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segunda-feira, março 31, 2008

 

O governo e o povo

Só em ditadura se pode governar contra o povo, usando da opressão e repressão, dos mais sofisticados meios de violência, de perseguição e de humilhação pessoal, da prisão e, por vezes, mesmo do assassinato.
Só em ditadura se pode decidir quanto a medidas sociais e estruturais sem dialogar com os vários sectores em que se pretende aplicar essas medidas, decidindo-se com autoritarismo, com prepotência, com a violação até dos direitos humanos fundamentais.
Mas, como nos ensina a história política, as ditaduras mais cedo ou mais tarde são vencidas, porque a vontade do povo nunca acabará por ser destruída.
Por vezes, porém, nas democracias, que essencialmente são o contrário dos regimes totalitários, não se atinge a perfeição e o poder exerce-se com alguns sinais de despotismo.
E isso deve-se aos homens que servem a democracia, por natureza imperfeitos, lamentavelmente desejosos de se afirmarem na cena política, havendo mesmo alguns que preferem a concretização de interesses pessoais mais do que, realmente, um trabalho sério e abnegado pelo bem comum.
E não se culpe, pois, o regime democrático, culpe-se, sim, quem, embora legitimado pelo sufrágio popular atinge o poder.
É que o funcionamento da democracia é, na verdade, difícil, sendo mais fácil por vezes governar com “mão de ferro” mandando “ às urtigas” o diálogo, o propósito de alcançar um consenso quanto a algumas questões, desprezando uma cuidadosa reflexão sobre as melhores soluções e não aceitando opiniões de outrem.
Ninguém tem, efectivamente, toda a verdade e razão consigo!
Daí que o poder democrático deva ser exercido com humildade e nunca com arrogância.

 

Como foi possível?!

Na abertura do Congresso Nacional da ANAFRE, na Madeira, Jaime gama fez rasgados elogios a Alberto João Jardim, chegando a considerá-lo “ um exemplo supremo na democracia”, com “ uma obra notável” no arquipélago madeirense.
A Comissão Regional do PS Madeira logo reagiu, protestando energicamente contra aquelas declarações.
E os Partidos da Oposição naquele arquipélago também já se manifestaram, estranhando e censurando a posição assumida por Jaime Gama.
Na verdade, ainda não há muito, o Presidente da Assembleia da República foi ofendido gravemente por Alberto João Jardim que o comparou a um feroz ditador africano!
Tudo foi esquecido por Gama, o que, aliás, não lhe é habitual...
Jardim exemplo supremo da democracia?!
Exemplo, sim, de má educação, de constante desrespeito pelos órgãos nacionais de soberania e de instituições democráticas, de intolerância, de perseguição a democratas madeirenses que não estão no seu partido.
Exemplo, sim, de irresponsabilidade, de autoritarismo (para não dizer mais!) de frequente violação de princípios e das mais elementares regras democráticas, de exagerado protagonismo e de injustificada vaidade.
As insólitas declarações de Jaime Gama ofenderam, sem dúvida, os verdadeiros democratas madeirenses, seus companheiros de partido, mas também aqueles democratas autênticos que se encontram na Assembleia da República, de que aquele político é Presidente!
Francamente, como foi possível?

 

O Dia da Verdade

Amanhã, 1 de Abril é o Dia das Mentiras.
Servirá para brincar, enganar, inventar factos e situações.
Não sabemos qual a origem do que se pretende comemorar, mas foi, decerto, alguém que quis transmitir a outros o seu hábito de mentir!
Tal não justifica que se celebre...
Só a verdade merece, efectivamente, que se realce.
Era bem interessante que, pelo menos num dia, todos se mentalizassem para dizer a verdade, porque actualmente mente-se mais do que se diz a verdade!
O culto da verdade é apenas de poucos, a verdade é incómoda e pode trazer consequências desagradáveis.
A mentira é a base da hipocrisia, do elogio não justificado, de promessas feitas sem o propósito do cumprimento, da exaltação d eméritos que não se têm, etc.
A verdade, pelo contrário, assenta na honestidade, na sinceridade, na transparência, na isenção, nos princípios éticos.
Porque não, então, um dia da verdade?!
Melhor seria até que a verdade existisse todos os dias, em todos os sectores e em todas as pssoas!

sábado, março 29, 2008

 

Cavaco Silva e a violência nas escolas

O Presidente da República, regressado de Moçambique logo convocou o Procurador-Geral da República para tratar do grave problema da violência nas escolas.
É compreensível a preocupação do Chefe de Estado e o seu encontro com aquele Magistrado poderá, assim se espera, aliás, determinar um seu envolvimento no sentido de uma melhor solução para o que, tão lamentavelmente, se tem passado nas escolas.
Há que tomar medidas que restabeleçam a autoridade dos professores e dos Conselhos Executivos dos estabelecimentos de ensino.
É que são muitos os casos censuráveis de agressões verbais e corporais de alunos a professores e funcionários das escolas.
Cavaco Silva, já no seu discurso no 5 de Outubro do ano passado, deixou recados aos responsáveis políticos para a situação preocupante que estava a existir nas escolas.

 

O Estado e os “ off-shors”

Também o nosso Estado, através de entidades públicas, tem feito investimentos nos chamados paraísos fiscais.
Em 2006, essas aplicações de capital atingiram o montante de 235 milhões de dólares.
O Ministro das Finanças, confrontado com esse comportamento do Estado, disse que essas operações financeiras não eram ilegais e que muitos outros Estados europeus as faziam também.
Podem não ser ilegais, mas não será isso que se põe em causa é, sim, a falta de ética que representa, quando o próprio Estado critica os particulares que usam esses paraísos fiscais para obterem mais rendimentos nem sempre de forma lícita!
O exemplo tem sempre que partir de cima e neste caso dos “ off-shors” o Estado, confessando o aproveitamento que faz deles, não tem já autoridade moral para censurar quem adopte conduta igual.
Não será assim?!
Faz jeito a boa rentabilidade dos investimentos do Estado nos “ off-shors”, pois tal ajudam as receitas públicas.
Porém, o dinheiro não é tudo, principalmente quando ele se obtém por meios pouco transparentes.
E a mistura de capitais que resultam, muitas vezes, de negócios escuros com capitais públicos devia ser rejeitada.

 

As muitas falências

Segundo o “ Expresso” no ano findo, houve 18.520 empresas que faliram, isto é, 50 por dia!
Tem de ser preocupante essa situação, porque com as falências veio o desemprego e com ele principalmente para os trabalhadores mais idosos a dificuldade de conseguir novo emprego.
Foram, pois, muitas famílias que, de um momento para o outro, viram alteradas profundamente as condições dos seus lares.
Mas é caso para se perguntar: quantas falências foram julgadas como fraudulentas?
Quantos empresários retiraram abusivamente máquinas e outros elementos do activo da empresa, dando-lhes o destino que só eles conheciam?
E foram sancionados por isso?
Quantos, mesmo depois das falências, continuaram a fazer vidas faustosas?!

 

Merecia o castigo?!

Aquele aluno da Escola Carolina Michaelis que filmou com um telemóvel a cena de violência de uma colega sobre a professora, foi também castigado com a transferência da escola.
Foi merecida essa sanção?
Há quem louve esse estudante que levou ao conhecimento público tão desagradável acontecimento pois essa sua acção pôs a descoberto um caso que ficaria talvez sem as devidas consequências.
Mas também há os que, apesar disso, entendem que esse estudante foi longe demais fazendo passar na internet o filme.
Na verdade, o uso de telemóveis que hoje têm a possibilidade de filmar – e algumas vezes até a possibilidade de desvirtuar as imagens - pode ser perigoso, pondo em risco até o direito à privacidade dos que estão a ser filmados sem a sua autorização.
Para evitar essa conduta até ilegal impõe-se que nas escolas se proíba os telemóveis.
Mas quanto ao castigo aplicado ao autor do filme feito numa sala de aula da Escola carolina Michaelis parece-nos que foi exagerada a sanção de transferência de escola.
Até porque, efectivamente, foi através desse filme, já demasiadamente transmitido nas estações televisivas, que se provocou uma maior atenção para a violência nas escolas.

sexta-feira, março 28, 2008

 

Para ler e meditar

“ Gozar, aplaudir e transformar num espectáculo o desrespeito por um professor na sala de aula, é sinal de que estamos a criar uma sociedade irresponsável”
(Jorge Coelho in Diário Económico de ontem)

 

É uma pena...

A Figueira tem imensos prédios em deplorável estado de degradação, alguns deles em zonas nobres da cidade.
Há-os com janelas a cair e a poder causar sérios danos pessoais, com telhados em muito mau estado, com vidros partidos na iminência de virem parar à rua, etc.
Além de que são muitos os terrenos, onde existiram casas com tapumes e com letreiros a dizer que “ em breve terão início novas construções”.
Não podemos deixar de realçar o péssimo e perigoso estado do castelo Engenheiro Silva, em plena Esplanada Silva Guimarães que é uma varanda sobre o mar; o edifício onde funcionou a “ casa da mãe” ; a casa do notável figueirense Professor Dr. Joaquim de carvalho (que a Câmara devia adquirir para ali instalar um pequeno museu dedicado àquele distinto historiador e filósofo); e, claro, o Forte de Santa Catarina, monumento emblemático da cidade, que, dia a dia está a deteriorar-se.
E muitos outros edifícios estão em muito más condições de conservação.
Não será difícil que os respectivos serviços camarários façam uma listagem desses prédios ( se é que já não a têm) e se providenciar pela resolução de um problema que, para além do risco que representam alguns dos prédios em causa, desfeiam a nossa linda cidade.

