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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

 

O referendo de domingo

Entendemos que o referendo do dia 11, sobre a interrupção voluntária da gravidez não pode, não deve, seja qual for o resultado, servir de bandeira numa batalha que não foi, efectivamente, política, como alguns quiseram fazer dela.
Não gostámos mesmo de ver tantas vezes os “ chefes dos partidos” em sessões, intervenções televisivas e até verdadeiros comícios.
Deu a impressão que o país não tem outros problemas a discutir com tanto empenho e até houve quem visse no referendo um “ fait-divers” para distrair as atenções!
É que, como se viu já, há muitos referenciados como de esquerda que votarão “ Sim “ e outros “ Não” e o mesmo com os rotulados de direita.
Além de que, como é sabido, a própria Assembleia da República poderia ter resolvido a questão sem necessidade de se fazer tanto “ barulho” na praça pública mobilizando os eleitores (quantos deles ainda não esclarecidos) e gastando alguns largos milhares de euros.
Nenhum partido, que apoiou esta ou aquela posição, deverá cantar vitória política, se vier a ganhar quem apoiou.
Até pelas sondagens que se conhecem até agora se verifica que o referendo conseguiu dividir e muito os portugueses e não por uma causa política, que não é, mas por algo assente em circunstâncias ou razões de variada ordem: como a concepção que se tenha de vida humana; a convicção religiosa; a influência da formação e da consciência de cada um; factores de natureza social e económica; a opção predominante entre o interesse da mulher grávida e a vida do feto, etc.
São essas razões e não o “ palavriado” usado pelos políticos, desejosos de averbar mais um triunfo, que virão a determinar os votos no “ Sim “ ou no “ Não”.
E não nos venham dizer que só um dos lados tem argumentos válidos e aceitáveis.
Então por que não se deixou a campanha para os movimentos cívicos, que logo surgiram, sem o empenho tão grande dos Partidos?!
O que se pretende resolver através do referendo não precisava nem devia ter sido tão partidarizado.
Mas, enfim, o referendo aí está e, pelo menos, há que congratularmo-nos com o bom nível em que decorreu a campanha, com relevância, é justo dizê-lo, para os dois programas televisivos “ Prós e Contras” , capazes de dar bons esclarecimentos.

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