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segunda-feira, novembro 30, 2009

 

Ler e Meditar

“A política em Portugal transformou-se numa mega central de negócios”
(Paulo Morais, em entrevista a “Rotary em acção”)

 

A Gripe A

Já são 8 000 pessoas as que, em todo o mundo, morreram com a chamada gripe A.
E muitas delas mesmo estando vacinadas.
É que tem sido muito polémico, também entre os médicos, se tal vacina dá os melhores efeitos ou se terá até consequências secundárias.
Em Portugal, as mortes atingiram já 22 pessoas, sendo certo que algumas delas eram portadoras de doenças crónicas, principalmente de natureza respiratória.
A população escolar está já, em muitos casos, afectada pela gripe A, mas tem sido entendido não ser necessário encerrar as escolas, limitando-se os doentes a ficarem em casa.
Esperemos que a acção seguida seja eficaz.

 

As injustiças avolumam-se …

Um e-mail que lemos na Net deu-nos conta de uma série bem grande de pessoas que recebem pensões milionárias e muitas acumuladas!
Indigna saber que num país pobre como o nosso, haja quem receba da Segurança Social tão elevadas reformas e muitas vezes com poucos anos de trabalho!
Saltaram de lugares para lugares e de todos eles saíram com o futuro bem assegurado com pensões avantajadas…
E quase sempre os nomes ali indicados foram ministros que depois de abandonarem o governo logo entraram nas direcções das melhores empresas com capitais públicos.
Não se impunha rever seriamente tão injustas situações?
També3m aquele e-mail nome de jovens, filhos ou parentes de governantes que, mesmo sendo recém-licenciados, logo são colocados com bons ordenados e outras “benesses” em boas posições profissionais.
Até já um ministro deu “trabalho” a dois filhos, em departamentos sob a sua tutela!
Este é na verdade, o país em que não há “vergonha” quanto aos favores que se fazem, por uma razão ou outra.

 

Muitos os pedidos de auxílio

Dadas as muito difíceis (cada vez mais) situações vividas em grande parte das famílias portuguesas, tem aumentado significativamente os pedidos de auxílio junto das instituições ou grupos de voluntários que tem por finalidade a solidariedade.
E ali acorrem a solicitar comida, roupas ou outros produtos necessários, não só os que sempre foram pobres, mas outras pessoas que, de repente, ficaram sem emprego ou que usufruem uma pequena pensão.
Há até, como há pouco vimos, quem, com vergonha de pessoalmente pedirem auxílio, mande os filhos ou a mulher!
De norte a sul do país a situação agrava-se, sendo já muitos que se vem forçados a deixar os Bancos credores a vender as suas casas e outros a terem as rendas já muito atrasadas, correndo o risco de terem de viver na rua.
Felizmente, porém, de uma maneira geral, os portugueses são solidários, valendo dentro das suas possibilidades aos mais carenciados.
Mas bastará?!
Quando será que este país começa a ser bem fadado?!

 

De acordo!

Como se sabe, o Procurador Geral da República é escolhido e nomeado pelo governo.
E sem por em causa que, até agora, se possa dizer que se tenha politizado aquele lugar, o certo é que será, sem dúvida, mais natural, correcto e isento que o PGR seja indicado pela Assembleia da República, “reforçando a legitimidade democrática do poder judicial”.
Foi nesse sentido que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, em comunicado, já se pronunciou.
Estamos plenamente de acordo, até porque tal solução evitaria que se levantassem suspeitas, em certos casos, relativamente ao exercício das funções do PGR.

domingo, novembro 29, 2009

 

Ler e Meditar

“A solidariedade é como o planeta: é de todos porque serve a todos.”
(Sakarov, na Conferência sobre o combate às alterações climáticas)

 

Uma noite por 3 500 Euros!

Noticiou-se que o Presidente do Brasil ao vir a Portugal participar na Cimeira Ibero-Americana, dormirá ou descansará num quarto que custa por noite 3 500 euros (700 000 escudos em moeda antiga).
Quem diria que Lula da Silva, homem do povo, que modesto operário e que apoiou vários movimentos a favor dos mais carenciados e explorados, que sempre combateu com muita frontalidade e coragem um capitalismo selvagem, denunciando as enormes desigualdades económicas entre os brasileiros, chegaria, um dia, a dormir numa cama que custava 3 500 euros.
É certo que Lula da Silva, pelas suas posições sempre assumidas com frontalidade e pelo muito prestígio que justamente alcançou entre a maioria do povo mais pobre, chegou à Presidência do Brasil e é nessa qualidade que tem de participar em reuniões internacionais.
Mas, francamente, não poderá exigir a quem organiza as suas viagens que fosse equilibrado nas despesas a fazer, não pondo em causa a sua simplicidade e os princípios que sempre defendeu?!
Setecentos contos por noite…é algo que choca.

 

Foram só 79 diplomas!

De 80 diplomas, que foram votados no Parlamento, apenas um do governo “escapou” ao chumbo dos partidos da oposição.
Quer dizer que o que ali se passou foi uma primeira prova de força da oposição, da qual esta se saiu muito bem, enquanto o partido do governo e também o Ministro Jorge Lacão não estiveram bem, usando argumentos frouxos e acusando a oposição de intolerância e de abuso da maioria que, agora, tem.
E, claro, ouviu-se, mais tarde, o governo a vitimizar-se, afirmando que a continuar-se assim não haverá a possibilidade de governar.
Como se só se pudesse governar com maiorias absolutas.
O que houve, até agora, foi pouca habilidade ou mesmo sobranceria a mais quanto ao tratamento dos partidos de oposição.
Se a linguagem e postura do governo passado tivessem sido outras, com mais diálogo mais aproximação e aceitação dos adversários políticos e com um melhor conhecimento da realidade portuguesa, talvez que, hoje, fosse mais fácil a este governo exercer as suas funções.
Ameaçar, como parece que já vai acontecendo, com a ingovernabilidade não adianta.
O que é preciso é que haja vontade e humildade em dialogar e conseguir entendimentos entre os partidos.
Há que saber conviver com a democracia seja qual for a sua característica.
Mas, para já, além do adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo, pôs-se fim ao pagamento especial por conta, consagrou-se que o Estado pague juros pelos atrasos nos seus débitos, estabeleceu-se o reembolso do IVA entro de 30 dias e o pagamento de juros de mora por parte do Estado, etc.

 

A ausência do Presidente Cavaco Silva

Na sessão de homenagem à memória do Coronel Ernesto Melo Antunes, além dos ex-presidentes da República, Mário Soares, Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, estranhou-se e censurou-se a ausência de Cavaco Silva.
Na verdade, tal homenagem a um político de grande envergadura, com intervenção muito valiosa na Revolução do 25 de Abril e que foi o ideólogo do célebre Documento dos Nove, que muito contribuiu para a instauração do regime democrático do nosso país, não merecia essa atitude por parte do actual Presidente da República.
Melo Antunes foi, sem dúvida, uma figura central e relevante em “travar” a politica radical que alguns queriam desenvolver em Portugal.
Com uma invulgar inteligência e com uma muito meritória preparação política, a Melo Antunes se deve uma persistente e corajosa actividade no sentido de uma democracia representativa e pluralista.
A referida ausência de Cavaco Silva, foi efectivamente, um ponto bem negro na sua vida presencial.

sexta-feira, novembro 27, 2009

 

Automóveis de luxo no Tribunal Constitucional

Através da net, tivemos a notícia de que os 13 Juízes do Tribunal Constitucional, foram, recentemente, “beneficiados” com automóveis de super luxo que, no seu conjunto, custaram 665.504 euros!
E esses automóveis aos respectivos serviços, mas sim, ao uso pessoal de cada um daqueles Magistrados.
A ser verdade tal notícia, será mais um “escândalo” que, numa época de crise, se dotem os membros daquele Tribunal, com uma frota de automóveis de tão elevado custo.
Em vez de uma necessária contenção de despesas, gasta-se dinheiro sem conta, principalmente com quem defende tal contenção na política, pois os Juízes do referido Tribunal são nomeados politicamente!
Não pensarão eles sequer que usando esses carros estão a afrontar a miséria em que muitos portugueses vivem?
Depois, não se queixem da “revolta” que vai existindo em muitos …

 

Ler e Meditar

“Nos últimos 10 anos a divida portuguesa tem aumentado diariamente 48 milhões de euros”.
(Medina Carreira, em recente entrevista televisiva)

 

Deputados em part-time?!

Foi Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, que falou em não desejar que nesse órgão de soberania que dirige haja “deputados em part-time”.
Mas para isso ser possível bastará que se sancionem as ausências ás sessões?
Bom seria que houvesse forma de também sancionar aqueles que se limitam a assinar o livro de presenças, indo depois á sua vida fora do Parlamento.
Enfim, há, na verdade, que moralizar a actuação de alguns deputados que, infelizmente, se limitam a votarem passando a legislatura sem fazerem uma única intervenção.
Claro que é ao eleitorado que compete classificar oportunamente a conduta deles mas, por vezes, são os Partidos que, por esta ou aquela razão, os impõem!
Seria bom que viesse de cima o exemplo da decência na vida política.

