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quarta-feira, abril 13, 2011

 

O Congresso… dos elogios!

Foram muitos os que, no congresso do PS, passaram o tempo a elogiar o Secretário Geral e a sua acção governativa.
E até aqueles que têm sido vozes muito críticas dentro do Partido, e em relação ao governo, esqueceram as suas posições assumidas anteriormente.
E caíram também no elogio fácil e, por vezes, mesmo arrebatado!
Quem acompanhou o congresso ficou com a ideia de que, afinal, o governo e o PS que o tem sustentado só fizeram maravilhas nestes últimos seis anos.
Realmente, o congresso foi como que um relatório composto por vários oradores, realçando apenas o que de positivo o governo de Sócrates tem feito.
Só que, um relatório correcto e isento, deve também reconhecer o que não teve êxito, porque só assim será uma verdadeira prestação de contas.
Não é aceitável que se tenha escondido o que não se fez ou se fez mal!
Ana Gomes é que não alinhou nessa “submissão” de muitos outros e teve coragem de falar com a sua habitual coerência em relação ás suas posições anteriores.
Também as moções de Fonseca Pereira e Jacinto Serrão tiveram a hombridade de se destacar de coro ensaiado num só tom a favor de um governo que só agora parece querer ter descoberto que é sustentado por um partido da esquerda democrática.

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Transcrevo do "Camara Corporativa"

Portugal não precisava de ajuda externa e agências de "rating" têm de ser travadas’

Quem sustenta esta posição é Robert Fishman, professor na Universidade de Notre Dame, num artigo hoje publicado no jornal The New York Times (com o título Portugal’s Unnecessary Bailout). Eis algumas passagens do artigo, numa tradução do Jornal de Negócios:
‘Apesar de as dificuldades de Portugal se assemelharem às da Grécia e da Irlanda, uma vez que os três países aderiram ao euro, cedendo assim o controlo da sua política monetária, o certo é que “na Grécia e na Irlanda, o veredicto dos mercados reflectiu profundos problemas económicos, facilmente identificáveis”, diz Fishman, realçando que “a crise em Portugal é completamente diferente”.

Em Portugal, defende o académico, “não houve uma genuína crise subjacente. As instituições económicas e as políticas em Portugal, que alguns analistas financeiros encaram como irremediavelmente deficientes, tinham alcançado êxitos notáveis antes de esta nação ibérica, com uma população de 10 milhões de pessoas, ser sujeita a sucessivas vagas de ataques por parte dos operadores dos mercados de obrigações”.

“O contágio de mercado e os cortes de ‘rating’ , que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia veio à superfície em inícios de 2010, transformou-se numa profecia que se cumpriu por si própria: ao elevarem os custos de financiamento de Portugal para níveis insustentáveis, as agências de ‘rating’ obrigaram o País a pedir ajuda externa. O resgate confere poderes, àqueles que vão “salvar” Portugal, para avançarem com medidas de austeridade impopulares”, opina Robert Fishman.

“A crise não resulta da actuação de Portugal. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de outros países, como a Itália, que não foram sujeitos a avaliações [de ‘rating’] tão devastadoras. O seu défice orçamental é inferior ao de vários outros países europeus e tem estado a diminuir rapidamente, na sequência dos esforços governamentais nesse sentido”, refere o professor, que fala ainda sobre o facto de Portugal ter registado, no primeiro trimestre de 2010, uma das melhores taxas de retoma económica da UE.

Em inúmeros indicadores – como as encomendas à indústria, inovação empresarial, taxa de sucesso da escolaridade secundária e crescimento das exportações -, Portugal igualou ou superou os seus vizinhos do Sul e mesmo do Ocidente da Europa, destaca o sociólogo.’
Parecendo estar a rebater os argumentos da direita doméstica, acrescenta Robert Fishman:
“Os cépticos em torno da saúde económica de Portugal salientam a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Ainda assim, no início da crise financeira mundial, em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a cair. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou no segundo trimestre de 2009”.
Perante este quadro, Robert Fishman conclui:
“não há que culpar a política interna de Portugal. O primeiro-ministro José Sócrates e o PS tomaram iniciativas no sentido de reduzir o défice, ao mesmo tempo que promoveram a competitividade e mantiveram a despesa social; a oposição insistiu que podia fazer melhor e obrigou à demissão de Sócrates, criando condições para a realização de eleições em Junho. Mas isto é política normal, não um sinal de confusão ou de incompetência, como alguns críticos de Portugal têm referido”.

Os meus respeitos
 
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