 

O novo regime legal do divórcio

Afinal, ontem, no Parlamento, o que se discutiu e votou foi o projecto de lei do BE em que se propunham alterações à legislação actual sobre o divórcio.
E o diploma não mereceu aprovação.
Apenas foi votada favoravelmente a redução do chamado período de reflexão, quando se pretende o divórcio por separação de facto, de três para um ano.
Entendemos que tal se justifica, pois era demasiado longo aquele período, sendo, na verdade, suficiente um ano para qualquer dos cônjuges chegar à conclusão de que não vale a pena manter o casamento.
Já o anunciado projecto de lei do PS que contemplará alterações ao regime legal do divórcio, só será apresentado no parlamento a 16 de Abril próximo.
E pelo que se prevê essas alterações serão profundas, incidindo principalmente sobre os fundamentos objectivos para o divórcio.
Bom será que seja sempre o tribunal a decretar o divórcio, a não ser quando ele seja por mútuo consentimento, cujo processo, como se sabe, corre termos pelas Conservatórias do Registo Civil.

 

Mais uma!

Alberto João Jardim já disse que só se aplicará na Madeira a redução do IVA depois de o Secretário regional do Plano e das Finanças se pronunciar sobre o assunto. Mais uma vez, Jardim põe em causa o poder do governo nacional para afirmar, sim, a sua “ independência”.
E ninguém trava o Presidente do governo da Madeira nas suas insólitas posições.

 

Para quando?

Continua a guerra no Iraque.
Agora mais entre o exército iraquiano e os xiitas, estes comandados por Al-Sahr, tendo já morrido, só num dia, mais de uma centena de pessoas.
Os confrontos dão-se rua a rua, casa a casa, e é quase total a destruição do que resta nas principais cidades daquele país-mártir.
As forças iraquianas têm a colaboração dos americanos, sobretudo da aviação, havendo enormes bombardeamentos.
Mas de metade do povo iraquiano já fugiu do país, desde o início da guerra, vivendo em territórios vizinhos e nas piores condições.
Quando acabará uma guerra tão violenta, que foi desencadeada por uma coligação de países, cujos responsáveis políticos já disseram que foram enganados por informações da CIA?
Isso, porém, não os livrará de poderem ser considerados como culpados.
Mário Soares ainda ontem, em Serralves, não hesitou em dizer que esses responsáveis, que contribuíram mais ou menos para a guerra, ficarão sempre marcados com um lamentável “ ferrete”.

quinta-feira, março 27, 2008

 

Não está certo!

Na Câmara de Lisboa, o Presidente depois de constatar que um assunto de apresentou na última sessão não “ passaria” na votação, retirou-o da agenda de trabalhos e disse que iria decidi-lo por despacho!
Choca-nos essa atitude de António Costa que, quanto a nós, não agiu democraticamente bem.
Se podia com um mero despacho resolver a questão, porque a levou à sessão?
Se a quis sujeitar à apreciação dos vereadores, não devia impedir a respectiva votação e acatá-la!
António Costa que consideramos um democrata com provas dadas não andou bem, desta vez.

 

Divórcio a uma só voz!

O PS vai querer ver aprovado no Parlamento um diploma com o qual se acaba com os divórcios litigiosos.
Se tal diploma merecer a aprovação, bastará que um dos cônjuges tenha o propósito de romper com o casamento para que se decrete o divórcio.
Não será necessário o consentimento do outro cônjuge nem importará averiguar qual o culpado para que não vingue o matrimónio.
É aquilo que já alguém chamou de “ divórcio simplex”!
Com os preceitos constantes no novo diploma cerca de quatro dezenas do Código Civil terão de ser reformulados.
Não conhecendo ainda o texto do diplomas em causa, o certo é que, presentemente, está já muito facilitado o divórcio, entendendo nós que a instituição casamento devia merecer mais respeito e defesa, em ordem à estabilidade da família e dos filhos menores se os houver.
Deixar à vontade de um só cônjuge a possibilidade de obter divórcio é, quanto a nós, desprezar valores e princípios que seriam de salvaguardar.
O facilitismo – mais um! - que se quer introduzir na legislação sobre o divórcio é, sem dúvida, um incentivo à união de facto, pois para quê o casamento?!
Um contrato de qualquer natureza só pode ser denunciado ou por acordo ou com base em determinadas circunstâncias e não por vontade de um só dos contraentes.
No futuro, se o diploma for aprovado e promulgado bastará que, seja qual for a razão, um só cônjuge queira divorciar-se!...
De realçar que, em 2007, um diploma do BE semelhante ao que hoje será apresentado no Parlamento pelo PS foi por este partido rejeitado!
Como se muda no tempo!...
Depois de conhecer o texto integral do diploma, voltaremos, decerto, ao assunto.

 

O Dia Mundial do Teatro

Hoje, um pouco por toda a parte, o dia foi dedicado ao Teatro.
Desde tempos remotos que o Teatro é um muito importante valor cultural, contribuindo para reunir pessoas, actores e público elevando-os a meditar sobre os problemas mais sérios da sociedade transpostos para os palcos.
E também o Teatro, através do entretenimento e da crítica, pode, como alguém já disse “ ser testemunha das grandes questões da sua época e promover a compreensão entre os povos”.
Pelas representações que acontecem em todo o mundo o Teatro tem sido um elemento notável de cultura, de denúncia dos problemas que exigem soluções, de exemplar convivência social, de meditação sobre sentimentos e valores que nem sempre estão presentes no dia a dia de cada um.
No Teatro a participação é de todos, actores e público e, através dela, poderão melhorar condutas, maneiras de pensar e de estar.
Do Teatro tudo de bom pode resultar.
Por isso, ele merece homenagem que hoje, mais uma vez, se lhe presta.

quarta-feira, março 26, 2008

 

A descida do IVA

Contrariamente ao que o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças até há pouco afirmavam não ser possível qualquer baixa de impostos, Sócrates anunciou hoje que o IVA, a partir de Julho baixará para 20%.
Se como o PSD já comentou tal representa meros propósitos eleitorais, diremos: vivam as eleições!
Mas, se como o governo diz que a diminuição daquele imposto, embora apenas em 1%, é o resultado de uma actual conjuntura económica favorável, então a medida ainda que tenha pouco impacto, há que congratularmo-nos.
Na verdade, em 2006 o défice orçamental foi de mais de 3%, em 2007 foi já de 2,6% e estima-se que em 2008 será de 2,2%.
Nem tudo é mau, felizmente!
Porém, a carga fiscal ainda é das maiores da Europa!...

 

Para ler e meditar

“ A ânsia de cobrar mais receitas de impostos não justifica que se utilizem quaisquer meios”
( João Cândido da Silva in Jornal de Negócios de ontem)

 

Famílias endividadas

Para além dos portugueses, cerca de 1 milhão, que vivem em situação de pobreza ou mesmo de miséria foi agora noticiado que cem mil famílias estão a enfrentar muitas dificuldades financeiras.
E a grande maioria do endividamento resulta do recurso ao crédito bancário e ao consumismo desenfreado que, actualmente existe.
Poucos são os que se contentam com o que têm, obrigando-os a fazer despesas até desnecessárias.
Poucos são, na verdade, os que fazem orçamentos familiares, que não devem ser ultrapassados.
A ânsia de gozo é muita e os Bancos, com a propaganda aliciante a que procedem quanto a empréstimos são também os culpados na sedução dos mais incautos relativamente a vários produtos que promovem.
Enfim, não tarda muito que os próprios Bancos acabem por reconhecer que não podem continuar com a política que têm seguido, sob pena de aumentar cada vez mais o chamado crédito mal parado...

 

As insólitas posições do Secretário de Estado da Educação

Valter Lemos, que ainda há dias classificou de “ ignorante” um deputado que tinha comentado a violência nas escolas, voltou ontem numa entrevista à TSF a afirmar que essa violência “ se deve a factores externos às instituições e que estas têm meios para enfrentar o problema”.
Onde estão esses meios?!
Se os há, porque é que não têm sido usados?!
Poderá desconhecer um governante da área da Educação que, no último ano escolar houve mais de uma centena de actos de violência nas escolas em que os ofendidos foram professores e funcionários?!
Não veio agora o Procurador-Geral da República dizer que recebe muitas cartas e faxes de professores a denunciarem ter sido vítimas de maus-tratos por parte de alunos?!
Francamente senhor Secretário de Estado, não pode querer esconder o que é uma triste realidade: a indisciplina dos alunos e a falta de autoridade dos professores que cada vez mais foi oficialmente reduzida.