 

Anúncios do Vereador da Cultura

António Tavares, actual Vereador da Cultura da nossa Câmara, anunciou o propósito de fazer reviver o Festival de Cinema em moldes diferentes daqueles que durante mais de 30 anos se realizou na Figueira, e também a Gala dos Pequenos Cantores.
Já há muito que defendemos que o Festival de Cinema, em vez de ser exclusivamente destinado a filmes de autor, se transforme também em Festival de Cinema Comercial, embora, evidentemente, com uma escolha cuidadosa.
O C.A.E é um espaço com boas condições para receber com dignidade tão importante iniciativa.
A Gala dos Pequenos Cantores sempre constituiu em evento de relevo, que muito prestigiou, durante anos, a nossa cidade, dando origem a reportagens nas televisões estrangeiras e levando assim bem longe o nome da nossa Terra.
Mas o Festival de Música, de que foi Director o consagrado pianista Sequeira da Costa, que trouxe até nós, em muitos anos, os melhores pianistas de nível mundial?
Talvez que uma reunião com ele pudesse ajudar à Organização de um certame musical de muito mérito, até porque no centro do país não há nenhum Festival de Música do teor daqueles que, em tempos, se realizaram na Figueira.
Para já, fica-nos a satisfação por o Vereador da Cultura ter feito os anúncios que fez.

 

Primeira vitória da oposição

Ficará na história do nosso Parlamento a votação hoje ali realizada sobre o Código Contributivo, que o Governo queria que entrasse em vigor já no dia 1 de Janeiro próximo.
Todos os Partidos da oposição fizeram vingar o seu actual poder, recusando a proposta governamental, tendo adiado por mais 1 ano o começo da vigência daquele diploma.
Embora com argumentação diferente, o certo é que a oposição fez vencimento.
Sucederá o mesmo quanto a outros assuntos polémicos, como o que se relaciona com o modelo da avaliação dos professores?
Pelo menos, parece que a distinção entre professores e professores titulares não vai avante, mas só isso não chega para levar a paz ao sector educativo.
Aliás, todos os Partidos da oposição disseram nas suas campanhas eleitorais não estarem de acordo com o presente modelo de avaliação.
E também é certo que a actual Ministra da Educação já revelou o propósito de encontrar nova solução.
Veremos…

 

Será derrotismo?!

Alguns responsáveis políticos não hesitam em acusar de derrotistas e pessimistas aqueles que não podem calar os males que vão existindo neste país!
Dizer-se que há já muita miséria e fome, que há agravamento das desigualdades sociais, que engrossa dia-a-dia o número dos pobres envergonhados incapazes de estender a mão á caridade, que a taxa de desemprego tem subido muito significativamente, que são muitas as empresas pequenas e mesmo grandes que encerram portas, que os jovens quantos deles qualificados e talentosos tem que ir para o estrangeiro tentar ganhar a vida, que há ricos mais ricos (quantas vezes á custa da corrupção e outros ilícitos económicos), a criminalidade violenta tem aumentado – tudo isto e muito mais será derrotismo ou mero pessimismo?!
É, sim, a constatação da realidade portuguesa, que as políticas desenvolvidas não tem sido, infelizmente, capazes de resolver.
Não tem sido suficientes todos os meios postos em prática para um eficaz combate á crise, aos males que afectam, e de que maneira, grande parte dos portugueses.
O que tem de chocar-nos ainda mais é verificar que uns parecem “esconder” esses males!
Claro que a crise internacional, que tem sido tão falada, tem influência e grande na situação do país, mas o certo é que para muitas coisas aparece o dinheiro (e são milhões e milhões de euros) e para outras … não há nada!
Não se tenta sequer uma melhor distribuição da riqueza, como aliás se impunha.

quinta-feira, novembro 26, 2009

 

Ler e Meditar

“Aumentar impostos é um convite às pessoas e às empresas para saírem do País”

(Alexandre Soares dos Santos, no “Diário Económico”, de 24 do corrente)

 

Presidente do Tribunal de Contas

Guilherme de Oliveira Martins acaba de ser reconduzido nas funções que desempenhava como presidente no Tribunal de Contas.
E com toda a justiça, porque tem agido sempre com exemplar isenção e grande competência, sendo merecedor do respeito e admiração de todos aqueles que desejam ver fazer-se boa justiça, sem se deixar influenciar seja por quem for.
Uma saudação amiga, com o desejo de êxito no novo mandato.

 

Haverá ou não aumento de impostos?!

Os entendidos já disseram que o défice das contas públicas vai disparar no próximo ano para mais de 8%!
O que será, evidentemente muito superior ao fixado pela União Europeia, que o coloca em 3%.
Ora, o governador do Banco de Portugal veio emitir a opinião no sentido de que para diminuir tal défice, há duas soluções: aumento de impostos já em 2010, ou grande corte nas despesas.
É certo que Vítor Constâncio já veio tentar esclarecer que essa sua previsão poderá “suavizar-se” até 2013.
Mas a verdade é que, para se evitarem más interpretações ou dúvidas, o Primeiro Ministro viu-se “obrigado” a afirmar que não serão aumentados os impostos em 2010.
Porém, categorizados economistas pronunciaram-se não ser possível “escapar” a esse aumento!
Mais, uma discordância entre responsáveis políticos e especialistas, quanto a um ponto de muita importância para os portugueses, pelo menos para os menos abonados, porque há ainda muitos que, pelo grande volume dos seus ganhos, o aumento dos impostos pouco agravam a sua situação.

 

O Orçamento é Rectificativo, redistributivo ou suplementar?!

Realmente a língua portuguesa é pródiga em nela haver palavras que, ao fim e ao cabo, significam o mesmo!
Foi o que sucedeu, sem dúvida, com este segundo orçamento rectificativo (chamamos-lhe nós e cremos que bem) que o Ministro das Finanças optou por designá-lo com redistributivo, talvez para não se comparar a situação com uma outra que já existiu há anos…
Mas, redistributivo porquê, se o que importa ao Governo actualmente é tapar um grande buraco de mais de 7 mil milhões de euros!
O que é que nele se irá redistribuir?!
Porquê fugir-se á verdade em relação a um documento importante, que devia ser transparente?!
O que nesse documento, agora apresentado no Parlamento, rectificam-se sim, certas verbas já consideradas insuficientes, o que quer dizer que oportunamente a previsão não foi correcta, principalmente quanto a uma significativa redução na cobrança de receitas.
Será que a língua portuguesa dá para tudo, até para fugir a conceitos já fixados há muito?!

 

Era de prever…

Eram já poucos os que acreditavam que as certidões das escutas dos telefonemas entre Sócrates e Armando Vara não seriam arquivadas ou mesmo destruídas!
Já ninguém era capaz de aceitar que o Procurador Geral da República tomaria posição diferente do Magistrado instrutor do processo de Aveiro, em que estava a ser investigado aquele assunto.
Este Magistrado entendia que, pelo menos, devia promover-se um inquérito acerca daqueles telefonemas escutados em que poderia estar em causa a pratica de um crime contra o Estado de Direito, com o que não concordou o PGR.
De estranhar é também que este tivesse chegado a dizer que daria a conhecer o conteúdo dessas conversas entre Sócrates e Vara e, afinal, acabasse por mandar arquivar as respectivas certidões sem esperar sequer pela decisão do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Quer dizer que, inclusivamente, não se aceitou a opinião de alguns categorizados penalistas, como o Prof. Doutor Costa Andrade, de Coimbra.
E o certo é que, infelizmente, assim procedendo, não se desfez a suspeita que pairava e ainda paira no público.
A não ser que seja o Primeiro o Ministro a vir dar os esclarecimentos precisos, como, aliás, prometeu, dizendo que falaria depois dos Magistrados terem tomado uma posição.
É que, efectivamente, este assunto motivou muito interesse e tem originado muita polémica.
E o próprio Eng.º José Sócrates teria vantagem em apresentar-se perante o País, dando a conhecer o que se passou nas conversas por telemóveis com o seu Amigo Armando Vara!
Para finalizar: o magistrado de Aveiro terá condições para continuar a defender uma atitude diferente da que, pelo menos para já, foi tomada ou virá ele a ter consequências desagradáveis.

quarta-feira, novembro 25, 2009

 

Comissão parlamentar para combate à corrupção!

Pacheco Pereira vai ver, decerto, realizada uma sua pretensão antiga: a da constituição de uma Comissão parlamentar para o acompanhamento do combate á corrupção.
Foi o líder da bancada social-democrata, Aguiar Branco, quem fez esse anúncio.
É de aplaudir tudo o que se promova para tentar debelar um dos “cancros” mais graves no nosso País.
E, se até agora, alguns dos meios existentes se têm mostrado ineficazes, há, na verdade, que aquela Comissão desenvolva os seus esforços sérios, persistentes e sem qualquer espécie de receio, para não permitir que fique impune algo de tão indigno, como é a corrupção.
Será bom não esquecer que já João Cravinho, quando deputado, quis atacar esse mal, mas infelizmente sem êxito, por acção de alguns que o deviam apoiar nesse seu bem intencionado propósito.
Desta vez, porém, espera-se que, pelo menos, a maioria da oposição vote favoravelmente a criação dessa Comissão, dando-lhe os meios para ela bem funcionar.

