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terça-feira, novembro 08, 2005

 

Violência juvenil

As noites em Paris deixaram, há já vários dias, de ser de folia para serem de violência!
São já uns largos milhares de veículos incendiados, muitos dos confrontos com a polícia já com mortes e feridos.
E o certo é que as autoridades francesas não foram até agora capazes de pôr fim a um autêntico terrorismo juvenil, já que os actos de vandalismo partem de jovens entre os 10 e os 15 anos!
Não foi, segundo já ouvimos a vários analistas da situação, a morte de dois rapazes que fugiam da polícia que provocou a grande onda de violência, que, começando em Paris, está já a alastrar-se a outras localidades francesas e até a países vizinhos, como a Bélgica e a Alemanha.
Foram, sim, as precaríssimas condições de vida nalguns bairros suburbanos da Capital da Luz, onde têm imperado o desemprego, a miséria, o racismo, a discriminação e a exclusão social.
Mas, pergunta-se: porque não aparecem os adultos nas actividades incendiárias e de outra violência?
Os jovens começam, muito cedo, a sentir o sofrimento que os leva à revolta, enquanto os adultos são mais pacientes e já habituados a uma sua triste situação.
Ou, então, serão estes que mandam os jovens para a " frente da batalha" , sabendo como sabem decerto, que, devido à ssuas idades a sua punição, se a houver, será bem diferente da que seria a dos mandantes?!
Os francese andam apavorados com as dimensões e continuidade dos actos de violência.
E com razão, mas criticam não só tal violência como também os motivos que a criaram, motivos de ordem económica, social, de exclusão e de abandono, em que muitos vivem, há longos anos, em bairros degradados, em condições miseráveis, situações que os governantes franceses não souberam solucionar, apesar de avisados várias vezes.
Mais: o Ministro do Interior teve o atrevimento de chamar " escumalha" a quem vive nesses bairros e isso foi mais uma bomba para a revolta!
O que ainda está por acontecer pode ser muito grave, pois o governo francês, segundo parece, dispos-se a usar dos meios bélicos mais eficazes para combater aquilo que, em França, já todos chamam o terrorismo juvenil.
E isso terá decerto consequências de elevada monta.
Se é verdade que muitos franceses inocentes estão a sofrer o vandalismo que não abranda sequer, vendo bens do seu património destruídos, também é certo que não é atacando crianças e jovens com armas de fogo a melhor solução.
Esta será a garantia por parte dos respectivos responsáveis de proporcionarem aos que vivem em bairros tão degradados outras e melhores condições de vida.
É ao fundo da questão que se deve ir!

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