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sábado, abril 24, 2010

 

25 de Abril

Amanhã, os portugueses vão, mais uma vez, ter a oportunidade de festejar o Dia da Liberdade.
Ela, em grande parte, ficou a dever-se a muitos que souberam, com coragem, persistência e expondo-se a riscos diversos, resistir a uma execranda ditadura que, durante cerca de meio século, deteve o poder no nosso país, servindo-se da violência, da repressão e opressão, e da constante violação dos direitos cívicos fundamentais.
Foram, na verdade, muitos anos em que um número considerável de democratas opositores da ditadura sentiram a perseguição, a preterição para lugares públicos, a humilhação por parte de privilegiados do regime, os maus tratos físicos nas prisões e até alguns morreram no campo de concentração do Tarrafal.
Foi um longo período muito negro da nossa História Pátria.
Mas, em 25 de Abril de 1974, a Liberdade chegou, abrindo de par em par a porta da esperança em melhores dias, libertando os portugueses da tutela prepotente e agressiva da ditadura.
E foi à acção de militares destemidos que ficou também a dever-se o fim de um regime de má memória, tantos foram os malefícios que causou ao povo português.
Esses valentes militares, apercebendo-se enfim do exercício desumano do poder instituído que quase ia amarfanhando a alma nacional, decidiram-se, depois de cuidada e arriscada preparação pôr em marcha uma Revolução para pôr termo a um regime muito déspota, autoritário.
E, na verdade, foi com relativa facilidade que essa revolução teve êxito, tão moribundo estava já esse regime.
Os portugueses, livres das grilhetas de uma ditadura puderam gozar, com entusiasmo justificado e exuberante alegria, em 25 de Abril de 1974 o advento da Liberdade.
Depois, ultrapassada uma inicial e natural perturbação política e social, realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte, que elaborou uma Lei Fundamental, aprovada em 2 de Abril de 1976, em que se consagrou uma democracia representativa e pluralista, uma democracia não só formal ou política, mas uma democracia económica, social e cultural.
Democracia que ainda continua a sofrer, por vezes, ataques dos que não a aceitam convictamente e se dispõem a deturpar as suas regras e com demasiada frequência a sua ética.
E, se é certo que muitos, infelizmente, se têm aproveitado da Liberdade e da Democracia para delas fazer um mau uso, se ainda não se resolveram alguns problemas básicos da sociedade portuguesa, certo é também que só a democracia tem as virtualidades precisas para encontrar as melhores soluções para o progresso e a prosperidade do nosso país.
Mas, mesmo com o crescente descontentamento que ser vai sentindo, mesmo com o inegável agravamento das desigualdades sociais, com a pobreza e o desemprego a aumentarem dia a dia, com as consequências nefastas não só de uma crise estrutural já antiga mas também de uma grave crise económico-financeira mundial, nada ensombrar o mérito, o espírito e os propósitos substanciais da libertadora Revolução de Abril, que proporcionou aos portugueses a plena cidadania e a participação cívica e política na vida nacional.
Assim há sempre que homenagear a memória dos democratas já falecidos, que foram valentes na luta contra a ditadura (não podendo esquecer-se neste momento que o concelho da Figueira da Foz foi um importante reduto da Oposição Democrática).
E há também que sentir e mostrar sempre uma justificada gratidão aos militares de Abril que decidiram dar o golpe decisivo na ditadura.
Que os responsáveis políticos sejam sempre fiéis ao espírito essencial da Revolução dos Cravos.
Que se saiba diligenciar, com seriedade e persistência pelo cada vez maior aprofundamento da Democracia, valorizando-a, requalificando-a, a começar pela renovação das estruturas partidárias que, infelizmente, não têm cumprido bem a suas finalidades.
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal livre, democrático e progressista!