 

O 25 de Novembro!

Decerto, não agradou a alguns a acção dos militares que desenvolveram um movimento de reacção contra os que desejavam instaurar no País um regime, digamos, radical, sem partidos políticos e sem democracia pluralista.
Porém, o certo é que, a partir do êxito dessa acção, a democracia em que hoje vivemos, começou a delinear-se e a fortalecer-se nos verdadeiros pilares de um regime democrático.
No País, iniciou-se uma época de maior paz social, a ordem em vários sectores foi surgindo, podendo os partidos desempenhar livremente as suas funções, embora continuando a haver confrontos ideológicos e visões políticas diferentes.
O certo é que Portugal alcançou até no panorama político internacional uma melhor aceitação e um maior respeito, do que viria a beneficiar.
Os militares do 25 de Novembro merecem o agradecimento dos portugueses defensores desde há muito de uma democracia representativa, pluralista e com mais justiça social.
E por maioria de razão, essa gratidão merece o General Ramalho Eanes que orientou superiormente aquele movimento.

terça-feira, novembro 24, 2009

 

Para ler e Meditar

“O país está doente e muito afectado do ponto de vista moral”
(Henrique Granadeiro, no “Jornal Económico Weekend”, de 21 do corrente)

 

A Ministra do Ambiente já trabalha!

Dulce Pássaro, que actualmente tem a seu cargo o Ministério do Ambiente, logo se dispôs a fazer uma revisão dos diplomas e de algumas decisões da responsabilidade do seu antecessor, uma delas que, por sinal, já tem data posterior as eleições.
A Ministra vai ordenar uma mega inspecção aos sectores dos resíduos e serão revistas as taxas de conservação da natureza, sendo também feito um estudo sobre as taxas a pagar pela água.
Quer dizer que, esta governante, não esteve com meias medidas, apressando-se a iniciar a sua acção, sem preconceitos, quanto a certos assuntos, tratados pelo governo anterior no sector do ambiente.

 

Ambiente inquieto no PSD!

Dentro deste Partido vai, a nível nacional, engrossando a opinião de que a liderança actual não tem sido boa, havendo já muitos que desejam que, com brevidade, se realizem eleições internas.
Há um descontentamento generalizado pela forma de actuação da Dr.ª Manuela Ferreira Leite e dos seus mais directos colaboradores.
E já alguns militantes daquele partido, dizem que ele está praticamente sem direcção e que é urgente, com outras pessoas, dar um outro rumo partidário.
E para tomarem conta da liderança, fala-se em Passos Coelho, Aguiar Branco, Marcelo Rebelo de Sousa, António Nogueira Pinto e outros.
O PSD está a atravessar, na verdade, mais um período mau, procurando quem o comande de forma hábil, segura, inteligente e sobretudo com o saber fazer oposição correcta e firme, não se furtando a uma melhor comunicação com o público.
No nosso regime democrático, o PSD será preciso, desde que bem orientado, e preservado de contradições e de debilidade política.

 

Vamos à luta!

O que levará alguns políticos a defender os lugares que ocupam, fazendo tudo o que lhes é possível para continuarem neles?!
Principalmente, quando eles dão bom dinheiro ou certa influência ou postura de relevo.
E há tantos desejosos de consideração social!
Por isso e para isso, se agarram aos lugares como “lapas às rochas”.
Interessa-lhes, sobretudo, continuar numa posição de destaque, que os faça sobressair para ser satisfeita a sua vaidade, para além dos seus próprios interesses materiais,
E tal verifica-se a todos os níveis, em simples órgãos locais ou em meras comissões responsáveis em colectividades ou grupos.
O país está cheio de “pavões” ou de “serviçais” que têm apenas a função de satisfazer os interesses dos outros, cobrando, claro a sua “comissãozinha”.
Vão sendo poucos, infelizmente, aqueles a quem importa, acima de tudo, lutar com honestidade e persistência por um ideal digno e elevado, procedendo sempre em coerência com ele.
Mas essa luta tem mesmo que fazer-se, se se quiser que o nosso país seja, efectivamente, livre, democrático e próspero.
E tal luta tem de partir dos que ainda põem em primeiro lugar agir de acordo com a ética, seja a que respeita à política, aos negócios ou a quaisquer outras actividades.
Essa luta espera pelos bem-intencionados.

 

Amor a quanto obrigas!

A propósito do PS local, está a fazer-se passar na imprensa uma má imagem, que não merece e não o dignifica.
E não há memória que algo de idêntico tenha ocorrido em quaisquer outros tempos!
Quase parece que alguém está apostado em ferir com gravidade o partido numa altura em que – muito embora entendamos não terem sido tomadas as melhores posições relativamente à organização das listas concorrentes às eleições autárquicas e também inclusivamente à própria campanha – se verificou, afinal, a vitória socialista no concelho da Figueira.
O quê ou quem estará por detrás de tudo o que se passa?
Acusações recíprocas entre militantes e até responsáveis, indicação de pessoas porventura culpadas, pelo mau funcionamento ou mesmo recente apatia do partido neste concelho e, principalmente, pela deficiente organização da campanha que parece não ter havido a melhor escolha para quem a orientasse.
Tudo isso tem sido notícia frequente nos jornais.
E agora, apareceu, de novo, a mulher de Luís Tovim, derrotado estranhamente para a Presidência da Assembleia Municipal, vir em “defesa” do marido, o qual decerto não a incumbiu disso nem precisava…
Foi, primeiramente, o almoço que a Senhora promoveu como que “em desagravo” do marido e, hoje, no Diário da Beiras, surgiram alguns excertos de uma sua carta, em que fez afirmações afrontosas do próprio PS local, chegando a dizer que Tovim, em 3 meses, fez mais por esse partido do que muitos outros em 12 anos!
Mas o certo é, que não referiu uma única acção ou iniciativa em que ele beneficiasse ou apoiasse o PS, e não é de esquecer que Luís Tovim pertencia, mesmo à data da sua candidatura, ao PSD, dizendo aquela Senhora que foi preciso que o PS fosse buscar ao PSD um candidato à Assembleia Municipal.
E o ataque que é feito ao António João Paredes e aos que, ao longo dos anos, tiveram responsabilidades no PS local, que sabe aquela Senhora da história daquele partido neste concelho e da acção dos socialistas a favor da Figueira?!
Perdeu aquela Senhora uma boa ocasião de ficar calada, não agravando, como agrava a situação política do seu marido.
Compreende-se a tristeza de Tovim e da mulher em não virem a ocupar lugares de primeira linha na vida política figueirense, e compreende-se também que ela tenha querido demonstrar mais uma vez o seu amor conjugal.
Mas, francamente, tal não justifica (ou melhor justifica em quem não percebe nada de politica!) a carta cujos excertos, hoje publicados no Diário da Beiras, é simplesmente ridícula.

sábado, novembro 21, 2009

 

Homenagem ao Pastor João Neto

O Centro Social Cova-Gala homenageou, ontem, o Pastor João Neto que foi o seu fundador e grande impulsionador.
Aquele Centro, que, há já muitos anos, vem desenvolvendo uma muito válida acção social, deve àquele Pastor relevantes serviços e uma grande dedicação.
Felicitamo-lo por esta muito justa homenagem à qual nos associamos.

 

As taxas moderadoras

Mais um recuo deste governo, desta vez acabando com as taxas devidas por internamentos e cirurgias, taxas que, no tempo do Ministro Correia de Campos tanta polémica motivaram e pelas quais o governo de então tanto se bateu.
Agora, é o próprio Correia de Campos que já reconheceu que foi uma má medida, concordando com a actual posição deste governo.
Porém, os recuos vão sendo já vários e mais virão porque, na verdade, há muitos erros a reconhecer com humildade, e a corrigir.

 

As compensações políticas

No último Conselho de Ministros foram nomeados os governadores civis, representantes que são do governo nos 18 distritos do país.
E foram reconduzidos 10, dando-se os restantes 8 a socialistas que, por uma razão ou outra, não conseguiram ocupar os lugares a que concorreram nas últimas eleições.
Alguns deles nem sequer são conhecidos nos distritos em que agora ficam a representar o governo. Mas, como vai sendo hábito, houve que os compensar, não os deixando “ desempregados”.
Enfim, assim vai acontecendo neste nosso país, que parece “ malfadado”.

 

Novos Presidente do Conselho Europeu e Ministra dos Negócios Estrangeiros

Por consenso foram ontem nomeados Van Rompuy para presidente do Conselho Europeu e a baronesa e trabalhista inglesa Catherine Ashton para encarregada da Política Externa.
Foram, realmente, duas pessoas de quem não se tinha falado e que são pouco conhecidas nos ambientes da União Europeia.
Porém, gozam de boa reputação pela sua competência e discrição nos lugares que têm ocupado nos seus países.
A respectiva posse realizar-se-á em Lisboa, entrando em vigor o Tratado em 1 de Dezembro próximo.
Resultará daí um maior êxito para a UE, fazendo-a realizar as suas principais finalidades, sobretudo a social?
Veremos.

 

Como é possível?

