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quarta-feira, março 31, 2010

 

Para ler e meditar

“Os capitalistas de casino são, na realidade, ladrões, como aquele que está preso na América”
(Mário Soares, numa conferência feita em Leiria, em 23 do corrente)

 

Quadro da vida – Ao que se pode chegar?

Aquela que, em nova, foi considerada das mulheres mais atraentes da cidade onde vivia, vi-a agora, alquebrada, a carregar uma velhice precoce.
Mas o que mais impressionou foi o seu aspecto andrajoso, vestindo roupas muito usadas, com o cabelo mal tratado, sapatos descambados e um saco para compras já muito gasto.
E o seu andar era já o de alguém com muita idade, quando, afinal, não a tem ainda.
Uma sombra muito negra do que foi no tempo do seu esplendor como uma bela mulher, que despertou muitas paixões e em que frequentava o melhor meio social.
Teve uma vida com bons recursos económicos, pertencendo a uma boa e respeitada família, também sem dificuldades financeiras.
Causou-me naturalmente surpresa e tristeza ver aquela senhora a deambular nas ruas no estado degradante em que a vi.
Estamos em crer que até, segundo me disseram, está a passar mal quanto à alimentação, não pedindo auxílio, nem aos seus parentes, talvez por vergonha…
A vida para alguns é mesmo demasiadamente adversa.

 

Os “conservadores” americanos são assim!

Votada positivamente a reforma da Saúde, proposta pelo Presidente Obama, os congressistas republicanos não deixaram de procurar meios para anular tal votação.
E, por influência sua, têm-se verificado mesmo actos de violência, com ataques aos escritórios e casas de congressistas democráticos, além destes e as suas famílias estarem a receber constantes ameaças, inclusive de morte.
É sempre assim: os conservadores têm um mau perder!

 

A compra dos submarinos

Se logo na altura houve quem dissesse que a compra dos submarinos não se justificava e que seria um encargo enorme para o nosso Estado, agora surgiu a notícia de ter havido ilegalidades nessa compra.
E a ser provado isso, é mais um caso a ensombrar a lisura e talvez até a honestidade que sempre devem existir nos negócios em que o Estado é interessado.
Já houve diligências policiais e as respectivas investigações vão prosseguir para apuramento de responsabilidades.
Mais um caso a juntar a muitos outros, que nos causa, naturalmente, indignação, mas que é preciso virem ao de cima para sancionar quem, porventura, tiver culpas.

 

Os economistas dizem…

Sobre o PEC alguns dos nossos mais categorizados economistas duvidam que seja o que deve ser.
Dizem até que a recessão vem aí, de novo, sendo diminuto o crescimento económico, ficando muito abaixo do previsto pelo governo e que seria preciso.
E criticam as medidas constantes daquele programa de estabilidade e crescimento, o qual vem agravar seriamente sobretudo as condições de vida da classe média e, claro, os que têm salários mais baixos.
Há, assim, quem contrarie o optimismo do governo, não aceitando algumas das medidas que foram aprovadas para o PEC.
E também os Partidos da oposição com assento no Parlamento discordam desse documento, tendo mesmo o actual líder do PSD prometido que forçará a uma sua revisão.
Há que aguardar…

 

A pena de morte

São ainda alguns países em que se aplica a pena capital, embora esteja a diminuir o seu número.
Em 2009, houve 794 execuções, sendo a China onde mais ocorreram penas de morte em obediência a sanções dos Tribunais.
E a verdade é que alguns desses países onde existe ainda essa pena continuam integrados em organismos democráticos internacionais!...
E causa indignação que assim aconteça.
Mas há ainda os que colocam outros valores acima do valor supremo da vida, que ninguém tem o direito de desprezar e tirar.
A emenda e recuperação social de um criminoso interessam muito mais do que matá-lo.
Já alguém disse e bem: “um cadáver não se corrige”.
Mas, segundo a Amnistia Internacional, ainda são 58 os Estados que continuam a aplicar a pena de morte.