 

O valor da educação

Há os que, mesmo “ sem berço” (como costuma dizer-se em relação aos que nasceram em meios de educação deficiente) se vão, ao longo da vida, promovendo sob os aspectos educativo e cultural.
São os que, muitas vezes, com a convivência com outros, “ cresceram”, acolhendo e cultivando as regras da boa educação e da melhor sociabilidade.
Outros, porém, permanecem indiferentes a essas regras e, então, por mais que a vida lhes sorria economicamente, não passam de pessoas incultas e mal-educadas, revelando isso mesmo, com frequência.
Mas o que é pior é que a sua maneira de ser os leva a apoucar aqueles que bem diferentes são quanto à sua postura pessoal e social.
Hoje, para além de uma notória crise de valores éticos há também – em abundância, infelizmente, uma crise de educação.
E esta é, sem dúvida, a base para um melhor comportamento em sociedade.
Não é só o que se vale economicamente e até em instrução.
A educação é o mais valioso predicado que se pode ter, porque com ela alguém consegue impor-se ao respeito, à consideração e aceitação dos outros, melhorando a convivência social.

terça-feira, março 25, 2008

 

As jornadas de Teatro Amador

No dia 27, no Grupo Caras Direitas começará a 31º edição das jornadas de teatro amador, organização dos Lions Clube da Figueira da Foz.
Estas jornadas prolongam-se até 25 de Maio, sendo muitos os amadores teatrais que representarão em vários palcos do nosso concelho.
O evento tem tido muito êxito, ao longo dos anos, devendo realçar-se o empenho e dedicação que o Lions Clube tem dispensado a esta realização cultural.

 

Juristas a 1,67 euros!

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, para poder evitar a prescrição de muitos milhares de processos de contra-ordenação pediu, através de um protocolo, a colaboração da Ordem dos advogados para serem nomeados juristas que se dediquem a ultimar aqueles processos.
Só que, pelo que veio agora a saber-se, cada jurista receberá 1,67 euros pelo seu trabalho em cada processo.
Quer dizer que ganha menos do que qualquer trabalhador indiferenciado.
E têm esses juristas que apresentar diariamente propostas para decisão em 30 processos.
Estranha-se que a Ordem dos Advogados aceitasse que fosse fixada tão mísera remuneração para os juristas em causa.
Claro que, para alguns dos advogados ou dos estagiários que estão a exercer aquelas funções, fará até jeito receberem esse pouco, mas, francamente é um abuso, que desrespeita até as habilitações académicas que eles possuem.

 

Declarações inesperadas do professor do ano

Arsélio Martins que há pouco tempo foi distinguido como professor do ano, fez agora declarações acerca da cena de violência na Escola Carolina Michaelis do Porto. E permitiu-se dizer que considerava o que ali se passou como um “ incidente pontual”!
Não há dúvida que aquele professor não quer conhecer a realidade e esta é a de que são já muitas as agressões de alunas a docentes (só no último ano escolar houve mais de uma centena)!
Mas mesmo que acena da escola do Porto fosse única, não se compreende que um professor com experiência pedagógica de Arsélio Martins não tivesse, nas declarações que prestou, uma palavra de censura quanto ao comportamento da aluna agressora.
É que o Ministério da Educação para além da distinção que concedeu àquele professor, já lhe atribuiu outras benesses!
Enfim, é a obediência à “ batuta”!

segunda-feira, março 24, 2008

 

Informadores nas escolas?!

Ouvimos na televisão, mas, francamente, não acreditamos.
Sim, não acreditamos que se chegue ao ponto de se contratarem polícias reformados com a justificação de que são precisos para a segurança nas escolas, mas que, no entanto, serão informadores de certas acções políticas que nelas ocorram, quer relativamente a alunos quer a professores.
A Associação dos Agentes da PSP veio já desmentir, dizendo que, na verdade, o que há é a intenção de zelar pela segurança nas escolas.
Porém, bom seria que o Ministério da Tutela viesse publicamente esclarecer a situação.
É que se já vai havendo medo de se falar abertamente em certas repartições e serviços públicos, só faltava que fosse verdadeira a notícia que passou hoje na televisão.

 

O que se passa com as informações a prestar pelos noivos?!

Será possível que o Fisco esteja a obrigar quem casa a informar quanto se gastou no casamento, sob pena de aplicação de multas que podem ir a 2500 euros?!
As despesas com a boda, com os fotógrafos, com as floristas, com o vestido da noiva e fato do noivo, o valor das prendas, o número de convidados adultos e crianças, etc, têm que ser contabilizadas e informadas junto do Fisco!
Mais: quem casa deve informar se nesse dia houve outros casamentos no mesmo local!...
Isto é, na verdade, fantástico, mesmo repugnante, até porque representa um apelo à denúncia e também a aproveitar-se das informações de alguém que não é funcionário do Fisco.
É, efectivamente, aos quadros dos fiscais da Direcção-Geral de Impostos que deve competir averiguar o que pode constituir matéria tributável!
Estaremos a caminhar, a passos largos, para uma situação em que cada um é obrigado a ser polícia de outro?
Realmente, é de conduzir a uma justificada indignação e mesmo revolta o que se está a passar quanto ao Fisco, que não tem, pelos vistos barreiras que impeçam a sua ganância em arrecadar receitas, mesmo servindo-se de acções injustas e imorais.
Mas que é isto que está a acontecer num país pelo qual se lutou para que fosse livre e democrático sem qualquer opressão e repressão?!
Pelo que já ouvimos hoje ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais efectivamente está a ser desenvolvida uma acção quanto às despesas dos casamentos.
Tal governante disse, porém, que pode haver algum excesso quanto à averiguação dessas despesas.
Mas, bem gostaríamos que não se aproveitassem as informações de quem não tem a obrigação de as prestar!

 

Para ler e meditar

“ Não é preciso ressuscitar fantasmas para dizer o que deve ser dito: estamos a produzir uma sociedade inculta, egoísta, medrosa, narcísica, cujas referências maiores são o consumismo e simultaneamente o rompimento de teias de solidariedade ancestrais.”
(Francisco Moita Flores in Correio da Manhã de ontem)

 

Quadro da vida

À minha frente estava uma jovem de vinte e poucos anos.
Deixei-a falar aberta e demoradamente, pois logo percebi que ela precisava mesmo de desabafar.
E a sua situação era, na verdade, a de alguém que muito já tinha passado, para quem a vida era madrasta má!
Em casa dos pais, sofrera com as desavenças daqueles e com as muitas dificuldades económicas que não lhe permitiram ter, com regularidade, duas refeições por dia.
Valera-lhe o apoio que na escola lhe foi dado quer em roupas quer em alimentos.
Apenas com 16 anos deixou-se seduzir pelas promessas de amor de um rapaz que lhe pareceu com boas qualidades, e os próprios pais a entusiasmaram a ir viver com ele.
Era menos um encargo que tinham e para ela era uma fuga ao mau ambiente da casa paterna e também aos constantes maus-tratos de que era vítima quase diariamente.
Mas a vida em comum com o companheiro cedo começou a ser um martírio, o alcoolismo e a droga tomaram conta dele, afastando-o do trabalho e levando-o a agredi-la com frequência e com violência.
Pior ainda do que isso foi ele querer que se prostituísse com alguns dos seus amigos que levava para casa.
Ali estava diante de mim aquela jovem, já com aspecto de muito mais idade.
Pediu-me que lhe valesse, que lhe arranjasse um emprego pois até fome estava a passar.
Sujeitava-se a qualquer trabalho.
Mas qual?!
Prometi interessar-me, ficando com o nome e a morada dela.
Pobre rapariga que já tinha uma história triste, muito triste.
E quantas haverá com problemas idênticos?!

sábado, março 22, 2008

 

Para ler e meditar

“ O importante da democracia não são os governantes que dela emanam mas sim o acordo da população e o respeito”
( Joaquim Jorge in Público de hoje)

 

Morreu o General Galvão de Melo

Este General da Força Aérea foi, na passada quinta-feira, encontrado morto na garagem da sua casa. Embora muito distante politicamente dele e de ser seu crítico quanto a atitudes tomadas por si depois do 25 de Abril, a verdade é que não poderei esquecer a sua conduta na Assembleia Constituinte, conduta de exemplar civismo, de esmerada educação e até de tolerância pelos parlamentares de Partidos antagónicos às sus ideias e ao seu posicionamento naquela Assembleia em que se sentou na bancada do CDS.
Firme nas suas convicções políticas, não escondendo o seu anti-comunismo, nunca lhe ouvimos qualquer intervenção na Assembleia Constituinte que ofendesse pessoalmente os que estavam em bancadas diferentes da sua.
Era, efectivamente um homem correcto, apenas apostado em discutir no campo das ideias, afável, como tive ocasião de verificar no relacionamento pessoal.
Intrinsecamente de direita, apesar de afastado da política activa, nunca deixou, porém, de se interessar pelos problemas do nosso país, fazendo de vez em quando, intervenções nos meios da comunicação social.

 

Mais contestação ao processo de avaliação dos professores

Todos os Conselhos Executivos das escolas de Coimbra decidiram requerer ao Ministério da Tutela a suspensão do processo de avaliação dos professores.
Sempre os docentes disseram não se oporem à avaliação. Mas o que, justificadamente, pretendem é que se reveja o elenco de itens com base nos quais se quer proceder à avaliação.
Se for por diante o que o Ministério deseja muitas injustiças se poderão verificar mesmo em relação a professores competentes e com provas já dadas da sua dedicação ao ensino.
Alguns dos critérios, senão todos, para a avaliação pela subjectividade na apreciação e até também pelo relacionamento entre quem avalia e o avaliado, poderão ser viciados.
É, pois, significativa a contestação de Conselhos Executivos como os de Coimbra.

