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sábado, abril 24, 2010

 

25 de Abril

Amanhã, os portugueses vão, mais uma vez, ter a oportunidade de festejar o Dia da Liberdade.
Ela, em grande parte, ficou a dever-se a muitos que souberam, com coragem, persistência e expondo-se a riscos diversos, resistir a uma execranda ditadura que, durante cerca de meio século, deteve o poder no nosso país, servindo-se da violência, da repressão e opressão, e da constante violação dos direitos cívicos fundamentais.
Foram, na verdade, muitos anos em que um número considerável de democratas opositores da ditadura sentiram a perseguição, a preterição para lugares públicos, a humilhação por parte de privilegiados do regime, os maus tratos físicos nas prisões e até alguns morreram no campo de concentração do Tarrafal.
Foi um longo período muito negro da nossa História Pátria.
Mas, em 25 de Abril de 1974, a Liberdade chegou, abrindo de par em par a porta da esperança em melhores dias, libertando os portugueses da tutela prepotente e agressiva da ditadura.
E foi à acção de militares destemidos que ficou também a dever-se o fim de um regime de má memória, tantos foram os malefícios que causou ao povo português.
Esses valentes militares, apercebendo-se enfim do exercício desumano do poder instituído que quase ia amarfanhando a alma nacional, decidiram-se, depois de cuidada e arriscada preparação pôr em marcha uma Revolução para pôr termo a um regime muito déspota, autoritário.
E, na verdade, foi com relativa facilidade que essa revolução teve êxito, tão moribundo estava já esse regime.
Os portugueses, livres das grilhetas de uma ditadura puderam gozar, com entusiasmo justificado e exuberante alegria, em 25 de Abril de 1974 o advento da Liberdade.
Depois, ultrapassada uma inicial e natural perturbação política e social, realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte, que elaborou uma Lei Fundamental, aprovada em 2 de Abril de 1976, em que se consagrou uma democracia representativa e pluralista, uma democracia não só formal ou política, mas uma democracia económica, social e cultural.
Democracia que ainda continua a sofrer, por vezes, ataques dos que não a aceitam convictamente e se dispõem a deturpar as suas regras e com demasiada frequência a sua ética.
E, se é certo que muitos, infelizmente, se têm aproveitado da Liberdade e da Democracia para delas fazer um mau uso, se ainda não se resolveram alguns problemas básicos da sociedade portuguesa, certo é também que só a democracia tem as virtualidades precisas para encontrar as melhores soluções para o progresso e a prosperidade do nosso país.
Mas, mesmo com o crescente descontentamento que ser vai sentindo, mesmo com o inegável agravamento das desigualdades sociais, com a pobreza e o desemprego a aumentarem dia a dia, com as consequências nefastas não só de uma crise estrutural já antiga mas também de uma grave crise económico-financeira mundial, nada ensombrar o mérito, o espírito e os propósitos substanciais da libertadora Revolução de Abril, que proporcionou aos portugueses a plena cidadania e a participação cívica e política na vida nacional.
Assim há sempre que homenagear a memória dos democratas já falecidos, que foram valentes na luta contra a ditadura (não podendo esquecer-se neste momento que o concelho da Figueira da Foz foi um importante reduto da Oposição Democrática).
E há também que sentir e mostrar sempre uma justificada gratidão aos militares de Abril que decidiram dar o golpe decisivo na ditadura.
Que os responsáveis políticos sejam sempre fiéis ao espírito essencial da Revolução dos Cravos.
Que se saiba diligenciar, com seriedade e persistência pelo cada vez maior aprofundamento da Democracia, valorizando-a, requalificando-a, a começar pela renovação das estruturas partidárias que, infelizmente, não têm cumprido bem a suas finalidades.
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal livre, democrático e progressista!

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