 

Agências de empregos?!

Ficaríamos, decerto, surpreendidos se fizéssemos uma averiguação dos jovens que têm sido “encaixados”, por influência partidária, em lugares que existem competência e experiência, que não têm.
Já alguém chamou ao que se passa “a época da garotada”, tanta tem sido a preocupação de “agarrar” os que, beneficiados pelo seu Partido, poderão engrossar os “yes man” que, no nosso país, pululam à volta de quem está no poder.
Sem preparação profissional e também ainda sem formação política, são nomeados para aqui e para ali, sem uma avaliação correcta quanto aos seus méritos.
Outros, de grupo etário superior, já com provas dadas, com experiência e qualificação, são postos de parte, sobretudo quando têm a coragem de fazer uma apreciação crítica da política que por aí se vai querendo impor.
Ora, por exemplo, nomear por motivos políticos um jovem para a administração de uma empresa pública que muitas vezes é até o seu primeiro que resultados positivos poderão advir dessa preferência?!
Que se dê lugar aos jovens, sim, mas com talento e alguma experiência de vida, nunca lugares cimeiros sem primeiramente revelarem as suas aptidões.
Mas, o que se vê é que rapazinhos sem terem uma qualquer ocupação profissional metem cunhas políticas e entram em funções que não conhecem sequer, para as quais não têm formação.
É, por isso, que já se vai dizendo que alguns Partidos, aqueles que estão em melhores condições de distribuir lugares, estão transformados em “agências de empregos!”

segunda-feira, março 29, 2010

 

Para ler e Meditar

“Por um lado, uma eleição prematura não convém a Passos Coelho. Mas, por outro lado, esperar até 2011 aumenta com certeza a frustração do militante médio e acirra as facções “
( Vasco Pulido Valente in Público de ontem).

 

A exposição no Museu

Depois de, ainda recentemente, ter sido inaugurada uma interessante exposição intitulada “ Viver de Pé” sobre as bengalas do Conde de Vinhó e Almedina, mais uma valiosa iniciativa se realizou no nosso Museu Municipal. O centenário da morte do Dr. Santos Rocha, fundador do Museu, notável arqueólogo e autor de vários livres contendo elementos que enriqueceram a história da nossa terra, foi comemorado com dignidade. De registar: o lançamento de um fac-símile da obra “ materiais para a história da Figueira” nos séculos XVII e XVIII; uma elucidativa e valiosa palestra pela ex-Directora6959 do Museu Dr.ª Isabel Pereira e uma exposição muito bem concebida e apresentada.
Está de parabéns a Dr.ª Ana Paula Cardoso, Chefe de Divisão dos Serviços Culturais a quem se ficam a dever já realizações de muita valia, fruto da sua competência e dedicação.
E também, claro, a Câmara merece louvores por lhe ter permitido desenvolver uma acção que muito tem prestigiado o nosso Museu.

 

Como seria bom!

Os partidos políticos, pelo menos alguns, precisam de quem não está comprometido, por uma razão ou por outra, com actos ou pessoas que denunciem um mau exercício da política. Precisa que, à sua frente, estejam aqueles que não devem aos partidos a que pertencem favores, lugares, ou posições privilegiadas. Precisam, sim, de responsáveis que tenham uma postura honesta, coerente, transparente, de ética exemplar. Precisam dos que estejam livres de quaisquer amarras a um passado censurável. Precisam de quem saiba colocar o interesse colectivo acima dos seus interesses pessoais e que considerem a política como uma arte nobre, com capacidade para contribuir para uma sociedade mais justa, solidária, tolerante e próspera. Os partidos precisam ainda de quem os comande com muita dedicação, bom senso e com humildade e não com arrogância. Precisam também de pessoas que sejam fiéis à ideologia e ao programa dos seus partidos. Como seria bom como tudo seria mais entusiasmante, aceitável e aliciante se os políticos assim fossem e assim agissem.

