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domingo, fevereiro 14, 2010

 

O exemplo moral não interessa?

Se não ouvíssemos não acreditaríamos. Quando, no parlamento um deputado opinou no sentido de que num momento de crise e de sacrifícios que se exigem aos trabalhadores, quanto a salários, os políticos deviam dar o exemplo dispondo-se a reduzir as suas remunerações e até a prescindir do décimo terceiro mês, o chefe do governo respondeu que isso não iria resolver a crise e que exemplos de ordem moral pouco relevo teriam!
É certo que aquele responsável político logo disse – ficava-lhe bem – que, por ele não se importava de aceitar o que aquele deputado propunha. Mas, o que mais chocou foi o Primeiro-ministro desvalorizar o interesse moral do exemplo. Na verdade exigir-se a quem está numa escala social e profissional inferior sacrifícios económicos e os que melhor ganham não darem o exemplo é, verdadeiramente, criticável. Costuma dizer-se – e é exacto – que o exemplo tem de partir de cima…
E o exemplo, numa altura em que se pretende congelar os salários na função pública, em que aumenta cada vez mais o desemprego e a pobreza em que nas escolas há já crianças que pedem de comer, em que subiu o número dos sem-abrigo, em que as insolvências surgem quase diariamente, etc, não se aceita que haja ainda tantos que ganham mensalmente milhares de euros, que continuam a fazer uma vida larga e dispendiosa, que haja quem tenha condições económicas para comprar casas de luxo e carros do topo de gama. É a esses que se deve exigir a maior parte da acção no combate à crise. Às desigualdades sociais e à pobreza. É desses que deve partir o exemplo, pois os que estão a nível inferior não deixarão de o aceitar bem e de, com mais vontade colaborarem nos sacrifícios que lhes são exigidos.

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