é, porém, relativamente aos advogados.
Não deve a ASAE substituir-se à acção fiscalizadora sancionatória da própria Ordem dos Advogados.

 

A despedida de Bush

No discurso de despedida, já proferido perante uma assistência composta por seus amigos, membros do seu gabinete e alguns militares que prestaram serviço no Iraque o sr Bush não mostrou qualquer arrependimento pelas políticas implementadas enquanto presidente dos EUA. Antes pelo contrário tentou justificar todas as suas acções, quer a nível interno, quer a nível internacional. Bush foi, sem dúvida, um dos piores líderes americanos ficando para sempre ligado a nefastos acontecimentos.
Com a desculpa de ser necessário combater o terrorismo levou a violência, a morte e a destruição a algumas regiões do mundo, dizimando grande parte das respectivas populações. Para além da desastrosa política externa dominada pela arrogância e pelo seu propósito bélico, deixou agravar substancialmente as desigualdades sociais, o aumento preocupante do desemprego, uma gravíssima crise económico-financeira, um justificado descontentamento de grande parte dos seus compatriotas. Bush ainda se atreveu a dizer que sempre agiu de acordo com a sua consciência. Muito defeituosa, ela deve ser! Adeus sr Bush e não volte mais!

 

Em que ficamos?

Afinal quais são os juros que o BPN paga nos depósitos?! O líder do BE revelou, com documentos, que aquele Banco continua a pagar o dobro das taxas de juro dos outros Bancos. Embora o responsável do governo tivesse dito que, desde a intervenção do Estado, aquele Banco está a acompanhar os juros dos outros estabelecimentos bancários. É que realmente se o Estado investiu dinheiro – e não foi pouco no BPN – se este continua a remunerar os depósitos além do que é normal, então somos todos nós contribuintes que estamos a pagar do nosso bolso tal remuneração. E isso é incorrecto e injusto!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

 

Para ler e meditar

“ É terrível perceber que nos pediram sacrifícios e que eles de pouco serviram. É pior saber lendo o relatório de uma agência de notação financeira internacional que estamos a viver mais uma década perdida, e não por causa da desculpa da moda, a crise internacional, mas sim dos erros que cometemos”
( José Manuel Fernandes in Editorial do Público de ontem)

 

O crédito à habitação

Os juros euribor têm descido em quase todos os meses e, hoje, nos empréstimos bancários a 3 meses para compra de casa estão já em 2%!
Só que os bancos não têm descido de imediato de quem lhes deve relativamente aos empréstimos contraídos para a aquisição de casa…
O que impede os bancos de actualizarem logo tais encargos?
É que alguns meses para se verificar essa actualização representam, sem dúvida, lucros indevidos e tudo somado devem ser muitos milhares de euros para todos os bancos!

 

Onde está a segurança nos tribunais?

Mais um assalto ( é já o terceiro) a uma caixa de multibanco instalada no interior do tribunal de Setúbal.
Os tribunais continuam, pois, sem segurança apesar das promessas feitas pelo ministério da tutela. Ainda há dias, no tribunal da Figueira ocorreu um incidente muito desagradável: um cidadão quis protestar contra uma decisão judicial e entrou, de rompante, no gabinete da juíza e, perante ela, cortou, com um cutelo, o dedo indicador de uma mão! Calcule-se como ficou aquela magistrada que estando tranquilamente a trabalhar no seu gabinete, assistiu a uma conduta tão insólita e inesperada!
Tal foi possível por não haver nesse tribunal segurança, ali apenas de vêem agentes da PSP quando há julgamentos de arguidos presos.
E, segundo nos consta, essa ausência de segurança existe na maioria dos tribunais.
Magistrados, advogados e funcionários judiciais estão, assim, à mercê de desacatos ou da violência de quem quiser usá-la.

 

E vai mais um!...

O Presidente da República devolveu ao governo o decreto-lei relativo às bases para o contrato da concessão da rede rodoviária à empresa Estradas de Portugal, inclusivamente o alargamento previsto dessa concessão ao prazo de vigência de 75 anos. Cavaco Silva não o quis promulgar sem obter do governo vários esclarecimentos acerca de certos pontos daquele diploma. O Ministro dos Transportes já veio dizer que se trata apenas de dúvidas de ordem técnica.
Mas, é caso para perguntar: por que é que os diplomas não chegam à presidência da república elaborados correctamente e com clareza?
Principalmente, quando já não são boas as relações institucionais entre os dois órgãos de soberania devia haver mais cuidado na elaboração dos diplomas do governo de forma a evitar-se um possível alargamento desse relacionamento.