 

Há que rever o Estatuto do Aluno

O caso ocorrido na Escola Carolina Michaelis, que, aliás, se juntou a muitos outros, tem merecido muitos comentários de justificada censura.
Que sanção será aplicada à aluna que agrediu a professora na sala de aula e diante da turma?
A expulsão, como medida disciplinar, foi revogada pelo actual Estatuto.
E a transferência de escola não resolverá o problema pois as alunas com tendências agressivas e condutas desrespeitosas poderão na nova escola repetir a conduta que motivou a transferência.
Acresce que o Conselho de Turma disciplinar perdeu importância deixando de poder aplicar as medidas disciplinares mais pesadas e passou a ser um mero órgão consultivo.
É o Presidente do Conselho Executivo que tem competência para decidir as sanções disciplinares, mas a transferência de escola compete somente aos Directores Regionais.
Quer dizer que o novo regime disciplinar retirou poderes à escola.
Ora, para se evitarem casos tão lamentáveis como o que aconteceu agora na referida escola, há, sim, que reforçar a autoridade dos professores.
Se assim não se fizer com urgência as escolas passarão a ser espaços de frequentes actos de violência.

 

Domingo de Páscoa

Para os cristãos o dia de amanhã, domingo de Páscoa, é de alegria pois celebram a ressurreição de Cristo.
Mesmo para os que não acreditam na sua divindade não poderão já, porém, pôr em dúvida que Ele existiu e que teve uma vida exemplar de bondade, de tolerância, de humildade, de amor ao próximo, de aceitação.
Mas também uma vida de muita coragem contra o poder despótico e de defesa de princípios e valores que ainda hoje inspiram muitos homens e os seus programas de acção.
Se assim é, não será despropositado – pelo contrário – que o dia de amanhã seja consagrado a alguém que na vida, deu constantes testemunhos no sentido da igualdade entre os homens, da sua melhor aproximação e do seu bom entendimento, de solidariedade, de luta pela melhor convivência social.
Que neste domingo de Páscoa se medite no exemplo e nos ensinamentos de Cristo.

sexta-feira, março 21, 2008

 

As bases ainda mandam...

António Capucho mesmo incompatibilizado como tem revelado com os dirigentes nacionais do PSD, aceitou o convite da comissão concelhia do Partido para se recandidatar à presidência da Câmara de Cascais.
Quer dizer que, nas próximas eleições autárquicas, Capucho, mesmo de costas voltadas para a cúpula partidária, avançará como cabeça de lista para aquela Câmara a pedido e com o apoio das bases.
Ainda bem que estas têm poder.

 

A Justiça na Madeira

Embora já há muito se previsse, só agora, porém, a Procuradoria-Geral da República, depois de inquéritos feitos pela sua Inspecção-geral instaurou processos disciplinares a dois magistrados do Ministério Público, que já foram transferidos para o Continente.
E em relação a outros dois agentes do Ministério Público estão já a correr inquéritos.
Não se sabe ainda quais os motivos que levaram a uma “ mexida” no Ministério Público da Madeira, mas parece estarem relacionados com suspeições de promiscuidade entre o poder político e judicial.

 

Lamentável cena na televisão

Numa escola do Porto, uma aluna reagiu com violência quando a professora tentou tirar-lhe um telemóvel.
Violência que se traduziu em fortes empurrões e mesmo agressão, além de palavras (ou melhor gritos) desrespeitosas, e impedindo à força que a professora fugisse da sala.
Lamentável cena que um outro aluno filmou e que, mais tarde foi transmitida na televisão!
Mas há que realçar também negativamente as gargalhadas dos outros alunos que estavam na sala, o que revela a insensibilidade daqueles jovens perante o que estavam a ver!...
Segundo notícias ontem publicadas, no último ano escolar houve cerca de 200 agressões a professores, para além de ameaças e injúrias de que também alguns pais foram autores.
Hoje, não só os docentes têm um desumano período de trabalho diário nas escolas e também nas suas casas, mas, pelo que vai acontecendo, a sua profissão é já de risco, à mercê como estão dos desvarios dos alunos e de alguns seus pais, que querem que os seus “ meninos” passem de ano sem merecerem!
Os professores vão tendo justificado receio de exercerem autoridade, os alunos perderam-lhes o respeito e comportam-se na escola como muitas vezes em suas casas onde não há a educação que se impõe e onde não há também o culto dos valores e princípios éticos.
Aonde se irá parar?!
E a quem se pode atribuir a culpa?
Por um lado , ao que presentemente acontece nas escolas em que se facilita aos alunos a passagem de ano para que baixe, ainda que artificialmente, o insucesso escolar, o que leva os jovens a “ dispensarem” os ensinamentos dos mestres e a não os tratarem com o respeito devido.
Por outro lado, os pais – não todos, claro – sem tempo para uma assídua assistência aos filhos julgam que podem “ comprar” a sua amizade, fazendo-lhes as vontades todas, cumulando-os de mimos materiais.
Ou voluntária ou forçadamente pelas circunstâncias os pais não dão aos filhos o apoio moral que se impõe e eles vão crescendo “ sem rei nem roque”.
Repete-se: aonde se irá parar?

quinta-feira, março 20, 2008

 

O Dia Mundial da Poesia

É a 21 de Março que se celebra o Dia Mundial da Poesia.
Coincide com o começo da Primavera, estação do ano em que, na generalidade, se pode sentir uma renovação de vigor física e espiritualmente.
A poesia é uma das expressões mais belas da literatura, é a melhor forma de traduzir os sentimentos, é o meio mais incisivo de transmitir mensagens importantes para o homem, desde o mais simples ao mais culto.
Com a poesia ora nos deixamos arrebatar pela exaltação do que há de bom na vida, do que é belo e entusiasticamente atractivo, ora nos emociona quando o poeta nos conta a razão da sua tristeza ou da sua revolta em face de certas situações já vividas ou apenas imaginárias.
A poesia espelha a alma de quem a faz, pode testemunhar de forma inultrapassável do seu sentir.
A poesia é, pois, digna de ser celebrada, merecendo que neste dia se lhe dê mais atenção, através de colóquios, de espectáculos, de sessões de leitura ou recitais, que se realizam, com toda a justiça, um pouco por toda a parte do mundo.
Em Portugal assim vai acontecer e os nossos muitos e inspirados poetas serão lembrados e homenageados.
Viva a poesia!

 

Onde está a crise?!

As agências de viagens tiveram um aumento de movimento na ordem dos 40%, nesta época da Páscoa.
Quer dizer que muitos portugueses aproveitaram estas curtas férias para as gozarem no estrangeiro...
Houve muitos voos para as Caraíbas, o Brasil, etc.
Para esses, pelos vistos, não há crise económica!
Só que, de certo, muitos utilizaram o crédito bancário, que, um dia, terá de ser pago.
Então, sim, sentirão dificuldade em cumprir o compromisso assumido.
E terão, nessa altura, a noção da crise que, realmente, existe.
A ânsia de gozo que alguns têm não justifica que se gaste o que não se pode!

 

As indemnizações para os pais da pequena Maddie

O casal McCan vai receber, agora, de dois jornais ingleses uma indemnização de quase 700 mil euros por terem publicado textos em que aqueles eram culpados pela morte da filha.
E os McCan ameaçam ainda processar alguns jornais portugueses que também insinuaram uma sua actuação criminosa.
E se tal se confirmar, pediram avultadas indemnizações.
É evidente que não foram correctas as posições tomadas por aqueles jornais, há que, na verdade, respeitar o princípio da inocência até à condenação.
Devia, por isso, a imprensa não agir com precipitação e leviandade quando a investigação policial estava a decorrer e, aliás, ainda está.
Mas, francamente, não é com dinheiro que se limpa a honra e o bom nome de alguém...
Já não gostámos de, logo que começou a investigação, os pais de Maddie usarem e abusarem dos “media” e promoverem uma bem orquestrada campanha para recolha de fundos, a nível mundial.
Não faltaram secretários, assessores, intérpretes, etc, enfim uma máquina bem montada!
E, segundo foi oportunamente noticiado e não desmentido, algum do dinheiro recolhido foi para pagar despesas do casal McCan.
Enfim maneiras de ser...