 

Para Ler e Meditar

“ Somos hoje um país mais livre do que éramos até 25 de Abril de 1974 menos livre do que fomos anos depois”
( Helena Matos in Público de 22 do corrente)

sexta-feira, abril 23, 2010

 

Para ler e meditar

“O Estado não deve estar nos negócios. Nem o Estado nem os políticos. O Estado tem de estar é nos sectores estratégicos da Economia, não para fazer negócios, mas para garantir ao país e aos cidadãos que eles estão ao seu serviço e não se destinam apenas a gerir lucros para quem quer que seja”
(José Carlos de Vasconcelos, na “Visão” de 15 do corrente)

 

O silêncio de Rui Pedro Soares

Este ex-administrador da PT foi chamado à Comissão de Inquérito do Parlamento para depor.
Mas, recusou-se a responder a quaisquer perguntas dos deputados, que participam naquela comissão, mesmo antes de conhecer o conteúdo do que lhe ia ser perguntado.
Quer dizer que se escusou a colaborar para a descoberta dos factos e da verdade, o que pode constituir motivo para ser apresentada ao MºPº uma queixa pela prática de um crime de desobediência qualificada.
Como se sabe, Rui Pedro Soares é já arguido num processo criminal, que não tem qualquer relação com o que se pretende averiguar na Comissão de Inquérito do Parlamento, razão porque essa posição de arguido não pode justificar a recusa em responder aos deputados daquela comissão.
Esse seu silêncio significa, antes de mais, uma falta de respeito perante um principal órgão de soberania, mas poderá também dar motivo a que possa pensar-se em algo de sintomático quanto à sua actuação no negócio PT/TVI ou até quanto a outrem que se queira encobrir.
Curioso é que Rui Pedro Soares não se refugiou no silêncio, pois quis aproveitar a ocasião para pedir desculpa a Sócrates por ter utilizado indevidamente o seu nome nas diligências que fez na preparação do referido negócio.

 

Previsões pessimistas do FMI

São realmente muito preocupantes as previsões do Fundo Monetário Internacional para o futuro de Portugal.
Quer quanto à dívida pública quer quanto ao desemprego, que no entender daquela instituição aumentarão em flecha!
Também preconiza que será muito fraco o crescimento da nossa economia, que será muito abaixo da previsão do nosso governo.
E não será, diz o FMI, com este PEC que a situação melhorará, sendo certo porém que a União Europeia o aprovou, embora aconselhando a novas medidas mais drásticas.
O futuro não será, na verdade, risonho…
Oxalá o FMI se engane desta vez.

 

Carlos Costa no Banco de Portugal

Está encontrado o novo governador do Banco de Portugal: é o Dr. Carlos Costa, licenciado em economia, que sempre tem exercido a sua actividade profissional na área financeira, ocupando lugares de relevo quer a nível nacional quer internacional, sendo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos.
É, sobretudo, alguém que não tem qualquer vinculação partidária, pelo que o Banco de Portugal ficará entregue apenas a um bom técnico e politicamente independente.
Todos os Partidos, pelo menos os da oposição, viram assim satisfeita essa sua reivindicação.

 

As portagens nas “scuts”

Depois de se dizer, por várias vezes, que as “scuts” não seriam abrangidas por portagens, a verdade é que elas aí estão!
Claro que vai ser motivo de contestação por parte da população que será afectada com mais esse encargo.
Mais um confronto com o governo!

 

Lei retroactiva?!

Foi já anunciada pelo Ministro das Finanças a decisão do governo que diz respeito à tributação das mais-valias em investimentos bolsistas.
Contava-se com isso, embora apenas a partir de 2011.
Mas, afinal, a lei que estabelece tal tributação é já para ser aplicada neste ano.
E tem efeitos retroactivos, pois abrange aquelas mais-valias desde Janeiro deste ano.
Ora, isso é que não está bem, infringindo o princípio da não retroactividade das leis.
Ouvimos, ontem, Teixeira dos Santos dizer que, em vez de retroactividade, se deve falar em retrospectividade!...
Mas o que é isso, Sr. Ministro?!
Será um conceito novo, arranjado pela necessidade de, com urgência, o governo cobrar receitas?
Estamos em crer que o Tribunal Constitucional tem, mais uma vez, que pronunciar-se sobre se a referida lei é constitucional ou não.
Mas também não se pode deixar de estranhar que essa tributação deixe de fora os não residentes em Portugal e os grandes grupos económicos (SGPS).

quarta-feira, abril 14, 2010

 

Para ler e meditar

“ Por que é que em certos países há tanta corrupção e noutros tão pouca? Há pouca quando se verificam três condições: cultura da prevalência do público sobre o privado. Prevenção por via da transparência e de mecanismos de acompanhamento dos processos onde pode ocorrer corrupção; combate eficaz ao crime quando ocorre e punição rápida e exemplar”
(Boaventura de Sousa Santos na Visão)