 

A ministra recebeu os presidentes dos conselhos executivos

Mª de Lurdes Rodrigues recebeu hoje os presidentes dos conselhos executivos de 139 escolas que requereram àquela ministra que fosse suspenso o processo de avaliação dos professores. E recebeu-os no dia seguinte ao pedido de audiência quer dizer com invulgar brevidade.
Será para lhes dar boas notícias? Ou será, de viva voz, continuar com ameaças de consequências disciplinares se se recusarem a dar seguimento ao processo de avaliação?
Sabe-se, porém, que pelo menos naquelas 139 escolas os presidentes dos conselhos executivos estão mesmo na disposição de manterem as suas posições, já divulgadas mostrando-se solidários com os seus colegas que defendem a suspensão da avaliação.

 

A seriedade de um Partido mede-se pelo seu peso eleitoral

Pareceu-nos ouvir bem e surpreendeu-nos que o Primeiro-Ministro tenha dito ontem no parlamento, em resposta a críticas de uma deputada do partido Os Verdes, que aguardava o valor eleitoral desse partido para avaliar a sua seriedade.
É que, com toda a franqueza discordamos de tal afirmação. SE ela fosse exacta então a nossa democracia apenas podia contar com os grande partidos sendo vedado aos de maior dimensão a sua presença na vida política activa do país.
Mesmo não tendo alcançado uma posição de relevo em actos eleitorais, isso não significa que o pensamento político e as regras programáticas dos pequenos partidos não se caracterize pela seriedade e boas intenções.
Poderão e deverão, contribuir para a valorização da democracia e para a solução de problemas que afectam a comunidade.
Daí que mereçam a aceitação e respeito dos outros partidos com maior expressão eleitoral.
Se assim não fosse, tudo se reduziria apenas aos grandes grupos políticos.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

 

Para ler e meditar

“ A democracia portuguesa, embora consolidada, tem uma história ainda jovem e sobre ela paira a sombra de uma tradição antidemocrática. A nossa sociedade civil continua pouco autónoma, pouco ousada, pouco criativa e pouco dinâmica”
( Jorge Sampaio in Diário de Notícias de ontem)

 

A greve dos professores a 19

A plataforma Sindical de professores promoveu, ontem, reuniões nas escolas de todo o país para, mais uma vez, se analisar o ECD e o processo de avaliação dos professores. Pelo que foi já noticiado verificou-se uma forte adesão dos docentes às posições propostas e defendidas por aquela Plataforma Sindical. E verificou-se também que a greve marcada para o próximo dia 19 deve ser muito expressiva bem como a concentração junto do Palácio de Belém.
No dia 23 será discutida e votada no parlamento uma proposta do CDS/PP em que se requer a suspensão imediata da avaliação. A justa luta dos professores tem-se afirmado como exemplar, corajosa e muito significativa tendo já levado o Ministério da Educação a recuar em alguns aspectos do modelo de avaliação inicial.
Só que o essencial não foi alterado e daí que os professores continuem nessa luta.

 

Mais uma análise negra!…

A Standar&Poor’s, uma das mais categorizadas agências de notação financeira internacional, num seu recente relatório fez uma análise muito negra da situação económica do nosso país. E uma das bases que serviu a essa análise foi a avaliação das reformas estruturais que foram realizadas pelo governo e que aquela agência considerou insuficientes. Quer dizer que não se atribui à crise internacional a razão do que se está a passar em Portugal. Mas, sim, a culpa reside em razões internas. E o futuro, pelo menos nos próximos cinco anos, prevê-se muito mau. O enorme endividamento exterior actual poderá agravar-se ao ponto do Estado não conseguir satisfazer as suas dívidas, pois os respectivos juros aumentarão significativamente e o crédito será mais difícil de obter. Acresce que se tem verificado e é natural que continue a verificar-se uma grande redução nas exportações bem como a falta de competitividade das empresas é já uma realidade. E o défice orçamental, que se reduziu substancialmente, irá, decerto, subir, vindo a estar em causa o equilíbrio das contas públicas. Enfim, um cenário de cores pelo menos muito cinzentas, senão mesmo negras a ensombrar a vida do Estado e dos portugueses.
Já não se poderá, infelizmente, manter o optimismo que alguns políticos têm vindo a revelar e há que reconhecer com humildade que a precaríssima situação em que nos encontramos se deve também ao que não se fez ou que se fez mal.
Conseguir-se-á agora corrigir erros passados e encontrar o rumo certo que poderá ultrapassar a crise?
Esperemos que sim.

 

Um infeliz deslize de D. José Policarpo?!