 

O PSD tem novo presidente

Com 61,7% dos votos, Pedro Passos Coelho foi o destacado vencedor nas eleições directas para a presidência do PSD, as mais participadas de sempre. Esta vitória veio confirmar todas as sondagens que, há já muito, lhe davam a posição cimeira. Em segundo lugar ficou Paulo Rangel (34%), seguindo-se-lhe Aguiar Branco ( 3,6%) e Castanheira Barros (0,23%). Surpreendeu, talvez, alguns que Aguiar Branco recolhesse tão baixa percentagem de votos, só que ele representava a continuidade e parece que a maioria dos militantes do PSD quer romper com as posições assumidas até agora. Mas, o futuro com Passos Coelho ao leme do partido será mesmo o de uma social-democracia autêntica ou a preferência dele é a de uma via mais liberal? Estamos convencidos que sim e, então, o PSD adoptará políticas mais à direita, contrariando o ideal que aquele partido teve sempre quando era PPD, defendendo a social-democracia real. Para além de Passos Coelho ter de diligenciar, quanto antes, pela unidade do seu partido, em que há muito existem guerrilhas entre vários grupos, o novo líder do PSD terá de satisfazer a promessa feita quanto ao PEC, o qual várias vezes sofreu a sua crítica severa afirmando que o partido não o aceitará e o combaterá. Com a mudança de líder no PSD, Sócrates vai ter uma vida cada vez mais difícil como Primeiro-Ministro, podendo até serem criadas condições que podem levar à dissolução do parlamento. Embora se tenha de estranhar que o discurso de vitória proferido por Passos Coelho não fizesse referências a algumas questões relativas à grave situação actual do nosso país e à acção política do governo e do PS.
Limitou-se o líder social-democrata a dizer nesse discurso que não está disposto a andar com o governo ao colo. Se for assim, a vida política portuguesa vai, efectivamente, ser, no futuro, muito agitada com um PSD a juntar a sua voz às dos outros partidos da oposição quanto a soluções a dar a diversos problemas que existem em muitos sectores da vida nacional. Para já, o primeiro embate com Sócrates é na próxima quarta-feira no parlamento.

quarta-feira, março 24, 2010

 

Para ler e meditar

“Toda a gente já percebeu que, para além da crise económica, Portugal está a viver neste momento uma crise política. As nuvens negras acumulam-se no céu e, para quem saiba olhar e queira ver, elas prenunciam uma tempestade”
(Freitas do Amaral, na Visão, de 4 a 10 do corrente)

 

Locais:

- Por declarações de Vítor Baptista, publicadas no Diário Das Beiras, ficámos a saber que foi ele que convidou o Dr. João Ataíde a concorrer à presidência da Câmara. Tinha-se, então, ouvido dizer que a indicação desse Magistrado viera de Lisboa.
- Apesar do mau ambiente criado à volta de António João Paredes, ele parece estar disposto a renovar o seu mandato, nas próximas eleições para a Comissão Política Concelhia do PS. Claro, se entretanto não vier a ser impedido pelo próprio Partido!
- José Iglésias é que, depois de se falar em certa hesitação sua, mantém-se como candidato à secção de S. Julião daquele Partido, tendo já constituído a sua equipa.
- Paz Cardoso e João Portugal avançarão com as suas candidaturas.
- No PSD local está a engrossar o número de militantes que apoiam Paulo Rangel nas eleições directas do próximo dia 26, estando, assim, a inverter-se a inicial tendência para Passos Coelho, o que quer dizer, decerto, que localmente o PSD não defende a via mais liberal.

 

Exposição no Museu Municipal

Amanhã, pelas 21 e 30 horas, vai ser lançado o livro “Viver de pé – bengalas do legado do conde de Vinhó e Almedina”, o qual foi um dedicado admirador da nossa terra, aqui tendo uma residência de Verão, onde passava longos períodos de tempo.
Frequentador diário do Casino, a sua distinta figura foi, durante muitos anos, emblemática naquela casa de espectáculos.