 

Para ler e meditar

“ As maiorias absolutas às vezes têm destas coisas: baralham as ideias dos deputados da maioria, que devem julgar que não é preciso pensar, basta aprovar”
(João Bonzinho, in “ Notas de 20 a 0” no “ Público”, de hoje)

quarta-feira, março 19, 2008

 

Alberto João Jardim já com um “ reinado” de 30 anos

Embora não se possa dizer que nos últimos 30 anos a Madeira não se tivesse modernizado, progredindo nalguns sectores, a verdade é que isso aconteceu á margem e outras vezes mesmo contrariando leis e regulamentos do Estado.
A Madeira foi governada de costas voltadas para o Continente, como se de um país independente se tratasse!
O poder oligárquico de Alberto João Jardim sempre se revelou nos seus sucessivos mandatos.
E sempre aquele político tratou mal todos aqueles que discordaram dele, não se furtando a fazer declarações públicas insólitas recheadas de autoritarismo e de muita má educação!
E nem as instituições democráticas escaparam aos ataques violentos de Jardim, dirigindo-lhes palavras impróprias de alguém que exerce um poder num regime democrático...
Perguntar-se-á: Como é que uma pessoa longe de estar integrada nos princípios da democracia se aguentou tanto tempo na governação da Madeira?
O governo é ainda a melhor “ agência” de empregos, a comunicação social tem sido muito subsidiada, Jardim é um excelente actor participando em todas as manifestações para, mesmo com exibições ridículas, cativar votos e aumentar a popularidade, exercendo também pressões sobre os que se lhe opõem, etc.
Não é, pois, para admirar que com um “ poder absoluto” Jardim não fizesse alguma obra.
Mas á custa de atitudes censuráveis para com o regime político em que, felizmente, vivemos.
O 25 de Abril não passou por Jardim!
De estranhar que, há dias, o presidente do PSD tivesse feito rasgados elogios a Alberto João Jardim, esquecendo, claro, tudo o que de mau ele tem dito do próprio partido e de alguns dos seus mais categorizados membros.
Até o governo, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Tribunal de Contas, tem sido “ vítimas” da falta de civismo do senhor Jardim!
Se Luís Filipe Menezes não queria dizer mal, então mais valia estar calado.

 

Onde ficaram as respostas da Ministra da Educação?!

Ontem, o debate na Assembleia da República foi sobre Educação.
Como era de prever, todos os Partidos da oposição se manifestaram contra as reformas do ministério de que é responsável Maria de Lurdes Rodrigues.
A muitas perguntas oportunas e importantes, feitas àquela governanta por vários deputados, ela não respondeu, preferindo escusar-se na repetição, já gasta, do que considera ser muito positivo!...
E, claro, de novo a Ministra tratou os deputados com frieza e sobranceria, teimando “ na excelência” das posições que tem tomado e das políticas que quer implementar.
Enfim, foi um debate inconclusivo, apesar de todo o esforço dos parlamentares intervenientes para serem devidamente esquecidos pela Ministra, o que não aconteceu.

 

Acordo entre o Ministério da Saúde e os enfermeiros

A reclamação dos enfermeiros quanto aos prémios de desempenho nas Unidades de Saúde Familiar foi aceite pelo Ministério da tutela, depois de uma reunião com o Sindicato respectivo.
Houve o compromisso por parte do governo de até ao final deste ano “ se rever a periodicidade mensal do recebimento dos prémios e de eventualmente o montante do incentivo financeiro para os enfermeiros e os administrativos”.
Com este acordo, a actual equipa do Ministério da Saúde revelou o seu propósito de estar disponível para a solução dos problemas, através do diálogo.
Que esse propósito seja para ficar!

 

Para ler e meditar

“ Às vezes fica-se com a ideia de que à míngua de princípios e valores vale mais ou menos tudo e o importante é o espectáculo, o ruído”
(José Carlos Vasconcelos, na revista “ Visão”, de hoje)

terça-feira, março 18, 2008

 

Para ler e meditar

“ Há tempo assim: os privilégios de poucos sobrepõem-se à vantagem da maioria”
( António Barreto in “ Público” de ontem)

 

Enfim, a humildade chegou!

Os últimos discursos do Primeiro-Ministro têm sido diferentes e, quanto a nós, para melhor.
Ainda agora, na apresentação do novo mapa judiciário, o Engenheiro Sócrates chegou a dizer que as reformas devem ser feitas com humildade, não repentinamente, e sem se proceder a experiências para se conhecerem os resultados.
Ora, ainda bem que assim se vai pensando, abandonando-se um estilo de arrogância, de “ quero, posso e mando”!
Há que ouvir os visados com as reformas, dialogar com todos os interessados nelas, estabelecer um período de experiência e só depois decidir.
Quanto ao mapa judiciário, segundo o qual no país passarão a existir 39 circunscrições judiciais, agregando nelas as actuais 230 comarcas, a experiência será feita em três comarcas e garante o governo que não se encerrarão Tribunais.
Era isso que o governo devia ter feito em relação aos sectores da Saúde e da Educação.
Mas, como o Primeiro-Ministro disse relativamente à anunciada reforma da Justiça os erros que, porventura, se verifiquem são para emendar, sem se poder falar de recuos.
Assim é que está bem!

 

Jorge Coelho foi “ estrela” no comício do PS

Foi o discurso desse político, como sempre inflamado e entusiástico, que, além de constituir o seu regresso às lides políticas, marcou já, sem dúvida, o início da campanha do PS para as eleições de 2009!
Jorge Coelho era o homem preciso para tal função e por isso ele foi convidado por Sócrates.
Sempre foi, aliás, um comicieiro de muita “ garra” que, pela maneira como fala tem o condão de pôs ao rubro quem o ouve.
Desta vez, então, como manifestou total apoio às políticas do governo, mais provocou os aplausos vibrantes dos que para isso estavam no Pavilhão do Académico.
Pois se até a Ministra da Educação foi ovacionada à entrada vendo-se, talvez, pela primeira vez, um seu sorriso aberto, de gratidão!...
De salientar também que Elisa Ferreira, que distanciada tem andado do actual PS se reconciliou com o aparelho do Partido, interessada como deve estar em concorrer à Câmara do Porto.
O resto do comício foi, como era de esperar, de louvor ao governo e ao seu chefe pelo que têm feito.
E Sócrates, como é habitual, mais uma vez, fez um auto-elogio.
O comício foi mesmo, como ali se gritou, revelador da força do PS?
Oxalá que sim.
Bem preciso é que o PS saiba aproveitar a fragilidade e as divisões internas do único partido que pode ser alternativa para o poder.
Necessário se torna que o PS mais se aproxime do povo, não se furtando a um melhor conhecimento da real situação do país e indo ao encontro das suas mais prementes necessidades.
O PS, se quiser continuar no poder, terá de diligenciar, com empenho e saber, por readquirir a confiança da maioria dos portugueses.

 

O Iraque há 5 anos

Foi na cimeira dos Açores, em que participou Durão Barroso então primeiro-ministro de Portugal, que se decidiu fazer a guerra no Iraque.
Os Estados Unidos da América do Norte e o Reino Unido foram os principais autores dessa guerra, muito embora naquela cimeira estivesse também o primeiro-ministro de Espanha, Aznar.
Na altura, deu-se como justificação de haver no Iraque armas de destruição em massa, o que mais tarde não veio a confirmar-se, tendo já sido reconhecido pelos responsáveis pela guerra terem sido enganados pelas informações da CIA!
Mas também então se disse que era preciso lutar contra o terrorismo, mas a verdade é que a guerra em solo iraquiano veio, sim, provocar mais actos de terrorismo.
Enfim, o certo é que o Iraque ficou destruído, foram muitos milhares os mortos e ainda hoje não há paz naquele país.
Acabou-se com a ditadura feroz de Saddam Hussaein, que foi julgado “ à pressa” e condenado á morte por enforcamento, morte que teve até honras de transmissão televisiva para todo o mundo!
Mas, a poderosa CIA, com a enorme gama de meios de que dispõe, não poderia eliminar o ditador sem que se causassem tantas e tão graves consequências naquele país-mártir?!
A guerra e os crimes que com ela foram cometidos ficarão para sempre a ensombrar a Administração norte-americana e os seus aliados.

sábado, março 15, 2008

 

Faleceu Norberto Guimarães

Na madrugada de ontem faleceu Norberto Guimarães, artista plástico que há já muitos anos se tinha fixado na nossa cidade e que sempre lhe revelou um grande amor.
Depois de muitos anos em Angola em que foi funcionário superior da Companhia de Diamantes, ele, que nascera em Paris, escolheu a Figueira para aqui residir com a família.
Foi um aguarelista de mérito, fez muitas exposições dos seus trabalhos quer nesta cidade quer noutras localidades.
E teve sempre êxito, reconhecendo-se-lhe o mérito devido.
Norberto Guimarães era um homem de bem, simples, solidário.
Entre nós já há muito se estabelecera uma boa amizade, pelo que nos penalizou muito a sua morte.

 

Veto político de Cavaco Silva

O Presidente da República não promulgou o diploma em que se transferia para a Câmara de Lisboa terrenos do domínio público marinho na zona ribeirinha da capital.
A posição de cavaco Silva baseou-se principalmente em pareceres negativos dos Ministérios da Defesa e do Ambiente, e ainda da Comissão de Direito Público Marítimo.
Agora, o governo terá de reanalisar o diploma, o que provocará, pelo menos, um adiamento para se iniciar a gestão dos terrenos em causa por uma sociedade, prevista há já um ano.
É este o primeiro veto político do Presidente a um diploma do actual governo.