O respeito que nos tem merecido o Cardeal Patriarca de Lisboa não impede que discordemos frontalmente da sua afirmação na Tertúlia que ontem se realizou no Casino desta cidade. Permitiu-se avisar as jovens portuguesas católicas que devem ser cautelosas quanto a casamentos com muçulmanos, pois podem arranjar “ montes de sarilhos”, que nem Alá lhes vale.
E disse ainda que os muçulmanos são difíceis de dialogar, pois têm a ideia de que a verdade única está com eles. Ora, nem o Papa, que saibamos, alguma vez se pronunciou dessa forma quanto aos muçulmanos. Porquê essa afirmação de D. José Policarpo? Porquê essa sua “ agressividade” para com os muçulmanos quando afinal o seu líder espiritual já declarou publicamente que tem havido um melhor relacionamento com a igreja católica. Numa época em que a igreja católica deve ainda reger-se pelos ensinamentos do Consílio Ecuménico II, promovido pelo grande Papa João XXIII, em que se abriu à sociedade e se aproximou de outros credos religiosos, foi, quanto a nós, um despropósito ou um incompreensível deslize do Cardeal de Lisboa. E isso irá, decerto, provocar uma natural polémica e, principalmente, uma justificada reacção por parte da comunidade muçulmana, que já se mostrou surpreendida e magoada com as palavras daquele Cardeal. Era, na verdade, escusado que D. José Policarpo falasse como falou.

terça-feira, janeiro 13, 2009

 

Para ler e meditar

“ Nada pode legitimar o sofrimento indiscriminado imposto a uma população inteira, do qual só podem nascer apoios para o integrismo islâmico e mais ódio e raiva colectiva contra o invasor”
(Prof. Doutor Vital Moreira, em artigo no “ Público”, de hoje)

 

A guerra na Faixa de Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas já, há dias, aprovou uma Resolução exigindo o cessar-fogo imediato e duradouro naquela região do Médio Oriente.
E só os EUA se abstiveram na votação (não podia esperar-se outra coisa!), tendo os restantes membros daquele Conselho votado favoravelmente tal Resolução.
Mas o certo é que Israel continua a sua fúria bélica, dizimando, dia a dia, indiscriminadamente a população da Faixa de Gaza, quer seja apoiante ou não do Hamas.
E a situação agrava-se cada vez mais, sendo imperioso que se reforce a ajuda humanitária aos que ainda estão naquele território.
Crianças mortas são já 700 e civis são já, pelo menos, 3000!
O Secretário-Geral das Nações Unidas já se pronunciou no sentido de que a referida Resolução deve ser cumprida sem demora, pois é o direito internacional que o exige.
Mas como fazê-la cumprir?!

 

A previsão concretizou-se

Cristiano Ronaldo foi ontem, em luzida cerimónia realizada na Ópera de Zurique, “coroado” como o melhor futebolista do mundo, relativamente ao ano de 2008.
Quer dizer que, o que há muito já constava nos meios desportivos concretizou-se.
Aquele futebolista português, agora ao serviço do Manchester United, ganhou todos os prémios que havia para ganhar.
Mas o que lhe foi entregue ontem representou, na verdade, a sua máxima consagração.
E foi com inteira justiça que lhe foi atribuído.
Ronaldo deve sentir-se honrado pela distinção que lhe foi conferida e o mesmo deve suceder com Portugal que passou, sem dúvida, a ser mais respeitado no mundo desportivo.
Parabéns a Ronaldo.
Desejamos, porém, que ele não se deslumbre, porque a vaidade é sempre má conselheira…

 

Manuel Alegre e um novo Partido?!

Embora haja razões para criticar algumas posições assumidas pelo PS, embora já muitos socialistas sintam que o seu Partido está a afastar-se da sua área da esquerda democrática, não acreditamos que um novo Partido Socialista possa vingar e afirmar-se.
É, na verdade, preferível que dentro do actual PS haja vozes críticas, que contribuam para o seu melhor desempenho, tentando fazê-lo regressar ao estrito cumprimento das suas regras programáticas.
E Manuel Alegre é já, sem dúvida, um exemplar protagonista dessa acção, beneficiando do espírito e admiração que merece.
A sua coerência sempre corajosa, o seu passado político e o seu contributo valioso para a implantação e consolidação do regime democrático, após o 25 de Abril, fazem dele uma personalidade muito estimável e imprescindível na defesa das matrizes essenciais da esquerda democrática.
Mas, principalmente agora, em que o nosso país está em lamentável recessão, de que não sairá, decerto, tão cedo, seria uma aventura, pensamos nós, sem sucesso, surgir um novo Partido Socialista.
Isso causaria uma cisão no PS, que significaria sempre uma fragilização na área da esquerda.
E, porque em breve haverá eleições não se justificaria uma divisão naquele Partido.
Estamos em acreditar que Manuel Alegre saberá, com a sua inteligência, bom senso e reconhecidas experiência e preparação políticas, evitar tal situação.
A luta pelos seus ideais, nunca postos de parte, poderá fazê-la dentro do PS, o qual não tem culpa da forma como, por vezes, é orientado.
E Manuel Alegre, já ontem na reunião que teve com alguns dos seus apoiantes, de novo manifestou o seu propósito de criar e sustentar um movimento de opinião, que, isso sim, poderá até ser útil ao próprio PS, levando-o a reflectir sobre certas posições já tomadas ou a tomar!