 

Vitória de Obama

O Congresso americano aprovou, embora por escassa margem de votos, o diploma em que se empenhou seriamente o Presidente Barack Obama quanto à reforma da Saúde, pela qual todos os norte-americanos, ricos e carenciados, terão o acesso facilitado.
Apesar da campanha que o Partido Republicano e até mesmo alguns membros do Partido Democrático desenvolveram contra tal diploma, defendendo, sim, que os cuidados de saúde continuassem a depender de seguros privados, o certo é que tal campanha não teve êxito.
Esta decisão, para além de ser uma vitória política de Obama, foi, sem dúvida, um grande avanço social para o povo americano.
Esta parte do programa do Presidente dos EUA foi cumprida, ainda que com muita dificuldade, o que deu uma justificada alegria aos actuais responsáveis pelo governo.

 

Protesto dos enfermeiros

Desde 2000 que os enfermeiros licenciados aguardam que sejam concretizadas as promessas do governo quanto às remunerações salariais e outros benefícios.
E estão, com razão, em se queixarem de serem os parentes pobres da Saúde.
Não é, na verdade, que se animem enfermeiros a valorizarem-se através de licenciatura e, passados já dez anos, se continue a considerá-los sem habilitações superiores, mantendo-se a base salarial de bacharel!
Os enfermeiros são uma classe profissional de muita valia, cabendo-lhes trabalhos que exigem muita dedicação, competência e grande espírito de humanidade.
E, no exercício das suas funções, correm até riscos, por vezes, em elevado grau.
Há, pois, que dispensar a melhor atenção às suas reivindicações, que se justificam.

 

As colectividades

O nosso concelho deve ser dos que têm mais colectividades.
E todas elas com uma história valiosa, repleta de relevantes serviços prestados à comunidade em vários sectores.
No desporto, na cultura, no teatro, na música, na assistência social, no canto, etc.
E algumas delas são já centenárias, com uma existência longa, durante a qual sempre houve quem, com muita dedicação e trabalho, se esforçou por manter e aumentar o prestígio das suas colectividades.
Elas, sobretudo nas que existem nos meios pequenos, são espaços onde se pode cultivar e fomentar a amizade, a solidariedade, motivando uma convivência cívica e fraternal entre os seus sócios.
Por isso, as colectividades sempre mereceram, no nosso concelho, o melhor apoio por parte das entidades oficiais, quer apoio de natureza material quer o incentivo com a sua presença pessoal nas suas iniciativas ou pelo menos nas suas sessões solenes de aniversário.
Mas, infelizmente, nem sempre tem assim acontecido. Por vezes há lamentáveis esquecimentos!
Ora as nossas colectividades são dignas, efectivamente, do nosso apreço, da nossa admiração e até gratidão.

domingo, março 21, 2010

 

Para ler e meditar

“A lógica deste PEC tem um problema: contradiz o pacto essencial de uma sociedade democrática – o de criar justiça social”
(Fernanda Câncio, no Diário de Notícias de ontem)

 

Limpar o lixo

Foram muitos os portugueses que se mobilizaram voluntariamente para limpar o país do lixo que outros sem escrúpulos foram depositando nos mais variados locais.
A iniciativa, em que colaboraram 100 mil pessoas, entre as quais o próprio Presidente da República, merece justificado louvor e teve bons resultados, pois foi muito o lixo (cerca de 700 toneladas) que apanharam.
Quem sabe se, qualquer dia, não aparece alguém a promover uma iniciativa semelhante, limpando o país daquelas pessoas que são lixo!
Pessoas que vão fazendo o que querem, agindo sem civismo, sem respeito pela ética!
Bem preciso era que aqueles que podem fazer essa limpeza a façam com coragem e brevidade.

