Lugar para Todos

Um exemplo: Hebe Camargo
Depois de uma longa entrevista dada por essa artista, considerada como a primeira dama da televisão brasileira, veio ela a morrer, com 83 anos. Nessa entrevista, foi o mais clara possível, não hesitando em dizer que teve uma infância muito difícil, chegando a passar fome mas que nunca lhe faltou a vontade de entrar no meio artístico, como cantora, apresentadora e atriz. Tal senhora tinha realmente um grande amor à música, por influência, segundo as sua spalavras, do pai e a sua alegria habitual superava qualquer sacrifício que fizesse. Subiu social e artisticamente à sua própria custa, sendo proverbial a sua simpatia e o seu temperamento bondoso, que a tornavam muito querida e admirada pelos colegas e por todos que a conheciam. Mesmo sofrendo há já anos de uma doença prolongada, nunca deixou de exibir o seu desejo de viver e muitas vezes levou os médicos que a tratavam a estranhar e a admirar a sua força de vontade em querer vencer a sua doença. Hebe Camargo foi hoje a sepultar, merecendo da Presidente da República do Brasil e de muitas outras entidades a devida homenagem que merecia. Morreu a primeira dama da televisão ou mesmo a rainha da televisão como muitos lhe chamavam.

Parcerias público-privadas
São muitas estas parcerias e quase todas com défices grandes. É que essas parecerias surgiram mais para dar aos amigos lugares, muito rendosos, sendo certo que muitas dessas parcerias nada de útil têm feito. Era preciso cativar os adeptos de determinado partido. Será que desta vez o governo vai mesmo analisar este assunto tendo, sem quaisquer peias, as posições dessas parcerias?

As Fundações
O governo decidiu analisar parte das Fundações e até ainda a de estudar a hipótese de vir a acabar com outras. Mas quem faz a avaliação do valor das atividades de cada uma, para não se correr o risco de se terminar com aquelas que têm, realmente, interesse? Foi assim que se procedeu ou houve apenas, como tem havido noutros setores o desejo de arrecadar dinheiro, não ligando importância às iniciativas artísticas ouculturais desenvolvidas? Aguardemos, pois, o relatório completo do governo acerca de todas as Fundações.

A Colômbia em Portugal
Já foi anunciado que é uma empresa colombiana a que está em melhores condições para comprar a TAP e, por arrastamento, a ANA. Quer dizer que também aquela nossa empresa de transporte aéreo não foi bem administrada, acumulando, de ano para ano, enormes prejuízos. Mas se assim é, a verdade é que até a Colômbia está interessada em ter intervenção na economia portuguesa, na área dos transportes aéreos. É uma vergonha que Portugal até tenha que desfazer-se, através da privatização, de uma empresa como a TAP! O que haverá mais para vender ao estrangeiro?

Para breve
São dois os ministros de que mais se fala para deixarem o governo: Santos Pereira e Miguel Relvas.
Mas estamos convencidos que a remodelação irá ser maior, pois, na verdade, em meu entender até Passos Coelho devia ser apeado do seu lugar. É que este governo ou é de irresponsáveis ou de quem quer fazer o " jogo" do grande capital que cada vez mais se está a aumentar no nosso país.

Até um GNR
Um cabo da GNR foi detido como suspeito de ter praticado crimes sexuais. Neste país está a acontecer tudo de mau...
Parace que Portugal está realmente fora das graças de Deus!

A vaidade chegou ali...
António Borges que dizem ser conselheiro económico do Primeiro Ministro, considerou todos os que criticaram a TSU como ignorantes! Aquele senhor deve ser o único inteligente neste país, mesmo contra alguns dos mais cotados empresários. Desde que alguém o fez subir ao palco das primeiras figuras ele tem-se comportado, sim, como que o Primeiro Ministro. A sabedoria chegou ali e parou, não passou para outros! Admira até que, em vez de indicar de fora as suas soluções, não o faça comprometido num governo. É que talvez assim vai ganhando muito mais, tantos são os lugares rendosos que ocupa! O que não lhe é permitido é " achincalhar" quem não pensa como ele, chamando-lhes ignorantes. Vaidade e arrogância não recomendam ninguém...

