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sábado, junho 24, 2006

 

Alqueva vai, afinal, servir mais a imobiliária do que a agricultura

A barragem do Alqueva, que tanta polémica provocou quanto à sua utilidade e ao seu elevado custo, mas que acabou por realizar-se, vai, pelo que já se diz, servir mais a especulação imobiliária, com edifícios para 20 mil e tal camas, do que para beneficiar a agricultura e ser uma reserva de água para anos de seca.
Um dos argumentos, que basearam a concretização de uma das maiores obras públicas do nosso país e até da Europa, foi o de irrigar cerca de 420 mil hectares do Alentejo, tornando-o mais produtivo e, portanto, mais desenvolvido, combatendo a sua desertificação já de há anos.
Mas, agora, só se pensa em aproveitar os terrenos junto à barragem para a construção civil, para apartamentos e hotéis de luxo, campos de golfe, estando na barra o projecto do chamado Alqueva-turístico.
E tudo isso será prejudicial à função inicial de aproveitamento de água para a irrigação.
A agricultura, essa ficará, mais uma vez, esquecida ou, pelo menos, passará a um segundo ou terceiro plano.
E o Alentejo bem precisava que o apetrechassem para nele se poderem desenvolver uma agricultura capaz.
Só que, na verdade, estamos numa época do cimento armado e dos luxos!
Miguel de Sousa Tavares já denunciou – e bem – num seu artigo no “Expresso” o engano, o embuste em que caímos afinal todos nós, que contribuímos com os nosso impostos para a barragem do Alqueva...
Para, agora, se descobrir que o que mais importa, nos dias de hoje é fazerem-se grandes fortunas à custa da especulação imobiliária, mandando às ortigas a primeira e mais justa finalidade daquele grande empreendimento público e que era essencialmente a valorização da região alentejana.
Estamos, na verdade, num país em que se dá o dito por não dito com a maior facilidade, desfaçatez e em que os planos mudam à vontade do freguês!
Entretanto, soube-se agora que a água do Alqueva está poluída.
Agora, irão para a frente os projectos turístico e urbanístico que estavam previstos?
E como se vai tratar da poluição existente?
Um empreendimento daquela envergadura merecia outra sorte, ou melhor, um maior cuidado!

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