 

Novas investigações no caso “freeport”

E estas serão realizadas no Reino Unido, segundo foi já anunciado, sobre procedimentos e actos que, porventura, tenham sido praticados naquele caso tão polémico.
Serão estas as últimas diligências policiais a fazer?
É que, efectivamente, há já muito que duram as investigações neste processo, impondo-se que se concluam, pois tem estado em causa uma suspeita que incide, entre outros, sobre o Primeiro-Ministro de Portugal.

 

Cancelados os prémios

Foram-se os sempre “luxuosos” prémios de desempenho, e até outros benefícios, que os gestores públicos auferiam no final do ano.
Pelo menos neste ano…
Nos ordenados, também muito elevados, em muitos casos até “escandalosos”, é que não houve coragem de mexer.
E muitos deles são pagos a quem nada faz, participando numa reunião ou noutra, sem exercer quaisquer funções específicas e até o respectivo cheque mensal lhes vai ter a casa!
São muitos milhares de euros os montantes desses cheques…
Assim, é fácil enriquecer, sem trabalhar e à custa de todos nós!

 

Os autarcas são “boys”?!

Não podemos calar a indignação que sentimos ao ouvir o Ministro Teixeira dos Santos dizer, há dias, no Parlamento, a respeito de certas verbas para as autarquias, que tal era “money for the boys”.
Nunca esperámos tão grande falta de respeito de um ministro por aqueles que, mais próximos das populações, se esforçam por resolver os problemas mais prementes e, quantas vezes, com muita dedicação e trabalho quotidiano.
Teixeira dos Santos não consegue esconder que se vai sentindo mal neste governo, revela-o no seu rosto sombrio, sobretudo quando tem que anunciar certas medidas que sabe não poderem agradar e ele próprio discorda delas.
Sempre considerámos Teixeira dos Santos um técnico competente, um homem sério, e nunca o achámos capaz de tratar mal quem não lhe merece.
Mas, dessa vez, no Parlamento, os seus nervos atraiçoaram-no dizendo o que não devia.
E até hoje não se desculpou.
Assim, não, Senhor Ministro!
Os “boys” e muito bem pagos estão, sim, nos gabinetes governamentais e nas empresas públicas e nesses não se mexem…

 

As discordâncias sobre o PEC

Segundo se soube agora, no interior do próprio governo houve quem discordasse deste PEC.
Não foram, pois, somente os Partidos da oposição que criticaram e continuam a criticar tal documento.
Mas, claro, no governo foi fácil acabar por haver um entendimento, como aliás tem sucedido até hoje.
Porém, o mesmo não deverá acontecer decerto, com os Partidos, que, dia-a-dia, parecem endurecer as suas posições em relação a este PEC, que consideram apenas capaz de agravar ainda mais a situação dos portugueses, mormente os de menores rendimentos.

 

Falta de médicos

A Ministra da Saúde confirmou que cerca de 500 médicos já pediram a reforma antecipada.
E, claro, isso prejudica os serviços de saúde, até porque os médicos que assim procederam eram os mais experientes por a maior parte deles ter entre os 50 e 60 anos e, portanto, já com um longo período de prestação de serviços.
Há já muito que quer a Ordem dos Médicos quer os respectivos Sindicatos vinham alertando os governos para a possibilidade de se chegar a uma situação como esta, impondo-se que se formem mais médicos.
Mas os alertas não foram ouvidos e agora o governo admite contratar médicos já reformados.

 

Privatizações em massa!

O Estado pretende pôr à venda as suas participações sociais em 17 empresas.
E com isso, se o conseguir, conta arrecadar 6 mil milhões de euros.
O Estado quer, assim, emagrecer, desfazendo-se de património mesmo em vários sectores básicos da economia, como os Correios, os transportes aéreos e ferroviários, a energia, que não deviam sair da “tutela” estatal.
Daqui a pouco, o que ficará para exercer a governação?!
Sem dúvida que se corre grande risco em se colocar nas mãos dos privados empresas como aquelas, empresas que podem e devem fazer parte da estratégia do Estado.