 

A dezassete, eleições no PS local

São duas as listas que concorrem às eleições para a secção da Figueira da Foz do PS. Uma, encabeçada por José Iglésias e outra por Tiago Castelo Branco. E lemos, hoje, no Diário das Beiras que este candidato, em nota de imprensa, se dispôs a “ atacar” a outra lista dizendo que nela entram pessoas que, embora sendo militantes do PS, deram, nas últimas eleições autárquicas o seu apoio à campanha do Movimento 100%.
Mais: Tiago Castelo Branco chegou ao ponto de negar-lhes idoneidade moral e aconselhando-os a entregarem os cartões de militantes.
Mas não se atreveu, porém, a indicar os nomes de quem acusa e essa atitude é censurável até porque, pelo que diz, se trata de camaradas seus…
Quem quer ser político tem que saber sê-lo, agindo com lisura, rectidão e também coragem, quando pensa que é de denunciar o que está mal. Enfim, no próximo dia 17, as eleições ficarão ensombradas pelo desagradável incidente referido.

 

747 milhões para acudir à falência grega

Portugal comparticipa com aquela elevada quantia na ajuda financeira que a EU vai prestar à Grécia que, praticamente, está em falência. Como alguém já escreveu é a ajuda de um roto a quem está nu.
Os compromissos europeus obrigam o nosso país a fazer esse esforço, tendo de pedir emprestado para emprestar.
Será que virá a acontecer o retorno?

 

Alertas de Bruxelas sobre o PEC

Em relação ao PEC que o nosso governo elaborou e de que deu conhecimento à Comissão Europeia, esta, embora aprovando-o hoje, manifestou haver dúvidas quanto aos resultados das medidas constantes daquele plano, para ser possível equilibrar as contas públicas. Quer dizer que esse PEC que cedo mereceu elogios de Durão Barroso veio, afinal, a forçar os técnicos de Bruxelas a concluir que esse Plano, não chegará a concretizar os seus objectivos.
Aliás já era a opinião de alguns dos nossos economistas de que não tinha havido, por parte do governo, a coragem de fazer os cortes que se impunham nas despesas públicas, sendo certo que nestas, na verdade, há muito a corrigir no sentido de as reduzir.
Se assim não vier a acontecer terá então de serem aumentados ainda mais os impostos, agravando-se significativamente a situação dos portugueses.

 

Manuel Alegre não esperará pelo PS

Pelo que já disse, Manuel Alegre avançará até ao final deste mês com a sua candidatura à Presidência da República mesmo que o PS não se pronuncie até lá quanto ao seu apoio. É que, na verdade, vai sendo tempo de o partido a que sempre pertenceu se defina.
Os mais categorizados socialistas já vão dizendo que o PS tem que, com brevidade, tomar uma opção e esta não poderá deixar de ser senão a de estar ao lado de alguém que tem prestigiado o partido, com uma postura de coerência com os princípios em que se baseia o PS, agindo sempre com coragem na denúncia de injustiças e da política defeituosa do governo.
Estamos em crer que, desta vez, o PS não cometerá erros dando, sim, o seu apoio a Manuel Alegre o que, aliás, parece já estar decidido embora ainda não anunciado publicamente.

 