A Ministra do Trabalho mostrou-se surpreendida com a presente taxa de desemprego! É muito estranho que quem é responsável por aquela pasta ministerial se tenha pronunciado nesse sentido.
Mesmo tendo estado há já tempo em Bruxelas com responsabilidades na Confederação Internacional dos Sindicatos, não é aceitável que desconhecesse a grave situação do desemprego em Portugal.
Mas o que é preciso é que aquela Ministra tenha a competência e os meios necessários para desenvolver um eficaz combate ao desemprego.
Enfim, haja esperança na acção desta Ministra – sindicalista.
Censurável atitude na Câmara de Coimbra
Segundo foi hoje noticiado, o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra proibiu que os jornalistas assistissem às reuniões quinzenais do Executivo! Poderão, apenas, estar presentes nas reuniões semanais que são abertas ao público. Quer dizer que se reduziu, por vontade da maioria daquele Executivo, o exercício do direito de informação que compete à imprensa. E tal não sucedia há já algumas décadas, dando-se, desde então, a possibilidade de a acção municipal decorrer com transparência.
Claro que já houve reacções contra tão estranha e censurável decisão: a de Teresa Alegre e Carlos Cidade, os quais entendem que a própria comunidade conimbricense devia manifestar-se tentando levar o Executivo a reconsiderar e recuar naquela sua decisão.

 

São 60 milhões de euros ou mais?

Nas notícias sobre a primeira sessão de trabalho da actual Câmara disse-se que a dívida era de 60 milhões de euros. Mas, afinal, parece que ela é, sim, de mais elevado montante.
Se assim for, a acção do Executivo não pode ser a que se desejaria. É que, realmente, há-de ser muito difícil proceder ao saneamento financeiro que se impõe. E a Figueira bem precisa que se faça alguma coisa para a sua valorização.

 

Dr. Carlos Monteiro

Foi nomeado vice-Presidente da Câmara do Dr. Carlos Monteiro, vereador do PS do actual Executivo e que tinha sido recentemente eleito pelo Conselho Geral Director da Escola Joaquim de Carvalho. Saudamo-lo desejando um bom êxito no exercício das suas novas funções camarárias.

 

Quebra de promessa pelo PSD

No parlamento foi ontem votado o diploma em que se requeria a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores. E, afinal, apesar de nas respectivas campanhas eleitorais todos os partidos de oposição ao PS terem defendido a suspensão imediata daquele modelo, o PSD, abstendo-se, deu a mão ao que o PS pretendia.
Violou, assim, aquela promessa feita, decerto apenas para agradar então aos professores e cativar-lhes os votos.
É certo que o diploma aprovado concede ao governo 30 dias para proceder à revisão do modelo de avaliação, mas o que sairá daí?
Pelos vistos, cada vez mais não se pode acreditar no que os candidatos dizem nas campanhas e nos programas eleitorais.
Mas, pelo menos, parece que o Estatuto da Carreira Docente deixará de haver a distinção entre professores e professores titulares...
Por fim: de estranhar que a Ministra da Educação não tivesse comparecido na sessão parlamentar. Saberia já da posição do PSD e não concordaria com ela?

sexta-feira, novembro 20, 2009

 

Para ler e meditar

“ Ao estado a que isto chegou, não está só em jogo o político Sócrates. É o regime. O país. Está enredado na disputa entre os poderes dos poderes. Do político, do partidário e até, como é óbvio das próprias empresas que dominam a comunicação social em Portugal”
(Paquete de Oliveira in Jornal de Notícias de hoje)

 

Há limites

Nem tudo o que pensa ou se sente deve ser “estampado nos jornais. Sobretudo, quando, como nos partidos políticos há espaços e tempo para, internamente, se discutirem assuntos importantes e que podem ter consequências no futuro. A crítica, claro, é livre, principalmente nos partidos que se dizem e são mesmo pluralistas. Mas, em certos casos, há que estabelecer limites `crítica, mesmo que nos pareça ser justa. Não podem pôr-se em causa questões que provoquem conflitos graves ou mesmo fracturantes no grupo a que se pertence. Se é certo que a razão é, por vezes, mais forte do que se gostaria que acontecesse, há, no entanto, que saber exprimi-la sempre com bom senso, com elevação, não afectando o respeito que se deve ter pelos outros e pelo próprio partido que nos une.
Pior é ainda quando não se tem a coragem de marcar posições (e muitas podem ser elas) em reuniões em que se debatem questões e se tomam deliberações com as quais não se concordam. Se então se fica silencioso não é aceitável que, depois, venha fazer-se “ barulho” unicamente, não tendo assumido com verticalidade o que se acha melhor. A ética política tem mesmo muito que se lhe diga!
Mas, vão sendo já poucos os que a querem seguir, talvez porque nunca lha ensinaram ou lhe falaram sequer dela.
Criticar métodos e pessoas que se pensa que não prestarão bons serviços, criticar certas atitudes que julgamos ser incorrectas, criticar os que aderem ao partido só por hipocrisia ou à espera de favores, por vaidade ou mera ambição pessoal é legítimo. Mas, mesmo assim, nunca se deve levar a crítica ao extremo de atingir o partido do seu cerne.
Os partidos devem ser defendidos na pureza dos seus princípios básicos não esquecendo, porém, que as pessoas que os servem, por vezes muito mal, passam e os partidos devem permanecer, com as suas matrizes essenciais como sustentáculos indispensáveis à democracia.

quinta-feira, novembro 19, 2009

 

Ler e Meditar

“Detentores de cargos políticos servem-se de toda a bateria do arguidismo, nulidades e prescrições para não serem julgados.”

(Helena Matos, no “Público”, de hoje)

 

Estamos no campeonato do Mundo

Foi muito o tempo gasto nas estações televisivas com a possibilidade ou não de a Selecção Portuguesa passar nesta fase de apuramento para ir á África do Sul, onde decorrerá o próximo campeonato do mundo de futebol.
Entrevistas e mais entrevistas, frequentes confrontos entre comentadores, imagens de jogos já realizados, etc.
A tudo isso tivemos que assistir.
É claro que o futebol, é um fenómeno que cativa, como poucos, os portugueses, tendo o condão de fazer esquecer os muitos problemas graves e a crise que existe no país.
Mas vai-se já achando que as televisões dedicam tempo a mais ao futebol, não só português como estrangeiro.
Desta vez, porém, tivemos a sorte de ver o êxito da Selecção de todos nós, e lá estará presente oportunamente, na África do Sul.
Que a sorte continue.

 

O casamento entre os Homossexuais!

O último programa “prós e contras” da RTP1 teve como tema o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
E discutiu-se muito, tendo o programa até a presença do agora Ministro Jorge Lacão, que se “agarrou” essencialmente ao cumprimento de uma promessa do programa eleitoral do PS, como se porventura, tantas outras promessas, talvez mais importantes, não tivessem ficado pelo caminho!...
A assistência, como era de esperar, pelas palmas que se ouviram, esteve dividida, uns a favor do casamento civil dos homossexuais e outros contra ou, pelo menos, manifestando o desejo de se realizar um referendo popular.
Foram apontados os exemplos dos países nórdicos, da Espanha, Alemanha, etc., quando afinal, outros exemplos de muito maior valor não conseguimos ainda seguir!
Cada um pode ter a sua tendência e prática sexual, mas francamente, daí a reconhecer-se como necessidade premente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não nos parece nada de prioritário.
Há, sim, que concentrar as atenções sobre os problemas que mais afligem os portugueses, como o desemprego, a pobreza, a crise que, contra o que alguns dizem, está longe de terminar, a redução das desigualdades sociais, etc.
O discutir-se agora o problema dos homossexuais, que nada já há que os impeça de viver juntos, será uma forma de “disfarçar” o que mais importa satisfazer.
Aliás, um problema como esse, tão fracturante na sociedade portuguesa, deverá, assim pensamos, ser motivo de um referendo popular.

 

Portugal piora quanto á corrupção!

Num ranking de 180 países, foi agora divulgado que Portugal está em 35.º lugar.
Quer dizer que, em pouco tempo, aumentaram os casos de corrupção, pois Portugal estava há pouco em 32.º lugar!
E o que mais impressiona é que essa corrupção tem existido entre pessoas de considerável posição social.
Muitos são já os que querem enriquecer depressa nem que seja ilicitamente, servindo-se principalmente das suas posições de influência.

 

Quase 550 mil desempregados!

Mais um recorde do nosso pais, e desta vez que muito deve entristecer-nos.
A taxa de desemprego atingiu, no último trimestre os 9,2%, não contando com alguns milhares que não têm direito a receber subsídio de desemprego.
Calcula-se em cerca de um milhão de portugueses que estão sem trabalho!
Há já muitas décadas que tal não acontecia, mas há quem continue a dizer que tudo vai bem, que a economia está a crescer, embora pouco, que a recessão acabou, etc., etc., etc.
Não são bem intencionados os que assim falam, são demasiadamente optimistas ou fingidores da realidade.