 

Vai ou não vai?!

Sócrates já devia ter dito que ia mesmo prestar pessoalmente declarações à Comissão Parlamentar que está a fazer um inquérito sobre o caso PT-TVI.
É que não lhe seria difícil sair-se bem do que lhe foi perguntado e a sua presença naquela comissão logo deixaria verificar que Sócrates nada tem a esconder.
Refugiando-se num depoimento escrito, o que lhe é permitido, não esclarecerá devidamente os factos.
E dizer, como já fez, que os factos são conhecidos não sendo precisas mais indagações, nada adianta, porque, até agora, pelas pessoas já ouvidas na Comissão de Ética, ficaram ainda muitas dúvidas, dadas as contradições que se verificaram.
Portanto, Sócrates deve, pois, ir à Comissão de Inquérito, pondo de parte o que vem afirmando que apenas está a ser vítima de uma “santa aliança” entre o PSD e o BE para o atacar não só política mas pessoalmente.
E não pode aceitar-se que Sócrates para não ir à referida comissão dizer que a mais importante comissão é o Parlamento, onde tem estado com muita frequência.
É que essa afirmação, de certa maneira, representa desrespeito pelas Comissões Parlamentares, que podem contribuir para um melhor funcionamento da instituição democrática de que fazem parte…

sexta-feira, março 19, 2010

 

Para ler e meditar

“A União Europeia tem estado paralisada. A política tem sido do “salve-se quem puder”, o contrário do projecto europeu de igualdade e solidariedade entre os Estados. Uma vergonha”
(Mário Soares, no Diário de Notícias)

 

A homenagem à mulher figueirense

Só ontem tivemos a oportunidade e passar pelo local onde a Câmara fez, no dia 8, uma homenagem à mulher figueirense.
E, francamente, não gostámos de ver o que vimos: uma lápide colocada a pouca distância do solo, mais parecendo uma lápide tumular.
A mulher figueirense merecia que a homenagem que lhe foi prestada ficasse assinalada doutra maneira, com maior dignidade.
Desde as mulheres figueirenses que se distinguiram em vários sectores da vida local e nacional até às mais modestas donas de casa, que têm que desempenhar tarefas domésticas por vezes bem árduas e que exigem muitos sacrifícios, impunha-se que a homenagem pretendida se revestisse de maior relevância.
Assim, aquilo que se fez é de muito mau gosto!

 

Os suicídios aumentaram em Portugal

Foi agora revelado que as mortes por suicídio são mais numerosas do que as que resultam de acidentes de viação.
E isso resulta das muitas pressões a que hoje se está sujeito.
Mas, sem dúvida, que o que mais deve levar alguém a suicidar-se é a grave situação económica que se lhe depara, ficando de um dia para o outro sem recursos para fazer face às essenciais despesas próprias e familiares, e a natural degradação que daí decorre no ambiente familiar.
As depressões profundas têm aumentado e o desemprego com as suas nefastas consequências não pára e já, no mês passado, atingiu 10,5%!
E enquanto isto se vai passando, muitos outros portugueses continuam a viver à larga, auferindo elevadíssimas remunerações e enriquecendo, rapidamente, à custa de negócios ilícitos, que nem sempre são averiguados.

 