Grandiosa manifestação popular
Na maior praça de Lisboa, o Terreiro do Paço, estiveram muitos milhares de participantes numa manifestação de protesto contra o governo e a sua política. Calcula-se mais de 100 mil pessoas que ali estiveram e nas ruas circundantes ( principalmente na Rua do Ouro).
O discurso do atual Secretário Geral da CGTP, Arménio Carlos, foi demorado mas muito proveitoso, referindo-se ao que este executivo tem feito neste país, levando-o a uma desastrosa situação. E o que mais nos impressionoub e agradou foi aquele dirigente sindical não se limitar a apontar os erros já cometidos pelo governo mas sugerir alterações às soluções que presentemente já tantos sacrifícios impuseram. De registar: a incorporação na manifestação da representação das forças de segurança, além de muitos milhares de desempregados, reformados, pensionistas, muitos jovens e idosos, etc. Todo o discurso, proferido com grande convicção e entusiasmo, teve um sentido, por várias vezes referido, de pretender salvar o povo português, que está a ser vítima de uma política de direita do atual governo. E várias vezes foi gritado pelos presentes que o executivo devia ir para a rua. Essa memorável concentração aderiu à pergunta final de Arménio Carlos quanto à realização de uma greve geral a realizar em breve. Se o governo não deu a devida atenção a mais esta manifestação popular é porque não quer ouvir a voz do povo.

Conselho de Estado
Mais uma manifestação: desta vez em frente do Palácio de Belém onde estava reunido o Conselho de Estado. Manifestação que teve milhares de participantes, empunhando cartazes contra a Troika e o governo e também com palavras de ordem contra Passos Coelho. Civis de vários setores, militares, reformados, professores e muitos desempregados, todos eles cantaram o " Acordai ", a bela canção de Lopes Graça. E até apupos houve quando estava qualquer conselheiro a entrar no pálácio, o quel estava guardado com um número impressionante da GNR. No final da reunião, o governo aceitou repensar a TSU, alterando o número de escalões do IRS mas aumentando o valor de cada um. Então o que é isso senão um aumento de impostos? E quais os que virão a seguir?

A inauguração do Palácio da Justiça
Quando começa mais um ano judicial, lembro-me sempre de um episódio que ocorreu dias antes da inauguração do Palácio da Justiça da Figueira. A maior parte dos advogados de então eram daoposição democrática e o governo dera ordem para que eles se sentassem, naquele dia, no local destinado à assistência, deixando vagas as bancadas que lhes eram próprias. Logo os causíricos de então, fizeram saber ao Ministro da Justiça que não aceitariam tal situação, não abdicando dos lugares que lhes eram sempre destinados.Depois de várias diligências, os advogados ganharam essa " batalha" e a verdade é que quem brilhou no ato da inauguração foi o meu e sempre saudoso amigo e colega Dr. Júlio Gonçalves que proferiu um memorável discurso, que tenho muita pena de não o ter comigo. Bons tempos em que se tinha a coragem de se realizarem atos como esses, mostrando coragem e solidariedade em todos aqueles que estavam contra o governo de então.

Vacinas contra a gripe
A partir dos 65 anos, as vacinas vão ser gratuitas. E quem tiver menos do que essa idade, quanto pagarão? E quantos podem vir a beneficiar, ou seja, qual o número das vacinas disponíveis? Não faltarão alguns cálculos?

As telenovelas vão distraindo!
As estações de televisão já descobriram que a transmissão das telenovelas é, de todos os programas, aquele que mais audiências vão tendo. E isso até é normal porque é no período anterior às telenovelas que mais publicidade se pode fazer. Embora haja quem não goste, dizendo mesmo que não perde tempo com programas desses. Mas, o certo é que elas são muito bem interpretadas, mostrando que o Brasil tem, na verdade, bons atores e autores. E digam o que disserem há quem interrompa os seus trabalhos para ver as telenovelas, que são quase todas retratos da vida real, uns bons e outros maus.