 

Lembranças…

Quanto mais se avança na idade, mais recordações vamos tendo!
E, desta vez, foi a recente morte de Jorge Sá Borges que me trouxe á memória os primeiros tempos em que o conheci, logo após a Revolução do 25 de Abril.
Conheci-o, então, pessoalmente, pois já tivéramos alguns contactos pelo telefone.
Viria ele a ser duas vezes, Ministro dos Assuntos Sociais e em 1979, no Governo da saudosa Eng.ª Maria de Lurdes Pintasilgo, assumiu a pasta ministerial do Trabalho, escolhendo-me para Secretário de Estado do Trabalho e Formação Profissional.
Sá Borges não foi deputado da Assembleia Constituinte mas manteve com muitos deles, entre os quais eu próprio, quase diários contactos em que sempre se aprendia alguma coisa sobre política, da qual ele tinha uma vasta e correcta preparação.
Era intrinsecamente um político, dotado de uma invulgar inteligência e de uma muito completa formação humanista.
Lembro as tertúlias nocturnas, que tínhamos no bar da Natália Correia e noutros locais, em que sempre estavam presentes e intervinham vultos grandes da vida política de então.
É que, da Constituinte, fizeram parte, na verdade, personalidades como Henrique de Barros, Mário Soares, Raul Rego, Freitas do Amaral, Amaro da Costa, Manuel Alegre, Emídio Guerreiro, Vasco da Gama Fernandes, Carlos Brito, Medeiros Ferreira, Jaime Gama, Nuno Rodrigues dos Santos, Artur Santos Silva, José Manuel Tenguerrinha, Dias Lourenço e outros.
Dos deputados mais novos em idade, lembro José Luís Nunes, Jorge Miranda, Mota Pinto, José Augusto Seabra, Kaliás Barreto, Marcelo Rebelo de Sousa, Joaquim Coelho dos Santos, António Arnaut, Vital Moreira, Pinto Balsemão, Carlos Candal, Romero Magalhães, Luís Catarino, Barbosa de Melo e muitos outros que, tendo combatido com persistência e coragem a Ditadura, estavam na Assembleia Constituinte empenhados em afirmar-se como políticos desejosos de contribuírem, nesse período mais activamente, para a instauração da Liberdade e da Democracia no nosso País.
E o certo é que, apesar das muitas vicissitudes que chegaram a por em causa a própria elaboração da Constituição, esta veio a ser aprovada em 1976.
Na Constituinte houve naturalmente confrontos ideológicos muito diferentes e houve quem neles participasse com todo o vigor e convicção.
Por aquela Casa de Democracia, passaram e intervieram grandes figuras da política e outros que com eles aprenderam como esta deve ser exercida.
Pois bem: Sá Borges, sem ser constituinte deu sempre, através das suas simples conversas e das suas posições, assumidas sempre com muita coragem e clareza, um valioso contributo para que em Portugal viessem a existir a Liberdade, a Democracia e a Justiça Social.
Ele foi um social-democrata de esquerda muito respeitado e admirado.
Havia nesse tempo um conjunto de cidadãos que souberam honrar e prestigiado a ética política.
E, agora o que há?!

quarta-feira, novembro 18, 2009

 

Para ler e meditar

“ Um assunto que envolva corrupção tornou-se hoje em Portugal coisa politicamente comezinha, trivial e vulgar”
( Manuel António Pina in Jornal de Notícias de 17 de Novembro)

 

A calúnia

Há quem use e abuse da calúnia, muitas vezes sem saber até o que lhe pode vir a suceder judicialmente. Não hesitam em acusar outrem sabendo que é mentira o que lhe atribuem. Mas muitos desses caluniadores são mestres quanto à forma como actuam, servindo-se de artimanhas e, quantas vezes, metendo outros “ ao barulho”.
E, infelizmente, no nosso país são muitos, mesmo muitos, os que todos os dias se decidem maldosamente a caluniar inimigos e até amigos, quando lhes convém.
A difamação e a calúnia dominam a nossa sociedade e de tal maneira que se vai tendo já receio de acompanhar ou de “ desabafar” seja com quem for.
Ao que se chegou!

 

O Conselho Consultivo da Justiça

Há já sete anos que este órgão não reunia. E para quê se o Ministro cessante bastava para fazer o que lhe apetecia. Alberto Martins, novo Ministro da Justiça, começou e muito bem por se encontrar com todos os membros daquele Conselho, onde estão representados magistrados, advogados, funcionários judiciais, o Procurador-Geral da República e outras entidades ligadas à Justiça.
O Ministro quis ouvi-los sobre a situação que se passa na vida dos tribunais para que, com um melhor conhecimento, possa vir a tomar posições tão precisas para um melhor funcionamento da Justiça.
É assim, Alberto Martins que se trabalha e oxalá continue a dialogar com quem deve procurando em conjunto com os interessados dar à Justiça a credibilidade e a confiança que têm andado tão em causa.

 

O Conselho Consultivo da Justiça

Há já sete anos que este órgão não reunia. E para quê se o Ministro cessante bastava para fazer o que lhe apetecia. Alberto Martins, novo Ministro da Justiça, começou e muito bem por se encontrar com todos os membros daquele Conselho, onde estão representados magistrados, advogados, funcionários judiciais, o Procurador-Geral da República e outras entidades ligadas à Justiça.
O Ministro quis ouvi-los sobre a situação que se passa na vida dos tribunais para que, com um melhor conhecimento, possa vir a tomar posições tão precisas para um melhor funcionamento da Justiça.
É assim, Alberto Martins que se trabalha e oxalá continue a dialogar com quem deve procurando em conjunto com os interessados dar à Justiça a credibilidade e a confiança que têm andado tão em causa.

 

Novas comissões políticas?

Pelo menos no PS e no PSD dizem que há já quem se esteja a “mexer” para formar listas para novas comissões políticas concelhias. No PS, parece que irão aparecer quatro listas: a do Paredes, a do João Portugal, a do José Iglésias e a do António Alves.
Cada uma delas, claro, propondo uma mais coerente e dinâmica acção partidária. No PSD, pouco se sabe ainda havendo, porém, uma importante facção que apoia Lídio Lopes.

 

A reunião da Câmara

Foi praticamente um rol de lamentações quanto à difícil situação financeira, que impedirá decerto que se levem por diante algumas das obras ou iniciativas já projectadas e outras anunciadas no programa eleitoral do partido que venceu as eleições.
Já se previa que assim fosse, porque, na verdade, sabia-se há muito das dificuldades com que se debatia o Executivo cessante.
Impõe-se, pois, como aliás foi dito naquela reunião, começar por se tentar fazer um saneamento financeiro com êxito, se possível, claro.
Se não for assim, o que se poderá fazer que marque positivamente a actividade desta Câmara?
Só que, sabendo-se da complicada situação existente, não devia o programa eleitoral do partido que sustenta o actual Executivo ser mais modesto, não fazendo promessas impossíveis de cumprir?
Enfim, esta Câmara será na verdade uma grande “ dor de cabeça” para quem tem que a gerir.

 

Falar demais

Pode causar consequências desagradáveis e até inimizades inultrapassáveis usar de muitas palavras de elogio a este ou àquele que, a certa altura, se deseje cativar para se conseguir qualquer fim.
E nos partidos políticos isso vai sendo vulgar, ora se dizendo que se tem alguém no coração ora estando ao pontapé a ele…
O equilíbrio, o bom senso, a tentativa séria de conhecer bem as pessoas com quem se contacta, antes de se lhes abrir a alma e de as pôr “ nos píncaros da lua” tudo isso se impõe para evitar conflitos, com repercussão nos grupos a que se pertence.
É ou não verdade que, em todos os partidos têm acontecido zangas pessoais, invejas, intrigas, perseguições e outras coisas mais que não abonam quem as pratica.
Ora, sobretudo os partidos devem ser, sim, espaços de solidariedade, de comunhão de ideais, que não podem sucumbir perante a antipatia ou a animosidade pessoais.
Devem, também, ser espaços de compreensão e respeito, o que infelizmente nem sempre acontece.
O elo de ligação num partido tem que assentar nas principais regras doutrinais partidárias, reforçando-se, dia a dia, a convicção de uma exemplar coerência com elas, pois só assim se pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor.

sábado, novembro 14, 2009

 

Para ler e meditar

“ Os portugueses tendem a fazer mais do que a lei permite e menos do que a ética exige”
( Luís de Sousa, politólogo, in Visão de 12 do corrente)

 

A morte da Augustinha

Nunca tratei de outra maneira a Dona Augusta dos Santos Pinto, fazendo-o com muita amizade, simpatia e também consideração.
Soube, agora, pelo jornal, que tinha morrido a Augustinha, dona durante muitos anos da cervejaria Cristal, depois de estar à frente do Casino Oceano.
Afável, sempre pronta a animar-nos nos nossos momentos maus, a aconselhar-nos com a sua experiência de vida a Augustinha era uma verdadeira Amiga.
A última vez que a vi foi no lar da Misericórdia Obra da Figueira onde, mercê da sua avançada idade e doença se tinha recolhido e, na breve conversa que então tivemos vieram boas recordações e também a sua habitual boa disposição.

