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sábado, fevereiro 07, 2009

 

Diferentes medos

Tempo houve – e muitos foram – em que se tinha medo de falar para se evitar a habitual e violenta acção da polícia política.
Quando se queria trocar impressões havia o cuidado de escolher os interlocutores, aqueles que, em princípio, mereciam confiança, e mesmo assim, falava-se em surdina!
Por toda a parte – nas repartições, nos locais de trabalho, nas escolas, nos cafés, etc, havia sempre muitos ouvidos à escuta.
E o medo chegou a generalizar-se e só alguns conseguiram corajosamente vencê-lo, não se deixando atemorizar pelas consequências.
Hoje, infelizmente, de novo se está a instalar cada vez mais o ambiente de medo, o que impede de se falar abertamente, porque também há “ fanáticos” que não aceitam opiniões diferentes, julgando-se senhores de toda a verdade!
E, então, tratam de isolar os que pensam de maneira diversa, usa-se para com eles de uma desmedida arrogância, humilham-se, não se respeitam os seus direitos, abusa-se da autoridade.
Pior ainda é que vai já havendo queixas e denúncias àqueles a quem se quer agradar, criando situações graves.
O que se passa, hoje, nas escolas, em certas repartições públicas e até em algumas organizações políticas é inaceitável, principalmente para quem lutou com muitos sacrifícios para uma sociedade com liberdade, igualdade, pluralismo, justiça, enfim, democracia.
Os medos de ontem e de hoje são diferentes, mas são medos que desvirtuam o funcionamento do nosso regime democrático.

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