O 32º Congresso do PSD

Em Mafra, realizou-se um Congresso extraordinário do maior Partido da oposição, com dois principais objectivos: reflexão sobre a actual situação política e económico-financeira do nosso país e alterações ao respectivo estatuto partidário.
Sobre o primeiro objectivo intervieram muitos congressistas, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes, Marques Mendes, e, claro, ainda os quatro candidatos à liderança, Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel, Aguiar Branco e Castanheira Barros.
E todos eles fizeram críticas muito severas à acção do governo, responsabilizando Sócrates e a sua equipa por não terem sabido, até agora, resolver graves problemas existentes na generalidade dos sectores da vida nacional.
E muitas das críticas incidiram sobre o orçamento do Estado para 2010, já aprovado no Parlamento, o qual obteve as abstenções do PSD e do CDS.
O PEC, já elaborado pelo governo, também mereceu de alguns congressistas algumas críticas, que não consideraram aquele programa como de estabilidade e crescimento.
Mas, o certo é que, apesar dessa posição, ninguém teve a coragem de anunciar que seria, afinal, rejeitado quando chegasse ao Parlamento.
Quanto às alterações do estatuto do Partido, entre outras, votou-se positivamente uma proposta de Santana Lopes, segundo a qual nenhum militante poderá criticar ou, por qualquer maneira, manifestar-se contra a orientação política da direcção do Partido quando houver quaisquer eleições dentro de 60 dias.
Aquela a que já chamam a “lei da rolha”, se não for cumprida por algum militante, este será expulso!...
Quer dizer que a democraticidade e pluralidade vai “desaparecer” de um Partido que, há muito, se diz democrático e até começou com a designação de Partido Popular Democrático.
Mas, o certo é que já há membros categorizados do Partido que põem em causa se a referida alteração é constitucional, pois contraria a liberdade de expressão.
E os quatro candidatos à liderança já se pronunciaram também contra tal alteração.
Enfim, Santana Lopes e os que apoiaram essa sua proposta lá sabem o que querem!...

 

Sobre os Partidos

Num inquérito feito recentemente, verificou-se que os portugueses preferem governos de coligação.
Só que, entre nós, tal será muito difícil, pois os Partidos são demasiadamente ciosos, digamos assim, de defender políticas próprias, não abdicando, mesmo quando está em causa o interesse nacional, dos seus princípios e programas.
Noutros países, em que funciona bem a democracia, os Partidos da direita à esquerda entendem-se quando é necessário, procurando a aproximação quanto a pontos importantes e acabando por conseguirem com mais ou menos dificuldade um programa comum de governo.
A democracia é um regime que, para melhor se afirmar, exige isso mesmo.
Os Partidos não devem ser “guetos”, compartimentos fechados a sete chaves, vaidosos, como se fossem os únicos detentores da verdade e das melhores soluções.
A colaboração entre eles, em certas ocasiões é essencial para ser a estabilidade e a mais eficácia na governação.
E entre as pessoas que comandam os Partidos que tal devem reconhecer, agindo com mais humildade, dispondo-se a contribuírem com sinceridade para a defesa do interesse colectivo.
É que, diga-se, a governação com maioria absoluta dá quase sempre origem a abusos e não se liga a importância de vida aos Partidos da oposição e às suas propostas, mesmo que válidas e oportunas.
Os responsáveis dos Partidos não devem ser fanáticos, incapazes de aceitar as opiniões dos outros, menorizando-as e preferindo praticarem o “quero, posso e mando”.
Realmente ainda há muito a fazer para aprofundar e enriquecer a nossa democracia.

domingo, março 14, 2010

 

Para ler e meditar

“Este PEC é o retrato de um governo impotente para resolver o gravíssimo problema orçamental do país”
(Camilo Lourenço, no Jornal de Negócios)

 

O aniversário do Rotary Clube da Figueira

Este prestigiado clube de serviço comemorou, na sexta-feira passada, num jantar-convívio muito concorrido, o seu 72º aniversário.
A Presidente do Clube, Dr.ª Isabel Henriques, pela forma como decorreu tal reunião, viu-se, decerto, compensada do trabalho rotário, que com a sua equipa directiva tem sido desenvolvido.
Estiveram representados todos os outros clubes de serviço (Lions da Figueira, Lions de Santa Catarina e Kiwanis), ale, de rotários de Coimbra, Montemor-o-Velho e Leiria, que usaram da palavra para felicitar o clube aniversariante.
O quadro social do Rotary figueirense foi enriquecido com a entrada da Dr.ª Maria Teresa Machado, Dr. Luís Nuno Gaspar e Eng.º naval Nuno Santos.