 

Joaquim da Silva Viana

Só agora tive conhecimento do falecimento desse meu grande Amigo. Competentíssimo ajudante de notário durante muitos anos, cidadão honrado, respeitado e sempre prestável deu ao Ginásio Figueirense uma muito activa e valiosa parte da sua vida. Era, segundo creio, actualmente o seu sócio número um e em várias manifestações ginasistas foram-lhe reconhecidos os muitos serviços prestados ao seu clube de sempre em que, para além de grande desportista, foi um dedicadíssimo dirigente.
Aqui presto justa homenagem à sua memória, apresentando, embora tardiamente, sentidas condolências à sua excelentíssima família.

 

As homenagens

Nunca tal se viu…
Está, agora, na moda a disputa de jantares de homenagem entre membros do mesmo partido.
Hoje é um, amanhã será outro, além do que já foi ontem.
Francamente, é ridículo, até porque daqui a pouco o partido que promove esses jantares será acusado se só servir para isso.
É que se fizessem jantares de homenagem a todos os que têm prestado serviços partidários, deixariam de ter conta tais jantares.
Depois do 25 de Abril, já houve muitos deputados pela Figueira, já houve, também, muitos autarcas e presidentes de comissões políticas concelhias.
E nada mais fizeram do que cumprir os seus deveres, procurando desempenhar o melhor possível as suas funções.

 

Freeport arquivado em Inglaterra

O processo Freeport que estava também a ser investigado no Reino Unido foi arquivado, por carência de provas. Era de prever essa decisão, já depois de tanto tempo de diligências policiais e depois também de constar que tal processo despertou até o interesse dos meios governamentais ingleses.
Claro que o referido arquivamento dos referidos autos não terá interferência no andamento do processo que corre em Portugal.
Só que agora já não podem ser enviados pelas autoridades inglesas quaisquer documentos constantes daquele processo que foi arquivado.
E isso prejudicará, sem dúvida, o desenvolvimento do processo português.
Será isso de molde a não chegar a saber-se se houve ou não condutas criminosas no caso Freeport?

 

A nova Ministra da Educação

Na sua primeira entrevista televisiva, a nova responsável pelo sector da Educação revelou simpatia, desejo de conseguir pacificar o ambiente nas escolas, embora não se atrevesse, desde já, a indicar alterações que disse estar disposta a fazer quanto ao actual modelo de avaliação e ao Estatuto da Carreira Docente. Falou muito teoricamente, mas quanto à prática que vai adoptar…nada disse.
Talvez porque ainda há negociações a fazer com os Sindicatos, não lhe sendo possível, ainda, fixar-se numa posição definitiva.
Mas, o que a Ministra não deixou foi de defender algumas acções da sua antecessora, que essa, sim, não respeitou sequer a dignidade dos professores nem reconheceu o valor, o mérito da sua missão.
Poderá ter-se confiança no que a nova Ministra que disse saber muito bem o que faz e que tem grande orgulho em ser professora quando afirma estar disposta a “mexer” seriamente quanto ao que ocorreu no passado e que, quanto a nós, foi simplesmente desastroso no sector educativo.

 

Pelo menos, temos um recorde

O dos casos polémicos, o dos escândalos, o da ganância, o da desonestidade, o da falsa noção do interesse colectivo.
No nosso país está, na verdade a atingir-se um nível elevado de tudo isso, embora haja quem ainda se atreva a dizer que tudo vai bem, dizendo, parece que com tola convicção, que o que há são pessimistas a mais e que abundam os “velhos do Restelo”…
Mas, os que conhecem bem e têm que viver, no dia-a-dia a realidade portuguesa sabem que os melhores princípios éticos estão a desaparecer, infelizmente. E nesta lei da selva, que cada vez mais se vai afirmando, tudo parece valer: a indisciplina, a mentira, os negócios escuros e ilícitos, a maledicência, a falta de autoridade por parte de quem a devia ter e exercer, a roubalheira, o receio de falar, uma acção política mal orientada, contrariando a sua verdadeira noção – de tudo isso existe já, podendo corromper o próprio regime democrático.
Por isso, uns embora talvez bem-intencionados, dizem que é preciso renovar tal regime, aperfeiçoando de forma clara as suas regras e métodos.
Quando afinal o essencial está numa correcta formação dos que servem a democracia, procurando fazer dela o regime mais perfeito até agora encontrado, capaz de organizar uma sociedade em que todos os valores e princípios éticos sejam respeitados.
Assim, é por essa democracia autêntica que devemos continuar a lutar porque muito ainda há a fazer por ela.

quinta-feira, novembro 12, 2009

 

Ler e meditar

“Há, de facto, uma percepção generalizada de que a corrupção está a crescer, mas o que está a minar o regime é a impunidade de que parecem gozar corruptos e corruptores”

(Pedro Adão e Silva, no “Diário Económico”, do dia 10 do corrente)

 

Escravos no Brasil!

Para uns, este grande país continua a ser um excelente espaço para uma boa vida social e para os negócios mas, para outros, para além dos que continuam a viver miseravelmente nas favelas, sofrem ainda hoje, em pleno século XXI uma lamentável situação de escravatura!
Segundo se apurou, há, pelo menos, 40 mil brasileiros que vivem em tão deplorável situação, obrigados a “trabalhos forçados”, não auferindo remuneração e com apertada vigilância, impedindo-os de abandonar esses terríveis locais onde se encontram.
Se o Brasil se tem ultimamente tornado um país mais democrático, próspero, a verdade é que é lamentável que, agora, se tenha tido conhecimento da existência daquela escravatura que abrange tão elevado número de brasileiros.
Decerto, porém, que o Presidente Lula da Silva e o seu governo não deixarão de averiguar profundamente o que se passa e de resolver da melhor maneira aquela situação

 

O começo da independência de Timor

Foi há 18 anos que ocorreu o terrível massacre em Timor, onde as forças invasoras indonésias mataram barbaramente muitos timorenses que se tinham refugiado no cemitério de Santa Cruz.
E foi desde aí que mais se arreigou no espírito dos timorenses um mais firme propósito de lutarem pela independência, que vieram a alcançar com toda a justiça.
A propósito desse massacre, quer as mas altas autoridades de Timor, desde o Presidente da República, Ramos Horta, e muitos populares comemoraram tão lamentável evento que tanta dor espalhou naquele ex-território português.
A República timorense tem sofrido algumas vicissitudes, mas felizmente, têm sabido vencer e estar a robustecer-se dia-a-dia.
Por vezes os grandes acontecimentos de valiosas consequências precisam de ser antecedidos de muitos sacrifícios!

 

Ainda Saramago e a Bíblia

Frei Bento Domingues, num seu artigo no “Público”, disse e bem, que “ o êxito das palavras de Saramago não poderia ser maior e mais rápido. Pôs o país a falar da Bíblia”.
E isso é, sem dúvida, um beneficio que se lhe fica a dever.
Mas, o Antigo Testamento, onde se faz o relato de muitas coisas que são de molde a chocar nos dias de hoje, a verdade é que, já o Novo Testamento não mereceu de Saramago qualquer apreciação.
E é claro que a leitura desses dois livros tem que ser feita, não esquecendo as circunstâncias em que surgiram.
E é até de estranhar que Saramago se impressione tanto com os horrores descritos do Antigo Testamento, e não se tenha incomodado com aqueles que foram praticados em certa época, através da então União Soviética, que ele aceitou e até defendeu a política que os determinou!...
Enfim, segundo parece, em entrevista ao Jornal da Letras, Saramago já disse que “se a alguém ocorrer fundar uma internacional de bondade, eu inscrevo-me. É isso que mais interessa saber de um homem intelectualmente superior, com dotes capazes de, pelo menos, praticar a bondade, que é a melhor qualidade que resulta do Novo Testamento e em que se condensa o amor ao próximo, a tolerância, a aceitação e solidariedade e outros sentimentos que poderão influenciar uma sociedade melhor.

 

Sócrates foi vacinado…

Depois da Ministra da Saúde, o Primeiro Ministro foi vacinado contra a Gripe A.
Seguiu assim, a recomendação que oficialmente está a ser dada, contrariamente ao que alguns médicos têm opinado, falando da pouca eficiência de tal vacina e até de consequências secundárias.
Mas, Sócrates não quis deixar de assumir o risco!
Se fosse obrigatório uma vacina contra a teimosia, a intolerância, o autoritarismo, e a ideia de se ser detentor da verdade absoluta muitos políticos da nossa praça teriam que a tomar!...

 

Governantes dialogantes!

A nova Ministra da Educação começou, ontem a dialogar com os Sindicatos dos Professores e, pelas declarações prestadas, esses encontros decorreram em bom ambiente, dando a Ministra a conhecer o seu propósito de “mexer” no Estatuto dos Docentes e no actual modelo de avaliação.
Chegou a dizer que desejava que a paz voltasse às Escolas, o que é bom e pode significar a sua disposição de ir ao encontro, pelo menos, das mais importantes pretensões dos professores.
Que assim seja!
Também o Ministro da Agricultura se reuniu com representantes das associações dos agricultores, tendo com eles um diálogo aberto e proveitoso, sendo certo que este Ministro soube ouvir as justas exigências ou reclamações dos agricultores.
Bem preciso é que se dê a maior importância à Agricultura, dando-lhe os meios para se modernizar e progredir, o que lhe permitirá aumentar a oferta de produtos, protegendo-a das importações.
O Ministro da Economia, Vieira da Silva, igualmente se encontrou com agentes económicos mas, desta vez, com os “patrões”.
Será que, na verdade, irá continuar esta época os diálogos, como forma de melhor governar?!