segunda-feira, janeiro 12, 2009

 

Para ler e meditar

“ O crash do neo-liberalismo, precedido pela vertigem do dinheiro fácil, dos paraísos fiscais, pelas escandaleiras antes inimagináveis ocorridas nas administrações de Bancos, Seguradoras e grandes empresas, consideradas sólidas, revelou-se em toda a sua extensão e em todo o seu dramatismo”
( Mário Soares in artigo da Visão de 8 do corrente)

 

Diz-se que:

- contactado pela direcção nacional do PSD para saber se Duarte Silva quererá recandidatar-se nas próximas eleições autárquicas, o actual Presidente da Câmara ainda não tomou uma decisão, estando em período de reflexão;
- Luís Marinho é ainda o mais falado no PS local para ser o seu candidato naquelas eleições, sendo certo que, porém, a comissão política concelhia ainda não se pronunciou;
- nos outros partidos mantém-se o silêncio;
- há um grupo de cidadãos independentes, apoiados por membros de alguns partidos estão a pensar em concorrer às autárquicas em listas independentes. Mas, será difícil, que essa ideia vá por diante;
- com uma decisão judicial favorável ao município vai iniciar-se, em breve, o processo burocrático para poderem começar as obras do Parque Desportivo de Buarcos. Será concretizada ainda antes das eleições uma promessa feita em 2001 na campanha do Engenheiro Duarte Silva?

 

Desporto e Cultura

Seria interessante contar o tempo que nas televisões se gasta com o desporto e com a Cultura.
As realizações desportivas, nas várias modalidades, mormente, claro, com o futebol, são transmitidas quase diariamente e em bons horários.
A Cultura, essa não tem o tratamento que merece, quando muito apenas umas raras e breves notícias.
Nem sequer o teatro ocupa já o espaço que lhe é devido como o pólo de Cultura que pode ser.
O cinema que se vê nas televisões é um cinema de violência, de polícias e ladrões, de crimes e mais crimes, do sobrenatural, a horas em que pode ser presenciado por crianças.
E já agora importa dizer que também os noticiários estão cada vez mais a ser um repositório de informações catastróficas, de actos ilícitos, de escândalos sérios, de querelas políticas, de reportagens sobre julgamentos.
Se se quer que a televisão seja um meio de comunicação por excelência, há que saber transmitir a quem o utiliza o que possa contribuir eficazmente para a sua formação cívica, ética e cultural.
Sobretudo, há que saber dosear os tempos do desporto, do melhor entretenimento, do que mais interessa na política e da Cultura.

 

Eleições legislativas antecipadas?

Fala-se que da mais recente estratégia a adoptar pelo governo faz parte provocar com a sua demissão a antecipação das eleições legislativas. Sócrates já o admitiu e no PS vai-se avolumando como bom esse propósito.
Tal será compreensível, para que não aumente mais o desgaste do governo que se tem acentuado e que poderá reflectir-se negativamente nas referidas eleições, impondo-se depois apressá-las…
Mas será aconselhável numa época de grave crise, sabendo-se como se sabe, que um período eleitoral é sempre perturbador social, política e economicamente?
O interesse nacional não exigirá que se faça o possível para se conseguir antes um tempo em que se procure, sim, apenas tratar da crise?
E as eleições que se pretendem sejam para Junho ou Julho, com a incerteza do seu resultado não serão até susceptíveis de evitar o investimento e uma natural expectativa no estrangeiro, o que poderá agravar os efeitos da crise?
É realmente um caso que requer uma boa reflexão para com sensatez se tomar uma solução.