Boas imitações
Houve milionários de alguns países, embora poucos, que voluntariamente se dispuseram a contribuir para a resolução da crise. Quer fazendo donativos de valor económico, quer utilizando as instituições sociais já existentes, quer criando-as eles próprios. Ora, no nosso país, ainda que em número inferior, há também milionários e até agora, que se saiba, nada disso se passou. Claro que alguns vão ajudando, mas não na medida desejada e que poderia ser possível. Sempre ouvi dizer que só se valoriza quem imita os bons exemplos. E não é difícil que neste país se saiba quem são os carenciados. É que, como deve saber-se mesmo o que eles recebem de subsídio de desemprego é uma côdea para as suas necessodades familiares. E quem não quer dormir mais descansado, sem que lhes venham à mente a pobreza e mesmo a miséria que outros seus compatriotas estão a passar?

Sobre a democracia
Este regime político, considerado por uma importante personalidade como o melhor dos piores, não vive sem partidos. Estes são o seu sangue. Será até mesmo o que estes forem. Daí que neles se tenha o cuidado de haver sempre bom senso, ponderação, inteligência e bom conhecimento político. Se assim não for, a democracia transforma-se numa trapalhada tal que poderá levar à conclusão de que quem a defendeu sempre tem de sofrer grande desilusão. A democracia, mais do que os antagonismo constantes, os confrontos tantas vezes levianos, as atitudes divergentes apenas para se requererem posições no eleitorado, a democracia, dizia, merecia um louvável processo de aperfeiçoamento devendo ser servida por quem saiba o que é uma constante defesa dos princípios e ideias que devem existir num regime democrático, como a educação, o civismo e o constante trabalho pelo bem comum. Isto não é moleza de ação ou adaptação às posições dos outros. A firmeza nas suas posições deve manter-se mas em condições de nunca se esquecer o bem da comunidade a que a democracia pretende servir. A verdadeira democracia exige, principalmente, que ela se deseje com o coração e se lute por ela, quando em perigo, com coragem, sofrendo mesmo as consequências graves que dessa luta possam resultar. A verdadeira democracia, para além de tudo isso, reclama sobretudo que seja usada a verdade, seja ela de boas ou más notícias. Democracia com base na mentira é " aldrabice". A democracia merece, sem dúvida, que seja exercida por aqueles que querem servi-la, com honestidade, coerência, verticalidade, bom senso, e muita ponderação e respeito pelos direitos humanos fundamentais.

A posição de Paulo Portas
Este líder do CDS deu, ontem, a conhecer ao país a sua posição quanto ao discurso de Passos Coelho, discurso aliás desastroso. Não foi feita a devida ponderação quanto ao que foi anunciado e constituía para os operários e empresas graves situações. Paulo Portas não hesitou ( e isto é importante) em reconhecer que avisou Passos Coelho do que iria dizer, apresentando-lhe até alternativas, mas o Primeiro-Ministro não quis ouvir. Este apenas deu a entender que poderia pensar na mudança do que tinha decidido.

Que conclusões?

As grandiosas manifestações têm que levar o governo a tirar conclusões, uma delas é incontestável: a de que o povo já não aceita a política que está a ser praticada. Mas há mais: a conclusão de que alguns dos " maiores" deste país não apoiam já o conjunto de medidas de austeridade ultimamente anunciadas. Outra conclusão é a de que já nem o governo se entende, pois quer o PSD quer o CDS divergem quanto a essas medidas o que poderá levar a consequências graves, como o " desfazer" do governo. A não ser que Paulo Portas convença Passos Coelho a recuar na posição quanto a tais medidas. Eleições, neste momento, serão inaceitáveis. Talvez um governo de iniciativa presidencial. Para tal seria necessário encontrar uma personalidade, livre de partidos e descomprometido de associações patronais de outras instituições, mas que fosse respeitada pelo seu valor intelectual, profissional e com as melhores qualidades de trabalho e grande patriotismo. Haverá mais soluções?

Drª Laura Lacerda

No próximo dia 28, no Hotel Mercure, um grupo de instituições promove um jantar de homenagem à Drª Laura Lacerda, distinta médica, que sempre exerceu as suas funções com muita competência, dedicação e espírito de humanidade. Além da sua profissão, dispensou a várias instituições sociais como à Delegação da Cruz Vermelha a sua melhor e útil colaboração e serviços. Goza naturalmente da muita simpatia e admiração nesta cidade, pelo que é de inteira justiça ser agora distinguida com esta homenagem, como prova de gratidão pelo que tem feito nesta comunidade figueirense, mormente junto dos mais carenciados. Impossibilitado, por doença, de estar presente, associo-me, desde já, a essa homenagem com o maior respeito e simpatia.