O 33º Congresso do PSD

Realizou-se, em Carcavelos, no passado fim-de-semana, este Congresso do maior partido da oposição, que serviu essencialmente para a consagração de Pedro Passos Coelho como presidente e para a escolha e votação daqueles que vão ocupar os cargos directivos nacionais.
O agora líder social-democrata teve o bom senso de chamar para lugares de responsabilidade os que, recentemente, foram seus concorrentes nas eleições directas do partido, demonstrando, assim, o seu desejo de diligenciar pela coesão partidária.
E foi a unidade o principal objectivo do primeiro discurso de Passos Coelho, que assim falou para o interior do partido, sendo certo, porém, que não conseguiu evitar que aparecessem 13 listas para a comissão política nacional e 3 listas para o conselho jurisdicional.
No encerramento do Congresso Passos Coelho fez um discurso formalmente correcto e abordando problemas de natureza política, económica e social, não esquecendo o que de mal se tem feito na Educação, na Saúde, na Justiça, na Segurança.
Contudo, embora falasse com convicção, pecou por não apresentar as medidas concretas que pretende adoptar para trazer aos portugueses uma vivência mais feliz.
Ideias novas que expos: a revisão urgente da Constituição e a criação do Conselho Superior da República.
Ora, quanto à Constituição vigente, não nos parece ser preciso alterá-la, basta cumpri-la, no que contem quanto à Educação e à Saúde, e em relação a outros assuntos em que Passos Coelho tocou (tirar o Estado das empresas e dos negócios, um melhor controlo das empresas públicas, acabar com a promiscuidade que vai existindo entre ex-Ministros e entre o poder político e as empresas, evitar as nomeações feitas pelo Estado para os grandes grupos económicos, modificar a lei eleitoral para ser possível uma maior aproximação entre eleitores e eleitos) não será preciso mexer na Constituição.
A não ser que o PSD queira alterar substancialmente a Constituição económica, atendendo apenas aos princípios neo-liberais.
Passos Coelho, porém, não deixou de surpreender alguns quando se referiu à ideologia do PSD não se esquecendo de falar nas matrizes próprias de uma autêntica social-democracia.
Só que também anunciou que o programa do partido vai ser revisto, não indicando em que sentido…
Enfim, faltou, quanto a nós, clareza relativamente às intenções com que ele quer dar novo rumo ao PSD e à política no país.
E a um político não basta ser bom tribuno, é preciso muito mais.
Relativamente ao Conselho Superior da República ficou-se sem saber em concreto quais as suas funções, a não ser a da avaliação dos nomeados para cargos públicos.
Os analistas políticos muito terão a dizer sobre as posições assumidas pelo actual líder do PSD.

quinta-feira, abril 08, 2010

 

Mais um livro de Manuel Alegre e uma cátedra com o seu nome

“ O miúdo que pregava pregos numa tábua” é o título de um novo livro de Manuel Alegre, apresentado numa sessão em que participaram muitos políticos, de várias áreas, escritores, poetas e amigos do autor, sessão onde Vera Jardim, categorizado responsável socialista disse aos jornalistas que era já tempo de o partido anunciar o seu apoio à candidatura presidencial de Manuel Alegre.
O mérito intelectual e literário deste político português foi reconhecido por uma universidade italiana, que atribuiu o seu nome a uma cátedra.

 

Crianças que ninguém quer!

São quase 600 crianças, que foram acolhidas em instituições, as quais, devido a serem portadoras de deficiência ou à sua raça, ninguém as quer adoptar.
Já não se pode atribuir a morosos e difíceis processos administrativos o não se estimular a adopção, antes se aquelas crianças não são adoptadas resulta da mera vontade dos pretensos adoptantes.
É que ninguém quer ter os cuidados devidos com crianças especiais ou não se dispõe a, por exemplo, adoptar crianças negras ou de outras raças.
E qual será o seu futuro quando atingirem certa idade?
O Estado tem obrigações para com essas crianças e há muito já que defendemos que haja famílias de acolhimento, rigorosamente seleccionadas, que recebam uma remuneração e que sejam consideradas por adequados serviços oficiais com boas condições para o melhor tratamento dessas crianças.
Além, claro, destas, quando sofrendo de qualquer deficiência, devam ter um acompanhamento médico.
É bom que o Estado não esqueça os direitos que assistem a qualquer ser humano.
De registar: uma intervenção esclarecedora e proveitosa que ouvimos num programa televisivo em que a Secretária de Estado da Reabilitação deu conta das medidas que o governo tem ainda de tomar para resolver da maneira mais humana e eficaz o problema das crianças “ rejeitadas”, digamos assim, por quem pode e não quer adoptá-las.

 

Os “ spreads”

Embora tenham descido significativamente os juros dos empréstimos para compra de casas, os Bancos, porém, têm subido e muito os seus spreads atingindo já os 4%.
Quer dizer que aquele benefício relativo aos juros é, ao fim e ao cabo, absorvido pelos spreads que constituem lucros dos Bancos quando se trata de empréstimos novos.
Poderá e deverá esta situação manter-se?
É que esses spreads já subiram em pouco tempo 7,5%.
E o Estado não terá nada a dizer sobre tão insólita atitude dos Bancos?

