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sexta-feira, maio 25, 2007

 

Um bom homem

Ele era um homem, que não podendo dizer-se rico recebeu dos seus antepassados uma razoável herança. Era um homem cordato, pacífico, humilde, não gostando sequer de dar nas vistas.
A mulher, porém, era muito diferente.
A exibição, o luxo, as diversões e os constantes passeios aqui e ali, estavam-lhe no sangue, como costuma dizer-se.
Ele porque amava a família acima de tudo, foi satisfazendo vontades e mais vontades, caprichos e mais caprichos, e por isso teve que ir vendendo o que lhe deixaram.
E agora já nada tem a não ser uma reforma que não dá para luxos nem decerto para as muitas exigências que lhe são feitas, por isso cada vez são maiores as discussões do casal...
Contudo, ele, apesar de ter que fazer até sacrifícios pessoais lá vai aceitando o melhor que pode a vida que lhe estava destinada.
Valiam-lhe os amigos que nunca o desprezaram, admirando até a paciência com que ele durante muitos anos aturou aquela mulher.
Eram esses amigos que o acarinhavam, que lhe faziam companhia, que o levavam a esquecer o que o fizeram passar, quase o levando à falência.
Bom homem, triste homem!
Tristeza que ele procurou sempre encobrir, pois ainda hoje conversámos e não lha notei!

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