 

Afinal, o que diziam as escutas?!

Pelo que já é público, são várias as escutas telefónicas entre José Sócrates e Armando Varas.
Mas, onde estão elas?
Em poder do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça ou na posse do Procurador Geral da República?
E a qual deles compete, efectivamente analisá-las? E mandar proceder a qualquer processo de investigação, se for caso disso?!
Vai havendo o “jogo do empurra” entre aqueles dois Magistrados, parecendo que nenhum quer ter a responsabilidade de tomar posição numa questão que, pelo menos, tem intrigado a opinião pública, deixando no ar uma suspeita que importa esclarecer, mesmo para bem dos visados.
Agora, o PGR já declarou que espera que a Procuradoria Distrital de Coimbra lhe mande mais algumas certidões das escutas que podem ter importância para que se possa pôr ponto final num sentido ou noutro.
Mas, essas certidões aparecerão ou estarão arquivadas já algures, como parece já ter acontecido a outras?!
Ninguém, absolutamente ninguém devia gozar de privilégios em relação à acção da Justiça.
Fossem ou não políticos ou personalidades de topo no Estado!

terça-feira, novembro 10, 2009

 

Para ler e meditar

“Desapareceram a exigência ética e a convicção de que a corrupção possa ser o extraordinário e não o banal”
(Miguel Gaspar, no Público de hoje)

 

Dr. Jorge Sá Borges

Só ontem tive conhecimento da morte do meu querido Amigo e ilustre colega, Dr. Jorge Sá Borges, que aliás sabia estar doente há já tempo.
Foi Ministro do Trabalho no governo presidido pela saudosa Eng.ª Maria de Lurdes Pintasilgo, tendo eu tido a honra de ser seu Secretário de Estado do Trabalho e Formação Profissional.
Sá Borges era dotado de uma invulgar inteligência, de vasta preparação política e homem de esquerda.
Em 1979, num governo presidencial que durou apenas 100 dias, muito se trabalhou naquele Ministério a favor da situação e dos direitos dos trabalhadores.
Prestigiou, com a sua acção, o Executivo a que pertenceu, sendo um constante conselheiro da Eng.ª Maria de Lurdes Pintasilgo.
Sempre tive por ele a admiração que bem merecia.
Recordá-lo-ei sempre com saudade.

 

2009 marcado por catástrofes!

Quase todos os dias temos conhecimento de graves acidentes de aviação, de viação, ferroviários, de chuvas torrenciais, de sismos e tsunamis, terramotos, tufões e furacões, teatros de guerra, etc.
E em todos esses acontecimentos têm já morrido milhares de pessoas, além da destruição de muitas localidades e de pessoas desaparecidas.
Há muitos anos já que não havia tantas catástrofes!
O certo, porém, é que, logo em Janeiro, houve quem previsse a ocorrência desses eventos.
E esta?!

 

As escutas entre Sócrates e Armando Vara

Chegou, hoje, a constar que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça tinha considerado nulas as escutas dos telefonemas havidos entres aquelas duas personalidades.
Mas, afinal, ao fim da tarde, começou o jogo do empurra entre aquele alto Magistrado e o Procurador – Geral da República, dizendo cada um que quem tem de pronunciar-se é o outro!
O PGR disse ainda que estava a aguardar que lhe fossem enviadas certas certidões das escutas, mas que, no seu entender, quem, em último lugar, devia tomar sobre o assunto uma decisão era o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Seja como for ninguém merece um privilégio injustificado de por ser quem é não se levar avante a averiguação do que se passou nessas escutas.
Enfim, é o que vamos tendo neste nosso país.

 

Os Bispos fazem bem

A Conferência Episcopal Portuguesa irá, como já consta, decidir não querer “conflitos” com o governo a respeito do casamento entre homossexuais.
Vai limitar-se, como é natural, a reafirmar a doutrina da Igreja, deixando a resolução da questão ao Parlamento, uma vez que o referendo parece não encontrar sustentabilidade!
Achamos que os Bispos procedem bem, imputando à sociedade civil a responsabilidade de um problema, que alguns reputam de grande importância e outros até o consideram como sendo reveladora de uma “tónica de esquerda”!
A todos os que compõem a comunidade católica resta cumprir o que a Igreja ensina.
E, claro, aos deputados que são católicos impõe-se que tomem a posição própria, não sendo aceitável que abdiquem das suas convicções na discussão numa matéria como a dos casamentos gays.

 

A corrida aos lugares…

Como é natural, é esta a altura em que devem começar a ser procurados aqueles que hão-de preencher os lugares (e são muitos) para compor o conjunto dos colaboradores dos membros do Executivo Camarário.
E também como é natural impõe-se que quem tem que escolher saiba rodear-se dos que lhe oferecem confiança mas que também sejam competentes.
É que essas escolhas não devem resultar de meras amizades, influências de vária natureza e vindas de longe ou de perto!
Há, sim, para um melhor funcionamento do Executivo não descorar a composição do conjunto dos colaboradores.
Esses lugares não devem ser apenas um meio de ganhar dinheiro em compensação de qualquer favor recebido, mas devem exigir-se a quem os ocupa responsabilidade!

domingo, novembro 08, 2009

 

Ler e Meditar

“O caso Face Oculta é um embaraço para o PS. E só não é maior porque a oposição tem telhados de vidro.”
(Nuno Sacadura no Diário de Notícias de hoje)

 

Uma Suspensão que se impunha

Armando Vara um dos possíveis implicados no caso Face Oculta, pediu a suspensão das funções como vice presidente do Banco Millenium.
Tendo apenas até agora a situação de arguido, o certo é que não quis, com a sua presença nesse Banco, poder vir a agravar a imagem do Millenium.
E fez bem, embora com essa posição deixe de receber todos os meses alguns largos milhares de euros.
Mesmo considerando-se inocente, é de aplaudir o procedimento de Armando Vara, até porque assim deixará maior possibilidade à investigação e à sua própria defesa.
Foi um exemplo que muitos outros meros arguidos deviam seguir, pois a sua permanência nos lugares de relevo em que estão não devem esperar pela decisão judicial, porque, entretanto pode sofrer o prestígio e o nome das instituições em que trabalham.

 

O Muro de Berlim

Há 20 anos o muro de Berlim foi derrubado pelo povo alemão, ao qual foi imposta uma separação entre duas áreas da capital daquele país.
De um lado, vigorou, durante anos, sob a égide da União Soviética, a ditadura, com a sempre natural repressão, a falta de liberdade, as perseguições, as mortes até de quem procurava saltar o muro; do outro lado, o que era dominado pelos aliados, que lutaram na 2ªGuerra pela liberdade e democracia, vivia-se normalmente com respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos.
Só que muitos foram separados dos seus familiares, mesmo os mais próximos, passando anos sem os poderem sequer ver.
Mas, tudo o que é violência, opressão e desrespeito pelos princípios básicos de uma sociedade livre e democrática, nunca permanecem, estando destinados a, mais cedo ou mais tarde, ocorrer, quase sempre mercê da vontade do povo, a libertação de tudo aquilo que a menoriza.
Em Berlim, a poucos metros, os alemães experimentaram regimes bem diferentes, que a todos trouxeram muita amargura.
Por isso, o derrube do muro de Berlim foi um momento de enorme e justificável alegria, até porque muitos familiares puderam reunir-se (alguns nem tinham tido sequer oportunidade de se conhecerem) e começou ali a reunificação de um grande país, vitimizado durante muitos anos por feroz nazismo e depois por uma guerra violentíssima.
Mas, hoje, a Alemanha, após uma notável recuperação, é, sem dúvida, uma grande potência sob todos os aspectos.
Porém, ainda há muitos locais do mundo em que ainda há muros que separam regiões ou países, quer sejam de pedra e cal (como o que existe entre israelitas e a Margem ocidental do Jordão) quer sejam de natureza política e social que impedem uma desejável aproximação e que continuam, aqui e ali, a gerar conflitos.

 

PORQUÊ?!

Os jornais deram a conhecer que as escutas de telefonemas entre Sócrates e Armando Vara chegaram já há quatro meses à Procuradoria Geral da República.
E é caso para perguntar: porque é que se demorou tanto tempo a analisar o conteúdo desses telefonemas?
Se nada tinham de importância sendo apenas conversas banais entre amigos, não havia razão para que se deixasse oculta a sua divulgação.
É que essa demora deixará suspeitas e não é justo que assim sucedesse, porque quem não tem culpas deve logo ser libertado de qualquer simples suspeita!
Se assim não se fizer, daqui a pouco o nosso país viverá num lamentável ambiente de suspeição generalizada…

sábado, novembro 07, 2009

 

Ler e Meditar

“O que mais assusta e repugna é a adopção de crianças, privadas do seu direito de ter um pai e uma mãe.”
(Pedro R. Ferro, no Público de 6 do corrente)

 

Luis Tovim

Lemos, ontem, no “Figueirense” uma carta aberta que o Dr.Luis Tovim quis dirigir aos figueirenses, a propósito do incidente que o levou a renunciar a deputado à Assembleia Municipal.
E, francamente, gostamos do que escreveu, sobretudo porque nos satisfaz sempre verificar que há ainda alguém que adopta a ética nos seus procedimentos, quer de natureza política, quer profissional e pessoal.
Se houve quem, no entender de Luis Tovim, agiu mal para consigo de forma que considerou desleal e incorrecta, serão principalmente as suas consciências que os hão-de condenar.
Tovim fez, agora, o que devia, embora não se possa esquecer que a lista de que fazia parte fora “chumbada” logo na Comissão politica do PS local.
Se nunca deixamos de criticar aquilo com que não concordamos ou fere as nossas convicções também não nos escusamos nunca de saudar o que consideramos correcto.