 

E a natureza continua a portar-se mal

Quase todos os dias temos notícia de acontecimentos ou fenómenos naturais que provocam a morte e a destruição.
Sismos em vários países, chuvas e grandes inundações, deslizamentos de terras, furacões, de tudo tem havido há já meses.
Agora, foi o Rio de Janeiro e Niteroi que foram vítimas de prolongadas chuvas torrenciais, que provocaram já cerca de 200 mortos e a destruição de muitas das casas existentes principalmente nas favelas, os morros onde vivem os mais pobres em barracas sem condições de segurança.
E é caso para perguntar: num país como o Brasil tão rico, como se compreende que ainda não se tivesse acabado com esses “ guetos” onde se alojam inclusivamente perigosos criminosos que subjugam pela violência os que vivem perto de si.
Muitos anos e governos têm passado sem haver a coragem de acabar com as favelas, dando a quem nelas vive normais condições de habitabilidade.
E nem o presidente Lula da Silva, que sempre foi um corajoso defensor dos direitos dos mais carenciados, tem conseguido resolver o problema.
Terá havido mesmo a melhor vontade para proporcionar aos milhares de brasileiros das favelas normais condições de vivência?

 

O casamento entre homossexuais

O tribunal constitucional decidiu, por maioria, julgar constitucional a lei que permite o casamento entre homossexuais. Foi em nome do princípio da igualdade de direitos consagrado na Lei Fundamental que se baseou tal decisão, não se atentando porém nas diferenças físicas que há entre um homem e uma mulher. Enfim em breve teremos que acostumar-nos a ver nos locais públicos namorados do mesmo sexo em atitudes de afecto.
Agora, Cavaco Silva poderá promulgar a lei em causa ou em usar o veto político, não nos parecendo que seja esta atitude aquela que adoptará.
“ Em Portugal vivem-se momentos de ousadia” disse o Cardeal Patriarca de Lisboa, a respeito dos referidos casamentos.
E é verdade, não só em relação a essa questão mas também, diremos nós, demasiadas e leviana ousadia quanto a muitas outras questões de vária natureza.

quarta-feira, abril 07, 2010

 

Para ler e meditar

“ A questão dos submarinos não pode ser vista através de um periscópio. Esta não é uma batalha naval. É um combate político”
( Fernando Sobral in Jornal de Negócios de ontem)

 

O PS quer um inquérito parlamentar

Desta vez, o grupo parlamentar do PS quer mesmo que se constitua uma comissão de inquérito para averiguar as possíveis responsabilidades quanto à compra dos dois submarinos alemães e ao respectivo contrato das contrapartidas.
É que a polícia germânica que está a proceder a investigações deu o “ pontapé de saída” para que também no nosso país se fizesse idêntica investigação acerca da suspeita de ter havido corrupção.
Ainda bem que o PS vai promover esse inquérito. Só é de estranhar que casos destes sirvam para posições diferentes dos partidos, consoante o que mais lhes convém.
Como o que agora pode trazer complicações a um governo PSD-CDS, o PS não se opõe ao inquérito, antes poderá tomar a sua iniciativa.

 

Praias de nudismo

O parlamento vai discutir e votar uma proposta do partido os Verdes para aumentar o número das praias onde se poderá fazer nudismo.
Até agora apenas seis praias tinham esse privilégio e era necessário estar a 1500 metros dos centros urbanos, pretendendo-se agora com essa proposta reduzir tal distância para 500 metros. E, segundo já veio nos jornais, o PS, pelo menos, será favorável a essa proposta, sendo verdade que, já há anos, o então deputado José Sócrates pronunciar-se nesse sentido.
Enfim, depois da aceitação dos casamentos entre homossexuais, virá um maior incremento do nudismo nas praias, como se isso constituísse um problema sério que deva ocupar a atenção e i tempo do parlamento.
Será que para uns a liberdade é isso mesmo?
Também se poderá justificar a referida proposta com a discriminação que deva acabar?

 

Bandeiras espanholas em Valença

A população de Valença tem-se manifestado contra a decisão de se encerrar o Serviço de Atendimento Permanente ( SAP) que ali tem funcionado.
E, apesar das próprias entidades oficiais locais estarem com o povo daquela terra, o certo é que até agora não tiveram êxito.
E nas casas de Valença, em todas ou quase todas, surgiram numa manhã bandeiras espanholas nas janelas e varandas.
Quer dizer que o protesto chegou ao limite, pois com aquele procedimento dos habitantes de Valença parece darem a sua preferência ao país vizinho, desgostosos como estão com o que se está a passar em Portugal, mormente naquela sua terra.
E isso causa, pelo menos, tristeza, além de representar algo de lamentável, se tal procedimento acontecer noutras localidades que se sentem maltratadas.

