.comment-link {margin-left:.6em;}

domingo, abril 24, 2011

 

Mais um aniversário da Revolução dos Cravos

Os democratas autênticos não podem deixar no dia 25 de Abril, em cada ano, uma grande emoção, recordando a Revolução de 25 de Abril de 1974 que acabou com a ditadura de Salazar e Caetano que, durante cerca de meio século, deteve o poder neste país, à custa de repressão, violência, opressão, perseguição e prisões injustificadas, desrespeito constante dos direitos humanos fundamentais.
Essa Revolução. Que foi chamada dos Cravos, trouxe como que a ressurreição politica dos portugueses, a conquista da cidadania, a possibilidade de realização plena de cada um numa sociedade que se pretendia justa, fraterna e igualitária.
Nada há que possa dar maior satisfação a homens responsáveis, conscientes, do que saberem-se livres, participantes directos do interesse colectivo, construtores dinâmicos e entusiastas de uma autêntica comunidade democrática.
Com a libertadora Revolução de Abril, o Povo reencontrou a sua voz activa, tomou consciência da sua força, emancipou-se de tutelas ridículas, humilhantes, abusivas e ilegítimas.
O 25 de Abril foi a bela alvorada da esperança num futuro melhor, mais digno, foi o despertar feliz de um Povo que um regime ditatorial quis, pelos mais sofisticados e violentos meios, narcotizar para melhor subjugar.
A Revolução de Abril veio, até com inesperada facilidade, pôr fim a um regime obsoleto e altamente repressivo, desumano.
Veio escancarar as portas para novas e mais sedutoras perspectivas, veio oferecer aos portugueses as condições para construir por si, com o seu querer, uma nova sociedade em que se sentissem mais felizes, porque livres nas suas opções, mais interessados e inseridos na vida política, colectiva.
Quem ama sinceramente a Liberdade e a Democracia, muitos lutando por elas com coragem e com enormes riscos durante o período negro da ditadura, não poderá nunca deixar de recordar e exaltar a Revolução dos Cravos, que foi, sem dúvida, o acontecimento mais importante da nossa História contemporânea e, como precursor que foi da queda de alguns regimes totalitários, teve até significativo relevo na Europa e no Mundo.
Havia, então, por parte dos que trabalharam pela mudança de regime, valores e princípios éticos, havia firmeza nas convicções políticas, honestidade nas condutas, coerência nas opções políticas.
Tudo isso foi revelado, em elevado grau, na Assembleia Constituinte e, de uma maneira geral, na classe política que surgiu após a Revolução.
Mas há que reconhecer que, com o tempo e mercê de várias vicissitudes e acções e praticas politicas, os valores em que se baseou a Revolução de Abril foram-se esbatendo e mesmo esquecidos.
A vida política foi-se, infelizmente, degradando e hoje em muitos vai vingando a desilusão, o descontentamento, agora com o agravamento da grande crise económico-financeira que afecta o país.
É uma realidade que tem havido quem tem exercido o poder nem sempre da melhor maneira, não servindo bem a democracia, que, injustamente vai sendo o bode expiatório das culpas do que tem corrido mal, sobretudo da parte dos que não se têm preocupado em aperfeiçoar e aprofundar a democracia, usando-a para alcançarem, quantas vezes, com despudor, os interesses próprios.
Os democratas sinceros, porém, não podem cruzar os braços, devem reagir contra tudo e todos que procurem desvirtuar ou adulterar o regime democrático, com acções políticas inadequadas e quase sempre de cariz neoliberal, com todas as suas injustiças.
Os democratas sinceros têm o dever de honrar os militares de Abril que, corajosamente, fizeram a Revolução dos Cravos, quebrando as grilhetas com que o povo português viveu durante a ditadura.
Que nunca se perca o espírito de Abril, que nunca se deixe de celebrar como merece, mesmo que neste ano os responsáveis políticos lamentavelmente não lhe dêem já a atenção e a solenidade que se impõem.
Viva o 25 de Abril!

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?