sexta-feira, fevereiro 20, 2009
"Censura" no Carnaval de Torres Vedras
Uma Procuradora do Ministério Público ordenou que fosse retirada do corso carnavalesco uma alusão crítica e humorística ao computador Magalhães.
Seria uma actitude ridícula e de somenos importância se não representasse, porventura, algo de grave: a suspeita de intromissão do poder político na Justiça.
É que, efectivamente, aquela Magistrada não teria procedido assim, de "motu próprio".
E a quem a crítica não agradaria?!
Depois de muitas vozes autorizadas já terem anunciado o medo que vai existindo em falar abertamente, com liberdade, este episódio, ocorrido em Torres Vedras poderá agravar a situação, sendo, sem dúvida, um acto de censura, que se julgava ter sido banida, após a Revolução de 25 de Abril.
Da Editorial do Jornal Público de hoje, permitimo-nos transcrever o seguinte:
"Numa entrevista com Alexandre Soares, líder do grupo Jerónimo Martins, este dizia ter receio do regresso do autoritarismo, numa altura em que o povo pode estar mais preocupado com a próxima refeição do que com a defesa da liberdade. Ora quando é um agente da justiça que começa por mostrar pouco respeito pela liberdade num tema tão menor e tão alinhado com o poder, não podemos deixar de nos interrogar sobre a solidez das nossas convicções - e instituições - democráticas".
Seria uma actitude ridícula e de somenos importância se não representasse, porventura, algo de grave: a suspeita de intromissão do poder político na Justiça.
É que, efectivamente, aquela Magistrada não teria procedido assim, de "motu próprio".
E a quem a crítica não agradaria?!
Depois de muitas vozes autorizadas já terem anunciado o medo que vai existindo em falar abertamente, com liberdade, este episódio, ocorrido em Torres Vedras poderá agravar a situação, sendo, sem dúvida, um acto de censura, que se julgava ter sido banida, após a Revolução de 25 de Abril.
Da Editorial do Jornal Público de hoje, permitimo-nos transcrever o seguinte:
"Numa entrevista com Alexandre Soares, líder do grupo Jerónimo Martins, este dizia ter receio do regresso do autoritarismo, numa altura em que o povo pode estar mais preocupado com a próxima refeição do que com a defesa da liberdade. Ora quando é um agente da justiça que começa por mostrar pouco respeito pela liberdade num tema tão menor e tão alinhado com o poder, não podemos deixar de nos interrogar sobre a solidez das nossas convicções - e instituições - democráticas".