quarta-feira, outubro 31, 2012
Quadros
da Vida
Numa
cidade perto da Figueira onde me levaram de automóvel, parámos perto de um café
para que o meu companheiro de viagem fosse ali tomar um, que, segundo disse,
era muito bom.
No
passeio em frente estava sentado no chão o “Zé Borrão” que conhecia há muito e
que veio a ter uma vida boa.
Estava,
agora, com roupas velhas (o blusão tinha até alguns pontos rasgados) e junto
dele estava uma lata onde ia recebendo esmolas, pois estava de mão estendida.
Ele,
que tinha vivido bem, ali estava, já com sessenta e tal anos, a esmolar.
Ficou
sem nada, a não ser a família (mulher e dois filhos desempregados) e, depois de
muito procurar onde lhe dessem trabalho, decidiu-se a pedir esmola para levar
que comer para a família.
Há os
que passavam e não lhe davam sequer atenção.
Há os
que até o conheceram noutros tempos e não o ajudaram agora.
E eu
fiquei a meditar: quantos “Zés” como aquele estarão, neste momento, nas mesmas
condições.
Os sem
gravata
Os
membros deste governo decidiram fazer a “moda” de não usarem gravata.
E até
mesmo em actos oficiais, aparecem sem ela, talvez para poderem ser considerados
humildes, para não fazerem diferença daquele que não podem ter gravata!
Ora, a
humildade não resulta disso, mas, sim, de outros comportamentos, como não
comprar e usar carros luxuosos, não gastar dinheiro em viagens que podem ser
desnecessárias, ganharem mais do que merecem pelo trabalho que realizam,
comprar casas de elevado preço, etc.
Humildade,
para além disso, é saber ouvir e falar com quem procura para tratar de um
assunto, é nunca fugir a quem os criticam, mas reconhecer, se for caso disso,
que essas críticas são justas, é nunca sentir-se, pelos cargos que exercem
superioridade em relação a todos os que precisam da sua ajuda.
A falta
de gravata é fácil e, nalguns casos e nalgumas pessoas é até ridícula.
Dia
Mundial da Poupança
A ideia
não será má: despertar nos cidadãos o interesse e necessidade de poupar, isto
é, não consumir tudo o que se ganha ou tem de rendimento.
Só que,
nesta ocasião, poupar como se, dia-a-dia o estado “leva” o que se poderia
poupar?
E ai
daqueles que, durante a sua vida, não se deixam seduzir pelo consumismo, podo
de lado algum do que vão ganhando, guardando-o num Banco.
Se não
fosse essa cautela, o que, agora, poderia ajudar a manutenção da família, se os
salários são cada vez mais baixos.
O Dia
da Poupança pode, quando muito aplicar-se a quem já tem alguma conta bancária.
E o
2012 continua a portar-se mal!
Já o
2011 foi pródigo em imensos fenómenos atmosféricos, provocando em vários pontos
do mundo, danos de montante muito elevado e de diversa natureza.
Neste
ano, já houve furações, chuvas torrenciais, ventos ciclónicos, inúmeras
destruições de casa e de outros bens, algumas mortes, mais acidentes nas
estradas, provocados pelo mau tempo, etc.
E não
ficaremos por aqui, até porque o Inverno ainda não chegou.
Mas,
não se pode contrariar a Natureza, mas, quando muito, estarmos habilitados a defendermos
dos seus efeitos.
Até os
Funerais!
Soube,
hoje, através da televisão, que há já muitas pessoas que pagam em prestações,
os funerais dos seus familiares.
Pagam,
quando pagam, pois também já há que “pregue o calote”, dada a sua falta de
recursos económicos.
E
algumas casas funerárias estão já a pedir o pagamento adiantado para se
prevenirem, claro.