 

O Tratado de Lisboa

A aprovação desse documento estava dependente da assinatura do Presidente da República Checa.
Mas, há dias, depois de lhe serem feitas certas cedências na Carta dos Direito Fundamentais, foi assinado o tratado, que poderá entrar em vigor no próximo dia 1 de Dezembro.
Curioso é que esse tratado, já fora aprovado pelo Parlamento checo, mas o Presidente da República daquele país tinha-se recusado, até agora, a assiná-lo.
Começará, então, a disputa para o preenchimento dos lugares, e são muitos, que haverá para ser possível o funcionamento dos novos órgãos da União Europeia.
E os mais apetecíveis são os do Presidente do Conselho Europeu e o do Ministro dos Estrangeiros.
Durão Barroso está de pedra e cal como Presidente da Comissão da EU e mostrou-se muito satisfeito com a aprovação do Tratado de Lisboa, muito embora nele haja várias matérias de difícil compreensão e aplicação.

 

Quando Acabará?!

Portugal vai sendo o país dos casos!
E muitos deles surgem donde menos se esperam.
Parece que quase já não há ninguém que ocupe lugares de relevo, que não se sinta tentado a prevaricar.
O país está podre com tanta corrupção a todos os níveis. A honestidade vai desaparecendo cada vez mais, a lealdade anda “pelas ruas da amargura”, atraiçoa-se com frequência a amizade, os interesses pessoais superam os colectivos, as desigualdades sociais têm-se agravado.
Só a solidariedade vinda principalmente de instituições particulares tem aumentado, dadas as circunstâncias actuais, em que a pobreza não tem abrandado.
Será que escrever e pensar assim é pessimismo?
Não, não é. É, sim, constatar problemas graves, de difícil solução.
Mas que tem de ser encontrada, através de vários e idóneos meios.
A Justiça que se faça, doa a quem doer, isentando de pena aqueles que, afinal, foram vítimas de calúnias e condenando severamente os que têm, na realidade culpas.

 

Distribuição de Pelouros Camarários

O Presidente ficou com oito pelouros (Relações institucionais e Comunicação, Recursos humanos, Obras municipais, Assuntos jurídicos e Auditoria, Desenvolvimento económico, Sector empresarial municipal, Protecção Civil e Trânsito e Viação): a Carlos Monteiro que foi votado como vereador a tempo inteiro, foram atribuídos os pelouros da Educação e Formação profissional, Juventude e Desporto, Acção Social e Reabilitação e Mercados e Feiras; a Isabel Cardoso será a responsável pela Administração, Património e Notariado, Orçamento e gestão financeira, Planeamento e controlo, Modernização administrativa e ajudante do Presidente nos Recursos humanos; e o reeleito vereador António Tavares foram-lhe destinados os pelouros da Cultura, Urbanismo e Ordenamento, Ambiente, Colectividades e Toponímia.
O Presidente e os seus mais directos colaboradores vão ter que trabalhar muito, com tantas funções que têm que desempenhar.
Oxalá, porém, que sintam vontade e tenham o saber necessário para isso, pois a Figueira precisa efectivamente de “avançar”.
Mas, oxalá também que tendo que superintender em tantos sectores não se deixem “baralhar” ou vencer pelo desânimo!

 

O Programa do Governo

Como já tinha sido enunciado por todos os Partidos, que em conjunto, são a actual posição maioritária no Parlamento, o Programa do Governo não foi rejeitado, embora tenha sido muito discutido, sofrendo muitas críticas vindas daqueles partidos.
Estes deixaram passar tal programa para que o governo não ficasse logo impedido de governar…
Mas, foram feitos avisos sérios quanto à forma como este novo governo irá actuar, afirmando os partidos da oposição não estarem dispostos a aceitar o rumo político seguido até agora.
E foram mesmo avançadas algumas propostas com que se quererão fazer alterar esse rumo!
Na Educação, por exemplo, a oposição não deixará de fazer vingar o que sempre defendeu, levando às escolas a paz de que tanto precisam e que foi destruída pela muita teimosia da Ministra cessante.
Aliás, deve dizer-se que o programa agora apresentado no Parlamento é, ao fim e ao cabo, uma “cópia” do programa eleitoral do PS, não passando de meras enunciações de problemas, sem se apontarem soluções!
Enfim, há que aguardar até que ponto se aguentará este governo se não mostrar, na verdade, a sua agora tão apregoada humildade, reconhecendo erros e corrigindo-os.

quinta-feira, novembro 05, 2009

 

Ler e meditar

“O mundo está cheio de escroques. Portugal está cheio de escroques com poder!”

(Pedro Matos Guerreiro, no “Jornal de Negócios”, de 29 de Outubro)

 

Quanto à Educação, o que virá a acontecer?!

Todos os Partidos da Oposição, ainda antes das eleições, se pronunciaram pela suspensão do actual modelo de avaliação dos docentes e pela alteração do respectivo Estatuto.
Mas o Governo actual já fez saber não estar na disposição de mudar o que já existe!
Dispõe-se ao diálogo, embora vá afirmando apenas aceitar algumas melhorias possíveis quanto àquele modelo aprovado.
Para que servirá então esse diálogo se para ele o Governo já vai “de pé atrás”, querendo apenas manter o que já há.
Pode ser que tal assunto abrevie a rejeição do governo, o que seria mau nesta altura para o país.

 

Mais de 500 mil desempregados!

Não abranda o aumento dos desempregados, cuja taxa já ultrapassa os 8%...
E, claro, sobe a pobreza, a falta do que é mais necessário nas casas, “os pedintes” envergonhado, valendo, apenas em certa medida o auxílio de instituições de solidariedade social que vão distribuindo a quem precisa comida, roupas, medicamentos, etc.
São já muitas as famílias em que se faz apenas uma refeição diária, e esta muito frugal, de acordo com as poucas posses ou utilizando o que lhes vão dando os vizinhos e amigos, pois há ainda quem tenha “vergonha” de se dirigir aquelas instituições.
E, no entanto, neste nosso país, muitos são os que arrecadam ordenados fabulosos de milhares de euros por mês!...
E há também quem, com responsabilidades políticas pense muito pouco nessa pobreza que alastra, dia a dia, com os despedimentos e os encerramentos de empresas (encerramentos que, por vezes são “disfarces” dos que querem, ao fim e ao cabo ficar bem economicamente)!
As falências, nem sempre averiguadas se são ou não dolosas, sucedem-se e o subsídio de desemprego tem apenas validade por um curto período, que se esgota depressa e, por este andar não se saberá até se a Segurança Social virá a ter recursos para pagar volume tão elevado daquele subsídio.
Enfim, contra o que alguns vão dizendo, o futuro está negro, sobretudo para os que trabalham por conta de outrem.

 

Os novos Secretários de Estado

Tomaram já posse 37 Secretários de Estado distribuídos por vários ministérios.
Alguns, foram reconduzidos, outros mudaram de funções, outros ainda são mesmo novos no governo.
Há que estranhar Valter Lemos, que foi o braço direito da ex Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, passe agora a ser Secretário de Estado do Trabalho e da Formação Profissional.
Que saberá ele dessas áreas em que vai superintender? Ou aceitou o lugar para criar problemas nesse seu novo ministério?!
É que, se Valter Lemos fizer das suas novas funções o mesmo que fez na Edução, então haverá decerto conflitos.
Esta sua nomeação foi, talvez uma compensação dada a Valter Lemos pela fidelidade a Maria de Lurdes Rodrigues e á teimosia, como foi defendida a implementação de uma desastrosa política educativa.

 

Isto é que é um bom exemplo

O Ex-Presidente da República da França Jacques Chirac vai ser julgado por desvio de dinheiro e corrupção.

Um político considerado honrado e digno, que, durante anos, dirigiu os destinos de um grande país, mesmo depois de já ter abandonado o alto cargo que desempenhou, é, agora chamado a tribunal para responder num processo-crime grave.

E o mais curioso é que tal processo esteve “parado”, havendo por parte do respectivo Magistrado, o não deduzir acusação, evitando o julgamento de Chirac.

Só que uma outra Magistrada, que recentemente tomou a seu cargo tal processo, teve opinião contrária e decidiu levar o Ex-Presidente a Tribunal.

Justiça igual para todos é um princípio que devia ser cumprido sem hesitações ou favorecimentos.

Mas será assim em todos os países civilizados?!

Era um excelente exemplo que se dava a quem não respeita a Justiça, tudo fazendo para a deturpar, violar ou mesmo fugir a ela.

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