E depois?
Foram realmente muitas e enormes as manifestações públicas realizadas. Na verdade, muitos milhares de pessoas mostraram de forma incontestável que os presentes governantes não servem para o país ter um rumo em que todos possam sentir-se bem. Se o governo cair, como se impõe, o que fazer politicamente?
Ou a demissão ou a formação de um governo da iniciativa presidencial, chefiado por uma personalidade, livre de partidos, que seja respeitada pela sua formação cultural e política e que seja aceite por todos os partidos existentes. Vamos a ver...

Grandiosa manifestação popular
Em 40 cidades do nosso país, realizaram-se, em localidades de norte a sul, concentrações e manifestações populares, abrangendo transversalmente vários setores sociais, protestando contra a política do atual governo, mormente depois do anúncio de mais um conjunto de medidas de austeridade, algumas das quais foram até consideradas, pelo respetivo Tribunal como inconstitucionais. Cerca de 150 mil pessoas em Lisboa e Porto pode ser considerado como o início de uma revolta, sem violência, no sentido de dar a perceber ao Presidente da República a posição que se impõe em relação ao governo. E não pode dizer-se que estas manifestações tiveram a promoção ou convocação dos sindicatos ou dos partidos políticos. Foram, sim, meramente espontâneas, através das redes sociais, passando as pessoas a palavra umas às outras . Aguardemos pela próxima sexta-feira, data da reunião do Conselho de Estado a fim de se verificar o que fará Cavaco Silva. De pôr em relevo o grande número de jovens e famílias inteiras que participaram nas manifestações.

Castelo Branco de negro
Muitos edifícios apareceram nesta manhã cobertos com panos negros tendo alguns escrito a branco " BASTA". Aquela cidade inovou na maneira como se manifestou contra a política do governo. E há, na verdade, razão para dizer " BASTA" a um governo que só tem mostrado incompetência.

As vaias são tantas...
Os Ministros, principalmente o Primeiro, têm sido tão mal recebidos com vaias e manifestações públicas, nos lugares que têm que ir a título oficial, que já escolhem para entrar nos edifícios que visitam as segundas portas. Isto além do reforço que têm da sua segurança. Porém o medo é já muito.

Então o défice orçamental derrapou ou não?
O governo já reconheceu que aquele défice derrapou para 6,6% este ano, havendo um desvio de 3,4 mil milhões de euros em relação ao anterior. Assim, há que concluir que as medidas que foram tomadas não serviram para nada e constituíram mais um falhanço do governo. Daí que este queira ir mais aos bolsos dos portugueses, em vez de encontrar soluções mais eficientes para a grave situação existente em Portugal.

Para ler e meditar
" Há uma linha entre a austeridade e a moralidade"
António José Seguro

Tristezas não pagam dívidas

Depois do discurso que há dias fez anunciando só coisas más para os portugueses, o Primeiro-Ministro foi assistir  a um concerto musical, talvez para amenizar a sua tristeza em dizer o que disse. Que-nos parecer que é desrespeito demais por aqueles  - e foram muitos - a quem tal discurso deixou desgostosos porque todo ele foi praticamente a anunciar mais medidas de austeridade em prejuízo dos empregados. Devia Passos Coelho ter mais decoro.

Conselho de Estado
O Presidente da República convocou, enfim, o Conselho de Estado para a discussão e talvez mesmo já a tomada de posição quanto às políticas do atual governo. É que, na verdade, tem havido em relação ao último pacote de austeridade apresentado pelo governo uma reação generalizada e contrária, pelo que se impunha, efetivamente, que Cavaco Silva ouvisse os membros do seu Conselho de Estado.
E se todos os que pertencem a esse órgão de Estado e que já se pronunciaram contra o que o governo quer fazer, decerto que apenas haverá uma posição a tomar: a demissão coletiva do atual Executivo.