 

Más práticas…

Tem chegado ao conhecimento público que alguns gestores públicos recebem elevadas remunerações, boas percentagens nos lucros das empresas, escandalosas indemnizações quando saem ou quando são colocados noutros lugares, beneficiam de promoções mesmo depois de deixarem os cargos e embora já trabalhem noutras empresas.
Como é possível que, num país como o nosso, em que muitos, cada vez mais, se deparam com enormes dificuldades económicas, haja ainda uma classe privilegiada como a dos gestores?!
Ainda agora se soube que um ex-director da CGD foi promovido nesse estabelecimento bancário do Estado quando já tinha transitado para a administração do BCP!
E essa promoção, segundo já foi noticiado, determinou que o visado atingisse o nível máximo ( 18 ) de remuneração, com feitos, claro, na reforma…
Qual foi a justificação que a CGD deu para tal procedimento?
É que isso é prática comum naquele Banco!...
E, pronto, é assim que ali e decerto noutras entidades se adoptam más práticas que se vão aceitando sem qualquer reacção por parte de quem devia tê-la.
Quando se acabará com estas más práticas?!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

 

Para ler e meditar

“ Para muitos, esta crise é como a gripe das aves: um perigo que anda aí pelo ar, mas não se sente”
( João Miguel Tavares in Diário de Notícias)

 

Grande negócio!

A administração da empresa que fabrica os computadores Magalhães anunciou, com natural júbilo, que este ano irá facturar 600 milhões de euros!
E a verdade é que foi o nosso governo que fez a melhor propaganda desses computadores.
E propaganda até no estrangeiro!
Enfim, ainda bem que a JP Sá Couto vai de “ vento em poupa”, sabendo aproveitar as oportunidades que lhe têm sido oferecidas.
E ainda bem também que essa empresa contribui para uma melhor formação dos jovens estudantes quanto a programas informáticos.
Há realmente grandes negócios o que é preciso é imaginação e algumas ajudinhas!...

 

Desilusões

Ouvi hoje na rádio alguém dizer: “ sempre simpatizei e defendi os judeus e a sua Causa desde o tempo em que sofreram a feroz perseguição pelos nazis. Mas, agora, com o que se está a passar na Faixa de Gaza sinto-me triste e desiludido com o povo israelita, cujos responsáveis políticos não hesitam em mandar cometer verdadeiros crimes de guerra”.
É já do conhecimento público que as mortes de palestinianos somam mais de 700 e são já mais de 3 mil os feridos, não falando na destruição indiscriminada de edifícios particulares e públicos.
Mais: um terço dos mortos eram civis e um quarto crianças!
Enquanto que, do lado de Israel, apenas se contavam até ontem quatro mortos…
São, pois, enormemente desproporcionados os meios militares usados pelas partes em confronto, o que torna a guerra com mais consequências violentas e injustas.
Se não se parar com urgência, poderá vir a classificar-se de um autêntico genocídio na Faixa de Gaza e tal deve preocupar e mobilizar a comunidade internacional quanto a uma intervenção séria e eficaz.
Aquele que ouvimos, hoje, na rádio, disse estar desiludido com os israelitas.
Muitos estarão também.

 

Só por um voto!

Ontem, na sessão do parlamento, a proposta do PSD que defendia a suspensão do processo de avaliação dos professores não foi aprovada apenas por um voto!
Se Manuel Alegre e mais cinco deputados do PS tivessem optado por votar contra ( como seria natural em face de declarações públicas prestadas) e não pela abstenção, a referida proposta teria passado. Porém, uma coisa é certa: os deputados mostraram-se muito divididos o que significa o que, na verdade, o problema em causa deveria merecer um período de reflexão para se encontrar uma melhor e consensual solução.
A Fenprof já reafirmou a realização da greve do próximo dia 19, esperando que ela venha a ser mais uma demonstração do descontentamento dos professores e do seu justo protesto.

 

Concursos públicos ou adjudicações directas?

O governo na sua reunião de ontem adiou a aprovação de um diploma, no qual era permitido alargar aos órgãos da administração local a aplicação de mais uma excepção das previstas no Código dos Contratos Públicos, publicado em Dezembro.
Com aquele diploma pretendia-se que tais órgãos pudessem adjudicar, com dispensa de concurso público, empreitadas até ao valor de 5 milhões de euros (anteriormente tal valor era de 150 mil euros).
A razão invocada pelo governo para esta possível decisão é facilitar a celeridade quanto à execução de obras de investimento público.
Mas será sensato que, numa época em que, dia a dia, se tem conhecimento de casos de favoritismo, de corrupção, se adopte tal medida?
Não será pôr em causa a tão necessária transparência nas actividades ou nos negócios e contratações que se façam?!
É certo que no referido diploma se fixava um prazo de vigência limitado (dois anos).
Porém, pondo já de parte a possibilidade de se entregarem as adjudicações por amizades ou por influência até política, serão decerto as grandes empresas de obras públicas a afastar outras de menor dimensão.
Quer dizer que os que menos precisam poderão ser os mais beneficiados.
E a verdade é que sem as regras próprias dos concursos públicos, abrem-se as portas à possibilidade de desonestidades.
E, infelizmente, nesta época, a honestidade anda “ pelas ruas da amargura”…
Bem andou o governo em não ir avante, pelo menos para já, com o referido diploma que, efectivamente, merece uma maior reflexão.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

