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terça-feira, agosto 12, 2008

 

No Cáucaso, de quem é a culpa?

A guerra na região do Cáucaso tem merecido várias análises políticas. Umas atribuem a culpa desse conflito, já de graves consequências à Geórgia, por querer impor-se na Ossétia do Sul; outras pelo contrário, têm-se manifestado pela responsabilidade da Rússia, que invadiu o território georgiano com um enorme potencial militar. Ora, se se entender que a Geórgia não andou bem, talvez por influência dos USA com quem tem tido as melhores relações, o certo é que a Rússia não tinha o direito de reagir como reagiu, tentando justificar-se com o propósito de “ defender” o povo da Ossétia do Sul. A um acto de guerra não deve responder-se com outro, a não ser que seja como único meio de legítima defesa! Havendo, como há, organismos internacionais com a principal vocação de resolver conflitos através do diálogo, se, na realidade, a Rússia queria “ acudir” à Ossétia do Sul, devia ter recorrido àqueles organismos, pedindo a sua intervenção para pacificamente se encontrar uma solução. Mas, não, a Rússia preferiu agir por sua conta e provocou um teatro de guerra com enorme violência e utilizando meios militares desproporcionados. Já o dissemos e repetimos: foi, decerto, a importância de valiosas reservas de petróleo e de gás existentes na região do Cáucaso que motivou tão drástico conflito. É que, na verdade, não se está habituado a ver a Rússia interessada a agir por espírito humanitário, bem pelo contrário, o passado foi noutro sentido! São já muitos os responsáveis políticos que têm apelado ao cessar-fogo, e o governo georgiano logo demonstrou estar na disposição de aceitar esse cessar-fogo. Mas a Rússia não manifestou o mesmo propósito. Até o Presidente dos USA fez ontem uma breve declaração pública, condenando a Rússia como principal culpada da guerra que está a preocupar seriamente a Europa e não só. Bush não terá muita autoridade para falar como falou, invocando a violação do direito internacional, pois, no seu mandato, nem sempre tentou a paz através do diálogo. Desta vez, contudo, dispôs-se a assim proceder e deixou até no ar uma ameaça, embora velada, à Rússia. Seria essa sua atitude que levou já, conforme foi anunciado à horas, o governo russo aceitar o cessar-fogo?!
É certo, porém, que o acordo essencial ainda não foi assinado pelos responsáveis dos países em confronto. Foi, no entanto, já dado um primeiro passo e sem dúvida que a pressão internacional muito contribuiu para isso. Ainda bem.

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