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quarta-feira, agosto 26, 2009

 

Marques Mendes falou

Pela televisão, ouvimos, quase na íntegra o discurso que Marques Mendes fez na chamada Universidade de Verão do PSD.
Fez uma análise demorada e profunda da actual situação do nosso país, concluindo que a democracia está a degradar-se.
E apontou vários sectores onde tal vai acontecendo: na economia, na justiça, na educação, no sistema eleitoral, na vida política.
Embora se concorde com algumas das causas (a que chamou pecados capitais) que indicou e que têm contribuído para o empobrecimento da democracia o que disse sobre a falta de ética é um facto incontestável e lamentável.
Citou a esse respeito Sá Carneiro: “a política sem ética é uma vergonha”!
É o que, infelizmente, mais vai acontecendo, pois para muitos já os valores e princípios pouco ou nada valem. A honestidade, a dignidade, a credibilidade, a fidelidade a uma formação cívica, a coerência, a observância estrita de um ideal e o cumprimento exemplar das regras democráticas são, frequentemente, ultrapassados quando se trata de alcançar a satisfação dos interesses próprios.
E os Partidos não podem abdicar de contribuírem para que os seus militantes ou meros adeptos, na defesa do ideal partidário, tenham uma conduta correcta, séria e exemplar.
Isso, porém, não tem sucedido e os Partidos parecem ter-se transformado em meros convénios de amigos, em agências de emprego, em espaços para se fazerem negócios através de influências políticas.
Mas se a democracia não pode existir sem Partidos, preciso é que estes a valorizem a todo o tempo com uma afirmação constante das matrizes essenciais do seu ideário e com uma prática coerente.
Não hesitou Marques Mendes, naquele seu referido discurso, de criticar que haja Partidos que permitam que sejam seus candidatos às eleições aqueles que estão implicados em casos afectos aos Tribunais, por crimes graves, como a corrupção, o abuso de poder, a fraude fiscal, o peculato, etc.
Claro que pode dizer-se que o princípio da inocência até à condenação definitiva deve ser observado.
Mas isso é o que diz a lei quando, afinal, o que está em causa é um critério de natureza política e este deve levar a que os Partidos não proponham como candidatos os indiciados, arguidos ou acusados em processos judiciais, para resguardo deles, dos próprios Partidos e da melhor noção de democracia.
Em casos desses a ética política deve imperar.
Na verdade, a política sem ética é uma vergonha!

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