 

Para ler e meditar

“ A escola é um espaço de formação cívica e não pode ser recreio para delinquentes”
( Pedro Duarte in Público de hoje)

 

Israel recusa o cessar-fogo

As tropas israelitas estão já no centro da cidade de Gaza, onde provocam mortes em civis, incluindo muitas crianças, os feridos já atingiram alguns milhares e a destruição por mísseis nem sequer poupou duas escolas das Nações Unidas.
Mas, apesar de vários apelos vindos de grande parte dos países, os governantes de Israel já disseram que só depois de aniquilar completamente o Hamas é que poderão parar os combates, que têm sido cada vez mais violentos e desumanos!
A intenção de Israel, segundo dizem, não é ocupar o território da Facha de Gaza mas o certo é que, entretanto, ali se vai fazendo uma terrível guerra…
E é um Prémio Nobel da Paz, Shimon Peres, que está à frente dos destinos de Israel!
Última hora: soube-se hoje que Israel suspendeu os bombardeamentos aéreos e os combates terrestres durante quatro horas por dia, a fim de ser possível a entrada a ajudas humanitárias.
Vá-lha isso!

 

E a recessão aí está!

O governador do Banco de Portugal anunciou ontem publicamente que o país entrou numa situação de recessão. E as previsões referidas pelo Dr. Vítor Constâncio são muito más para o futuro.
O desemprego é uma das piores consequências da recessão.
Recessão em que alguns responsáveis políticos não acreditavam há algum tempo, ou procuraram escondê-la…
Claro que Portugal não podia escapar-lhe, já que a nossa economia é muito dependente da situação internacional.
Mas também é certo que devia ter havido mais atenção à crise que já existia internamente, precavendo-se com muito empenho e com a adopção de medidas estruturantes os piores efeitos dessa crise e da que já se devia prever que chegaria a Portugal. Enfim, agora, há que aguentar fazendo ainda mais sacrifícios e, sobretudo, evitando-se não ultrapassar as reais possibilidades, quer a nível privado quer oficial.

 

Nada de novo na entrevista de Sócrates

Foi realmente o que se esperava. Para além de algumas perguntas que os jornalistas fizeram e que ficaram sem resposta, o Primeiro-Ministro limitou-se a repetir, na entrevista no dia 5, na Sic o que já tem dito ultimamente.
“ O governo está a agir como deve para combater a crise; esta desencadeou-se inesperadamente no exterior, com inevitáveis consequências na economia do nosso país. A recessão é admissível; não há divergências sérias entre o governo e o Presidente da República; o endividamento externo é de há já vários anos e foi agravado mais recentemente pelos custos da energia; não é boa política deixar falir qualquer Banco; o governo salvará todas as empresas o mais possível; o processo de avaliação dos professores é para continuar, pois há trinta anos que isso não se tem feito; há que apoiar as empresas e as famílias; estabilizar o sistema financeiro; reforçar o investimento público, etc”.
Sócrates foi, pois, igual a si mesmo, não alterando em nada o seu discurso habitual, até porque, mais uma vez, recusou reconhecer que tenha havido erros nas políticas que o governo tem implementado.
Antes pelo contrário, tudo tem corrido bem na acção governativa.
Curioso é que Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros num discurso proferido diante de vários embaixadores, não hesitou em dizer que “ Portugal adaptou-se mal ao choque da adesão ao euro e tem hoje problemas estruturais “.
Problemas que não têm sido reconhecidos ao longo do tempo!

domingo, janeiro 04, 2009

 

Para Ler e Meditar

“ Apesar do uso ponderado de palavras ou expressões para não alimentar conflitos com o governo, o discurso de Cavaco Silva trouxe a exigência da verdade para o centro de gravidade da vida política”
( Manuel Carvalho in Editorial do Público de ontem)

 

Património nacional degradado

Se não acodem, com urgência, a vários monumentos do nosso património, poderão alguns deles ruir ou agravar-se ainda mais o seu lamentável estado de degradação.
Segundo se deu a conhecer na imprensa, estão nessa situação precária o Convento de Cristo, os Mosteiros de Batalha e Alcobaça, a Sé de Lisboa, os Centros Históricos de Évora e Porto e outros mais estão em risco em vários pontos do país.
Sendo o património a memória do nosso passado, se não se precaver contra a degradação poderá dizer-se que está a deixar-se morrer algo de valor estático, histórico e mesmo afectivo.
Importa, pois, que se tenham como prioridade as obras de beneficiação e recuperação dos monumentos nacionais. E já agora diga-se mais uma vez: o Forte de Santa Catarina, presença emblemática da guerra peninsular, local em que o chamado Batalhão Académico venceu os invasores franceses que ocupavam aquele Forte – merece que ali se realizem s obras necessárias para evitar o agravamento da degradação em que vai estando.
O Ministério da Cultura tem que dispensar a melhor atenção ao lamentável estado dos monumentos nacionais.
E até há fundos comunitários que podem ajudar.

