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sábado, maio 13, 2006

 

Maldito vício

Há anos que o conhecia.
Homem bom, simpático, dinâmico e interessado pelas Causas da solidariedade.
O seu emprego dava-lhe para viver bem, com certo desafogo, era até solteirão.
Tinha, porém, o vício do jogo. Tudo lhe servia para apostar, para arriscar.
E, apesar de muitas vezes avisado por amigos e familiares de que ninguém enriqueceu com os ganhos do jogo ele foi teimando, endividou-se e, agora, já com sessenta e tal anos via-se aflito para viver e muitas vezes, recorreu a amigos para fazer face aos seus mais prementes encargos.
Não tinha nada de seu, apenas uma pequena pensão de reforma.
Ele, que enquanto pôde ajudou os outros, via-se agora forçado a pedir emprestado aos mais chegados, os quais sabiam de antemão, que o que lhe entregavam era dado.
Mas, o que mais custava é saber que o que lhe davam, embora pouco, o ainda o jogava nas máquinas!
Maldito vício que tanta degradação tem trazido a famílias inteiras!
Maldito vício que só tem trazido avultados lucros a quem explora as casas de jogo!
E ainda há quem autorize que se multipliquem esses antros do vício!
E é nas crises que o jogo mais atrai na mira de se ganhar o que não pode ganhar-se com o trabalho!
Aquele que eu há muito conhecia, acabou há dias com a sua vida!

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