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terça-feira, janeiro 25, 2011

 

E os Portugueses votaram

O que, há muito se dizia na comunicação social e nas sondagens como resultado das eleições presidenciais veio a confirmar-se.
Em exemplo do que tem acontecido com os seus antecessores, Cavaco Silva foi reeleito na primeira volta, embora com menos 520 mil votos do que na sua anterior eleição.
A grande percentagem da abstenção (a maior de sempre) não lhe retira legitimidade para exercer o seu alto cargo.
Mas, neste mandato, Cavaco Silva terá que mostrar que foi sincero quando, nos seus discursos de campanha, se assumiu como severo crítco quanto a questões como: a forma que considerou injusta como se procedeu á redução dos salários e das pensões de reforma, a pouca eficácia no combate á pobreza e ao desemprego, ás desigualdades sociais e á má distribuição da riqueza, as deficientes políticas em relação aos jovens, etc.
É que, na verdade, no seu mandato anterior, não hesitou em promulgar vários diplomas que, de acordo com o seu pensamento que expressou agora na campanha, devia ter vetado.
De lamentar: Cavaco Silva, no seu discurso de vitória., quis usar de muito azedume e crispação mesmo rancor em relação aos outros candidatos, não os saudando sequer, como é um bom hábito em democracia. E revelou a sua vaidade, considerando-se como que “salvador da pátria”, não falando, porém, quanto ao futuro.

Enfim, aguardemos se vai ou não exercer, desta vez, uma sua magistratura activa, defendendo como disse repetidamente na campanha, os idosos, deficientes, reformados, os pobres, os que precisam de melhores cuidados médicos, a maior dignificação dos trabalhadores e os seus direitos, um sistema de justiça mais credível.
Quanto a Manuel Alegre, foi sem dúvida prejudicado aceitando o apoio do PS e do BE, pois necessariamente ficou “espartilhado” na sua acção eleitoral, não podendo atacar o governo do seu partido nem apoiar claramente o discurso do BE.
Do próprio interior do PS houve uma nítida falta de colaboração na sua campanha.
E é de estranhar, que José Sócrates tenha dito na declaração que prestou na noite das eleições que,”todo o PS esteve com Manuel Alegre” realmente tal não se verificou de norte a sul do País, apenas apareceram em alguns actos de campanha alguns responsáveis socialistas, sendo certo, porém, que outros até em declarações públicas revelaram não apoia o candidato do seu partido.
Acresce que muitos votos em Cavaco Silva, foram, sem dúvida, votos de protesto em relação ao governo do PS que está desgastado e que tem angariado, dia-a-dia, o descontentamento em vários sectores sociais.
Manuel Alegre não merecia tão grande desaire eleitoral, mas há, decerto quem se tivesse alegrado com tal, vendo nisso a realização de uma sua vingançazinha! …
Dos outros candidatos, a surpresa veio de José Manuel Coelho, que fez uma campanha sem quaisquer apoios, nem grandes gastos, e de forma muito original, tendo recebido na sua Madeira 39% dos votos, logo a seguir a Cavaco Silva, o que poderá vir a ser um estorvo” para Alberto João Jardim em futuras eleições regionais.

Fernando Nobre, embora revelando inexperiência política, impôs-se ao eleitorado pelo seu bem conhecido passado humanista e de solidariedade para com os mais carenciados, em várias partes do mundo.
Obteve a vitória da cidadania, como disse, mostrando que um independente pode “bater o pé” aos partidos.
Os restantes candidatos não fugiram ao que se esperava.
Os portugueses votaram, recusando a mudança, que a Esquerda defendia.
Mas há que considerar que mais de metade dos eleitores não votaram o que é preocupante.
Qual será a origem desse desinteresse?!
Eis um motivo sobre o qual se impõe fazer uma reflexão seria e profunda sobretudo por parte dos Partidos.

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