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segunda-feira, dezembro 04, 2006

 

Quadro da vida

Aquela Senhora!

Ela era uma senhora de porte muito distinto, com uma conversa muito interessante e cativante, adaptando-se, com facilidade, a qualquer meio mas nunca perdendo a compostura que lhe era própria.
Tinha um enorme grupo de pessoas amigas, tal era a sua afabilidade, a sua simpatia.
Porém, com a morte do marido, deixou de ser a mesma.
Retirou-se dos convívios de que tanto gostava, falava pouco, não intervinha nas conversas, deixou de ser social.
E, claro, a sua mente ressentiu-se também e, hoje, está num lar, apática, rejeitando qualquer ocupação ou diversão.
Não lhe faltam visitas, que já não conhece, nem os familiares mais chegados.
E vai esperando, cada vez mais silenciosa, acabrunhada, a sua hora!
Conhecemo-la exuberante, sempre alegre, sempre pronta para a acompanhar o marido em passeios ao estrangeiro, sempre disposta a uma anedota e a viver intensamente a vida.
O marido para ela era o seu companheiro de todas as horas e ela adorava-o.
Foi, sem dúvida, a falta dele que a fez adoecer.
Hoje, tudo isso passou e essa grande Senhora, que conheci, sempre estimei e admirei, para ali está naquele lar, como que já fora deste mundo!
Nem o muito carinho de que procuram rodeá-la ela já consegue apreciar.
Para quê, perante tanta desgraça, ainda dizermos, por vezes, mal das nossas vidas?

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