 

Os barões do PSD não interessam a Menezes

O líder do PSD vai de mal a pior!
Ontem, perante um milhar de militantes, afirmou que os chamados 2 barões do partido” não lhe interessam, os verdadeiros barões que importam são os próprios militantes de base!
E, claro, dos que, ao longo dos anos, procuraram servir o melhor possível o PSD, prestigiando-o e defendendo-o em momentos de muita crise já ocorridos, sentiram-se agastados e maltratados por Luís Filipe Menezes.
Este, na verdade, não tem revelado boas condições para estar à frente de um partido político.
Em cada dia que passa faz asneira, agravando a situação interna no seu partido.
Cada vez mais, a oposição ao líder social-democrata se avoluma e nela estão pessoas como Manuela Ferreira Leite, Rui Rio, António capucho, Miguel Veiga, Aguiar Branco e muitos outros.
Luís Filipe Menezes faz política “ aos impulsos”, sem uma linha estratégica credível.
Agora já anunciou que se vier a ser Primeiro-Ministro baixará os impostos, principalmente o IVA e o IRS.
Quais os economistas em que se baseou para tal promessa?!
É que, efectivamente, ele sozinho não estará habilitado a perceber de economia e finanças e o certo é que os mais categorizados economistas têm-se manifestado no sentido de que, mesmo em 2009, não haverá condições para baixar os impostos.
Menezes pode prometer tudo e mais alguma coisa porque sabe que não ocupará o lugar preciso para que os portugueses lhe cobrem as promessas feitas.

 

Não acreditamos!

Num jornal de hoje, surgiu a notícia: para o comício nacional do PS teriam sido seleccionados os militantes e participantes.
Porquê?
Porque, diz-se nessa notícia houve receio que naquela reunião socialista aparecessem críticos de Sócrates e do seu governo, que até podiam estragar a festa dos três anos de governação, com apupos ou gritando palavras de ordem discordantes da política seguida.
Francamente, não acreditamos que essa “ escolha” de militantes se tenha feito pois, apesar de certas atitudes tomadas, não aceitamos que no PS não haja liberdade de opinião e de crítica, não haja um espírito democrático nos actuais responsáveis políticos socialistas.
Mas, se não é verdade que se tenha feito uma “ selecção” entre os militantes para participarem no comício então o PS deve, sim, procurar, pelos meios adequados chamar à responsabilidade o jornal “ Sol” que publicou a notícia.
Há coisas que não podem tolerar-se.

 

Fruto da época

Não admira que muitos, em certos momentos políticos façam discursos inflamados e elogios demasiados a favor do poder instalado.
É que, na verdade, são mesmo muitos os que se vão servindo da sua influência ou das suas relações políticas para ocuparem posições de relevo, mormente bem rendosas!
Os que tentam reagir contra a história mentirosa que se está a fazer no nosso país, os que procuram apenas agir com frontalidade, falando a verdade e procedendo de acordo principalmente com a sua própria consciência – esses são desprezados, para esses só há indiferença e até, por vezes, são maltratados com a atribuição de deméritos que não têm!
Cada vez mais, infelizmente, só se “ safam” os camaleões que se adaptam a todos os ambientes ou os “ louvaminhas” que rastejam, se preciso, para agradar a quem lhes pode dar algumas “ benesses”.
É triste que assim seja, mas é o fruto da época.

sexta-feira, março 14, 2008

 

Para ler e meditar

“ O PSD está a ficar cada vez mais parecido com o Benfica: vive das glórias do passado e nunca mais acerta com um treinador”
( Cartoon Quiosque in Correio da Manhã)

 

Os 70 anos do Rotary Clube da Figueira

Ontem, num jantar-convívio realizado no Hotel Mercure, o clube rotário da nossa terra comemorou o seu 70º aniversário.
Presidiu o Engenheiro Cadilhe, estando a Câmara representada pelo Dr. Lídio Lopes.
O protocolo foi feito, com muita distinção, pela Drª Isabel Henriques.
O Lions Clube da Figueira fez-se representar pelo Engenheiro Daniel Santos, tendo participado na reunião a Presidente do Rotary Clube de Leiria, afilhado do clube da Figueira, que foram os primeiros a discursar.
Também usaram da palavra o Dr. Lídio Lopes para exaltar a acção valiosa do clube aniversariante na comunidade figueirense, e, para finalizar, o Presidente Cadilhe fez um interessante resumo da história do clube.
Na sessão, foi ainda entregue o Prémio Maurício Pinto, instituído há já 40 anos, sendo distinguida com ele uma aluna da Escola Bernardino Machado.

 

O inoportuno comício do PS

É amanhã que no Pavilhão do Académico, no Porto, decorrerá um comício socialista.
Há quem ( mesmo alguns membros destacados do partido) considere inoportuno esse comício, parecendo ser uma resposta à marcha da indignação dos professores, que juntou cem mil participantes.
E muitos entendem – e bem – que o PS só devia organizar um comício se, porventura, tivesse a força para responder àquela marcha com semelhante número de participantes.
Como não vai ser o caso, até porque o local escolhido apenas poderá acolher entre 6 mil e 7 mil pessoas, o comício de amanhã será algo que não satisfará os propósitos dos responsáveis socialistas.
E pelo que já se anunciou, poderá, sim, levar a conflitos, pois os professores estão a ser mobilizados para se manifestarem em silêncio à porta do pavilhão onde se realizará o comício.

 

Houve ou não recuo?!

Embora a Ministra da Educação se esforce insistentemente por dizer que não haverá nenhum recuo quanto ao processo de avaliação dos professores, a verdade é que já admitiu que, pelo menos, alguns itens respeitantes à avaliação poderão não ser observados.
Assim, a assistência às aulas, as notas dos alunos e a planificação de actividades deixam de ser obrigatórias na avaliação que o Ministério quer fazer relativamente a sete mil professores contratados e aos que estão em vias de progressão de carreira.
Esta alteração de procedimento resultou da reunião havida entre o Ministério e o Conselho das Escolas.
As escolas poderão, se assim entenderem, dispensar também a avaliação dos pais.
Parecia que, assim, poderia haver um entendimento com os sindicatos.
Mas o certo é que, soube-se já hoje que aqueles sindicatos não aceitam que sejam as próprias escolas a escolher a forma como se fará a avaliação dos professores.
É que, se se fizesse como pretende o Ministério poderia haver desigualdade de tratamento de escola para escola.
Aliás, a conduta da Ministra antes da reunião com os sindicatos não foi correcta, pois fez saber publicamente não estar nunca disposta a suspender o processo de avaliação.
Quer dizer que com tal posição antecipada revelou que partia para o diálogo com ideias fixas.
Ora, para que um diálogo possa dar resultados ambas as partes devem iniciá-lo sem amarras a acontecimentos do passado, com boa fé e propósito de alcançar um consenso.
A Ministra não procedeu assim e “ viciou” logo o diálogo a que se propôs.
A senhora é mesmo de “ topete” !

 

A resposta de António Costa

A mulher do Presidente da Câmara de Lisboa participou na marcha da indignação realizada em Lisboa pelos professores.
Quando confrontado pelos jornalistas com esse facto António Costa teve uma resposta que é de aplaudir: ” Não comento a vida privada da minha mulher”.
Revelou aquele dirigente socialista que, mesmo em família, adopta princípios democráticos, podendo cada um optar em liberdade por esta ou aquele posição.
Se todos fossem assim, verdadeiros democratas, como tudo seria melhor na vida política portuguesa.

 

A mudança de cor do PSD!

Para além das polémicas alterações nos regulamentos internos no PSD também houve agora mudança de cor e do símbolo.
A que já era tradicional cor laranja foi substituída pela cor azul, segundo já se disse, a nova cor lembra o céu e o mar...
Que significado pode isso ter?!
No mar há naufrágios e afogamentos e o céu associa-se aos espíritos depois da morte!
Decerto, não será isso que se quererá para a alteração da cor do PSD.
Mas com as guerras internas cada vez mais acirradas e com a contestação forte ao líder, não se poderá esperar que nada de bom resulte, em breve, nesse partido.
Há poucos dias, Luís Filipe Menezes reconhecia que o PSD não estava ainda preparado para governar, mas ontem já disse à imprensa que seria primeiro-ministro, pedindo a maioria absoluta.
Francamente, senhor presidente do PSD, que crédito pode merecer?!
Mesmo muitos militantes do seu partido ainda não descobriram uma sua estratégia aceitável!
E não é a mudar de cor e de logotipo que Menezes vai onde quer!
Aliás, o próprio Alberto João Jardim já classificou a mudança operada como uma patetice e também muitos dos históricos do partido reagiram à alteração feita.

segunda-feira, março 10, 2008

 

Morreu Luís Cajão

Este laureado escritor figueirense faleceu ontem em Lisboa, estando o seu corpo na Igreja Matriz da nossa cidade, donde amanhã, pelas 10h45m, partirá o funeral.
Luís Cajão apesar desde novo ter vivido fora da Figueira, nunca deixou de a ter no coração, o que o levou a já há anos ter feito doação da sua biblioteca ao Município Figueirense.
Sempre tivemos o melhor relacionamento de amizade, pelo que sentimos muito a sua morte.
Paz à sua alma.

 

Uma campeã do mundo

Enquanto o futebol português, a nível internacional, não tem feito boa figura, o atletismo tem saído prestigiado em vários encontros fora do país.
Agora foi Naída Gomes a sagrar-se campeã do mundo no salto em comprimento, com 7 metros.
E Nelson Évora, no triplo salto, ganhou a medalha de bronze.
É realmente no atletismo que se deve investir oficialmente, pois nessa modalidade há já muito que se tem valorizado o desporto nacional.
Rara é a competição internacional em que os nossos representantes não obtêm vitórias.
Haja, por isso, mais atenção e se dê mais apoio aos nossos atletas.

