.comment-link {margin-left:.6em;}

segunda-feira, março 02, 2009

 

O XVI Congresso do PS

Sócrates, Secretário-Geral do Partido Socialista, no seu discurso inicial proferido no Congresso foi vigoroso provando as suas qualidades oratórias a que já nos habituou. É, na verdade, um bom tribuno, pecando, quanto a nós, por se deixar arrebatar demasiadamente, o que o leva a excesso de linguagem, sobretudo nos debates parlamentares.
Quanto ao conteúdo daquele discurso, pode dizer-se que se limitou a aproveitar a ocasião para repetir o rol das reformas que, pelo que deu a entender, lhe dão satisfação, afirmando o bom resultado da governação socialista.
De registar, porém, a tónica de esquerda que já há algum tempo Sócrates tenta introduzir nas suas palavras.
“ A força da mudança” ( a lembrar o lema escolhido para a campanha eleitoral de Obama) era o que se via inscrito em grandes letras nos cartazes existentes na sala onde decorreu este Congresso.
E oxalá que, na verdade, a mudança anunciada seja realmente no sentido do retorno às raízes essenciais do PS próprias da esquerda democrática. É que, nesta grave crise económico-financeira há que reconhecer que ela fica a dever-se principalmente à falência do neoliberalismo, mais ou menos acentuado, a que o PS não tem sabido reagir.
E há que reconhecer que o estado deve ter uma intervenção reguladora em vários sectores económicos, financeiros e sociais, no sentido de uma melhor distribuição da riqueza, de uma mais efectiva justiça social, de um combate sério e eficaz às desigualdades e pobreza, de uma melhor valorização do trabalho e dos que o prestam.
Há muito que não ouvíamos o Secretário-Geral do PS falar em valores morais e éticos, afirmando-se, como o fez disposto a lutar pela decência da vida democrática. E isso, é claro, não só é absolutamente necessário como exige medidas muito determinadas que decerto não serão simpáticas para alguns (mesmo muitos já) a quem interessa ganhar dinheiro fácil mesmo ilicitamente. Foi, sem dúvida, uma crise de valores que contribuiu para talvez apressar a grave crise económico-financeira pois não tem havido “ travões” para suster a ganância, o egoísmo, a desonestidade.
Ainda quanto ao discurso de Sócrates foi ele muito contundente em relação aos partidos da direita e da esquerda e António Costa na defesa da moção do Secretário-Geral atacou severamente e principalmente o BE.
Pergunta-se: e se o PS for obrigado a fazer acordos para ser possível um futuro governo, não foi um risco grande atacar-se de forma tão veemente aquele Partido?
Ou será que o PS para aquele fim vai preferir uma aproximação ao PSD?
Há que esperar para ver.
E há que, efectivamente, aguardar para verificar se o PS vai mesmo retornar à sua natural posição de partido da esquerda democrática.
Por fim, agradou-nos que Sócrates, quando apelou à maioria absoluta nas próximas eleições tivesse usado de uma expressão que, há muito, não se ouvia “ o povo é quem mais ordena”!
Que assim seja sempre. Que nunca se esqueça que os belos e empolgados discursos são preciosos em política, mas também são as melhores e coerentes práticas!!

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?