 

Os gananciosos

Não há muito tempo, quando num grupo se falava da falta de ética na vida política, ouvi um desse grupo dizer com o maior à vontade: “ estou-me marimbando para a ética, o que é preciso é governarmo-nos, o que é preciso é que o “ pilim” entre nos bolsos mesmo que para isso haja que aproveitar a política”. Julgámos que estava a brincar, porque, na verdade, sempre o tivemos em boa conta, como pessoa honesta, incapaz de trafulhices.
Mas quando o interpelei, dizendo que estava decerto a gracejar, repetiu que estava a falar a sério, acrescentando que se muitos se aproveitavam da política para enriquecer, parvos eram os que não faziam assim.
Num momento acabou o respeito e a amizade que tinha por ele, porque, efectivamente, merecia apenas o meu desprezo, a minha indiferença, uma severa censura.
Mas quantos há que embora não o digam pensam e são capazes de agir como aquele meu ex-amigo?
A ganância é, na verdade, incompatível com a política, quando se vê nela apenas a melhor forma de contribuir, tão validamente quanto possível para o bem colectivo, diligenciando por uma sociedade mais justa, mais solidária, mais igualitária, sem desigualdades sociais, com a ética sempre na base da acção política.

terça-feira, abril 06, 2010

 

As falências não param

Desde o início do ano, isto é, em apenas três meses, faliram 1066 empresas!
E tal deve preocupar seriamente pois vem agravar o desemprego e a própria economia.
Também, claro, aumentarão os gastos da Segurança Social que tem que pagar mais subsídios de desemprego. São muitos os sectores em crise abrangendo, sobretudo, pequenas e médias empresas, cujos auxílios anunciados pelo governo ainda não se concretizaram.
Por este andar, onde iremos parar?
O teimoso e demasiado optimismo de alguns responsáveis políticos não chega para animar “ a malta”.

 

Ex-combatentes sem abrigo

Não se sabe ao certo quantos são aqueles que andaram na guerra colonial e que, agora, vivem na rua, aceitando a ajuda de voluntários, quer em comida quer em roupas, pois a sua pobreza é extrema.
Foram, naquele tempo da ditadura mobilizados para “ defesa da pátria” , como lhes disseram.
Arriscaram as suas vidas sem se aperceberem que essa guerra era injusta, limitando-se a obedecer com receio de sofrerem represálias.
Em terras de África experimentaram os horrores de uma guerra, matando para não serem mortos, passando dias e dias na selva e sentindo cada vez mais que eram “ carne para canhão”.
Eram, então, novos e quando regressaram estavam marcados psiquicamente, por vezes, com depressões profundas. E foram sendo esquecidos daqueles que os mandaram para a guerra e hoje muitos deles sem trabalho, doentes, sem recursos económicos e até sem família, sofrem na rua a solidão a que foram forçados.
O Estado deve-lhes uma justificada atenção e o necessário auxílio.

 

Manuel Alegre continua a “ mexer-se”!

Têm sido já várias as reuniões que Manuel alegre realizou com grupos de apoiantes quanto à sua candidatura presidencial. E nesses encontros aquele político tem sentido a muita simpatia, admiração e a adesão incondicional dos que estão presentes.
E é justo que assim suceda, pois Manuel Alegre é uma referência relevante da nossa democracia, pela qual se bateu com coragem no tempo da ditadura, dando, desde a libertadora Revolução do 25 de Abril um constante exemplo de seriedade, de ética, de coerência e fidelidade aos princípios políticos que sempre defendeu.
Talvez porque, dentro do PS, tem sido uma voz crítica no sentido de contribuir para que aquele seu partido não se afaste da sua matriz programática, Manuel Alegre não tem recebido, até agora, uma adesão unânime à sua pretensão de se candidatar às eleições presidenciais.
Mas os que comungam seriamente do ideal de uma esquerda socialista democrática, não deixarão, decerto, de estar com ele.
E o certo é que o PS não terá outro candidato que possa apresentar.