 

Previsão do Procurador-Geral da República

No ano de 2009, é natural que aumente a criminalidade violenta disse o Procurador-Geral da República.
A crise e o desemprego são factores que terão influência na criminalidade, mormente na violenta, pois a carência de meios económicos leva ao desespero e à necessidade de se adquirirem bens para enfrentar situações de pobreza.
Aliás, já se vão verificando de norte a sul do país assaltos à mão armada a Bancos, postos de combustível, ourivesarias, moradias, etc.
Os desempregados são já 408 mil e são centenas as empresas que faliram ou encerraram.
Quer dizer que se vive já uma muito difícil situação social e económica que vai, decerto, manter-se em 2009.
Razão tem, pois, o Dr. Pinto Monteiro quando prevê um aumento da criminalidade violenta.
Mas parece que o Ministro da Administração Interna não está de acordo com tal previsão dizendo que os meios humanos e os novos equipamentos que estão a ser atribuídos às Polícias serão suficientes para combater a criminalidade.
Poderá valer de alguma coisa, mas o principal é criar normais condições d evida que agastem a necessidade de recorrer ao crime.

 

O endividamento externo

A dívida externa de Portugal representa já 90% do PIB! E isso é profundamente preocupante quanto aos seus efeitos presentes e futuros.
Com a recessão que oficialmente se vai anunciar com brevidade, pode ainda mais agravar-se a situação.
Quer dizer que o nosso país vai perdendo credibilidade e confiança externamente podendo ser recusados os financiamentos que, no estrangeiro se terão de obter para um normal funcionamento e desenvolvimento da nossa economia.
Como é que se chegou a esta situação?
Dizem uns: a crise internacional é a culpada. Dizem outros: houve falta de previsão e carência enorme de estruturas fundamentais o que se deve também a governos anteriores que se limitaram a gerir o dia-a-dia!
Enfim, tudo isso teve culpa na situação alarmante que o nosso país atravessa.
Mas o que é preciso, agora, é com coragem, imaginação e determinação encontrar soluções.

 

“ Foguetes” que não se justificam

A promulgação pelo Presidente da República do diploma sobre a avaliação dos professores foi saudada com a satisfação própria de uma vitória pelo Ministério da Educação.
Porém, é bom que se saiba que o que foi promulgado foi apenas um Decreto Regulamentar e com carácter transitório. Não havia, pois, razão para aquela satisfação…
Mas parece que tudo serve para se desvirtuar a verdade e fazer propaganda enganosa quanto a posições que se tomam, e que não têm o valor que se lhes pretende atribuir!
Aliás, o parlamento em breve vai apreciar e votar uma proposta do PSD defendendo a suspensão do actual modelo de avaliação.

 

Mais uma ameaça do Ministério da Educação?!

O Secretário de Estado Jorge Pedreira anunciou que, se se mantiver o propósito dos professores fazerem a greve marcada para 19 de Janeiro poderão vir a ser retiradas as alterações introduzidas no modelo de avaliação!
Isto não será uma ameaça e até mesmo uma inaceitável e censurável “ chantagem”?
Naquele Ministério parece haver o desejo de provocar cada vez mais a classe dos professores, teimando em tratá-los com uma forte injustiça, arrogância e desrespeito pela sua dignidade pessoal e profissional.
Até quando tal sucederá?

sexta-feira, janeiro 02, 2009

 

