sexta-feira, março 10, 2006
O novo Presidente da República
Com pompa e circunstância, e demasiados convidados, muito mais, aliás, do que tem sido habitual em actos desta natureza o Prof. Doutor Cavaco Silva tomou ontem posse do alto cargo de Presidente da República.
Como será o seu mandato?
Se vier a corresponder ao que afirmou na campanha eleitoral, não será, em princípio, mal de todo pois pareceu-nos que evidenciou ter uma preocupação social, querendo revelar-se como verdadeiro social-democrata.
Também sempre, durante aquele período, disse desejar ser independente de partidos, mesmo dos que o apoiaram, o que deve afastá-lo de uma direita, ficando-se pelo centro ou centro-direita!
E, embora tenha, segundo disse, de ajudar (como?! Ainda não referiu) o Governo a sair da grave crise e a alcançar o necessário crescimento económico mostrou o seu propósito firme de ser fiel cumpridor dos poderes constitucionais que lhe competirão como Presidente.
Contudo, procurará ser activo, não se limitando apenas aos deveres protocolares.
Activo?!
É o que iremos ver, porque sem poderes executivos, será muito difícil, mesmo impossível, impor soluções ou entrar abertamente na esfera de competências e acção do Governo.
Poderá, sim, exercer a chamada magistratura de influência, sugerindo o tratamento a dar a certas questões, aproximando-se das populações ( com a s quais, aliás, Cavaco Silva tem dificuldades nos contactos) , estabelecendo diálogos com várias entidades políticas e sociais ( no que também tem dificuldade porque pelo menos noutros tempos nunca foi dialogante).
Mas, como o novo Presidente revelou, numa entrevista que, nestes últimos dez anos, se preparou para exercer este seu cargo, há que aguardar o seu comportamento!
Oxalá, porém, que não haja mais conflitualidade social nem atritos graves entre Cavaco Silva e o Primeiro-ministro.
O discurso de posse, embora cheio de boas intenções, foi mais um programa de governo que Cavaco Silva apenas e tão só poderá influenciar, mas nunca agir concretamente.
Já na campanha eleitoral Cavaco Silva falou mais como um candidato a Primeiro-Ministro do que como um candidato a Presidente da República!
Houve uma ideia expressa naquele discurso que deve estranhar-se e que faz recear: o novo Presidente disse que fará rigorosa exigência ao Governo quanto ao desenvolvimento e prossecução de políticas de reforma.
Até que ponto, pode perguntar-se, tal exigência rigorosa quanto à acção governativa poderá levar?!
Enfim, o futuro o dirá!
Para terminar: é estranho que Cavaco Silva não se tenha referido com alguma profundidade à política externa quando a guerra continua no Iraque (em que Portugal colaborou e mal) e noutras partes do mundo, sobretudo no Médio-Oriente onde os conflitos bélicos podem acontecer.
Como será o seu mandato?
Se vier a corresponder ao que afirmou na campanha eleitoral, não será, em princípio, mal de todo pois pareceu-nos que evidenciou ter uma preocupação social, querendo revelar-se como verdadeiro social-democrata.
Também sempre, durante aquele período, disse desejar ser independente de partidos, mesmo dos que o apoiaram, o que deve afastá-lo de uma direita, ficando-se pelo centro ou centro-direita!
E, embora tenha, segundo disse, de ajudar (como?! Ainda não referiu) o Governo a sair da grave crise e a alcançar o necessário crescimento económico mostrou o seu propósito firme de ser fiel cumpridor dos poderes constitucionais que lhe competirão como Presidente.
Contudo, procurará ser activo, não se limitando apenas aos deveres protocolares.
Activo?!
É o que iremos ver, porque sem poderes executivos, será muito difícil, mesmo impossível, impor soluções ou entrar abertamente na esfera de competências e acção do Governo.
Poderá, sim, exercer a chamada magistratura de influência, sugerindo o tratamento a dar a certas questões, aproximando-se das populações ( com a s quais, aliás, Cavaco Silva tem dificuldades nos contactos) , estabelecendo diálogos com várias entidades políticas e sociais ( no que também tem dificuldade porque pelo menos noutros tempos nunca foi dialogante).
Mas, como o novo Presidente revelou, numa entrevista que, nestes últimos dez anos, se preparou para exercer este seu cargo, há que aguardar o seu comportamento!
Oxalá, porém, que não haja mais conflitualidade social nem atritos graves entre Cavaco Silva e o Primeiro-ministro.
O discurso de posse, embora cheio de boas intenções, foi mais um programa de governo que Cavaco Silva apenas e tão só poderá influenciar, mas nunca agir concretamente.
Já na campanha eleitoral Cavaco Silva falou mais como um candidato a Primeiro-Ministro do que como um candidato a Presidente da República!
Houve uma ideia expressa naquele discurso que deve estranhar-se e que faz recear: o novo Presidente disse que fará rigorosa exigência ao Governo quanto ao desenvolvimento e prossecução de políticas de reforma.
Até que ponto, pode perguntar-se, tal exigência rigorosa quanto à acção governativa poderá levar?!
Enfim, o futuro o dirá!
Para terminar: é estranho que Cavaco Silva não se tenha referido com alguma profundidade à política externa quando a guerra continua no Iraque (em que Portugal colaborou e mal) e noutras partes do mundo, sobretudo no Médio-Oriente onde os conflitos bélicos podem acontecer.