 

Zapatero ganhou as eleições mas sem maioria absoluta

Era previsto que o actual Primeiro-ministro espanhol continuasse à frente do governo, obtendo êxito nas eleições legislativas realizadas ontem no país vizinho.
A dúvida era se os socialistas teriam ou não a maioria absoluta, que não surgiu.
E o maior partido da direita o PP, até subiu na votação em relação às últimas eleições.
Quer dizer que os espanhóis mostraram, de certa maneira, um cartão amarelo ao PSOE, mormente a Zapatero.
Este cometeu alguns erros, recusando o diálogo quanto ao que o exigia, a crise económica não conseguiu ser debelada, os problemas sociais agravaram-se, e preferiu-se usar de certo autoritarismo.
Apesar de tudo, o povo ainda desta vez deu a oportunidade aos socialistas para governarem, tendo, porém, de vir a partilhar o poder com o Partido charneira “ Convergência e União”.
Zapatero terá, por isso que, para continuar a governar, andar com mais cuidado, não provocando desentendimentos ou extremando posições com aqueles não socialistas que virão a ser membros do governo.

 

Cavaco Silva exige ser escutado

O Chefe de Estado que, no Brasil, completou dois anos do seu mandato, disse que “ o Presidente deve falar para ser escutado”, escutado não só pelo governo mas também pelos agentes culturais, económicos e sociais.
E é, na verdade, assim que deve ser.
São já muitos os “ recados” que Cavaco Silva tem mandado para as forças políticas.
O que é preciso é que os destinatários do discurso do Presidente da República não façam “ orelhas moucas”, para que não venha a ser posta em causa “a estabilidade política” que Cavaco Silva tanto preza e a quem compete defender.
O Presidente da República é constitucionalmente o garante do normal funcionamento das instituições democráticas e, para isso, poderá e deverá intervir quando necessário.
A muita perturbação social que ultimamente tem existido é algo que, decerto, Cavaco Silva não deixará de analisar e reflectir.
O Presidente, por exemplo, já apelou à serenidade do governo e dos agentes educativos para se resolverem os problemas que se têm agitado no sector da Educação.
Terá que, no seu regresso do Brasil, voltar a debruçar-se profundamente sobre a situação criada nas escolas.

domingo, março 09, 2008

 

Menezes não aceita oposição interna

O actual presidente do PSD nega legitimidade àqueles que, no interior do partido, o criticam, dizendo que não tendo eles disputado a liderança não têm direito a essa crítica!
Quer dizer que Luís Filipe Menezes não concorda que haja a democracia interna, censurando quem no seu partido vai censurando algumas posições do seu presidente.
Que noção de democracia terá aquele senhor, que não acolhe sequer as correntes de opinião?!
Quando essa sua atitude é em relação ao partido, é caso para se pensar como seria a conduta de Menezes se, por acaso, viesse a ser Primeiro-Ministro.
É sempre bom conhecer as pessoas antes que ocupem certos lugares.

 

Mas o que é isto?!

Está a haver, infelizmente, o hábito de alguns responsáveis políticos considerarem que aqueles que os contestam são comunistas ou próximos deles.
Em tempos anteriores ao 25 de Abril também tal acontecia por parte do chamado Estado Novo...
Infundia-se o medo dos que “ comiam meninos ao pequeno-almoço”!
Mas hoje, é lamentável e censurável que se usem os mesmos meios.
A arrogância e a vaidade vão sendo a regra nas condutas de alguns políticos.
Só o que eles pensam falam ou fazem está certo, a verdade e a justeza só neles existem...
O diálogo é substituído pelo que designam de determinação, mas que mais é autêntico autoritarismo.
O que é isto que se está a passar na nossa vida política e que tem provocado tanto descontentamento em vários sectores, e frustração e desilusão mesmo nalguns que acreditaram e votaram no Partido que sustenta o governo.
Impõe-se uma reflexão séria por parte dos que nos governam, havendo que fazer uma revisão profunda dos programas de acção e das condutas na prática.
O Ministro Augusto santos Silva ex-militante do Movimento da Esquerda Socialista ( o que parece já ter esquecido), que não apoiava Mário soares, salgado Zenha e Manuel Alegre, invocou agora, em Chaves, os seus nomes para responder a manifestantes discordantes da política do governo.
É frequente a animosidade revelada em relação aos que se manifestam contra certas medidas do governo, não havendo respeito e tolerância por posições antagónicas.
Aonde se irá parar?

 

100 mil professores em protesto na capital

A manifestação pública dos professores, ontem realizada em Lisboa, foi a maior de sempre no nosso país.
Os sindicatos falaram de 100 mil participantes, número que, aliás, foi confirmado pela própria PSP.
Quer dizer que mais do que dois terços dos docentes protestaram nas ruas da capital contra a política do Ministério da educação, principalmente, contra o modelo e o processo de avaliação e também contra o novo esquema de gestão das escolas.
Além dos que estiveram na manifestação, outros professores sentiram, decerto, receio em participar depois do que aconteceu em algumas escolas que, nas vésperas da concentração, foram visitadas por agentes da PSP indagando que professores iam à manifestação!
Será que, depois desta grandiosa marcha da indignação, se continua a dizer que a reacção dos professores às medidas tomadas pelo Ministério da Educação resulta de um aproveitamento político-partidário, mormente do PCP e do BE?!
E o PSD e o CDS/PP não se têm pronunciado também contra as posições ministeriais?!
E não se têm ouvido, até dando a cara na TV, professores militantes do PS e outros que nele votaram afirmarem que não mais votarão nesse partido?!
Apesar de tudo a Ministra continua teimosamente a manter-se na sua arrogância, não querendo retirar do que se está a passar com os professores as consequências que se impõem.
Será que, na verdade, as “ reformas” podem ser “ impostas com sangue”, como alguém já disse?
Não será, efectivamente, altura de agora o Primeiro-Ministro que tanta cobertura tem dado a esta Ministra tomar uma atitude política, demitindo quem tem criado problemas sérios num sector tão importante como a Educação?

sábado, março 08, 2008

 

No meu 80º aniversário

É verdade, fiz hoje 80 anos!
Como o tempo correu depressa, santo Deus!
Mas é realmente um privilégio chegar, com razoáveis condições físicas, a tão elevado patamar da minha vida.
E, sobretudo, faz-me feliz sentir agora a gostosa sensação de ter cumprido os meus deveres na família, na profissão, na vida pública e política, que tanto me cativou e absorveu embora me tenha trazido prejuízos materiais.
Numa época em que existe tão grande crise de valores e princípios, continuo fiel aos que, desde muito novo, os meus saudosos pais me incutiram.
A rectidão, a verticalidade, a ética, a honestidade, a solidariedade para com os mais carenciados, o respeito e a tolerância com os outros, o civismo a coerência, a modéstia e a humildade na vivência diária, o amor e a entrega entusiástica à Causas nobres e elevadas – tudo isso tem constituído uma preocupação constante na minha vida.
Continuarei, no resto de vida que tiver, igual a mim mesmo, defendendo aqueles valores, assumindo quando necessário posições públicas quer através da escrita.
Neste momento difícil do nosso país em que o funcionamento da democracia sofre, por vezes, desvios perigosos, tem que haver coragem em lutar contra os que não querem compreender bem as exigências próprias do regime em que vivemos.

 

No Dia Internacional da Mulher

Enquanto há quem neste dia queira lembrar – e bem – os direitos que a mulher foi, embora com custo, conquistando, e a lamentável situação ainda, em, alguns casos de uma sua desigualdade em relação ao homem, eu, na data consagrada com muita justiça à Mulher prefiro lembrar com muita saudade a minha Mãe, mulher extraordinária que irradiava amor em cada acto que praticava.
De grande coração, era capaz de com naturalidade se desfazer até do que necessitava para ajudar outros que mais precisavam.
Mulher de ânimo forte, sempre enfrentou qualquer dificuldade com fé em melhores dias, sem se irritar, sem se indignar ou mostrar revolta.
Sempre tive nela um magnífico exemplo de bondade, carinho, ternura e de vontade firme de proceder com optimismo e com aceitação, com mestria fruto do seu espírito generoso, da sua paciência, da experiência de vida.
Sempre ela proporcionou um bom ambiente no lar.
Fui, pois, um privilegiado.
Por isso, ainda hoje ao fim de tantos anos já que a minha mãe partiu vítima de uma doença prolongada e terrível de que só na hora da morte se queixou, sinto uma enorme saudade dela.
Razões tenho para que neste Dia Internacional da Mulher lhe preste a minha comovida homenagem.

segunda-feira, março 03, 2008

 

Para ler e meditar

“ Está na moda falar mal dos governos de Guterres. Pois eu fico a cismar sobre o comportamento desses críticos, caso haja um regresso organizado de Guterres à ribalta política nacional”
( José Medeiros Ferreira, in Correio da Manhã de ontem)

 

Um vereador do PS pediu a suspensão do mandato

António Paz Cardoso, vereador do PS no Executivo Camarário, pediu a suspensão do mandato.
Não se conhecem as razões dessa posição, mas, segundo consta estarão ligadas a desentendimentos com um outro vereador do mesmo partido.
Lamentamos que Paz Cardoso se afaste da Câmara, pois consideramos que sempre tem exercido as suas funções com isenção, dedicação e coerência.

