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quinta-feira, abril 24, 2008

 

A comemoração da Revolução de Abril

Amanhã passa mais um aniversário, o 34º, da Revolução de 25 de Abril de 1974, acontecimento muito importante da nossa História Contemporânea. Há quem, por não ter conhecido as deploráveis condições em que se vivia anteriormente, teime em não aceitar as consequências positivas que a partir daquele evento advieram para os portugueses. Há também quem mesmo tendo lutado contra a ditadura a favor da Liberdade e Democracia, e tendo sentido inicialmente a esperança justificada de se alcançar a satisfação de legítimas aspirações dos portugueses, vai estando descontente, desiludido com o rumo das políticas seguidas nos últimos 34 anos.
Uns e outros dizem até que não há motivo sério para festejar os aniversários da Revolução dos Cravos, porque foram estiolando o espírito de Abril e os propósitos generosos dos que contribuíram para que em Portugal houvesse uma melhor qualidade de vida, respeito pelos direitos e liberdades fundamentais, mais solidariedade, igual acesso para todos à Educação, à Justiça, à Saúde e Cultura, enfim uma cidadania plena.
Porém, se nem tudo tem corrido bem, existindo ainda problemas graves na nossa sociedade, impõe-se reconhecer que se progrediu significativamente em vários sectores.
E, principalmente, tem-se preservado, embora por vezes com alguma dificuldade a Liberdade e a Democracia e só com elas poderá e deverá haver uma participação activa dos cidadãos na vida política, que é essencial para a concretização do bem comum.
Quem viveu e sentiu no corpo e na alma os muitos malefícios da ditadura de Salazar e Caetano não pode deixar, ainda agora, de aplaudir a gesta dos militares de Abril que ofereceram aos portugueses a Liberdade e a Democracia.
O aplauso, porém, deve ir não só para esses corajosos protagonistas da Revolução dos Cravos mas também para os muitos, mesmo muitos nossos concidadãos que, durante longos anos, sofreram estoicamente perseguições, prisões, torturas, humilhações e alguns mesmo mortes, que se opuseram, pelos mais variados meios, à ditadura, não deixando que se amarfanhasse de todo a alma nacional.
A ditadura – que assentou em dois pilares principais e fortes: a polícia política e a censura – foi, sem dúvida, um dos mais nefastos períodos da nossa História.
Com a Revolução de Abril deu-se como que a ressurreição dos portugueses, que se tornaram cidadãos de corpo inteiro, podendo revelar as suas capacidades e o seu propósito de contribuir para um futuro melhor do país.
Com o 25 de Abril, os portugueses deixaram de viver como que numa noite escura e puderam sentir a alegria de gozarem o esplendor de uma luminosa alvorada.
A Democracia, com a aprovação da Constituição de 2 de Abril de 1976 consolidou-se e nessa lei fundamental ficaram, consagrados os melhores princípios e valores que podem servir de base a um autêntico regime democrático.
Embora haja razões para não estarmos satisfeitos, embora haja ainda muito caminho a percorrer, embora não tendo sido cumpridos alguns dos desígnios de Abril, há, sim, que alegrar-nos em cada aniversário da Revolução dos Cravos, a qual quebrou as grilhetas com que a ditadura acorrentou grande parte do nosso povo.
Continuamos, por isso, a gritar bem alto com sinceridade e entusiasmo: Viva o 25 de Abril!
Prestamos sentida e comovida homenagem a todos os que, de uma maneira ou de outra, mas sempre com a necessária valentia e constante preserverança, trabalharam, por um Portugal livre, democrático e respeitado na Comunidade Internacional.

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