Circunspecção de mau gosto

Julgo que a opinião da directora da DREN, Margarida Moreira, segundo a qual a ameaça a uma professora com uma arma de plástico foi uma brincadeira de mau gosto, é uma brincadeira de mau gosto. Mais uma vez se prova que a crítica de cinema é extremamente subjectiva. Eu também vi o filme no YouTube e não dei pela brincadeira de mau gosto. Vi dois ou três encapuzados rodearem uma professora e, enquanto um ergue os punhos e saltita junto dela, imitando um pugilista em combate, outro aponta-lhe uma arma e pergunta: «E agora, vai dar-me positiva ou não?» Na qualidade de apreciador de brincadeiras de mau gosto, fiquei bastante desapontado por não ter detectado esta antes da ajuda de Margarida Moreira.
Vejo-me então forçado a dizer, em defesa das brincadeiras de mau gosto, que, no meu entendimento, as brincadeiras de mau gosto têm duas características encantadoras: primeiro, são brincadeiras; segundo, são de mau gosto. Brincar é saudável, e o mau gosto tem sido muito subvalorizado. No entanto, aquilo que o filme captado na escola do Cerco mostra aproxima-se mais do crime do que da brincadeira. E os crimes, pensava eu, não são de bom-gosto nem de mau gosto. Para mim, estavam um pouco para além disso – o que é, aliás, uma das características encantadoras dos crimes. Se, como diz Margarida Moreira, o que se vê no vídeo se enquadra no âmbito da brincadeira de mau gosto, creio que acaba de se abrir todo um novo domínio de actividade para milhares de brincalhões que, até hoje, estavam convencidos, tal como eu, que o resultado de uma brincadeira é ligeiramente diferente do efeito que puxar de uma arma, mesmo falsa, no Bairro do Cerco, produz.
O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto. Trata-se da mesma directora que suspendeu o professor Fernando Charrua por, numa conversa privada, ele ter feito um comentário desagradável, ou até insultuoso, sobre o primeiro-ministro. Ora, eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma de plástico a um professor, mas quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, sobre o primeiro-ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, está claro que preciso de arranjar urgentemente novos amigos.
Ricardo Araújo Pereira in Visão

quinta-feira, janeiro 01, 2009

 

O 114º aniversário do Ginásio Clube Figueirense

Este muito prestigioso Clube comemorou hoje o seu 114º aniversário.
A sua história está há muito ligada à história da Figueira, influenciando-a positivamente. Na cultura, no desporto, e nas mais relevantes realizações sociais, o Ginásio sempre tem tido um importante papel, que honra a nossa terra.
Por este Clube passaram já muitas gerações que conseguiram elevar bem alto o nome da Figueira quer nacional quer internacionalmente.
E sempre tem havido quem, com muita dedicação e amor clubista tem sabido vencer as crises, próprias de qualquer Colectividade.
Neste momento festivo do ginásio, lembramos e homenageamos os muitos cidadãos que fizeram do Ginásio um grande Clube e felicitamos os seus actuais dirigentes desejando-lhes os melhores êxitos no exercício das suas funções.

 

Dia da Paz

O Dia de hoje é de molde a congregar aqueles que desejam e contribuem, de várias maneiras, para a tão necessária e ambicionada paz no mundo.
Quando ainda não há bom entendimento entre os homens, quando os responsáveis políticos não agem com humildade, compreensão e tolerância, quando se prefere alcançar os fins através da violência, quando se despreza o diálogo, quando os povos mais ricos pouco ou nada fazem para ajudar os mais pobres, quando se recusa ajuda humanitária a quem dela precisa, quando se é indiferente a uma nova ordem mundial em que impere a solidariedade e fraternidade entre os povos – mesmo assim vale apenas, neste dia, reflectir sobre como podemos e devemos contribuir para a paz o que não requer apenas a acção dos governos, mas também a de todos nós.

 

As duas faces da moeda

Há pessoas que são como as moedas: têm duas faces diferentes! De um lado, exibem simpatia, vontade de ajudar quem precisa, disponibilidade para certas tarefas, boa disposição.
De outro, caem na maledicência, na crítica constante e injustificada, na intriga, na mentira, na mesquinhez, no auto-elogio.
Quanto a estes, nunca se sabe o que deles pode advir e quantas vezes prejudicam as suas “ vítimas “ ou lhes trazem uma profunda desilusão e tristeza.
Querem fazer-se mais do que valem e servem-se de todos os meios para mostrar uma imagem que não reflecte a realidade.
Com eles não se pode ser ingénuo ou agir com boa fé, antes, sim, sempre “ de pé atrás”. E eles estão por toda a parte: na política, na família, no local do trabalho, no grupo de amigos, nos serviços públicos.
Há que procurar conhecê-los bem, lidando com eles como merecem!

 

O tempo ajudou

Depois de um dia chuvoso e frio, à noite pôde contar-se com um tempo que permitiu que muitas pessoas fossem gozar a festa na Avenida 25 de Abril.
E ali se reuniu muito público, que foi brindado com música e uma boa sessão de fogo-de-artifício.
Já durante o dia, foi grande o movimento de carros na cidade.
Na Figueira, como noutras partes, a crise ficou em casa para nas ruas haver alegria e se confraternizar.
Na verdade, tristeza não pagam dívidas!
Mas houve muitos portugueses que não puderam, infelizmente, comemorar o Ano Novo com champanhe e boa disposição.

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