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sábado, novembro 29, 2008

 

Recordações

Os democratas figueirenses, que participavam na Oposição ao regime de Salazar e Caetano aproveitavam os feriados com algum significado político para se reunirem geralmente em jantares.
Ali confraternizavam, trocavam experiências e informações, estreitava-se a amizade, faziam-se discursos inflamados que reforçavam as convicções ( nesse tempo havia mesmo convicções sérias e os propósitos de prosseguir na luta corajosa contra a ditadura.
E nem o facto dessas reuniões se realizarem com agentes da polícia política à porta do restaurante ou na proximidade, de papel na mão para anotar quem participava nessas reuniões alguma vez afrouxou o ânimo de as realizar.
1º de Dezembro, 31 de Janeiro, 5 de Outubro eram datas sempre festejadas pelos democratas figueirenses, muitos deles já falecidos como: Cristina Torres e Albano Duque, José da Silva Ribeiro, Júlio Gonçalves, Adelino Mesquita, Rui Fernandes Martins, Valdemar Ramalho, João Bugalho, Guige Baltar, Mário Rente, José Fernandes Martins, Rui Alves, José de Freitas, Cerqueira da Rocha, Joaquim de Sousa, Mário Neto e muitos outros.
Havia, então, ideais a defender e havia a unidade para combater um regime assente na violência, na intolerância, na denúncia e perseguição dos que não apoiavam o chamado Estado Novo, na ignorância do povo, na atribuição de privilégios injustos, enfim, um regime que apostava em amarfanhar a alma nacional.
E quando já poucos acreditavam que um regime com cerca de meio século de vigência pudesse ser vencido, veio afinal a verificar-se que estava efectivamente podre, caduco, propício à Revolução do 25 de Abril de 1974.
Quando se aproxima mais um feriado de 1 de Dezembro, vem-nos naturalmente à memória o que se passava nos tempos muitos escuros da ditadura e a lembrança de todos aqueles que aqui, na Figueira, lutaram com dedicação pela Liberdade e Democracia.

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