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sábado, agosto 07, 2010

 

A miséria envergonhada

Ouvi, há dias, a dirigente de uma Associação que distribui gratuitamente refeições, roupas, produtos alimentares dizer que o que mais lhe custa na sua acção quando ali presta o voluntariado é atender pessoas da chamada miséria envergonhada.
Normalmente, os que estão a sofrê-la escolhem as horas perto da noite, em que há menos afluência e serão menos vistos.
Dizem ao que vão numa voz sumida e de olhos no chão, não podendo esconder a tristeza estampada no rosto.
Não levam consigo crianças, embora venha a saber-se que as têm em casa, querendo poupá-las ao conhecimento de uma situação de pobreza.
Muitos chegam anão conter as lágrimas e outros não resistem a falar do seu passado em que viveram sem necessidades.
Os mais idosos, esses aproveitam para relatar a quem os atende a sua história de vida, emocionando-se quando referem o abandono ou a indiferença a que são votados mesmo por filhos que sempre trataram com carinho e amor, proporcionando-lhes mais do que eles próprios tiveram na sua juventude.
A miséria envergonhada é, na verdade, muito custosa, pois resulta de uma mudança radical e, por vezes, abrupta, inesperada nas vidas.
E o certo é que cada vez mais há os que engrossam a miséria envergonhada…
Vai valendo a solidariedade que várias instituições ou grupos de voluntários se decidem a prestar, com muita dedicação e espírito de humanidade, aos que carregam a pesada cruz da miséria.

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