 

A Ministra da Educação em Gondomar

Mª de Lurdes Rodrigues esteve em Gondomar, onde falou, mais uma vez, sobre a as reformas introduzidas no sector em que superintende, considerando-as oportunas e absolutamente necessárias.
Valentim Loureiro e o Presidente da Associação de Pais teceram rasgados elogios àquela governante mas, francamente, elogios daqueles vindo de quem vêm pouco valor podem ter.
E porquê?
Porque o primeiro, mesmo remando contra a maré, gosta de muito protagonismo e o segundo é, há já tempo, um apêndice da Ministra.
Ambos não conhecem, decerto, a realidade presente nas escolas, em que o trabalho dos professores é quase de escravatura. Além do tempo de aulas há reuniões e mais reuniões, relatórios e mais relatórios a fazer, em casa há testes para fazer e para classificar, sendo ainda muitos diplomas que diariamente chegam às escolas para analisar.
Hoje, raro é o professor que não está ocupado na escola ou em casa 11 ou 12 horas por dia.
Que tempo lhes resta para preparar lições?
E que tempo lhes resta para a família?
Ainda há quem diga que os professores trabalham pouco!...
Mais ainda: muitos têm de estar preocupados com o seu futuro, pois, mesmo com um passado de competência, de muita dedicação e amor à Causa da Educação, vêem congelada a sua progressão na carreira.
A situação dos docentes é, presentemente, muito difícil, havendo um natural e generalizado descontentamento pois sentem que as medidas tomadas pela tutela não os respeitam, ferindo-os na sua dignidade profissional e mesmo pessoal.
Como não hão-de de se indignar?!
Que futuro terá a Educação neste país, se se insistir em não se ouvirem os principais agentes e decidir-se menosprezando-os.

 

Diminuiu o insucesso escolar?!

Está a falar-se da diminuição do insucesso escolar como se fosse, na verdade, um êxito. Mas será assim?
Com as facilidades que, presentemente, têm os estudantes de transitarem de ano e com as orientações chegadas à escola para as reprovações terem um carácter excepcional, como poderá dizer-se que, efectivamente, a diminuição do insucesso escolar é verdadeiro?
Muitos estudantes chegam ao 12º ano mercê daquelas facilidades, mas sem a qualificação necessária.
Os docentes das universidades sabem bem que os que seguem para um curso superior chegam ali muito mal preparados, sem a devida formação e com grande falta de cultura.
Ora, darem-se facilidades no ensino básico e secundário para apenas diminuir a percentagem do insucesso escolar, não é algo de aceitável, somente para as estatísticas importará.
A verdadeira qualificação é essencial para a melhor promoção e competitividade no mercado de trabalho e não é com o que se está a passar que se atingirá essa qualificação.

 

Para além do défice...

Na última campanha eleitoral, ouviu-se muitas vezes o que é hoje Primeiro-Ministro dizer que para além do défice há mais alguma coisa.
E é verdade porque não se podem limitar as políticas do governo a tentar fixar o défice orçamental de acordo com o que exige a UE.
Isso é importante – e felizmente conseguiu-se – mas não é tudo.
Não há que reduzir a acção do governo a cifrões!
Deve, sim, atender-se a que melhore a qualidade de vida das pessoas, há que respeitá-las nos seus direitos fundamentais.
E há também que não abrandar nas diligências e medidas em ordem ao social, ao combate contra a pobreza e a exclusão, permitindo-se a igualdade de acesso aos cuidados de a saúde, à educação e à justiça.
Aos responsáveis políticos que detêm o poder importa fazerem, com frequência, exame de consciência para se aperceberem se têm feito o necessário naquele sentido.
Não devem dar-se nunca por satisfeitos porque há sempre muito mais a fomentar e desenvolver.
E não podem cair em auto-elogios, pintando de cor de rosa o que é ainda cinzento.
O trabalho da governação é muito difícil, exige uma constante dedicação e também humildade para reconhecer o que precisa de ser corrigido, mostrando vontade para emendar erros.
Para isso, não deve nunca deixar de se promover o diálogo com quem pode dar pistas para uma melhor resolução dos problemas.
A pessoa tem, efectivamente, que estar no centro das preocupações diárias dos que estão no poder.

domingo, março 02, 2008

 

O novo presidente da Concelhia do PSD

Lídio Lopes venceu, ontem, por margem significativa as eleições para a Comissão Concelhia do PSD.
O vencido foi o Dr. Pedrosa Russo.
Vai, agora, decerto, iniciar-se um novo período de actividades, a nível local, naquele Partido, terminando, assim, uma certa perturbação que nele há já tempo se sentia.

 

As manifestações de protesto são cada vez mais

A política do governo, em certos sectores, está a provocar muitas manifestações públicas, sempre com grande participação.
São já muitos milhares de professores que têm saído às ruas em várias cidades do país, revelando a sua natural indignação quanto ao modo como têm sido tratados pelo Ministério da Educação.
Ontem, houve manifestações no Porto, em Viana do castelo e Setúbal.
Também o PCP mobilizou cerca de 50 mil pessoas para a marcha “ Liberdade e Democracia” que se realizou em Lisboa.
E, claro, a política que tem sido seguida pelo governo foi severamente criticada pelo líder comunista Jerónimo de Sousa.
Não só pelo número muito elevado dos participantes, mas ainda pelo entusiasmo e muitas palavras de ordem utilizadas, essa manifestação fez lembrar o conturbado período pós - revolucionário!
O tom dos protestos é tão alto que é impossível que não incomode os que detêm o poder, apesar de se dizer que nada disso determinará recuos nas políticas implementadas!

sábado, março 01, 2008

 

A Filarmónica do Paião

É este o título de um livro, da autoria do Dr. Eurico silva cujo lançamento se fará amanhã pelas 16 horas, na sede daquela Filarmónica.
A apresentação estará a cargo do Engenheiro Marcelo Calvete.
Desde já, felicitamos o Dr. Eurico Silva por mais esta sua obra, que vem valorizar ainda mais a actividade que vem desenvolvendo dedicada ao estudo do património cultural do nosso concelho.

 

A dinastia Castro em Cuba

Perante a incapacidade física de Fidel em continuar a exercer o poder, foi já escolhido pelo parlamento o seu irmão Raul para ocupar a Presidência da República.
Já se previa isso mesmo pois Fidel já lhe dera o seu apoio e o “ El comandante” continua a ter grande influência, apesar de ser muito débil o seu estado de saúde.
E se, como ontem disse, Raul de Castro irá ouvir Fidel quanto à política interna e externa, então não se pode esperar grande alteração no futuro político de Cuba.
Não são só as monarquias que têm dinastias, aí está a dos Castros, que, apesar das suas ideias progressistas querem continuar a governar sem abertura do regime, que há quase 50 anos se mantém no poder à custa de perseguições, violências e mortes dos seus opositores.

 

Um comunista na UE

Demetris Christofias, Secretário-Geral do Partido Progressista do Povo Trabalhador, ou seja, o líder comunista em Chipre, venceu as eleições para Presidente da República naquela ilha.
Quer dizer que um dos países da UE passará a ter um comunista como responsável político máximo.
Como será o seu relacionamento futuro?
Estamos em crer que Chipre continuará interessado em manter-se na UE o que também acontecerá com o actual Presidente da República o qual se adaptará, decerto, às regras democráticas em que se baseia a UE.
Mas o propósito já manifestado pelo novo Presidente de Chipre em reunificar as partes grega e turca poderá trazer complicações políticas.

 

E a Ministra enganou-se!

Francisco Louçã deu ontem a conhecer no Parlamento o que, numa escola de Leiria, constava da ficha com critérios de avaliação de professores em que se considerava como um desses critérios saber qual a posição dos docentes a avaliar relativamente às políticas do Ministério da Educação.
Maria de Lurdes Rodrigues apressou-se a dizer que esse item dos critérios não tinha sido aprovado pelo respectivo Conselho Pedagógico, não havendo, portanto, razão para a censura daquele responsável do BE.
Mas, pouco depois, veio a saber-se que, afinal., o Conselho Pedagógico da escola em causa não tinha não tinha sequer reunido!...
Porquê tanta pressa em responder a uma critica sem a Ministra estar bem informada?!
Foi mais um passo em falso daquela governanta.
Mas mesmo que fosse verdade que o Conselho Pedagógico tinha “ chumbado” o referido critério para a avaliação, o que altamente preocupante é que se tinha admitido incluir na ficha de avaliação algo que é “ pidesco”.
Ao que se chega, Santo Deus!

 

Novo Director da PJ no Porto

Dr. João Manuel Baptista Romão vai ser o novo director da PJ no Porto.
Aquele Magistrado tem exercido com muita competência e brilho as funções de Procurador da República no Círculo Judicial da Figueira da Foz.
Pelos seus méritos profissionais e morais, que bem conhecemos, o Dr. Baptista Romão vai ser um dirigente muito valioso na nossa polícia de investigação criminal.
Felicitamos com amizade e admiração o Dr. Baptista Romão.

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