 

A pedofilia na igreja católica

Esta época da Páscoa ficou marcada por uma onda de indignação, que se espalhou por vários países, quanto aos casos de pedofilia em que alguns sacerdotes estiveram envolvidos.
Casos ocorridos há já anos que a hierarquia da igreja católica ocultou do conhecimento público, tornando-se como que cúmplices das condutas indignas desses sacerdotes.
O certo é que aquela hierarquia preocupou-se em pagar indemnizações aos ofendidos, mas os autores desses crimes não prestaram contas à Justiça, limitando-se a revelar tardiamente o seu arrependimento.
Claro que mesmo os leigos que pertencem a esta Igreja e vivem os seus preceitos com uma convicção séria não podem deixar de sentir uma justificada repulsa pelos procedimentos dos sacerdotes em causa.
Mas, como já li algures, um cristão não adere a um padre ou a um bispo, adere, sim, a Cristo.
E se a Igreja Católica ao longo da sua existência nem sempre deu bom exemplo Dele, a verdade é que é francamente positiva a sua acção em prol dum mundo melhor com base nos imperecíveis ensinamentos de Cristo.
A fé de um cristão não pode ser abalada pela conduta dos que servem mal a igreja a que pertencem, mas tem que causar profunda tristeza e indignação, pois ofusca o Reino de Deus, como disse o Cardeal patriarca de Lisboa.
Talvez que o que tem sucedido a respeito dos casos de pedofilia deva levar, mais uma vez, a uma reflexão profunda sobre o celibato dos sacerdotes, concluindo pela liberdade de opção pelo matrimónio.

sexta-feira, abril 02, 2010

 

Para ler e meditar

“A mentira é uma falta de respeito. Quem só sabe viver a mentir não respeita ninguém. Mente para despachar. Mente porque dá jeito. Mente porque não lhe interessa quem tem à frente. Mente e sabe que está a mentir. Só não respeita ninguém. É por isso que não merece respeito”
(Carla Hilário Quevedo, na revista Tabú de ontem)

 

Instabilidade política na Guiné-Bissau

De todas as ex-colónias portuguesas, a Guiné-Bissau é aquela em que mais instabilidade tem havido, com consequências graves de natureza política, social e económica.
Agora, mais uma vez, voltou-se a criar uma situação de perturbação na vida política, chegando a estar sequestrado o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que esteve retido na sua residência guardado pela polícia militar.
Pelo que se sabe, é grande o descontentamento com a acção do governo, que não tem tomado as medidas necessárias para resolver problemas básicos da população.
E, mais uma vez, se tentou um golpe militar.
O Presidente da República, que não é contestado como o primeiro-ministro, através do diálogo com as forças políticas existentes no país e também com os militares revoltosos chegou a um entendimento para ser reposta a estabilidade.
Oxalá, desta vez, a ordem e a paz sejam duradouras naquele país, o que não tem acontecido até agora.

 

Até quando?!

Nem nesta época, que devia ser de paz, deixou de haver bombardeamentos violentos entre os israelitas e os palestinianos.
Mortes, feridos com gravidade, destruição de casas e de vários equipamentos foram as consequências, mais no território palestiniano, dado que é superior o potencial das armas de Israel.
Têm sido tantas as conversações, as reuniões, as mediações para um acordo de paz, mas tudo sem êxito até agora.
Quando é que aqueles povos vizinhos se entendem e convivem pacificamente?
Serão assim tão graves as questões que os separa e os fazem inimigos?
Até quando naquela região continua a violência e o ódio?

 

Suspeita de corrupção no negócio dos submarinos

A compra de dois submarinos na Alemanha e o contrato das contrapartidas estão a ser objecto de investigação policial, pois há suspeita de ter havido corrupção e tráfico de influências dos que, alemães e portugueses intervieram no negócio de montante muito elevado.
Para além de oficiais superiores da Marinha dos dois países, também estão a ser averiguadas as responsabilidades de políticos.
Houve até já uma busca na casa de um deputado do CDS e seguir-se-ão alguns membros do governo PSD/CDS que concretizou o referido negócio.
Aí está mais um caso sobre o qual muito se vai falar e escrever.
Será mais um a juntar a muitos outros que têm ocupado a atenção dos portugueses.
Só que, desta vez, não será este governo e o PS que estarão em causa.

 

Mais um para Chairman?!

