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domingo, maio 11, 2008

 

O General sem medo

Foi no dia 8 de Junho de 1958 que se disputaram as eleições presidenciais, sendo candidato pela Oposição Democrática, o General Humberto Delgado e pela União Nacional, ou seja, pelo regime salazarista o Almirante Américo Tomás.
Embora com muitas dificuldades a campanha daquele General que, com toda a justiça, ficou a ser conhecido por General sem medo, foi como que um furacão que agitou a sociedade portuguesa.
Realmente Delgado, que servira durante alguns anos, o regime saído do 28 de Maio, mostrou-se como um homem de grande inteligência, cultura, e sobretudo de enorme coragem, o que o levou a desafiar Salazar e a criticar com a maior severidade a ditadura terrivelmente opressiva e repressiva do povo português.
Este aderiu de lama e coração, com invulgar entusiasmo, à tentativa antifascista do General e o certo é que, nunca como até então, se viram manifestações populares com imensa participação.
Delgado fez despertar – e de que maneira – um povo adormecido, como que anestesiado e, principalmente, medroso perante as violências praticadas durante anos pelo poder instalado.
E o certo é que Humberto delgado ganhou mesmo as eleições e o governo, porém, não reconheceu, servindo-se de todos os meios censuráveis, sujos e ilícitos para atribuir a vitória ao candidato da União nacional.
Mas, a partir daí, a semente da Liberdade e da Democracia lançada neste país pelo General sem medo não mais deixou de germinar, vindo a florir radiosamente com a Revolução de 25 de Abril de 1974.
Assassinado cobardemente pela polícia política da ditadura (um seu neto averiguou agora que não foi morto a tiro mas espancado até à morte!), a memória do General Humberto Delgado permanece viva nos verdadeiros democratas, que patrioticamente, com dedicação e também com muita coragem, lhe seguiram o exemplo, contribuindo para a queda do regime ditatorial de Salazar e Caetano.
O General Humberto delgado é, sem dúvida, um herói do nosso tempo, que tive o privilégio de conhecer em Coimbra numa sua intervenção de campanha.
Foi alguém perante cuja memória nos curvamos respeitosamente, neste 50º aniversário do seu aparecimento, meteórico, mas muito marcante, na cena política portuguesa.

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