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quinta-feira, outubro 04, 2007

 

A revolução de 5 de Outubro de 1910

Um povo sem memória torna-se amorfo, demasiadamente conformado com o quotidiano, incapaz de retirar do passado as lições que podem ajudar a lutar-se por um presente e um futuros melhores.
Por isso, nunca é demais, na verdade, recordar e assinalar condignamente alguns factos mais marcantes da nossa História Pátria – não por mero e estéril saudosismo, porque devemos ter sempre uma visão objectiva e dinâmica da História.
A revolução de 5 de Outubro de 1910, com que se iniciou o Regime Republicano em Portugal, foi, sem dúvida, algo de muito importante, que merece ser sempre lembrado, pois trouxe aos portugueses a conquista da cidadania e a consagração dos direitos fundamentais, tão postergados nos últimos tempos de uma monarquia caduca, balofa e desprestigiada.
Com a Revolução de 1910 rompeu-se com uma estrutura ancilosada e injusta da sociedade portuguesa.
É em República que mais se pode acentuar uma participação directa mais consciente e activa do Povo na vida política do país. É em República que não há lugar a castas sociais e ridículos privilégios. É em República que se pode obter mais a igualdade e a solidariedade entre todos os cidadãos. É em República que melhor pode haver uma autêntica vivência democrática.
Basta atentar na muita, oportuna e avançada legislação dos governos da 1ª República para concluirmos que eram muito nobres, generosos os ideais de então.
E se nem todos foram concretizados o certo é que eles existiam como programa e muitos desses objectivos ficaram para sempre na alma do povo português. E foi com essa alma que, mais tarde, se lutou contra o regime totalitário do mal chamado estado Novo e foi também com essa alma que se fez a libertadora Revolução de Abril, que nos trouxe, de novo, a Liberdade e Democracia em que vivemos.
Vencendo muitas dificuldades, muita oposição dos inimigos das reformas estruturais que se fizeram, e as questões vindas também dos interiores dos partidos, o certo é que a República veio para ficar e será sustentada, sempre e a todo o transe pela esmagadora maioria dos portugueses.
Nunca será demais lembrar a coragem, o patriotismo e a fidelidade ao ideal democrático dos valorosos homens do 5 de Outubro de 1910. E nunca será demais imitá-los, sobretudo na sua grandeza moral e determinação.
Foram muitos e relevantes os seus exemplos de dignidade, honradez e verticalidade; foi firme o seu desejo de fazer de Portugal um país efectivamente livre, mais solidário e mais respeitado na Comunidade Internacional”.
São exemplos que podem e devem ser guia e motivo de reflexão para os políticos actuais.
É, pois, nosso imperioso dever recordar sempre e louvar aqueles que fizeram a 1ª República.
Primeiramente recordar e louvar os valentes precursores que intervieram, durante duas décadas numa larga e arriscada campanha de doutrinação e esclarecimento, fazendo com que o ideal republicano se enraizasse na alma nacional. Eles foram, honra lhes seja, os obreiros de uma renovação da mentalidade portuguesa, que estava envelhecida, adaptada ou acomodada, mercê da repressão e da ignorância impostas pelo regime monárquico.
E também, claro, homenagear a memória dos militares e civis que na Rotunda em Lisboa, com muita coragem deram a vitória à Revolução Republicana, acabando com um regime obsoleto, repressivo, corrupto, divorciado, há muito, do povo.
Por tudo isto, diremos como sempre:
Viva a República!

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