Mas o que é isto de se ser chairman de uma empresa com capitais do Estado?
Que funções desempenha efectivamente? Servirá só para “dar nome” à empresa para que é mediado? Um chairman terá sempre as qualificações adequadas às actividades da empresa?
Não, pelo que se sabe um chairman é, sim, alguém da confiança do governo, quase sempre um ex-ministro ou um quadro superior do Partido que sustenta o governo.
Tem, quanto muito, capacidade de representar a empresa em certas ocasiões.
Enfim, não tem um trabalho efectivo, não interferindo com assiduidade nos actos da administração.
É alguém a quem o governo quer dar, em recompensa, os serviços prestados (nem sempre bons) uma posição rendosa.
É, ao fim e ao cabo, uma “aposentadoria” muito bem paga!
E a verdade é que o “salto” do governo para ser chairman vai estando cada vez mais na moda…
Desta vez, “a sorte grande” vai, segundo já se diz, caber ao ex-ministro Mário Lino!

quinta-feira, abril 01, 2010

 

Morreu o Engenheiro José Coelho Jordão

Faleceu este ilustre figueirense que foi Presidente da Câmara do nosso concelho, cargo que desempenhou com muita dedicação, dinamismo e bairrismo. Deve-se-lhe entre outras obras a criação do espaço da Abadias, o Parque de Campismo, junto do qual está um seu busto como justa homenagem, a Avenida 25 de Abril e o novo edifício do Museu e Biblioteca. Foi deputado à Assembleia Nacional, Director, em Coimbra, do Banco de Fomento além de ter exercido funções como Engenheiro Silvicultor nos serviços do Estado, profissão em que se distinguiu.
Pessoa muito afável, respeitada no meio figueirense, nunca deixou de se interessar pelos problemas da nossa terra, estando sempre presente nas mais significativas iniciativas culturais, cívicas e políticas. Foi com muita emoção que, ontem, tive conhecimento da infausta notícia da sua repentina morte, pois, há já muito que o tinha como um bom amigo e vizinho.
No seu funeral, hoje realizado para o Alqueidão, incorporaram-se algumas centenas de pessoas, entidades oficiais, representantes de várias colectividades, numa demonstração do muito apreço que tinham pelo falecido.
Aqui presto sentida homenagem à sua memória, apresentando condolências à sua Exma viúva D. Isabel, a seu filho Engenheiro José Miguel e demais Família.

 

De aplaudir

A Câmara teve, agora, a preocupação louvável de facilitar o acesso aos pólos culturais, reduzindo as respectivas taxas e mesmo tornando livre a entrada a menores de doze anos e a pessoas com mais de 65 anos.
Também será gratuita a visita ao núcleo museológico do mar, em Buarcos.
A Cultura é, na verdade, essencial na promoção de um povo. Daí que a decisão agora tomada pela Câmara seja de aplaudir.

 

E os milhões escorregam para os bolsos de alguns

Continuam os verdadeiros escândalos quanto às remunerações e prémios pagos a gestores de empresas com capitais públicos. Soube-se, agora, que o Presidente do Conselho de Administração da EDP vai receber mais de três milhões de euros…
É certo que essa empresa e outras que têm participações do Estado dão bons lucros mas isso não deve ser razão que justifique que uns poucos arrecadem uma boa fatia desses lucros.
Bom seria, sim, que, por exemplo a EDP em vez de aumentar o custo da electricidade que se consome nas casas e nas empresas, resolvesse baixar esse custo.
Por mais competentes que sejam certos gestores, há que moderar, melhor dizendo, moralizar os seus ganhos.
Causa, na verdade, indignação saber que neste país, apesar da grave crise económica e social que existe, uns comem tudo e outros nada.

 

A demissão do Director-Geral do Ministério das Finanças

Mesmo dentro do referido Ministério houve quem discordasse dos critérios usados na elaboração do Orçamento de Estado. Foi o que aconteceu com o próprio Director-Geral que pediu a demissão.
É consolador saber-se que ainda há quem bata com a porta para preservar o seu pensamento e as suas convicções não olhando a consequências.

 

Para ler e meditar

“ A política é um luxo de ricos, que chegava normalmente aos pobres pela ideologia. E pela ideologia hoje não chega”
( Paulo Tunhas in Jornal I de ontem)

 

Para ler e meditar

“ A política é um luxo de ricos, que chegava normalmente aos pobres pela ideologia. E pela ideologia hoje não chega”
( Paulo Tunhas in Jornal I de ontem)

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