 

Barreiras arquitectónicas

Uma das propostas feitas durante a discussão do orçamento do Estado na especialidade foi a de se efectivarem as chamadas barreiras arquitectónicas proporcionando o acesso a deficientes aos edifícios onde funcionem serviços oficiais.
Em 1979, no governo da Eng.ª Maria de Lurdes Pintasilgo, por despacho meu, enquanto Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, já se determinou que nos edifícios do Ministério do Trabalho se realizassem barreiras arquitectónicas.
O certo, porém, é que os governos posteriores (como se sabe aquele governo pintasilguista durou apenas 5 meses) desconheceram esse despacho e muito pouco ou mesmo nada se fez quanto a essa situação perfeitamente justa, pois os deficientes devem, na verdade, gozar das mesmas condições de igualdade no acesso aos serviços públicos.
Não há dinheiro para a construção de adequados acessos a deficientes?!
Mas o dinheiro vai aparecendo para outros fins, nem sempre aplicado no que é mais necessário…

 

O casamento entre homossexuais

Acompanhado de um parecer do Prof. Doutor Freitas do Amaral, o Presidente da República enviou para o Tribunal Constitucional o diploma que, por larga maioria foi aprovado no Parlamento, permitindo o casamento entre indivíduos do mesmo sexo.
Está, pois, nas mãos daquele Tribunal pronunciar-se sobre se a lei é ou não inconstitucional.
Quer dizer que Cavaco Silva passou a bola.
Marcará golo?!

 

Conhecer bem as pessoas

É essencial conhecer bem aqueles com quem temos de conviver ou de trabalhar.
Não se deve ser ingénuo, aceitando e acreditando logo nos que se aproximam de nós.
É que muitos desses ou não valem o que se esforçam por parecer ser e o que lhes interessa é servir-se de quem possa apoiar o seu egoísmo, a sua ambição, a sua vaidade.
Principalmente, os que têm algum poder devem redobrar de cuidados na escolha dos colaboradores, sob pena de não os conhecerem bem ficarem, um dia, a contas com os erros ou os disparates que eles cometem.
Depois, vem naturalmente a desilusão, o arrependimento daqueles que os aceitaram, que lhes deram confiança e até um pouco do seu poder.
Por vezes, porém, já é tarde e fica mal visto quem os trouxe para junto de si, para a sua esfera de acção.
Procurar conhecer bem as pessoas, sobretudo as que nos estão mais próximas, quer por uma razão quer por outra, é uma qualidade imprescindível para haver um bom relacionamento e uma boa colaboração em qualquer trabalho, mormente no de natureza política.

 

Sobre a coerência

É uma qualidade que não deve faltar aos que se querem impor na vida cívica e política.
E a coerência exige um cumprimento constante e rigoroso dos princípios e valores que se escolhem entre várias opções que se podem ter.
Sejam quais forem as consequências (por vezes tão prejudiciais!) que advierem da afirmação de coerência, há que mostrá-la em todas as situações que surjam, sendo fiéis às convicções que se tenham.
Se assim não acontecer, se quem esquecer a coerência porque lhe interessa mais obter os favores doutrem, dando apoio hoje a uns e amanhã a outros, sujeita-se a que seja considerado “um troca-tintas”, alguém que não merece confiança e mesmo respeito!
A coerência é difícil, mas os que a não têm, acabam, mais cedo ou mais tarde, por serem desprezados, motivo de “chacota” e de justa censura.
Nos tempos de hoje, são até muitos os que nem sabem o que é a coerência e, então, como qualquer “salta-pocinhas” andam de um lado para o outro a ver onde podem assentar os pés para melhor satisfazer os seus interesses pessoais.
Claro que a coerência pressupõe verticalidade, a honestidade, a verdade, a ética e, algumas vezes coragem para ser afirmada e praticada.

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